Principais
benefícios do uso de cobertura do solo
•
Promover a formação de cobertura vegetal, impedindo o impacto direto das gotas
de chuva no solo e quebrando a energia cinética da chuva e, com isso,
diminuindo a erosão do solo especialmente em terrenos com maior declividade e,
em consequência, protegendo as fontes de água de assoreamento e contaminações e,
o mais importante, diminuindo os riscos de enchentes e enxurradas;
•
Manutenção da umidade do solo, diminuindo as perdas por evaporação. Pode
ocorrer uma redução de até 20% na necessidade de irrigação;
•
Aumentar a infiltração de água no solo, diminuindo o escorrimento superficial;
• Buscar
uma melhor estruturação do solo (melhor agregação, maior aeração), favorecendo
os cultivos posteriores;
•
Implementar a reciclagem de nutrientes no solo. Através das espécies com
sistema radicular mais profundos é possível reaproveitar os nutrientes já
perdidos, para serem aproveitados pelos cultivos;
•
Melhorar o manejo de plantas espontâneas (“mato” ou “inços”), cultivando
plantas de cobertura com alto grau de competitividade e com isso, economizar
capinas. Algumas espécies de adubos
verdes (ex.: aveia preta e feijão de porco) ainda tem efeito alelopático sobre
as plantas espontâneas (papuã e tiririca ou junça), inibindo-as;
•
Aumentar o teor de matéria orgânica do solo, melhorando características
físicas, químicas e biológicas do solo. É a matéria orgânica que dá a cor
escura aos solos e que garante que ele se mantenha “vivo”. A matéria orgânica
atua tanto na fertilidade do solo quanto em seu condicionamento físico,
tornando os solos argilosos mais “leves” e soltos e, tornando os arenosos com
maior retenção de umidade;
. Aumentar a biodiversidade e, com isso, maior
equilíbrio ecológico das espécies e, em consequência, menor surgimento de
pragas e doenças. A agricultura convencional ao priorizar a monocultura, o uso frequente
de agrotóxicos e a remoção da vegetação nativa, reduz a diversidade de espécies
causando o desequilíbrio do meio ambiente favorecendo o desenvolvimento de
pragas e desfavorecendo os inimigos naturais destas pragas. A cobertura
vegetal, além de evitar a erosão do solo, pode servir de abrigo, alimento e
local de reprodução;
. Tanto a cobertura morta como a cobertura viva
facilita e favorece o plantio direto e cultivo mínimo dos cultivos. O
revolvimento excessivo do solo provoca a destruição dos agregados do solo,
acelerando a decomposição e a perda da matéria orgânica e, além disso, pode
levar ao endurecimento da camada superior do solo, que fica então compactada e
difícil de trabalhar;
. Regulação térmica do solo, observando-se
amenização da temperatura nas horas mais quentes do dia com redução de até 10oC
na palhada de superfície do solo, em relação ao solo desprotegido, e retenção
do calor residual nas horas mais frias do dia.
Tipos e características das coberturas do solo
Existem inúmeros
tipos de coberturas do solo, sendo que
cada um possui características específicas. Quando decidir pelo uso de
cobertura morta, deve-se sempre procurar aquele tipo que tem maior
disponibilidade na propriedade ou em propriedades vizinhas. Por exemplo, em regiões de grandes plantios de milho,
feijão e arroz irrigado, deve-se dar preferência para as palhas destes cultivos.
O cultivo de plantas de cobertura (adubos verdes) e o seu corte no próprio local
é uma maneira de respeitar o princípio da sustentabilidade preconizado pelos
sistemas orgânicos de produção, reduzindo a importação de insumos. A busca de
palhada em outro local garante a cobertura do solo, mas não o efeito de
estruturação do solo promovido pela “aração biológica”, que consiste na
decomposição do sistema radicular das culturas precedentes, tornando o solo
leve, poroso, além de aumentar seu teor de matéria orgânica. A vegetação
espontânea (algumas gramíneas no verão e algumas folhas largas no inverno)
também pode ser aproveitada como cobertura do solo, “viva” ou morta, caso seja
roçada.
Cobertura
morta
Essa prática consiste na colocação de
capim ou palha seca (5 a 10cm) e outros materiais como bagaço de cana, nas
entrelinhas das hortaliças cultivadas em espaçamentos maiores. A cobertura
morta mantém a superfície do solo sem a formação de crosta (superfície
endurecida), evita a evaporação da água da chuva ou da irrigação, reduz a
erosão em solos inclinados, diminui a temperatura do solo no verão e,
principalmente, economiza capinas devido à menor incidência de plantas
espontâneas e também reduz a necessidade de fazer escarificações. Além de proteger as plantas das adversidades do
clima (chuvas torrenciais, temperaturas elevadas e frio), desfavorece o
aparecimento de pragas e doenças; a cobertura do solo ao reduzir o contraste
entre a cor verde da planta e a cor do solo (palha seca, casca de arroz e
serragem) diminui a incidência de pulgões.
Trabalhos de pesquisa evidenciam que, dependendo da cobertura morta, é
possível reduzir a temperatura do solo em até 10ºC, quando comparado ao solo
descoberto. Resíduos vegetais em decomposição não devem ser aplicados, pois a
sua fermentação é prejudicial às plantas cultivadas.
Figura 1. Cobertura morta com casca de arroz no cultivo orgânico
de morango na Epagri/Estação Experimental de Urussanga, SC.
Figura 2. Cultivo orgânico de repolho em cobertura de palha de
milho na Epagri/Estação Experimental de Urussanga,SC
Figura 3. Cultivo orgânico de couve-flor sobre cobertura de palha
de arroz na Epagri/Estação Experimental de Urussanga,SC
Cobertura viva
O cultivo mínimo é a mínima manipulação do
solo necessária para a semeadura ou plantio de mudas. O plantio direto é um método que não revolve o solo. A camada de
cobertura vegetal é mantida e se faz apenas a abertura de um pequeno sulco ou
cova onde é colocada a semente ou a muda. Neste
sistema, basta fazer uma roçada com foice ou roçadeira manual (áreas
menores) ou trator com roçadeira (áreas maiores); após deve-se abrir as covas
ou sulcos, mantendo-se a linha de plantio no limpo e roçando, sempre que
necessário, nas entrelinhas. No cultivo convencional, o plantio direto e
cultivo mínimo são usados, mas sempre com herbicidas, visando dessecar o adubo
verde ou as plantas espontâneas (“mato”), para permitir o plantio direto ou
cultivo mínimo das sementes ou mudas. Muitos
acreditam que o plantio direto e o cultivo mínimo só é possível com o uso de
herbicidas, o que não é verdade. Vale lembrar que o uso de herbicidas nos
perímetros urbanos é proibido em Santa Catarina. Na agricultura orgânica, as plantas
espontâneas e de cobertura (adubos verdes) não são considerados problemas e,
sim a solução, quando se deseja fazer o plantio direto ou cultivo mínimo das
hortaliças.
A competição por água e nutrientes exercida pelas plantas espontâneas e adubos
verdes junto aos cultivos é uma preocupação para o hemisfério norte, onde a
estação de crescimento é fria, única e curta. Nas condições tropicais e
subtropicais que predomina no Brasil, esta competição é menos problemática do
que a falta de cobertura do solo; as plantas espontâneas e os adubos verdes
ajudam a cobrir o solo, reduzindo a erosão e o aquecimento superficial, nossos
principais problemas. Ao reduzir a
erosão e o aquecimento superficial, contribuem para melhorar a disponibilidade
de água e a absorção de nutrientes pelas raízes. As plantas espontâneas e os
adubos verdes, além de aumentar a densidade e a diversidade de raízes,
contribuem para a reciclagem de nutrientes e para melhorar a vida do solo. São
fontes de biomassa, produzem flores que atraem insetos predadores e, ainda
podem servir de alimento preferencial para as pragas das culturas.
Figura 4. Cultivo
mínimo de repolho sobre adubos verdes
Plantas
de cobertura do solo e adubação verde: Até
pouco tempo atrás, a adubação verde, embora reconhecida como importante prática
agrícola, não era feita nas pequenas propriedades devido ao tempo e área que
ocupava, impedindo os cultivos comerciais que davam o retorno financeiro. Nesta
época se pensava que as espécies semeadas, ao atingir o desenvolvimento máximo,
teriam como única opção serem roçadas e
incorporadas ao solo. Atualmente, este conceito evoluiu e os adubos verdes tem
sido utilizados como cobertura morta ou viva até consorciados com as culturas,
possibilitando o plantio direto e o cultivo mínimo dos cultivos e ainda a
proteção do solo e diminuição das plantas espontâneas (“mato”) através da
alelopatia (substâncias químicas liberadas pelas plantas que influenciam o
desenvolvimento de outras plantas). Também
no outono/inverno, embora com menor frequência, podem ocorrer fortes chuvas que
provocam erosão do solo e, também o surgimento de plantas espontâneas (“mato”)
de inverno, daí a importância da
cobertura do solo com adubos verdes. São importantes na conservação do solo, no
suprimento de nutrientes e,
principalmente, no manejo de plantas espontâneas (“mato”). Estas plantas são a
garantia de continuidade da vida, pois o solo estará suprido de alimentos
(matéria orgânica e outros nutrientes, além do ar e da água) para que os
bilhões de seres vivos possam interagir para melhorar a estrutura do solo,
disponibilizando nutrientes essenciais para os cultivos. A adubação verde consiste
no cultivo de algumas espécies de plantas que, ao serem incorporadas ou
derrubadas no solo, fornecem matéria orgânica, servindo ainda como cobertura do
solo, evitando a erosão. Além disso, podem fornecer nitrogênio, funcionam como
subsoladores naturais do solo, permitindo a entrada de ar e de água de maneira
adequada no solo, pois suas raízes ao
atingir diferentes profundidades, ainda reciclam nutrientes, trazendo-os até à
superfície. As plantas da família botânica das
leguminosas, são consideradas ótimas para adubação verde por serem ricas em
nitrogênio e possuírem raízes ramificadas e profundas. A mucuna
cultivada isoladamente ou em consorciação com milho-verde é um ótimo exemplo de
adubação verde e de cobertura do solo.
Os
principais benefícios da adubação verde para o solo são: proteção contra a erosão e lavagem de
nutrientes do solo pelas chuvas; maior infiltração e retenção de água; aumento
da matéria orgânica e melhoria do solo
no aspecto físico – redução do impacto das gotas de
chuva, diminuindo a erosão e compactação do solo, maior infiltração e retenção
de água em 10 vezes mais e, ainda menor variação da temperatura no solo; químico - aumento do teor de húmus
no solo, enriquecimento variado de nutrientes (poupança verde) e maior
disponibilidade e reciclagem de nutrientes e, biológico
- aumento da atividade de
microorganismos benéficos (vida do solo). Além disso, reduz a evaporação de água e as
oscilações de temperaturas das camadas superficiais do solo; a grande produção
de raízes profundas e ramificadas rompe camadas compactadas, promove a aeração
beneficiando a vida do solo e, mobiliza e recicla nutrientes das camadas mais
profundas do solo; reduz as plantas espontâneas (“matos”), devido o crescimento
rápido e agressivo. As plantas de cobertura afetam diretamente
a germinação das sementes e o crescimento das plantas espontâneas, podendo,
quando a cobertura do solo estiver acima de 90%, reduzir o número de plantas
espontâneas em até 75%.;
a adubação verde torna disponível vários
nutrientes, reduz a acidez do solo e as pragas e doenças quando em rotação e,
em consorciação e, ainda serve de abrigo para os inimigos naturais das pragas.
Rotação
e consorciação de culturas: o consórcio de adubos verdes (aveia - 60
kg/ha; ervilhaca -18 kg/ha e nabo
forrageiro – 4 kg/ha) é também uma ótima opção para melhorar a cobertura do
solo no outono e inverno, auxiliar no manejo de plantas espontâneas e melhorar
a fertilidade (fornecendo nitrogênio e reciclando nutrientes) e a
descompactação do solo. A rotação de culturas com milho-verde (gramínea)
consorciado com mucuna (leguminosa), na primavera e verão, reduz doenças e
pragas, inibe a presença de plantas
espontâneas (ex.: tiririca, picão preto e branco, capim carrapicho e capim
paulista), protege o solo contra a erosão, melhora a fertilidade do solo e,
ainda recicla nutrientes devido ao sistema radicular profundo da mucuna; O uso de leguminosas consorciadas com os
cultivos também contribuem para aumentar a biodiversidade e favorecer a
reprodução e manutenção de inimigos naturais de insetos pragas dos cultivos
comerciais, contribuindo para o equilíbrio ecológico, fundamental para a
produção sustentável de alimentos.
Figura 5. Rotação e consorciação de milho-verde e mucuna na
Epagri/Estação Experimental de Urussanga, SC
O uso dos adubos verdes pode ser feito
tanto em áreas em que se fez o preparo do solo como em áreas cobertas por
palhadas ou restos culturais. A forma de manejo depende da finalidade da
adubação verde.
Incorporados
ao solo: esta é a forma antiga de manejo dos adubos
verdes, quando o objetivo principal é o fornecimento de nutrientes para a
cultura seguinte, devido a decomposição rápida.
Mantidos
na superfície do solo:
esta é a forma moderna de manejo de adubos verdes, visando-se a proteção do
solo contra erosão e plantas espontâneas (decomposição lenta), a produção de palhada (cobertura morta ou viva)
para o plantio direto ou cultivo mínimo, a reciclagem de nutrientes, o aumento
da infiltração e retenção de água no solo e, favorecimento da população de
organismos benéficos e inimigos naturais dos insetos-pragas.
Acamamento: é a prática mais recomendada para
realização de plantio direto e cultivo mínimo de hortaliças ou grãos e também
nos pomares. O acamamento pode ser feito com equipamentos simples como o
rolo-faca e outros.
Roçada: Esta prática é usada quando não se
consegue fazer o acamamento ou então quando os adubos verdes em consorciação
estão competindo especialmente por luz. Quando é preciso fazer canteiros e a
produção de massa verde é muito grande deve-se roçar para ficar mais fácil para
incorporar a adubação verde. Para cultivo de cenoura, por exemplo, deve-se
incorporar a adubação verde superficial (10 a 15 cm de profundidade) com
antecedência de 3 semanas antes da semeadura ou transplante (outras hortaliças)
para dar tempo para a decomposição do material. Quando for feito o preparo do
solo é muito importante tomar cuidado com o uso de enxadas rotativas,
especialmente microtratores, pois movimenta excessivamente o solo,
desestruturando-o e compactando-o. Por isso, sempre que possível deve-se dar
preferência para o plantio direto e cultivo mínimo, tanto para culturas anuais
como perenes.
Na agricultura orgânica o “mato” é considerado “amigo” das plantas cultivadas
porque cobre o solo, protegendo-o
contra a erosão, chuvas fortes e estiagens, pode servir como adubação verde e
até como abrigo e alimento de inimigos naturais dos insetos-pragas que atacam
as culturas
As plantas
espontâneas também podem servir de cobertura do solo, por isso, não devem ser
totalmente eliminadas:
ocorre um mecanismo de sucessão natural de espécies numa determinada
área e, por isso, a intervenção deverá ser no sentido de auxiliar a natureza
para que este processo ocorra ao longo do tempo, para que a população de
plantas espontâneas mais “agressivas” seja reduzida a níveis toleráveis,
cedendo espaço para as mais “comportadas” e de mais fácil manejo. O crescimento
das plantas espontâneas ao redor dos cultivos ou o estabelecimento de áreas ou
faixas de vegetação espontâneas fora da área cultivada tem a vantagem de
assegurar maior estabilidade do sistema produtivo, reduzindo os problemas com
pragas e doenças e aumentando a atividade de inimigos naturais das pragas;
Roçada das
plantas espontâneas: estas plantas podem conviver com os cultivos
após o período crítico de competição, especialmente por luz, nos 30 dias após o
plantio. Dependendo da espécie cultivada, é possível permitir o crescimento das
plantas espontâneas, as quais podem dificultar um pouco a colheita, porém ,
isto pode ser mais preferível do que controlá-las. Em certos casos, amassar as
plantas espontâneas pode ser mais vantajoso do que roçar e roçar mais vantajoso
do que capinar. Plantas espontâneas mais persistentes podem ter sua população
controlada a níveis toleráveis se permitirmos que outras de ciclo mais longo as
abafem.
Outros tipos de coberturas
O descarte de materiais
oriundos de cultivos, indústrias ,serrarias ou outras têm assim uma
aplicação para o material que ficaria em pilhas ocupando espaço e tornando-se
ameaça de incêndios.
Capins e
restos de cultivos: diversos tipos de capins, além
de servir para alimentação dos animais, também podem serem aproveitados para
servir de cobertura morta, como por exemplo, o capim elefante que possui
crescimento rápido e com boa produção
de massa verde. Os restos dos cultivos
sempre devem ser aproveitados ou na compostagem ou como cobertura morta. Quando as plantas de lavoura são colhidas no campo
as máquinas ou os trabalhadores deixam as partes da planta que não necessitam
no solo. É um tipo de prática conservacionista, pois além de agregar o material
orgânico que decomposto se tornará terra, seus nutrientes ficarão acessíveis
para as próximas plantas de cultivo.
Bagaço de cana-de-açúcar e outros: Em regiões de cultivo de cana-de-açúcar
visando a indústria do açúcar e álcool, há grande disponibilidade de bagaço que
pode ser aproveitado na compostagem e também como cobertura morta. Também as
indústrias de coco e outras proporcionam grande quantidade de resíduos que
podem serem aproveitados como cobertura do solo.
Serragem: Por serragem entendemos o pó fino descartado pelas
serrarias no processo de corte dos troncos. Tem consistência fina. Também
necessita de sofrer decomposição e irá demorar mais tempo, pois a lignina do
tronco é mais resistente aos microorganismos. Seu uso ao redor de plantas pode
ocasionar a perda de nutrientes das plantas para os microorganismos, pois estes
necessitam de nitrogênio para os processos de compostagem.
Aparas de gramados: Nos jardins
das casas, especialmente na cidade, são grandes as quantidades de aparas de
gramados que podem serem aproveitados, depois de um certo tempo, como cobertura
do solo nas hortas das casas. É um material orgânico e, portanto irá sofrer a
ação dos microorganismos na decomposição. O processo é o mesmo explicado
na compostagem quando ocorre a elevação da temperatura pelos processos de
decomposição. As plantas ao redor podem sofrer com isto. Ao recolher as aparas de grama deixar numa
pilha em local destinado a isto. Somente usar depois de bem decompostas. Também
pode ocorrer que gramados inçados forneçam sementes de inços, ocasionando uma
infestação grande no local onde colocamos a cobertura. Deixando um tempo ao ar
livre estas sementes germinarão e o inço poderá ser retirado.