sábado, 10 de junho de 2017

Fonte: Livro da Embrapa Hortaliças – Brasília, DF. Interessados em adquirir o livro “PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS – Coleção 500 Perguntas – 500 Respostas” devem entrar em contato através do email: vendas@sct.embrapa.br; Para ver o livro completo, acessar: http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/pdfs/90000021-ebook-pdf.pdf

     Com o objetivo de divulgar e aumentar o conhecimento sobre agricultura orgânica,  estamos transcrevendo  do livro, algumas perguntas e respostas que consideramos mais relevantes.

Capítulo 10 – Manejo de Doenças

Autores:  Wagner Bettiol e Marcelo A.B. Morandi

Qual a diferença entre uma planta sadia e uma planta doente?
     Uma planta sadia é capaz de conduzir todas as funções fisiológicas normalmente, sem apresentar nenhuma anormalidade ou disfunção, seja em seu crescimento, na fotossíntese, na respiração, na absorção de nutrientes, na produção e distribuição de fotoassimilados, no florescimento, na frutificação, etc. Uma planta doente apresenta alguma desordem fisiológica que altera seu desenvolvimento. Para caracterizar uma doença, essa desordem fisiológica deve apresentar mais duas características: ser uma irritação contínua e ser provocada por um agente causal primário. Quando o agente causal é um organismo vivo (fungo, bactéria, vírus, nematóide, viróide, protozoário, micoplasma e outros), a doença é denominada biótica e é considerada infecciosa, ou seja, o patógeno pode crescer e multiplicar-se na planta doente e se disseminar para outras plantas sadias.

O que são patógenos de plantas?
     Qualquer organismo capaz de causar uma doença é denominado patógeno. Os organismos que causam doenças em plantas são chamados de fitopatógenos. Os principais fitopatógenos são: fungos, bactérias, vírus, viróides, protozoários, nematóides, micoplasmas e espiroplasmas. Os patógenos mais importantes para hortaliças são os fungos, as bactérias, os vírus e os nematóides.

Como ocorrem as doenças em hortaliças?
     Para que ocorra uma doença em hortaliças e nas demais plantas é necessária a interação de três fatores: um hospedeiro (planta), um patógeno e o ambiente. Esses três fatores formam o “triângulo de doenças”. Para haver doença é indispensável que o ambiente seja favorável ao patógeno, que o hospedeiro (planta) seja suscetível ao patógeno e que o patógeno esteja presente e seja capaz de causar doença. Uma vez que essas três condições ocorram simultaneamente, o processo da doença pode ter início.

O que são sintomas e sinais de doenças?
Os sintomas são a expressão da doença, ou seja, o conjunto das várias alterações fisiológicas e morfológicas que ocorrem durante e após a infecção. Os sintomas variam de doença para doença, sendo os mais comuns:
• Manchas foliares.
• Necrose de tecidos.
• Amarelecimento.
• Clorose.
• Deformação dos órgãos vegetais.
• Redução do crescimento.
• Podridões.
• Murchas.
• Tombamentos de mudas.
• Morte de ponteiros.
     Normalmente, os sintomas de uma doença não são visíveis a olho nu logo de imediato. O período de tempo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas é denominado período de incubação. A extensão desse período depende do patógeno, das condições de ambiente e do estádio de desenvolvimento e da resistência do hospedeiro. Os sinais são as estruturas do patógeno que se formam nas diferentes partes da planta e tornam-se visíveis. Exemplos de sinais mais comuns são os esporos, os micélios, os escleródios e outras estruturas reprodutivas no caso de fungos; pus, no caso de bactérias; e ovos, no caso de nematóides, etc.
     As doenças em plantas resultam da interação entre o patógeno, o hospedeiro e o ambiente.

As doenças só ocorrem quando há um desequilíbrio?
     As doenças de plantas ocorrem na natureza com o objetivo de manter, em parte, o equilíbrio biológico e a ciclagem de nutrientes, sendo benéficas sob esse ponto de vista. Na natureza, em ecossistemas em equilíbrio, observa-se a incidência de doenças, porém estas ocorrem de forma endêmica ou isolada. Não ocorrem epidemias que poderiam destruir as plantas ou provocar prejuízos graves, uma vez que isso colocaria em risco a sobrevivência dos próprios patógenos.
     Nas áreas cultivadas, porém, é freqüente a ocorrência de epidemias, pois a interferência humana altera o equilíbrio da natureza. Uma das condições que favorecem o aumento da população de patógenos e a ocorrência de epidemias é o cultivo de plantas geneticamente homogêneas, no espaço (áreas contínuas) e no tempo (cultivos sucessivos), o que é contrário à diversidade de variedades e espécies que ocorrem na natureza e que são indispensáveis na agricultura orgânica.

Como fazer para restabelecer o equilíbrio e reduzir a incidência de doenças?
     O resgate dos princípios e mecanismos que operam nos sistemas da natureza pode auxiliar na obtenção de sistemas agrícolas mais sustentáveis. Em sistemas de cultivo caracterizados pela mistura de culturas (policulturas, consórcios), por exemplo, as espécies suscetíveis podem ser cultivadas em densidades menores e o espaço entre elas ocupado por plantas resistentes que interessam ao produtor. A densidade menor de plantas suscetíveis e a barreira oferecida pelas plantas resistentes dificultam a disseminação do patógeno, reduzindo a quantidade de inóculo no campo.
     Além do aumento da diversidade no espaço, o aumento da diversidade no tempo, por meio da rotação de culturas, também permite que os processos biológicos auxiliem na proteção de plantas, como ocorre no controle de diversos fitopatógenos veiculados pelo solo.

Quais as vantagens da diversificação de culturas no manejo de doenças no sistema orgânico?
     A diversificação de culturas nas propriedades rurais, além dos benefícios agronômicos e econômicos, traz benefícios sociais, pois estende o período de tratos culturais e aumenta a necessidade de mão-de-obra, sendo esse aspecto parte integrante da sustentabilidade. Entretanto, a indiscriminada diversificação da vegetação dentro de um agroecossistema pode não resultar na redução do risco de ocorrência de pragas e doenças. Os efeitos de combinações planejadas de plantas devem ser estudados criteriosamente ante de sua aplicação em programas de manejo. Em diversas propriedades que adotam o cultivo orgânico de hortaliças, os benefícios da diversidade são suficientes para que as doenças não provoquem limitações na produtividade.

Quais as principais doenças causadas por fungos em hortaliças?
 As principais doenças causadas por fungos em hortaliças estão listadas na Tabela 2.
   
Tabela 2. Principais doenças causadas por fungos em hortaliças.
Doença   
Principais patógenos envolvidos
Principais culturas afetadas
Tombamento
Pythium spp., Phytophthora spp., Rhizoctonia spp., Alternaria spp.
Mudas de hortaliças em geral
Podridão ou murcha de Esclerotinia e Esclerotium
Sclerotinia sclerotiorum, Sclerotium rolfsii, S. cepivorum
Tomate, repolho, alface, cenoura, ervilha, pimentão, feijão-de-vagem, cebola
Murcha
Fusarium oxysporum (várias formas specialis), Verticillium spp.
Tomate, repolho, cebola, berinjela, jiló, feijão-de-vagem, batata
Requeima
Phytophthora spp., Phytophthora spp.
Tomate, batata, pimentão
Míldio
Peronospora spp., Bremia sp., Pseudoperonospora spp.
Repolho, alface, cebola, pepino, ervilha
Antracnose
Colletotrichum spp.
Pimentão, cebola, berinjela, jiló, pepino, feijão-de-vagem
Manchas foliares
Diversos gêneros de fungos (Alternaria, Cercospora, Stemphylium, Septoria, Mycosphaerella, Botrytis Leandria, Ascochyta e outros)
Todas as hortaliças em geral são afetadas por manchas foliares
Oídio
Sphaerotheca sp., Oidium sp., Erysiphe spp.
Pepino e outras cucurbitáceas, ervilha, feijão-de-vagem
Ferrugem
Puccinia spp., Uromyces spp.
Cebola, alho, feijão-de-vagem

Que bactérias provocam doenças em plantas e quais seus sintomas?
     As bactérias que provocam doenças em plantas são denominadas bactérias fitopatogênicas, algumas muito importantes para hortaliças. Elas se disseminam rapidamente e são de difícil controle. Em condições favoráveis, a ocorrência de bacterioses pode inviabilizar a exploração econômica de algumas culturas por longos períodos, como ocorre em solos infestados com Ralstonia solanacearum, causadora da murchadeira-do-tomateiro e da batateira. Os principais gêneros de bactérias causadoras de doenças em hortaliças e os tipos gerais de sintomas que elas provocam estão listados na Tabela 3.

 Tabela 3. Principais gêneros de bactérias e seus sintomas.
Gênero 
Sintomas
Principais plantas afetadas
Clavibacter
Murcha e cancro
Tomate, pimentão
Curtobacterium
Murcha
Feijão-de-vagem, ervilha
Erwinia
Podridão-mole
Cenoura, repolho, hortaliças
Pseudomonas
Murcha
Solanáceas
Ralstonia
Murcha
Solanáceas
Xanthomonas
Mancha foliar
Solanáceas, brássicas, outras

Como ocorre a transmissão de vírus e como é feito o controle das viroses?
     A transmissão por insetos é o meio de disseminação mais comum e mais importante dos vírus de plantas, na natureza. Outros meios de propagação incluem:
• Contato entre plantas, como ocorre com a transmissão do vírus-do-mosaico-do-fumo (TMV) em tomateiro pelo atrito entre folhas de plantas doentes e sadias.
• Solo, diretamente ou por nematóides e fungos.
• Sementes e pólen.
• Propagação vegetativa de plantas, como estaquia, enxertia, tubérculos, bulbos, bulbilhos, estolhos, rizomas, raízes, etc.
As medidas de controle das viroses vegetais fundamentam-se em três estratégias, todas de caráter preventivo:
• Obtenção e utilização de material propagativo livre de vírus.
• Controle antecipado de vírus e de seus vetores pela eliminação de plantas espontâneas que servem de hospedeiros alternativos para certos vírus.
• Redução ou impedimento de introdução do patógeno na cultura e de sua disseminação entre as plantas.

Quais os sintomas das doenças causadas por nematóides?
     Todas as espécies de plantas cultivadas estão sujeitas ao ataque de alguma espécie de nematóide. Entretanto, sua presença é às vezes pouco notada pelos agricultores por causa de seu tamanho reduzido e da dificuldade em identificar alguns dos sintomas causados por nematóides nas plantas atacadas, que podem ser confundidos com os de deficiência mineral ou de outras doenças. Quando penetram e se movimentam nos tecidos das plantas e deles se alimentam, os nematóides causam danos mecânicos e retiram nutrientes da planta para seu próprio sustento, depauperando-a. O ataque de nematóides também pode tornar as plantas mais suscetíveis ao ataque de outros patógenos, como fungos e bactérias.

A “pipoca” das raízes de hortaliças é causada por nematóides?
     Sim, a “pipoca” é causada por Meloidogyne, o principal gênero de fitonematóide de importância para hortaliças, também conhecido como o nematóide-das-galhas. As galhas são en- 255 256 167 grossamentos, de diâmetros variáveis, quase sempre observados nas raízes infestadas pelo nematóide. Galhas formadas em tubérculos, como em batata, são popularmente chamadas de “pipocas”.
     Outros sintomas associados ao ataque de Meloidogyne nas raízes são:
 • Redução do volume de raízes.
• Rachaduras.
• Raízes digitadas (comum em cenouras, por exemplo).
     Na parte aérea, podem ser observados sintomas como:
• Amarelecimento (geralmente em reboleiras).
• Sintomas de deficiência mineral.
• Murchas. • Desfolhamento.
• Diminuição da produção.

Que medidas devem ser tomadas antes do plantio para evitar a ocorrência de doenças?
     O controle de uma doença deve ser entendido como uma série de medidas que começa com a decisão de implantar a cultura. Assim, o controle deve ser visto como um conjunto de ações integradas para evitar a ocorrência da doença e de perdas. De modo geral, recomenda-se:
• Plantar variedades ou cultivares resistentes às principais doenças que ocorrem na região e no período de cultivo.
• Adquirir sementes e mudas de boa qualidade, uma vez que diversos patógenos são transmitidos pelas sementes e mudas.
• Fazer o cultivo diversificado de hortaliças, para aumentar a diversidade de espécies na área.
• Adubar com material orgânico de origem conhecida e preferencialmente compostado adequadamente.

Que cuidados são importantes, durante o cultivo, para evitar a ocorrência de doenças ou reduzir seu efeito?
 Durante o cultivo, deve-se adotar um conjunto de medidas preventivas:
• Se a cultura exigir desbrota, evitar fazê-la em dias chuvosos ou logo após a irrigação. • Utilizar ferramentas devidamente desinfestadas.
• Evitar ferimentos nas plantas e frutos durante os tratos culturais.
• Manter quantidade adequada de plantas espontâneas.
• Manejar adequadamente a irrigação de modo a evitar encharcamento ou falta de água e utilizar água de boa qualidade.
• Avaliar com freqüência a plantação para verificar eventuais problemas com doenças e, encontrando focos, retirar o material doente e enterrá-lo.
• Fazer o controle de pragas e doenças com os produtos recomendados, como os extratos de plantas, agentes de controle biológico e outros.

Como é feito o diagnóstico de doenças?
     O diagnóstico da doença ou a identificação de sua causa é a etapa fundamental para a implementação de medidas de controle. Dependendo da doença, o diagnóstico pode ser feito no campo por extensionista experiente ou agrônomo especializado na cultura. Um dos modos mais simples de se fazer um diagnóstico preliminar é comparar os sintomas com fotografias ou descrições de publicações. Outros fatores, como deficiência ou toxidez nutricional, características genéticas da planta, ação de insetos, excesso ou falta de água ou mudanças climáticas, podem causar sintomas parecidos com os das doenças.
     Em caso de dúvidas, o melhor é enviar o material a um laboratório de fitopatologia de universidades ou de instituições de pesquisa. É necessário entrar em contato diretamente com cada instituição para saber se o laboratório executa diagnóstico de determinada cultura ou de agente causal e também para conhecer os critérios de encaminhamento de material.

É verdade que as hortaliças cultivadas no sistema orgânico são mais resistentes às doenças do que as cultivadas no sistema convencional?
     Há ainda muitas questões a serem respondidas sobre o desenvolvimento de doenças na agricultura orgânica. Os trabalhos de pesquisa que comparam a severidade de doenças de plantas em sistemas orgânicos e convencionais informam que as doenças radiculares são menos severas nos cultivos orgânicos, ao passo que as doenças foliares podem ser mais ou menos severas ou similares, dependendo da reação do patógeno, do estado nutricional das plantas (principalmente o teor de nitrogênio) e das condições climáticas.
      Geralmente, há mais dificuldade de controle de doenças foliares do que das radiculares por meio de métodos biológicos e culturais, especialmente em regiões de clima favorável às doenças. Outro aspecto importante é a diversidade biológica utilizada no cultivo orgânico de hortaliças, que reduz a chance de ocorrer uma epidemia, pois as plantas das diferentes espécies formam uma barreira biológica. Isso não significa que as plantas sejam mais resistentes, mas que existem condições adversas à ocorrência de doenças.

Qual a relação da trofobiose com a prevenção de doenças?
     De acordo com a teoria da trofobiose (trofo: alimento; biose: existência de vida), uma planta torna-se vulnerável ao ataque de uma praga ou patógeno quando há desequilíbrio metabólico que resulta em excesso de “alimento solúvel” disponível para esses organismos nocivos. Esses alimentos podem ser encontrados na forma de aminoácidos, açúcares e minerais não incorporados em macromoléculas insolúveis (proteínas, amido, etc.).
     As causas do desequilíbrio podem ser problemas nutricionais (especialmente excesso de macronutrientes) ou intoxicação em conseqüência do uso intensivo e exagerado de agrotóxicos e de outros agroquímicos. No caso da horticultura orgânica, em que não se usam agrotóxicos, o aspecto nutricional deve ser destacado. Uma nutrição adequada e balanceada, adequada às particularidades da cultura, da cultivar e da fase de desenvolvimento da planta, ajuda a aumentar a resistência das plantas às doenças. É importante salientar que a nutrição deve ser considerada como umas das variáveis que favorecem a sanidade das culturas, dentro do contexto do manejo orgânico pleno, que inclui a escolha da cultura e de cultivares adequadas ao local de plantio, a época correta de semeadura/plantio, espaçamento correto, condução adequada (irrigação, adubação, limpeza, desbrota, etc.), preparo adequado do solo, adubação verde, rotação de culturas, uso de quebra-ventos e cercas vivas, etc.

O que são defensivos alternativos?
     Um dos principais problemas da agricultura orgânica refere-se ao manejo de doenças, pragas e plantas espontâneas. Antes das facilidades para aquisição de agrotóxicos para o controle dos problemas fitossanitários, os agricultores preparavam e utilizavam produtos obtidos a partir de materiais disponíveis nas proximidades de suas propriedades. Com a popularização do uso de agrotóxicos, aqueles produtos foram quase que totalmente abandonados e, hoje, muitos deles são chamados de alternativos. O termo mais adequado é “defensivo biocompatível”, mas é pouco usado no Brasil, sendo preferível o termo “produtos ou defensivos alternativos”, por serem alternativos aos agrotóxicos (fungicidas, inseticidas, acaricidas e herbicidas). Assim, a expressão “defensivos alternativos” relaciona-se a um grupo de produtos utilizados na proteção de plantas em substituição aos agrotóxicos. Nesse grupo de produtos estão incluídos:
 • Agentes de controle biológico.
• Extratos de plantas.
• Biofertilizantes.
• Conservadores de alimentos.
• Alimentos.
• Sais.
• Extratos de algas.
• Óleos. • Extratos de matéria orgânica.
• Extratos de fungos.
• Caldas.

Como agem os defensivos alternativos?
     Como nos defensivos alternativos estão incluídos diferentes produtos, praticamente todos os modos de ação conhecidos de interferência em microrganismos patogênicos para as plantas fazem parte do modo de ação desses produtos. Os modos de ação dos agentes de controle biológico de doenças são:
• Parasitismo.
• Competição.
• Antibiose.
• Predação.
• Hipovirulência.
• Indução de resistência do hospedeiro.
     Alguns extratos de plantas, fungos e de matéria orgânica agem por indução de resistência do hospedeiro, outros por inibição do crescimento e da reprodução dos fitopatógenos. A ação de alguns desses produtos alternativos é semelhante à dos agrotóxicos. Entretanto, uma característica comum dos defensivos alternativos é sua baixa toxicidade para o homem, os animais e o ambiente.

O que é calda borladesa?
     A calda bordalesa é o resultado de uma mistura de sulfato de cobre, cal hidratada ou cal virgem e água. O primeiro a observar sua eficiência no controle de doenças foi P. M. Millardet, em 1882, em Bordeaux, na França (por isso calda bordalesa). A calda bordalesa é utilizada para tratamento preventivo contra doenças causadas por fungos e também para proteção contra infecção por bactérias. Além de controlar diversas doenças, a calda fornece cobre, cálcio e enxofre para as plantas. A calda bordalesa pode ser preparada na propriedade ou adquirida no mercado, e seu custo de produção é baixo em relação aos demais fungicidas.
     A calda bordalesa original apresentava as seguintes proporções: 3 partes de sulfato de cobre, 1 parte de óxido de cálcio e 100 partes de água. Atualmente, entretanto, essas proporções dependem de cada grupo de cultura. Por exemplo, para hortaliças em geral, utilizam-se de 300 g a 1 kg de sulfato de cobre, de 300 g a 1 kg de cal virgem em 100 L de água. Para as cucurbitáceas, mais sensíveis, utilizam-se o máximo de 300 g a 500 g de sulfato de cobre, de 300 g a 500 g de cal virgem em 100 L de água. A pureza dos materiais e o estádio de desenvolvimento das plantas são aspectos importantes a serem considerados: para plantas jovens ou em florescimento, utilizam-se dosagens menores.

Qual o modo de preparo da calda bordalesa?
     O modo de preparo da calda bordalesa é o seguinte: coloca-se o sulfato de cobre em um saquinho de pano, que é mergulhado em 18 L de água, em vasilhame de plástico, de cimento amianto 264 265 173 ou de madeira, por 3 ou 4 horas, até que o sulfato dissolva. A cal virgem deve ser misturada em 2 L ou 5 L de água, de preferência na véspera, e despejada na solução de sulfato de cobre, misturando muito bem. Antes de usar a calda bordalesa, é preciso verificar sua acidez. Para isso, mergulha-se uma lâmina de ferro (pode ser uma faca) no preparado durante 3 minutos e verifica-se seu escurecimento. Se a lâmina escurecer, a calda não pode ser aplicada, devendo-se acrescentar um pouco mais de cal virgem, repetindo-se o teste até que a lâmina não fique escura.
     Se alguém desejar maior precisão, basta utilizar papel ou o pHmetro, para medir o pH, que deve ficar em torno de 7 (neutro) ou ligeiramente alcalino. Recomenda-se tomar cuidado e utilizar os equipamentos de proteção individual recomendados para o manuseio de agrotóxicos.
     A calda bordalesa não pode ser armazenada por mais de 3 dias e não deve ser misturada a outros produtos utilizados em agricultura orgânica. Devem ser observados o período de carência e os intervalos de aplicação tanto da calda bordalesa quanto de outras, como sulfocálcica.
     Como o preparo da calda bordalesa requer cuidados especiais, quem dispuser de facilidades pode adquiri-la em estabelecimentos comerciais especializados. Diversas certificadoras orgânicas estabelecem limites de quantidade de cobre que pode ser aplicado na cultura.

O que é calda sulfocálcica e como é preparada?
     O poder do enxofre sobre as doenças já era conhecido na época dos gregos e romanos. Entretanto, o enxofre foi redescoberto para uso na agricultura por volta de 1800, quando se fez a primeira mistura com cal e água. A calda sulfocálcica é obtida da mistura de enxofre e cal virgem ou hidratada e apresenta ação fungicida, acaricida e inseticida.
 Ingredientes e modo de preparo: 2 kg de enxofre em pó, pecuário ou ventilado, 1 kg de cal virgem e 10 L de água. Em uma 266 174 lata de 20 L colocam-se aos poucos 10 L de água na cal virgem. Essa suspensão de cal deve ser levada ao fogo e, no início da fervura, coloca-se o enxofre e mistura-se durante 1 hora, mantendo a fervura. Deve-se acrescentar água quente para manter o volume da suspensão que, ao final de 1 hora de fervura, estará grossa. Depois que esfriar, a calda deve ser coada em pano dobrado, antes de ser utilizada. A calda pode ser armazenada por 60 dias em recipientes de plástico ou de vidro, tampados e completamente cheios.
     A calda sulfocálcica é altamente alcalina e corrosiva, danificando recipientes de metal, roupas e a pele. Por essa razão, é preciso usar os equipamentos de proteção individual e lavar muito bem os recipientes e as mãos com solução de uma parte de vinagre ou limão para 10 L de água, depois da utilização. Deve-se tomar muito cuidado com os olhos.
     A calda sulfocálcica não deve ser usada em cucurbitáceas (abóbora, abobrinha, melão, melancia e pepino). Dependendo das facilidades, a calda pode ser adquirida em estabelecimentos comerciais especializados.

É preciso tomar algum cuidado especial com os equipamentos de pulverização após a aplicação das caldas?
     Sim. Depois da aplicação das caldas, é preciso pulverizar o trator com óleo de mamona ou com uma mistura de graxa e óleo lubrificante e lavar com sabão ou detergente. Pode-se também pulverizar o trator com uma mistura de óleo diesel e óleo lubrificante e lavar com jato de água. As peças do equipamento devem ser lavadas com solução de vinagre ou suco de limão ou ácido cítrico a 20 %.

O leite pode ser utilizado no controle de doenças de plantas?
     Sim. Embora seja recomendado exclusivamente para o controle do oídio, que se caracteriza por um crescimento branco do fungo na superfície das plantas, o leite deve ser utilizado preventivamente para pulverizar todas as plantas. Recomenda-se fazer a aplicação preferencialmente nos horários de temperaturas mais amenas, isto é, no início ou no final do dia. Embora o leite não exija o uso de espalhante adesivo, os resultados são melhores quando se mistura um espalhante na calda de aplicação. A pulverização semanal de leite cru de vaca, nas concentrações de 5 % e 10 %, auxilia no controle do oídio de diversas culturas.

A urina de vaca pode ser usada no controle de doenças de plantas?
     A urina tem sido recomendada tanto para a nutrição de plantas como para o controle de doenças causadas por fungos nos cultivos de frutas, hortaliças e de plantas ornamentais. Após a coleta, a urina deve descansar por 3 dias em frasco fechado, antes de ser diluída em água imediatamente antes do uso. As dosagens variam de 1 % a 2,5 %.
     Em culturas como o quiabo, jiló e berinjela, recomenda-se uma aplicação a 1 % a cada 15 dias. Como a urina de vaca tem índice salino elevado, sua aplicação em altas concentrações pode causar fitotoxicidade à planta. Os efeitos da urina de vaca são atribuídos a sua composição que contém nutrientes, compostos antimicrobianos e substâncias indutoras de resistência. A urina de vaca é rica em potássio, cloro, enxofre, nitrogênio, sódio, fenóis, ácido indolacético e priocatecol.
     Apesar dos efeitos benéficos obtidos, certos cuidados devem ser tomados com o aspecto sanitário dos animais antes de usar a urina a fim de não contaminar as pessoas com microrganismos patogênicos. Como ainda não há nenhum estudo nessa área, recomenda-se que seu uso seja restrito, evitando usar a urina de vaca em hortaliças de consumo in natura, como morangos, alface e outras folhosas.

O que é controle biológico de doenças de hortaliças?
     A maneira tradicional de conceituar controle biológico de doenças de plantas é considerá-lo como o controle de um microrganismo por meio de outro microrganismo. Entretanto, existem conceitos mais abrangentes, como sendo a redução da soma de inóculo ou das atividades determinantes da doença, provocada por um patógeno, realizada por um ou mais organismos que não o homem. Nessa visão, o controle biológico pode ser acompanhado de práticas culturais para criar ambiente favorável aos antagonistas e à resistência da planta hospedeira ou, do melhoramento da planta para aumentar sua resistência ao patógeno ou adequar o hospedeiro às atividades dos antagonistas. O controle biológico inclui, ainda, a introdução em massa de antagonistas, de linhagens não patogênicas ou outros organismos e agentes benéficos. O controle biológico é mais popular no manejo de insetos-praga.

Já existe controle biológico de doenças de hortaliças em uso no Brasil?
     No âmbito do conceito mais amplo, pode-se dizer que o controle biológico de doenças é amplamente utilizado na produção de hortaliças, no Brasil. Considerando-se, porém, controle biológico como envolvendo, obrigatoriamente, um antagonista, sua utilização é mais limitada, pois existe no mercado brasileiro apenas um agente de controle biológico de doenças devidamente registrado nos Ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e da Saúde. Apesar disso, no mercado são encontrados antagonistas comercializados para o controle de doenças à base dos fungos Trichoderma e Clonostachys.

Como preparar extratos de plantas para o controle de doenças de plantas?
     São diversos os extratos de plantas recomendados para uso em agricultura orgânica, como os extratos de alho, cavalinha, cebola, pimenta vermelha, pimenta-do-reino, eucalipto, fumo, ‘Santa Bárbara‘ ou cinamomo do sul, Tagetes ou cravo-de-defunto, mamoeiro, menta, nim, primavera e Reynoutria sachalinensis. Esses produtos, de modo geral, são preparados na propriedade, mas alguns são comercializados. Como são muitas as formas de preparação dos extratos, sugere-se que se consulte o livro Práticas Alternativas de Controle de Pragas e Doenças na Agricultura5 , em que estão relatadas 90 receitas.


5ABREU JUNIOR, H. de (Org.). Práticas Alternativas de Controle de Pragas e Doenças na Agricultura. Campinas, SP: Emopi, 1998. 115 p.
Ferreira On 6/10/2017 02:59:00 PM Comentarios

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sábado, 10 de junho de 2017

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS Capítulo 10: Manejo de Doenças

Fonte: Livro da Embrapa Hortaliças – Brasília, DF. Interessados em adquirir o livro “PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS – Coleção 500 Perguntas – 500 Respostas” devem entrar em contato através do email: vendas@sct.embrapa.br; Para ver o livro completo, acessar: http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/pdfs/90000021-ebook-pdf.pdf

     Com o objetivo de divulgar e aumentar o conhecimento sobre agricultura orgânica,  estamos transcrevendo  do livro, algumas perguntas e respostas que consideramos mais relevantes.

Capítulo 10 – Manejo de Doenças

Autores:  Wagner Bettiol e Marcelo A.B. Morandi

Qual a diferença entre uma planta sadia e uma planta doente?
     Uma planta sadia é capaz de conduzir todas as funções fisiológicas normalmente, sem apresentar nenhuma anormalidade ou disfunção, seja em seu crescimento, na fotossíntese, na respiração, na absorção de nutrientes, na produção e distribuição de fotoassimilados, no florescimento, na frutificação, etc. Uma planta doente apresenta alguma desordem fisiológica que altera seu desenvolvimento. Para caracterizar uma doença, essa desordem fisiológica deve apresentar mais duas características: ser uma irritação contínua e ser provocada por um agente causal primário. Quando o agente causal é um organismo vivo (fungo, bactéria, vírus, nematóide, viróide, protozoário, micoplasma e outros), a doença é denominada biótica e é considerada infecciosa, ou seja, o patógeno pode crescer e multiplicar-se na planta doente e se disseminar para outras plantas sadias.

O que são patógenos de plantas?
     Qualquer organismo capaz de causar uma doença é denominado patógeno. Os organismos que causam doenças em plantas são chamados de fitopatógenos. Os principais fitopatógenos são: fungos, bactérias, vírus, viróides, protozoários, nematóides, micoplasmas e espiroplasmas. Os patógenos mais importantes para hortaliças são os fungos, as bactérias, os vírus e os nematóides.

Como ocorrem as doenças em hortaliças?
     Para que ocorra uma doença em hortaliças e nas demais plantas é necessária a interação de três fatores: um hospedeiro (planta), um patógeno e o ambiente. Esses três fatores formam o “triângulo de doenças”. Para haver doença é indispensável que o ambiente seja favorável ao patógeno, que o hospedeiro (planta) seja suscetível ao patógeno e que o patógeno esteja presente e seja capaz de causar doença. Uma vez que essas três condições ocorram simultaneamente, o processo da doença pode ter início.

O que são sintomas e sinais de doenças?
Os sintomas são a expressão da doença, ou seja, o conjunto das várias alterações fisiológicas e morfológicas que ocorrem durante e após a infecção. Os sintomas variam de doença para doença, sendo os mais comuns:
• Manchas foliares.
• Necrose de tecidos.
• Amarelecimento.
• Clorose.
• Deformação dos órgãos vegetais.
• Redução do crescimento.
• Podridões.
• Murchas.
• Tombamentos de mudas.
• Morte de ponteiros.
     Normalmente, os sintomas de uma doença não são visíveis a olho nu logo de imediato. O período de tempo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas é denominado período de incubação. A extensão desse período depende do patógeno, das condições de ambiente e do estádio de desenvolvimento e da resistência do hospedeiro. Os sinais são as estruturas do patógeno que se formam nas diferentes partes da planta e tornam-se visíveis. Exemplos de sinais mais comuns são os esporos, os micélios, os escleródios e outras estruturas reprodutivas no caso de fungos; pus, no caso de bactérias; e ovos, no caso de nematóides, etc.
     As doenças em plantas resultam da interação entre o patógeno, o hospedeiro e o ambiente.

As doenças só ocorrem quando há um desequilíbrio?
     As doenças de plantas ocorrem na natureza com o objetivo de manter, em parte, o equilíbrio biológico e a ciclagem de nutrientes, sendo benéficas sob esse ponto de vista. Na natureza, em ecossistemas em equilíbrio, observa-se a incidência de doenças, porém estas ocorrem de forma endêmica ou isolada. Não ocorrem epidemias que poderiam destruir as plantas ou provocar prejuízos graves, uma vez que isso colocaria em risco a sobrevivência dos próprios patógenos.
     Nas áreas cultivadas, porém, é freqüente a ocorrência de epidemias, pois a interferência humana altera o equilíbrio da natureza. Uma das condições que favorecem o aumento da população de patógenos e a ocorrência de epidemias é o cultivo de plantas geneticamente homogêneas, no espaço (áreas contínuas) e no tempo (cultivos sucessivos), o que é contrário à diversidade de variedades e espécies que ocorrem na natureza e que são indispensáveis na agricultura orgânica.

Como fazer para restabelecer o equilíbrio e reduzir a incidência de doenças?
     O resgate dos princípios e mecanismos que operam nos sistemas da natureza pode auxiliar na obtenção de sistemas agrícolas mais sustentáveis. Em sistemas de cultivo caracterizados pela mistura de culturas (policulturas, consórcios), por exemplo, as espécies suscetíveis podem ser cultivadas em densidades menores e o espaço entre elas ocupado por plantas resistentes que interessam ao produtor. A densidade menor de plantas suscetíveis e a barreira oferecida pelas plantas resistentes dificultam a disseminação do patógeno, reduzindo a quantidade de inóculo no campo.
     Além do aumento da diversidade no espaço, o aumento da diversidade no tempo, por meio da rotação de culturas, também permite que os processos biológicos auxiliem na proteção de plantas, como ocorre no controle de diversos fitopatógenos veiculados pelo solo.

Quais as vantagens da diversificação de culturas no manejo de doenças no sistema orgânico?
     A diversificação de culturas nas propriedades rurais, além dos benefícios agronômicos e econômicos, traz benefícios sociais, pois estende o período de tratos culturais e aumenta a necessidade de mão-de-obra, sendo esse aspecto parte integrante da sustentabilidade. Entretanto, a indiscriminada diversificação da vegetação dentro de um agroecossistema pode não resultar na redução do risco de ocorrência de pragas e doenças. Os efeitos de combinações planejadas de plantas devem ser estudados criteriosamente ante de sua aplicação em programas de manejo. Em diversas propriedades que adotam o cultivo orgânico de hortaliças, os benefícios da diversidade são suficientes para que as doenças não provoquem limitações na produtividade.

Quais as principais doenças causadas por fungos em hortaliças?
 As principais doenças causadas por fungos em hortaliças estão listadas na Tabela 2.
   
Tabela 2. Principais doenças causadas por fungos em hortaliças.
Doença   
Principais patógenos envolvidos
Principais culturas afetadas
Tombamento
Pythium spp., Phytophthora spp., Rhizoctonia spp., Alternaria spp.
Mudas de hortaliças em geral
Podridão ou murcha de Esclerotinia e Esclerotium
Sclerotinia sclerotiorum, Sclerotium rolfsii, S. cepivorum
Tomate, repolho, alface, cenoura, ervilha, pimentão, feijão-de-vagem, cebola
Murcha
Fusarium oxysporum (várias formas specialis), Verticillium spp.
Tomate, repolho, cebola, berinjela, jiló, feijão-de-vagem, batata
Requeima
Phytophthora spp., Phytophthora spp.
Tomate, batata, pimentão
Míldio
Peronospora spp., Bremia sp., Pseudoperonospora spp.
Repolho, alface, cebola, pepino, ervilha
Antracnose
Colletotrichum spp.
Pimentão, cebola, berinjela, jiló, pepino, feijão-de-vagem
Manchas foliares
Diversos gêneros de fungos (Alternaria, Cercospora, Stemphylium, Septoria, Mycosphaerella, Botrytis Leandria, Ascochyta e outros)
Todas as hortaliças em geral são afetadas por manchas foliares
Oídio
Sphaerotheca sp., Oidium sp., Erysiphe spp.
Pepino e outras cucurbitáceas, ervilha, feijão-de-vagem
Ferrugem
Puccinia spp., Uromyces spp.
Cebola, alho, feijão-de-vagem

Que bactérias provocam doenças em plantas e quais seus sintomas?
     As bactérias que provocam doenças em plantas são denominadas bactérias fitopatogênicas, algumas muito importantes para hortaliças. Elas se disseminam rapidamente e são de difícil controle. Em condições favoráveis, a ocorrência de bacterioses pode inviabilizar a exploração econômica de algumas culturas por longos períodos, como ocorre em solos infestados com Ralstonia solanacearum, causadora da murchadeira-do-tomateiro e da batateira. Os principais gêneros de bactérias causadoras de doenças em hortaliças e os tipos gerais de sintomas que elas provocam estão listados na Tabela 3.

 Tabela 3. Principais gêneros de bactérias e seus sintomas.
Gênero 
Sintomas
Principais plantas afetadas
Clavibacter
Murcha e cancro
Tomate, pimentão
Curtobacterium
Murcha
Feijão-de-vagem, ervilha
Erwinia
Podridão-mole
Cenoura, repolho, hortaliças
Pseudomonas
Murcha
Solanáceas
Ralstonia
Murcha
Solanáceas
Xanthomonas
Mancha foliar
Solanáceas, brássicas, outras

Como ocorre a transmissão de vírus e como é feito o controle das viroses?
     A transmissão por insetos é o meio de disseminação mais comum e mais importante dos vírus de plantas, na natureza. Outros meios de propagação incluem:
• Contato entre plantas, como ocorre com a transmissão do vírus-do-mosaico-do-fumo (TMV) em tomateiro pelo atrito entre folhas de plantas doentes e sadias.
• Solo, diretamente ou por nematóides e fungos.
• Sementes e pólen.
• Propagação vegetativa de plantas, como estaquia, enxertia, tubérculos, bulbos, bulbilhos, estolhos, rizomas, raízes, etc.
As medidas de controle das viroses vegetais fundamentam-se em três estratégias, todas de caráter preventivo:
• Obtenção e utilização de material propagativo livre de vírus.
• Controle antecipado de vírus e de seus vetores pela eliminação de plantas espontâneas que servem de hospedeiros alternativos para certos vírus.
• Redução ou impedimento de introdução do patógeno na cultura e de sua disseminação entre as plantas.

Quais os sintomas das doenças causadas por nematóides?
     Todas as espécies de plantas cultivadas estão sujeitas ao ataque de alguma espécie de nematóide. Entretanto, sua presença é às vezes pouco notada pelos agricultores por causa de seu tamanho reduzido e da dificuldade em identificar alguns dos sintomas causados por nematóides nas plantas atacadas, que podem ser confundidos com os de deficiência mineral ou de outras doenças. Quando penetram e se movimentam nos tecidos das plantas e deles se alimentam, os nematóides causam danos mecânicos e retiram nutrientes da planta para seu próprio sustento, depauperando-a. O ataque de nematóides também pode tornar as plantas mais suscetíveis ao ataque de outros patógenos, como fungos e bactérias.

A “pipoca” das raízes de hortaliças é causada por nematóides?
     Sim, a “pipoca” é causada por Meloidogyne, o principal gênero de fitonematóide de importância para hortaliças, também conhecido como o nematóide-das-galhas. As galhas são en- 255 256 167 grossamentos, de diâmetros variáveis, quase sempre observados nas raízes infestadas pelo nematóide. Galhas formadas em tubérculos, como em batata, são popularmente chamadas de “pipocas”.
     Outros sintomas associados ao ataque de Meloidogyne nas raízes são:
 • Redução do volume de raízes.
• Rachaduras.
• Raízes digitadas (comum em cenouras, por exemplo).
     Na parte aérea, podem ser observados sintomas como:
• Amarelecimento (geralmente em reboleiras).
• Sintomas de deficiência mineral.
• Murchas. • Desfolhamento.
• Diminuição da produção.

Que medidas devem ser tomadas antes do plantio para evitar a ocorrência de doenças?
     O controle de uma doença deve ser entendido como uma série de medidas que começa com a decisão de implantar a cultura. Assim, o controle deve ser visto como um conjunto de ações integradas para evitar a ocorrência da doença e de perdas. De modo geral, recomenda-se:
• Plantar variedades ou cultivares resistentes às principais doenças que ocorrem na região e no período de cultivo.
• Adquirir sementes e mudas de boa qualidade, uma vez que diversos patógenos são transmitidos pelas sementes e mudas.
• Fazer o cultivo diversificado de hortaliças, para aumentar a diversidade de espécies na área.
• Adubar com material orgânico de origem conhecida e preferencialmente compostado adequadamente.

Que cuidados são importantes, durante o cultivo, para evitar a ocorrência de doenças ou reduzir seu efeito?
 Durante o cultivo, deve-se adotar um conjunto de medidas preventivas:
• Se a cultura exigir desbrota, evitar fazê-la em dias chuvosos ou logo após a irrigação. • Utilizar ferramentas devidamente desinfestadas.
• Evitar ferimentos nas plantas e frutos durante os tratos culturais.
• Manter quantidade adequada de plantas espontâneas.
• Manejar adequadamente a irrigação de modo a evitar encharcamento ou falta de água e utilizar água de boa qualidade.
• Avaliar com freqüência a plantação para verificar eventuais problemas com doenças e, encontrando focos, retirar o material doente e enterrá-lo.
• Fazer o controle de pragas e doenças com os produtos recomendados, como os extratos de plantas, agentes de controle biológico e outros.

Como é feito o diagnóstico de doenças?
     O diagnóstico da doença ou a identificação de sua causa é a etapa fundamental para a implementação de medidas de controle. Dependendo da doença, o diagnóstico pode ser feito no campo por extensionista experiente ou agrônomo especializado na cultura. Um dos modos mais simples de se fazer um diagnóstico preliminar é comparar os sintomas com fotografias ou descrições de publicações. Outros fatores, como deficiência ou toxidez nutricional, características genéticas da planta, ação de insetos, excesso ou falta de água ou mudanças climáticas, podem causar sintomas parecidos com os das doenças.
     Em caso de dúvidas, o melhor é enviar o material a um laboratório de fitopatologia de universidades ou de instituições de pesquisa. É necessário entrar em contato diretamente com cada instituição para saber se o laboratório executa diagnóstico de determinada cultura ou de agente causal e também para conhecer os critérios de encaminhamento de material.

É verdade que as hortaliças cultivadas no sistema orgânico são mais resistentes às doenças do que as cultivadas no sistema convencional?
     Há ainda muitas questões a serem respondidas sobre o desenvolvimento de doenças na agricultura orgânica. Os trabalhos de pesquisa que comparam a severidade de doenças de plantas em sistemas orgânicos e convencionais informam que as doenças radiculares são menos severas nos cultivos orgânicos, ao passo que as doenças foliares podem ser mais ou menos severas ou similares, dependendo da reação do patógeno, do estado nutricional das plantas (principalmente o teor de nitrogênio) e das condições climáticas.
      Geralmente, há mais dificuldade de controle de doenças foliares do que das radiculares por meio de métodos biológicos e culturais, especialmente em regiões de clima favorável às doenças. Outro aspecto importante é a diversidade biológica utilizada no cultivo orgânico de hortaliças, que reduz a chance de ocorrer uma epidemia, pois as plantas das diferentes espécies formam uma barreira biológica. Isso não significa que as plantas sejam mais resistentes, mas que existem condições adversas à ocorrência de doenças.

Qual a relação da trofobiose com a prevenção de doenças?
     De acordo com a teoria da trofobiose (trofo: alimento; biose: existência de vida), uma planta torna-se vulnerável ao ataque de uma praga ou patógeno quando há desequilíbrio metabólico que resulta em excesso de “alimento solúvel” disponível para esses organismos nocivos. Esses alimentos podem ser encontrados na forma de aminoácidos, açúcares e minerais não incorporados em macromoléculas insolúveis (proteínas, amido, etc.).
     As causas do desequilíbrio podem ser problemas nutricionais (especialmente excesso de macronutrientes) ou intoxicação em conseqüência do uso intensivo e exagerado de agrotóxicos e de outros agroquímicos. No caso da horticultura orgânica, em que não se usam agrotóxicos, o aspecto nutricional deve ser destacado. Uma nutrição adequada e balanceada, adequada às particularidades da cultura, da cultivar e da fase de desenvolvimento da planta, ajuda a aumentar a resistência das plantas às doenças. É importante salientar que a nutrição deve ser considerada como umas das variáveis que favorecem a sanidade das culturas, dentro do contexto do manejo orgânico pleno, que inclui a escolha da cultura e de cultivares adequadas ao local de plantio, a época correta de semeadura/plantio, espaçamento correto, condução adequada (irrigação, adubação, limpeza, desbrota, etc.), preparo adequado do solo, adubação verde, rotação de culturas, uso de quebra-ventos e cercas vivas, etc.

O que são defensivos alternativos?
     Um dos principais problemas da agricultura orgânica refere-se ao manejo de doenças, pragas e plantas espontâneas. Antes das facilidades para aquisição de agrotóxicos para o controle dos problemas fitossanitários, os agricultores preparavam e utilizavam produtos obtidos a partir de materiais disponíveis nas proximidades de suas propriedades. Com a popularização do uso de agrotóxicos, aqueles produtos foram quase que totalmente abandonados e, hoje, muitos deles são chamados de alternativos. O termo mais adequado é “defensivo biocompatível”, mas é pouco usado no Brasil, sendo preferível o termo “produtos ou defensivos alternativos”, por serem alternativos aos agrotóxicos (fungicidas, inseticidas, acaricidas e herbicidas). Assim, a expressão “defensivos alternativos” relaciona-se a um grupo de produtos utilizados na proteção de plantas em substituição aos agrotóxicos. Nesse grupo de produtos estão incluídos:
 • Agentes de controle biológico.
• Extratos de plantas.
• Biofertilizantes.
• Conservadores de alimentos.
• Alimentos.
• Sais.
• Extratos de algas.
• Óleos. • Extratos de matéria orgânica.
• Extratos de fungos.
• Caldas.

Como agem os defensivos alternativos?
     Como nos defensivos alternativos estão incluídos diferentes produtos, praticamente todos os modos de ação conhecidos de interferência em microrganismos patogênicos para as plantas fazem parte do modo de ação desses produtos. Os modos de ação dos agentes de controle biológico de doenças são:
• Parasitismo.
• Competição.
• Antibiose.
• Predação.
• Hipovirulência.
• Indução de resistência do hospedeiro.
     Alguns extratos de plantas, fungos e de matéria orgânica agem por indução de resistência do hospedeiro, outros por inibição do crescimento e da reprodução dos fitopatógenos. A ação de alguns desses produtos alternativos é semelhante à dos agrotóxicos. Entretanto, uma característica comum dos defensivos alternativos é sua baixa toxicidade para o homem, os animais e o ambiente.

O que é calda borladesa?
     A calda bordalesa é o resultado de uma mistura de sulfato de cobre, cal hidratada ou cal virgem e água. O primeiro a observar sua eficiência no controle de doenças foi P. M. Millardet, em 1882, em Bordeaux, na França (por isso calda bordalesa). A calda bordalesa é utilizada para tratamento preventivo contra doenças causadas por fungos e também para proteção contra infecção por bactérias. Além de controlar diversas doenças, a calda fornece cobre, cálcio e enxofre para as plantas. A calda bordalesa pode ser preparada na propriedade ou adquirida no mercado, e seu custo de produção é baixo em relação aos demais fungicidas.
     A calda bordalesa original apresentava as seguintes proporções: 3 partes de sulfato de cobre, 1 parte de óxido de cálcio e 100 partes de água. Atualmente, entretanto, essas proporções dependem de cada grupo de cultura. Por exemplo, para hortaliças em geral, utilizam-se de 300 g a 1 kg de sulfato de cobre, de 300 g a 1 kg de cal virgem em 100 L de água. Para as cucurbitáceas, mais sensíveis, utilizam-se o máximo de 300 g a 500 g de sulfato de cobre, de 300 g a 500 g de cal virgem em 100 L de água. A pureza dos materiais e o estádio de desenvolvimento das plantas são aspectos importantes a serem considerados: para plantas jovens ou em florescimento, utilizam-se dosagens menores.

Qual o modo de preparo da calda bordalesa?
     O modo de preparo da calda bordalesa é o seguinte: coloca-se o sulfato de cobre em um saquinho de pano, que é mergulhado em 18 L de água, em vasilhame de plástico, de cimento amianto 264 265 173 ou de madeira, por 3 ou 4 horas, até que o sulfato dissolva. A cal virgem deve ser misturada em 2 L ou 5 L de água, de preferência na véspera, e despejada na solução de sulfato de cobre, misturando muito bem. Antes de usar a calda bordalesa, é preciso verificar sua acidez. Para isso, mergulha-se uma lâmina de ferro (pode ser uma faca) no preparado durante 3 minutos e verifica-se seu escurecimento. Se a lâmina escurecer, a calda não pode ser aplicada, devendo-se acrescentar um pouco mais de cal virgem, repetindo-se o teste até que a lâmina não fique escura.
     Se alguém desejar maior precisão, basta utilizar papel ou o pHmetro, para medir o pH, que deve ficar em torno de 7 (neutro) ou ligeiramente alcalino. Recomenda-se tomar cuidado e utilizar os equipamentos de proteção individual recomendados para o manuseio de agrotóxicos.
     A calda bordalesa não pode ser armazenada por mais de 3 dias e não deve ser misturada a outros produtos utilizados em agricultura orgânica. Devem ser observados o período de carência e os intervalos de aplicação tanto da calda bordalesa quanto de outras, como sulfocálcica.
     Como o preparo da calda bordalesa requer cuidados especiais, quem dispuser de facilidades pode adquiri-la em estabelecimentos comerciais especializados. Diversas certificadoras orgânicas estabelecem limites de quantidade de cobre que pode ser aplicado na cultura.

O que é calda sulfocálcica e como é preparada?
     O poder do enxofre sobre as doenças já era conhecido na época dos gregos e romanos. Entretanto, o enxofre foi redescoberto para uso na agricultura por volta de 1800, quando se fez a primeira mistura com cal e água. A calda sulfocálcica é obtida da mistura de enxofre e cal virgem ou hidratada e apresenta ação fungicida, acaricida e inseticida.
 Ingredientes e modo de preparo: 2 kg de enxofre em pó, pecuário ou ventilado, 1 kg de cal virgem e 10 L de água. Em uma 266 174 lata de 20 L colocam-se aos poucos 10 L de água na cal virgem. Essa suspensão de cal deve ser levada ao fogo e, no início da fervura, coloca-se o enxofre e mistura-se durante 1 hora, mantendo a fervura. Deve-se acrescentar água quente para manter o volume da suspensão que, ao final de 1 hora de fervura, estará grossa. Depois que esfriar, a calda deve ser coada em pano dobrado, antes de ser utilizada. A calda pode ser armazenada por 60 dias em recipientes de plástico ou de vidro, tampados e completamente cheios.
     A calda sulfocálcica é altamente alcalina e corrosiva, danificando recipientes de metal, roupas e a pele. Por essa razão, é preciso usar os equipamentos de proteção individual e lavar muito bem os recipientes e as mãos com solução de uma parte de vinagre ou limão para 10 L de água, depois da utilização. Deve-se tomar muito cuidado com os olhos.
     A calda sulfocálcica não deve ser usada em cucurbitáceas (abóbora, abobrinha, melão, melancia e pepino). Dependendo das facilidades, a calda pode ser adquirida em estabelecimentos comerciais especializados.

É preciso tomar algum cuidado especial com os equipamentos de pulverização após a aplicação das caldas?
     Sim. Depois da aplicação das caldas, é preciso pulverizar o trator com óleo de mamona ou com uma mistura de graxa e óleo lubrificante e lavar com sabão ou detergente. Pode-se também pulverizar o trator com uma mistura de óleo diesel e óleo lubrificante e lavar com jato de água. As peças do equipamento devem ser lavadas com solução de vinagre ou suco de limão ou ácido cítrico a 20 %.

O leite pode ser utilizado no controle de doenças de plantas?
     Sim. Embora seja recomendado exclusivamente para o controle do oídio, que se caracteriza por um crescimento branco do fungo na superfície das plantas, o leite deve ser utilizado preventivamente para pulverizar todas as plantas. Recomenda-se fazer a aplicação preferencialmente nos horários de temperaturas mais amenas, isto é, no início ou no final do dia. Embora o leite não exija o uso de espalhante adesivo, os resultados são melhores quando se mistura um espalhante na calda de aplicação. A pulverização semanal de leite cru de vaca, nas concentrações de 5 % e 10 %, auxilia no controle do oídio de diversas culturas.

A urina de vaca pode ser usada no controle de doenças de plantas?
     A urina tem sido recomendada tanto para a nutrição de plantas como para o controle de doenças causadas por fungos nos cultivos de frutas, hortaliças e de plantas ornamentais. Após a coleta, a urina deve descansar por 3 dias em frasco fechado, antes de ser diluída em água imediatamente antes do uso. As dosagens variam de 1 % a 2,5 %.
     Em culturas como o quiabo, jiló e berinjela, recomenda-se uma aplicação a 1 % a cada 15 dias. Como a urina de vaca tem índice salino elevado, sua aplicação em altas concentrações pode causar fitotoxicidade à planta. Os efeitos da urina de vaca são atribuídos a sua composição que contém nutrientes, compostos antimicrobianos e substâncias indutoras de resistência. A urina de vaca é rica em potássio, cloro, enxofre, nitrogênio, sódio, fenóis, ácido indolacético e priocatecol.
     Apesar dos efeitos benéficos obtidos, certos cuidados devem ser tomados com o aspecto sanitário dos animais antes de usar a urina a fim de não contaminar as pessoas com microrganismos patogênicos. Como ainda não há nenhum estudo nessa área, recomenda-se que seu uso seja restrito, evitando usar a urina de vaca em hortaliças de consumo in natura, como morangos, alface e outras folhosas.

O que é controle biológico de doenças de hortaliças?
     A maneira tradicional de conceituar controle biológico de doenças de plantas é considerá-lo como o controle de um microrganismo por meio de outro microrganismo. Entretanto, existem conceitos mais abrangentes, como sendo a redução da soma de inóculo ou das atividades determinantes da doença, provocada por um patógeno, realizada por um ou mais organismos que não o homem. Nessa visão, o controle biológico pode ser acompanhado de práticas culturais para criar ambiente favorável aos antagonistas e à resistência da planta hospedeira ou, do melhoramento da planta para aumentar sua resistência ao patógeno ou adequar o hospedeiro às atividades dos antagonistas. O controle biológico inclui, ainda, a introdução em massa de antagonistas, de linhagens não patogênicas ou outros organismos e agentes benéficos. O controle biológico é mais popular no manejo de insetos-praga.

Já existe controle biológico de doenças de hortaliças em uso no Brasil?
     No âmbito do conceito mais amplo, pode-se dizer que o controle biológico de doenças é amplamente utilizado na produção de hortaliças, no Brasil. Considerando-se, porém, controle biológico como envolvendo, obrigatoriamente, um antagonista, sua utilização é mais limitada, pois existe no mercado brasileiro apenas um agente de controle biológico de doenças devidamente registrado nos Ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e da Saúde. Apesar disso, no mercado são encontrados antagonistas comercializados para o controle de doenças à base dos fungos Trichoderma e Clonostachys.

Como preparar extratos de plantas para o controle de doenças de plantas?
     São diversos os extratos de plantas recomendados para uso em agricultura orgânica, como os extratos de alho, cavalinha, cebola, pimenta vermelha, pimenta-do-reino, eucalipto, fumo, ‘Santa Bárbara‘ ou cinamomo do sul, Tagetes ou cravo-de-defunto, mamoeiro, menta, nim, primavera e Reynoutria sachalinensis. Esses produtos, de modo geral, são preparados na propriedade, mas alguns são comercializados. Como são muitas as formas de preparação dos extratos, sugere-se que se consulte o livro Práticas Alternativas de Controle de Pragas e Doenças na Agricultura5 , em que estão relatadas 90 receitas.


5ABREU JUNIOR, H. de (Org.). Práticas Alternativas de Controle de Pragas e Doenças na Agricultura. Campinas, SP: Emopi, 1998. 115 p.

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