quarta-feira, 17 de abril de 2013





     A batata-salsa (Arracacia xanthorrhiza Bancroft) é uma planta tipicamente sul-americana, sendo o centro de origem, a região andina da Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.. A chegada de mudas trazidas da Colômbia para a Sociedade de Agricultura localizada no Rio de Janeiro em 1907, é uma das explicações mais aceitas sobre a introdução no Brasil. O seu cultivo espalhou-se pelos estados do Centro-Sul do Brasil, sendo que em cada região recebeu uma denominação distinta, como batata-salsa (Paraná e Santa Catarina), mandioquinha-salsa (São Paulo e Sul de Minas Gerais), batata-baroa (Rio de Janeiro e Zona da Mata de Minas Gerais), batata-fiuza, batata-aipo, cenoura-amarela, entre outras. As áreas de altitude elevada e clima mais ameno de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo concentram a maior parte da produção. 

     A batata-salsa pertence à família botânica das Apiaceae (antiga Umbelliferae), a mesma da cenoura, a salsa, o coentro, o aipo, o funcho, entre outras. É planta perene que raramente atinge a fase reprodutiva, pois a colheita é realizada antes do florescimento, no final do estádio vegetativo. O caule, cilíndrico e rugoso, compõe-se de uma cepa, comumente chamada de pescoço, de cuja parte superior saem ramificações curtas denominadas rebentos, filhotes ou propágulos, em número de 10 a 50, conforme a variedade e as condições ambientais, de onde nascem as folhas. Esse conjunto é chamado comumente de coroa, touça ou touceira. Da parte inferior da cepa saem as raízes tuberosas, que constituem a parte comercializável. Podem ser alongadas, cilíndricas ou cônicas, com coloração variando de branco a amarelo-intenso ou púrpura-escuro, conforme o clone. Têm película brilhante e tamanho variando até 25 cm. São produzidas em número de seis ou mais por planta. O mercado brasileiro, porém, apresenta preferência por raízes de formato cônico alongado e de coloração amarela intensa (Figura 1)



Figura 1. Hortaliça-raiz: batata-salsa ou mandioquinha-salsa


     A batata-salsa possui mercado crescente, sendo a produção abaixo da demanda, o que explica, em parte, o alto preço do produto. É considerada um produto saudável, quase orgânico, devido a rusticidade, o que vai ao encontro da crescente demanda por produtos ecológicos, com qualidade superior em termos de segurança alimentar, comparando-se àqueles produzidos convencionalmente, pela ausência de resíduos de agrotóxicos. De acordo com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), é entre os meses de maio e agosto que os consumidores encontram as melhores raízes de batata-salsa no mercado, por preços mais acessíveis. 

Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas: Tradicionalmente, o consumo é na forma cozida pura ou de sopas e cremes e, por isso é mais utilizada no inverno. Entretanto, outras formas de preparo são particularmente saborosas, como fritas fatiadas (“chips”), com costela bovina, com frango caipira, com rabada e agrião, nhoque ao molho gorgonzola ou bolonhesa, suflês, pães doces ou salgados, rocambole com calabresa ou camarão, creme com catupiri ou requeijão e bacon, bolinhos empanados e doces, entre outras receitas. Basicamente, nas receitas que utilizam batata, cenoura e mandioca, pode-se empregar batata-salsa em substituição a essas. A batata-salsa é predominantemente usada para consumo direto. Entretanto, é crescente sua demanda como matéria-prima para indústrias alimentícias na forma de sopas, cremes, pré-cozidos, alimentos infantis (“papinhas”), fritas fatiadas ("chips"), extração de amido e processamento mínimo. Com a industrialização do produto, abre-se a oportunidade de exportação, devido à reduzida conservação pós-colheita. Sua fácil digestibilidade, seu valor energético em vista do alto teor de carboidratos, dos quais 80% é amido, aliado ao alto teor de vitamina A, cálcio, fósforo e ferro, além de outros elementos como vitaminas B1, B2, C, D, e E, potássio, silício, enxofre, cloro e magnésio, a torna ideal para dieta infantil, idosos, convalescentes e atletas. Do ponto de vista terapêutico é tida como um bom diurético. Segundo nutricionista o alto nível de fósforo (29 mg/100g) e manganês (0,22mg/100g) presentes na batata-salsa são importantes; O fósforo é importante para a manutenção do metabolismo ósseo e o manganês atua, dentre várias funções, como antioxidante. Estudos apontam uma possível correlação entre baixo consumo de manganês e agravo de sintomas da TPM, como dor e mau humor. Além disso, a batata-salsa é um dos poucos alimentos, entre as hortaliças, que contém a niacina - também conhecida como vitamina B3, vitamina PP ou ácido nicotínico; Quando em falta no organismo, a niacina pode provocar lesões graves no aparelho digestivo, ocasionando problemas no processo de digestão e absorção dos alimentos, podendo levar ao comprometimento do estado nutricional, e no sistema nervoso central - desde uma simples cefaleia até a demência. Os restos culturais (parte aérea da planta e raízes não comercializáveis) prestam-se ao arraçoamento animal, havendo relatos de pequenos produtores da região de Lavras de que houve aumento na produção de leite pelo fornecimento de restos de mudas. 

Cultivo: Apresenta boa adaptabilidade à locais com clima semelhante ao de sua origem. No Brasil, é tradicionalmente cultivada no Sudeste e no Sul, em regiões com altitude superior a 800m e temperatura média anual entre 15°C e 18°C. Entretanto, verifica-se seu cultivo em áreas mais baixas, na Zona da Mata mineira e em baixadas litorâneas de Santa Catarina, assim como sua expansão para o Planalto Central, no Distrito Federal e Goiás, onde a temperatura média anual supera os 20°C. Solos: Prefere solos de textura média, profundo e bem drenado. Solos muito pesados ou mal preparados determinam a produção de raízes curtas, arredondadas, assemelhando-se à batatas. Não tolera encharcamento, devendo-se utilizar solos bem drenados. Para plantios em épocas chuvosas ou solos mal drenados, normalmente, deve-se utilizar leiras mais altas, de modo a minimizar o acúmulo de água junto às plantas. Quando produzida em solos soltos de coloração clara, as raízes apresentam melhor aparência e maior vida útil na comercialização. Solos com elevados teores de matéria orgânica apresentam restrições, pois proporcionam grande desenvolvimento vegetativo, em detrimento do acúmulo de reservas e produção de raízes; Além disso, por apresentarem em geral coloração escura, esses solos podem levar à produção de raízes com manchas superficiais escurecidas que não saem com a escovação (ideal) e nem com lavação, depreciando seu aspecto visual. No caso de uso de solos com alto teor de matéria orgânica, não se deve utilizar fertilizantes nitrogenados. Época de plantio: Em regiões de clima ameno, o plantio pode ser efetuado o ano todo. Os plantios de março a junho predominam, especialmente no Sudeste, em função do maior risco de perdas devido às épocas quentes e chuvosas. Em regiões altas, as melhores épocas de plantio compreendem os meses de outubro/novembro e de fevereiro/março, em áreas que possam ser irrigadas. Os plantios realizados no verão apresentam elevado índice de apodrecimento de mudas, devido às elevadas temperaturas e precipitação e à exposição do córtex das mudas pela ação do corte realizado no ato do plantio, favorecendo as bactérias e fungos de solo. Em consequência disso, verifica-se a redução do pegamento e, consequentemente, da produtividade. Embora seja uma cultura muito resistente ao frio, o plantio em épocas muito frias pode apresentar falhas e redução de produtividade se ocorrer fortes e numerosas geadas. No estágio inicial, quando ainda não possui grande quantidade de reservas, as plantas podem esgotar-se no caso da ocorrência de muitas geadas consecutivas. Cultivares: Existem diversos clones que apresentam boa produtividade e adaptabilidade ao sistema orgânico, como a Amarela de Carandaí e a Amarela de Senador Amaral. Amarela de Senador Amaral é uma cultivar de batata-salsa desenvolvida através de seleção de clones originários de sementes botânicas coletadas no sul de Minas Gerais, oriundas do material tradicionalmente cultivado. Esta cultivar vem sendo avaliada desde 1993 pela Embrapa Hortaliças, por produtores rurais e Instituições de Pesquisa e Extensão rural de diversos Estados brasileiros. Dentre as vantagens observadas em relação ao material tradicionalmente cultivado no país, destacam-se a alta produtividade de raízes comerciais (superior a 25 t/ha), com qualidade superior, a coloração de polpa amarela intensa, a precocidade de colheita e arquitetura de planta ereta, mantendo-se as características peculiares do material tradicionalmente cultivado, como o aroma típico e o sabor adocicado. Propagação e preparo das mudas: a propagação é feita através de filhotes ou rebentos, o que origina os clones. O preparo das mudas começa logo após a colheita, destacando os rebentos da coroa e fazendo uma seleção daqueles mais vigorosos e saudáveis. O ideal é que o produtor selecione as melhores plantas quanto à produtividade e resistência às pragas e doenças, em cada cultivo, para retirar as mudas. Deve-se utilizar apenas mudas provenientes de plantas sadias, principalmente, sem nematoides e fungos do solo, para evitar a contaminação da área de cultivo. Preferencialmente, devem-se usar mudas juvenis, ou seja, mudas ainda vigorosas e, em pleno desenvolvimento. Como a distribuição dos filhotes na touceira não é uniforme, deve-se utilizar filhotes com idades fisiológicas semelhantes, ou seja, de acordo com o tamanho da reserva dos propágulos. As melhores mudas são aquelas obtidas e plantadas logo após a sua separação da planta (Figura 2). Para conservação das mudas, entre a colheita e o plantio subsequente, deve-se manter as touceiras, sem que se destaque os perfilhos. As touceiras devem ser mantidas à sombra, após retiradas as raízes e as folhas, quando presentes, mantendo a base da planta em contato com o solo e irrigando-se duas vezes por semana. O preparo inicial das mudas consiste do destaque dos perfilhos e lavagem por imersão ou em água corrente para retirada do excesso de impurezas. O tratamento fitossanitário dos filhotes, após o destaque da planta mãe, é uma prática indispensável; recomenda-se sua imersão por 5 a 10 minutos em solução de água sanitária comercial, pela ação do cloro ativo, na proporção de 1L de água sanitária para 9l de água (considerando-se o teor médio de 2,2% de hipoclorito de sódio), seguida de secagem à sombra. Após a secagem dos filhotes tratados, efetua-se o preparo das mudas que consiste em efetuar corte em bisel (em ângulo inclinado), de modo a aumentar a área de enraizamento. Deve-se usar ferramenta afiada e lâmina chata, que corte o filhote sem rachá-lo. Recomendam-se estiletes ou lâminas de serra bem afiadas no esmeril. O corte bem efetuado sem que o filhote lasque, proporciona uma melhor inserção de raízes na cepa da planta, ou seja, as cicatrizes após o destaque das raízes ficam reduzidas, facilitando o destaque na colheita e aumentando sua conservação pós-colheita. Em mudas mal cortadas ou “lascadas”, é comum observar-se o crescimento desigual de raízes nas plantas e raízes com grandes cicatrizes causadas pelo destaque. Pré-enraizamento em canteiros (viveiros): A técnica consiste basicamente em promover o enraizamento delas em canteiros devidamente preparados, sob elevada densidade de plantio, distantes 5 a 10 cm entre si, por cerca de 45 a 60 dias, para, então, realizar o transplantio para o local definitivo. Os canteiros para pré-enraizamento, por vezes chamados de viveiros, devem possuir solo leve, com cerca de 20 cm de altura e largura em torno de 1m. O preparo da muda é semelhante ao realizado para o plantio convencional, devendo o corte ser feito em bisel, isto é, em ângulo inclinado, de modo a aumentar a área de enraizamento, usando-se ferramenta afiada e lâmina chata, cortando-se a muda sem rachá-la. A diferença no corte é que a quantidade de reserva pode ser menor, com até 1cm. Com o pré-enraizamento consegue-se lavouras mais uniformes e mais vigorosas. É interessante o uso de cobertura morta com palhada sem semente, especialmente necessária para a base dos perfilhos, pois esses apresentam grande propensão ao ressecamento devido ao corte na parte superior. Quanto à época, o plantio pode ser efetuado o ano todo em regiões de clima ameno. Para o sucesso desta técnica, recomenda-se que os filhotes sejam destacados de touceiras de plantas sadias, que ainda não perderam a folhagem, com no máximo 10 meses de idade e, cortados em bisel, por lâmina fina e bem afiada. O ideal é utilizar uma área de plantio destinada unicamente para a produção de mudas, independente da área de produção comercial. O pré-enraizamento de mudas apresenta as seguintes vantagens em relação ao plantio convencional: Maximização do índice de pegamento; redução de custos com tratos culturais, com maior controle da fase inicial da produção - 150 a 400 m2 de viveiro (canteiros de pré-enraizamento) para 1 ha de plantio; eliminação da ocorrência de florescimento precoce no campo definitivo; possibilidade de seleção apurada de mudas; uniformização da colheita devido ao estresse causado à muda por ocasião do transplantio e possibilidade de escalonamento da produção. Preparo do solo: O solo deve ser preparado através de aração e gradagem seguidas pelo plantio em leiras, em nível, para maior facilidade de colheita, o que constitui também uma excelente prática conservacionista. No sistema orgânico de produção de batata-salsa deve-se evitar a mobilização excessiva e compactação do solo. O preparo do solo no primeiro ano de cultivo deve basear-se em aração, gradagem e levantamento das leiras. Nos anos subsequentes evitar, na medida do possível, o uso de enxada rotativa e outros implementos que causem degradação excessiva de solo. Recomenda-se um sistema de preparo de solo com mecanização reduzida, deixando-o sempre protegido por cobertura morta ou verde. Plantio e espaçamento: Há diferentes métodos de plantio: diretamente no local definitivo (plantio convencional) ou com o pré-enraizamento em canteiros (viveiros) ou com o pré-enraizamento em água. O plantio convencional é feito diretamente no local definitivo no centro das leiras (camalhões), devendo as mudas serem enterradas no topo das leiras, à uma profundidade de 5 a 10 cm para não ficarem expostas à medida que a água de irrigação vai “acamando” a leira. O plantio convencional é realizado diretamente no local definitivo, usando-se mudas com a brotação cortada e grande tamanho de reserva (2 a 3 cm). As leiras, com cerca de 15 a 30 cm de altura, devem ser levantadas com espaçamento de um metro entre si e de 30 a 40 centímetros entre plantas, de acordo com a variedade, o local e a época de plantio. Deve-se evitar condição de fechamento excessivo da lavoura em épocas chuvosas, aumentando-se o espaçamento. Os clones de raízes brancas, extremamente viçosos, exigem espaçamento maior, no mínimo de 1m entre leiras e 50cm entre plantas. Esse espaçamento mais largo que o convencional, auxilia na redução da umidade interna da lavoura, minimizando problemas com mofo branco, causado por Sclerotinia sclerotiorum. Adubação orgânica: preferencialmente, deve-se adubar com composto orgânico no sulco (metade da quantidade), por ocasião do plantio, e o restante em cobertura, cerca de 120 dias após o plantio, conforme recomendação baseada na análise do solo e do adubo orgânico. Irrigação: Tendo em vista que a cultura é relativamente tolerante à seca, comparativamente a outras hortaliças, muitos produtores não utilizam a prática da irrigação. Contudo, em casos de adversidades climáticas, a produtividade é comprometida e o risco de insucesso, elevado. Apesar da tolerância moderada, a cultura responde favoravelmente às condições de boa disponibilidade de água no solo, o que torna a irrigação uma prática fundamental para produtores que têm como objetivo a obtenção de altas produtividades. A cultura necessita de fornecimento regular de água, em todo o seu ciclo. A produtividade pode ser severamente afetada pelo excesso de água, que reduz a aeração do solo e favorece maior incidência de doenças e lixiviação de nutrientes. Irrigações em excesso, notadamente em solos com problemas de drenagem, ocasionam maior incidência de doenças de solo, como podridão-de-esclerotínia e podridão-de-esclerócium e, principalmente, podridão-mole, causada por bactérias do gênero Erwinia. A cultura pode ser irrigada por diferentes sistemas de irrigação (aspersão e infiltração), sendo a aspersão o mais empregado, em função do baixo custo e de maior facilidade para ser utilizado em áreas com diferentes topografias, tipos de solo, tamanhos e geometrias. Capinas: manter limpo a linha de cultivo sobre as leiras, deixando crescer a vegetação espontâneas nas entrelinhas. Amontoa: Periodicamente, se necessário, deve-se refazer as leiras, chegando terra junto às plantas, de forma que as raízes permaneçam cobertas. Manejo de pragas e doenças: A cultura, em geral, não apresenta problemas com pragas e doenças, no sistema orgânico. No entanto, pode ocorrer o ataque de fungos do solo como a Murcha causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum que provoca o apodrecimento das raízes e o amarelecimento e murcha da parte áerea, podendo ocorrer por ocasião do transporte e armazenamento das raízes. A disseminação da doença ocorre, principalmente, pela dispersão dos escleródios junto a material propagativo retirado de campos infectados, assim como pelo trânsito de máquinas, ferramentas e animais de campos contaminados para áreas sadias. O manejo da doença deve começar pela utilização de mudas sadias. Quando a doença se manifesta, recomenda-se arrancar a planta doente juntamente com a terra da cova, eliminando da área de plantio e, aproveitando na composteira. A rotação de culturas, com o plantio de culturas que não são atacadas pelo fungo e, o plantio de leguminosas são práticas que ajudam a desinfestar um solo atacado pelo fungo, porque quebra o ciclo de vida do mesmo. A escolha de áreas com boa drenagem e irrigação adequada, são medidas que desfavorecem o fungo. A Podridão das Raízes ou Podridão-mole é outra doença que pode ocorrer na batata-salsa, sendo o principal agente causal as bactérias do gênero Erwinia, principalmente na pós-colheita. Os sintomas iniciais da doença são depressões de aspecto encharcado nas raízes, causando posterior decomposição dos tecidos e odor característico e desagradável. A bactéria é extremamente dependente de umidade, portanto, a escolha de local com boa drenagem é de suma importância, devendo-se evitar áreas de baixada. Plantios em locais ou épocas mais úmidas devem utilizar leiras mais altas, com 35 a 40 cm. Espaçamentos mais largos podem ser úteis na manutenção de um microclima mais arejado, visando a desfavorecer a doença. A irrigação deve ser cuidadosa, sem molhamento excessivo. O próprio corte em bisel efetuado no plantio pode ser porta de entrada para o ataque da bactéria. Outras pragas e doenças, como a broca e os nematóides, podem causar ferimentos que abrem caminho para a infecção pela Erwinia. Também ferramentas ou implementos nas operações de capina podem causar ferimentos por onde a bactéria se instala. No campo, as plantas atacadas devem ser arrancadas, postas em sacos, retiradas da área e aproveitadas na compostagem. Na colheita e na pós-colheita, deve-se ser cuidadoso, de modo a minimizar a ocorrência de microferimentos. Provavelmente, os nematóides são os maiores causadores de danos à batata-salsa e também de outras espécies que pertencem a mesma família botânica. A rotação de culturas com o plantio de culturas que não são atacadas pelo fungo e nematóides (espécies não pertencentes à família botânica das Apiaceas tais como a cenoura, salsa, coentro e aipo), especialmente as leguminosas ajudam a desinfestar um solo atacado por fungo e contribuem para o manejo de nematoides, principalmente a Crotalária spectabilis (efeito alelopático). Para o manejo de pragas, deve-se utilizar as medidas preventivas tais como: seleção do material de cultivo, adubação adequada (fornecimento excessivo de nitrogênio favorece os pulgões e ácaros), retirada de plantas muito atacadas, manejo da irrigação, rotação de culturas e a destruição dos restos culturais. Os restos culturais devem ser retirados da área, pois neles a praga se multiplica, constituindo-se em inóculo para novos plantios. 


Figura 2. Mudas e raízes de batata-salsa

Colheita: A batata-salsa pode ser colhida com 240 a 330 dias após o plantio, ou seja, seu ciclo dura de 8 a 11 meses, dependendo da cultivar usada. Quando a planta amarelecer e as folhas mais velhas secarem, a planta está pronta para ser colhida. Atualmente, já existem cultivares mais precoces, como a Amarela de Senador Amaral, que pode ser colhida com 6 a 8 meses. Em solos soltos a batata-salsa pode ser arrancada do solo com as mãos; em solos mais compactados há necessidade de um afrouxamento do solo que pode ser feito com enxada ou enxadão. Em cultivos maiores o afrouxamento do solo para colheita pode ser feito com arrancadeiras. Deve-se tomar o cuidado para evitar ferimentos nas raízes que podem se transformar em porta de entrada para patógenos, causando podridões na fase pós-colheita. Todos os cuidados para diminuírem estes ferimentos resultam em melhoria da qualidade do produto e diminuição de perdas por deterioração. Também é importante a seleção de cultivares menos propensas ao desenvolvimento de infeções pós-colheita. A colheita da batata-salsa costuma ser feita quando a raiz atinge um diâmetro de 3 a 4 cm; raízes com diâmetro maior que 4 cm tem menor valor comercial. Se o preço estiver desfavorável, a colheita pode ser atrasada algumas semanas. O ideal para a comercialização das raízes de batata-salsa é não lavá-las, pois dessa maneira aumenta-se o período de conservação. O processo de lavagem das raízes, embora melhore a aparência, contribui para o aumento da perda de água durante o período de comercialização, pois a utilização do cilindro rotativo que provoca atrito entre as raízes danifica a película externa de proteção. Além disso, pode contaminar as raízes sadias pela água e facilitar o desenvolvimento de microrganismos, se a secagem for deficiente. Na hora de escolher as melhores raízes na feira, a Embrapa Hortaliças aconselha: as raízes mais frescas apresentam um amarelo mais intenso; evite comprar aquelas cortadas com ferimentos, áreas amolecidas ou manchas escuras; e, principalmente, dê preferência às menores, pois são mais macias. Para conservá-las por mais tempo, guarde em um recipiente bem fechado ou em saco plástico na geladeira. Dessa maneira, as raízes mais frescas duram até cinco dias. 



Para maiores informações sobre o cultivo de batata-salsa, sugerimos acessar o seguinte endereço: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioquinha/MandioquinhaSalsa/apresentacao.html
Ferreira On 4/17/2013 11:51:00 AM Comentarios LEIA MAIS

quarta-feira, 10 de abril de 2013


     A data escolhida foi para homenagear o nascimento do americano Hugh Hammond Bennett (15/04/1881), considerado o pai da conservação dos solos nos Estados Unidos. Suas experiências estudando solos e agricultura, nacional e internacionalmente, fizeram dele um conservacionista dedicado, além da capacidade de comunicação de seus textos que muito conquistou para a causa mundial da conservação do solo. No Brasil, o Dia Nacional da Conservação do Solo foi oficializado pela Lei Federal 7876, de 13 de novembro de 1989. 


      O solo, também chamado de terra, tem grande importância na vida de todos os seres vivos do nosso planeta, assim como o ar, a água, o fogo e o vento. É do solo que retiramos parte dos nossos alimentos, além de servir como suporte à água e ao ar e sobre ele ainda construímos as nossas moradias. 

       Qualquer uso da terra provoca uma mudança na dinâmica natural dos solos e, entre essas alterações, destaca-se a erosão (Figura 1), que pode resultar da ação da água, dos ventos e, principalmente, causado pelo homem, através da devastação das florestas e queimadas e, também pelo manejo inadequado do solo. As estatísticas sobre perdas físicas de solo em todo o mundo revelam que, a cada ano, bilhões de toneladas de terra fértil são erodidas e transportadas para os rios. Segundo o Programa de Qualidade Ambiental da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as perdas no Brasil já atingem 840 milhões de toneladas anuais e, o que é pior, estão aumentando com a abertura de novas frentes agropecuárias no Centro-Oeste e na Amazônia (Fonte: http://www.ecoltec.com.br/pub4.htm). 

     A perda de solo pode causar grandes prejuízos aos agricultores, que perdem rapidamente a capacidade produtiva e, o que é mais grave, vão parar nos rios, córregos e lagos, provocando cada vez mais enchentes e destruição, além de contaminar o meio ambiente devido ao uso exagerado e indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas lavouras. Daí vem a importância de se ter um dia voltado para a reflexão sobre a conservação dos solos. Boa parte dessa perda de solo poderia ser evitada pelo manejo adequado dos solos, através de inúmeras práticas de conservação, tais como: a distribuição racional dos caminhos em uma propriedade, o cultivo respeitando as curvas de nível, a utilização de culturas mais apropriadas de acordo com a declividade do terreno, a implantação de faixas de vegetação nas lavouras, o terraceamento e a implantação de quebra ventos (erosão eólica), entre outras. Estas práticas reduzem a velocidade de escoamento da água, diminuindo o poder de enxurradas e aumentando a infiltração de água no solo. Outras ações ainda mais simples, como evitar o plantio de culturas anuais em solos com declínio acentuado, revolver o mínimo possível o solo e, especialmente, deixar a matéria orgânica sobre o solo, ao invés de queimá-la e, ainda procurar manter cobertura do solo nos cultivos, especialmente no início do desenvolvimento das culturas (entrelinhas) e, sempre que possível, utilizar a prática de rotação e consorciação de culturas com outros cultivos e com adubos verdes, são práticas bastante efetivas e fáceis de serem implantadas. 



Figura 1. Erosão: uma das principais causas da degradação do solo 



O que é o solo e como é formado?

     O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre, onde se desenvolvem muitas plantas e vive uma grande variedade de animais. Ela vem se formando há milhões de anos, com o acúmulo de pequeníssimas partículas, formadas pelo desgaste das rochas, que foram se misturando com os restos de animais e plantas. Portanto, o solo é o resultado de mudanças ocorridas nas rochas – denominadas intemperismo (conjunto de fenômenos físicos e químicos que levam à degradação e enfraquecimento das rochas). Ações dos ventos, chuvas e organismos vivos (processos físicos, químicos e biológicos) são os responsáveis por este lento processo; calcula-se que cada centímetro do solo se forma em intervalo de tempo de 100 a 400 anos. Logo que a rocha é alterada e é formado o material mais ou menos solto e macio, os seres vivos, animais e vegetais, assim como o próprio homem, passam a ajudar no desenvolvimento do solo. Eles atuam misturando a matéria orgânica (restos de vegetais e de animais mortos) com o material solto e macio em que se transformou a rocha. Esta mistura faz com que o material que veio do desgaste das rochas forneça alimentos a todas as plantas que vivem no nosso planeta. Além disso, os seres vivos quando morrem também vão sendo misturados com o material macio e solto, formando o verdadeiro solo (Figura 2). As condições climáticas existentes são a principal influência das características de cada solo. Muitos solos podem ser formados pelo transporte de sedimentos levados pelo vento, chuva ou pelas águas dos rios, como as dunas e as terras de aluvião. Logo abaixo do solo, aparece uma camada mais profunda e espessa, que é o subsolo. 





 Figura 2. Cada centímetro de solo, leva 100 a 400 anos para se formar 


A composição e organização do solo

     Constituído essencialmente por matéria mineral e orgânica (fração sólida), água (fração líquida) e ar (fração gasosa) o solo é, por este motivo, considerado um sistema trifásico. As proporções de cada constituinte variam, principalmente, de acordo com a natureza deste. Os quatro componentes do solo se encontram misturados uns aos outros. A matéria orgânica está misturada com a parte mineral e com a água. Dentro do solo existem pequenos furinhos, que chamamos de poros do solo, onde ficam guardados a água e o ar que as raízes das plantas e os outros organismos necessitam para beber e respirar. 


     O solo é estudado nas pesquisas dividindo a parte mineral em três frações principais, de acordo com o seu tamanho: areia (a parte mais grosseira); silte (uma parte um pouco mais fina, ou seja o limo que faz escorregar) e argila (uma parte muito pequena que para ser visualizada necessita de microscópios, ou seja, a mesma que gruda no sapato). Assim como o nosso corpo, o solo também tem uma organização, ou seja, possui camadas que são chamadas de horizontes do solo. A agricultura de bases ecológicas considera o solo um "ser vivo" cheio de vitalidade e complexidades, a ser observado e estudado em três aspectos: 1) físico (drenagem, capacidade de reter água, textura e porosidade, por exemplo); 2) químico (quantidade de matéria orgânica, pH, nutrientes, substâncias prejudiciais e húmus - matéria orgânica depositada no solo, que resulta da decomposição de animais e plantas mortas, ou de seus subprodutos, liberando através de um processo natural, diversos nutrientes, em especial o nitrogênio) e 3) biológico (micro e macro-organismos que o habitam, como fungos, bactérias, minhocas, insetos, formigas, dentre outros). Todos os três são igualmente importantes para que os processos naturais possam ocorrer. 

     As grandes diferenças na vegetação e nas plantações são em grande parte decorrentes dos diversos tipos de solos que ocorrem na natureza. Essa diversidade de solos reflete as variações dos fatores de formação que ocorrem na natureza. Esses solos se apresentam com diferentes cores: amarela, vermelha, marrom, preta, cinza, azulada, esverdeada e branca. Além de possuir cor diferente, um determinado horizonte pode ser mais duro que outro, filtrar a água mais rápido e/ou deixar que as raízes cresçam mais ou menos depressa. 



Degradação dos solos
Um solo se degrada quando são modificadas as suas características físicas, químicas e biológicas, sendo a erosão (Figura 1), uma das principais causas, além do desmatamento (Figura 3), esgotamento, salinização, compactação (Figura 4 e 5) e desertificação. A expansão das culturas de subsistência e a criação de animais para utilização pelos homens, os cultivos da cana-de-açúcar e do café e, mais recentemente, a da soja, têm sido realizados com rotinas inadequadas (isso desde a descoberta do Brasil pelos europeus), resultando em agressões aos elementos naturais, especialmente, ao solo e à água. 


Por falta de conhecimento, não só muitos agricultores e pecuaristas estão degradando intensamente os nossos recursos naturais, mas também madeireiros, garimpeiros e carvoeiros. Quem mais utiliza tem ainda pouca consciência de que o solo, a água e as florestas são recursos naturais finitos e que, após a sua degradação, a recuperação pode ser irreversível. É fundamental a disseminação da ideia de que "é mais econômico manter do que recuperar recursos naturais". 

A ação da água da chuva sobre os terrenos continua sendo um dos principais agentes da degradação dos solos brasileiros. Derrubada a vegetação e queimados os restos culturais (Figura 3), os terrenos ficam sujeitos à ação direta da água da chuva, que provoca a erosão hídrica do solo, carregando os seus nutrientes. As terras transportadas dos terrenos pelas enxurradas são, em grande quantidade, depositadas nas calhas dos cursos d'água, reduzindo a sua capacidade de armazenamento da água da chuva, ocasionando inundações, com graves consequências socioeconômicas. Em poucos anos, a terra torna-se empobrecida, diminuindo a produção agrícola e dos pastos. Agricultores e pecuaristas acabam deslocando-se para outras zonas, deixando para trás as áreas degradadas Há prejuízos diretos e indiretos e os efeitos são sentidos agora e no futuro. 


Figura 3. Devastação de florestas: além de causar a erosão do solo, reduz a biodiversidade, essencial, para o equilíbrio ecológico 

Figura 4. Compactação: uma das causas da degradação do sol, pois impede o desenvolvimento normal das raízes das plantas 




Figura 5. Pé-de-arado ou pé-de-grade: Camada de solo compactada que se desenvolve abaixo da camada, devido à aração e gradeação anual 




O que é conservacionismo?

     O conservacionismo é a gestão, pelo ser humano, da utilização dos elementos da biosfera (conjunto dos seres vivos da Terra e seus habitats, formado pelos diferentes ecossistemas), de modo a produzir o maior benefício sustentado para a população atual, mantendo as potencialidades e o equilíbrio necessários às gerações futuras. O conservacionismo compreende as seguintes atividades: Manutenção - para serem utilizados, os recursos naturais sofrem modificações, mas são mantidas as suas peculiaridades e corrigidas as deficiências, se ocorrerem, sem lhes afetar a potencialidade - é a utilização conservacionista); Preservação - quando os ecossistemas não devem sofrer qualquer alteração. Uma área pode ser destinada à preservação, não só para que o solo não sofra a ação da erosão, como para a conservação dos componentes da biosfera local e, a Restauração ou Recuperação -quando um elemento natural necessita de processos que o capacitem a exercer suas funções primitivas, eliminando-se os fatores que concorrem para sua degradação. 


     A conservação do solo é um dos princípios da agroecologia. Solos degradados exigem o uso intensivo de fertilizantes e, mesmo assim, podem não suprir as necessidades fisiológicas das plantas, o que muitas vezes resulta num uso intensivo de agrotóxicos. Com um bom manejo do solo, que conserva a fertilidade, a utilização desse tipo de insumo pode ser grandemente reduzida ou até mesmo evitada. 




Manejo do solo

     O solo, a água e as florestas são recursos naturais finitos e, após a sua degradação, a recuperação pode ser irreversível, por isso, é mais econômico manter do que recuperar recursos naturais. O uso intensivo da mecanização, agroquímicos e monocultura, estão entre os principais fatores que determinam a degradação de um solo (solo doente), reduzindo sua vida (pobre em matéria orgânica) e aumentando os distúrbios nutricionais e doenças e pragas. Por outro lado, um solo sadio (rico em matéria orgânica) produz plantas, animais e homens sadios. 

Figura 6. Solo degradado (doente);       Solo orgânico (sadio)

A verdadeira fertilidade é resultado da interação entre os aspectos químicos, físicos e biológicos do solo, sendo que a intensa atividade biológica no solo, determinará melhorias duradouras em suas qualidades químicas e físicas. A vida do solo depende da matéria orgânica: Composto orgânico, adubação verde/plantas de cobertura, biofertilizantes e estercos de animais curtido. A ciência da agroecologia é centrada no ser humano e sua base de sustentação é a fertilidade do solo. Tudo está ligado entre si como os órgãos de um corpo, por isso o solo, já antigamente, era visto como “organismo vivo”. A matéria orgânica (M.O.) influencia nos aspectos químicos, físicos e biológicos do solo e aumenta a resistência dos cultivos às pragas e doenças. 


Efeitos químicos da M.O. no solo: Fornece todos os nutrientes parceladamente, melhora a absorção de vários nutrientes, aumenta a retenção de nutrientes, reduz a toxidez de alumínio e corrige a acidez do solo, regula e equilibra a disponibilidade e absorção dos nutrientes e, ainda possui fitohormônios que favorecem às plantas. 

Efeitos físicos da M.O. no solo: Melhora a porosidade, aumenta a infiltração e retenção de água, reduz o encharcamento, diminui a compactação ou adensamento, aumenta a resistência à erosão e reduz as variações de temperatura. 

Efeitos biológicos da M.O. no solo: Aumenta a vida do solo, modifica a composição das plantas espontâneas (inços),e aumenta o poder de competição das culturas com as plantas espontâneas e, ainda melhora o valor nutricional e o sabor dos alimentos.



Como regenerar o solo degradado?

     As principais práticas para regenerar o solo degradado são: 


Cobertura permanente do solo; num solo descoberto, a cada 9º C de aumento da temperatura do solo, dobra a velocidade de degradação da matéria orgânica. O uso de plantas para cobertura do solo (adubação verde, uso de outras plantas e até plantas espontâneas) é uma prática muito importante para a regeneração do solo. A adubação verde é o cultivo de algumas espécies de plantas (gramíneas e leguminosas) que, ao serem incorporadas (conceito antigo) ou derrubadas no solo possibilitam o cultivo mínimo/plantio direto de culturas econômicas, ou ainda consorciadas com os cultivos, fornecendo matéria orgânica, protegendo o solo e reduzindo a incidências de plantas espontâneas (Figura 7). As principais vantagens da cobertura do solo, especialmente da adubação verde, são: Aumento da atividade de microorganismos úteis do solo, proteção do solo contra as adversidades climáticas e erosão, fixação do nitrogênio do ar no solo (leguminosas –mucuna e outras), reciclagem dos nutrientes das camadas não exploradas pelos cultivos para a superfície, auxilio no manejo de plantas espontâneas e na descompactação do solo através das raízes, melhora a estrutura do solo tornando-o mais solto e arejado, aumenta a capacidade de retenção de água ( até 10x) e infiltração e, ainda reduz a variação de temperatura no solo. Onde há pouco esterco, a adubação verde é a principal e mais barata fonte de matéria orgânica. 


Figura 7. A rotação de culturas com adubos verde e/ou consórcio (ex.:milho/mucuna): ótima opção para aumentar a matéria orgânica, melhorar a fertilidade do solo, cobrir o solo protegendo-o da erosão e, ainda reduzir a incidência de plantas espontâneas e compactação do solo, além de promover a reciclagem de nutrientes, devido ao sistema radicular vigoroso e profundo 

Adubação orgânica: uso de estercos de animais curtidos e, principalmente composto orgânico (resultado da transformação dos restos vegetais pelos microrganismos, em adubo natural de ótima qualidade). 

Mecanização cautelosa e com equipamentos adequados

Manejo de restos de culturas/cobertura morta com os materiais mais disponíveis na região (Figuras 8 e 9) 


Figura 8. Cultivo de repolho em cobertura morta (palha de milho) 



Figura 9. Cultivo de couve-flor em cobertura morta (palha de arroz) 



     Outras práticas importantes para regenerar o solo degradado, são: Manejo das plantas espontâneas, diversificação de plantas e cultivos, uso de quebra-ventos, uso de pó-de-rochas, uso de produtos que fortalecem a resistência das plantas e, ainda a integração de cultivos com árvores e com a produção animal.
Ferreira On 4/10/2013 03:49:00 AM Comentarios LEIA MAIS

quarta-feira, 3 de abril de 2013



     O Dia Mundial da Saúde é comemorado no dia 7 de abril, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da saúde nas suas vidas e no dia-a-dia, além de descobrirem formas de se cuidarem. O Dia Mundial da Saúde foi criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1948, devido a preocupação em relação ao bom estado de saúde das pessoas em todo o mundo, e também alertar a todos sobre os principais problemas que podem atingir a população mundial. Segundo a OMS, “saúde” é o mais completo estado de bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença. Ou seja, uma pessoa saudável não é aquela que não está doente, mas a que tem o corpo e a mente funcionando em harmonia, desempenhando os papéis que cabem a cada um e proporcionando o máximo de bem-estar, disposição e vitalidade. 


     A saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, acesso a serviços de saúde e, especialmente de uma boa vida espiritual. Dormir bem, fazer exercícios físicos regularmente e, especialmente, ter uma alimentação adequada, são fatores fundamentais que contribuem de forma significativa para se ter uma boa saúde. Uma alimentação saudável é aquela equilibrada, que contém diferentes nutrientes em quantidade suficiente para o crescimento e manutenção do organismo e, o mais importante, sem contaminação de produtos químicos. A alimentação influencia diretamente na saúde, no trabalho, no estudo, no lazer e, principalmente, no tempo de vida das pessoas. 


Agrotóxicos e fertilizantes químicos ameaçam saúde dos brasileiros

     Pela Constituição Federal - art. 196, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo perante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços, para sua promoção, proteção e recuperação. Também pela Constituição Federal - art. 225, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 


     Os agrotóxicos foram desenvolvidos para dificultar ou exterminar formas de vida. Justamente por essa característica, são capazes de afetar a saúde humana. Considerado o motor do agronegócio brasileiro, o agrotóxico impacta os ecossistemas e a saúde da população, concordam pesquisadores da saúde - que se envolvem cada vez mais com esta e outras questões do meio ambiente. A partir de informações publicadas pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) - organização patronal que reúne empresas do agronegócio como Basf, Bayer, Down Agrosciences, Dupont, Monsanto e Syngenta - foi elaborado um resumo sobre o consumo de venenos pela agricultura brasileira. Os dados são preocupantes; enquanto as transnacionais exultam com seus lucros, o Brasil ocupa o posto de maior consumidor de venenos do mundo, e o que é pior, vários agrotóxicos que já são proibidos em outros países, ainda são utilizados em nosso país. Mais de um bilhão de litros de venenos são jogados nas lavouras por ano (50% na cultura da soja). Se fizermos um cálculo simples, dividindo a quantidade de agrotóxicos utilizados, anualmente, nas lavouras, pela população brasileira, chega-se a marca de 5,2 litros consumidos por habitante. A posição de campeão mundial no uso de agrotóxicos, antes ocupada pelos Estados Unidos, foi assumida pelo Brasil em 2008, ano em que o mercado de agrotóxicos movimentou sete bilhões de dólares. Em 1987, o consumo não ultrapassava as 100 mil toneladas e hoje são vendidas mais de 700.000 toneladas de venenos, segundo o Sindag – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola. 

     As principais consequências do uso indiscriminado dos agrotóxicos, largamente estimulados nos últimos 25 anos, são: contaminação do meio ambiente, dos alimentos, produtores e consumidores, redução da biodiversidade, morte dos insetos polinizadores (abelha e outros) e dos inimigos naturais das pragas, surgimento de novas pragas e resistência dos insetos, patógenos que causam doenças e plantas espontâneas ("inços" ou "mato") aos agrotóxicos e, o uso cada vez maior de misturas de produtos mais potentes e mais perigosos (ex.: uso do herbicida glifosato em lavouras de soja transgênica), além do aumento do custo de produção e dependência dos produtores. O meio ambiente é seriamente afetado com o uso de insumos químicos, pois as terras carregadas pelas águas das chuvas levam para os rios, lagoas e barragens, os resíduos de agrotóxicos, comprometendo a fauna e a flora aquática, além de comprometer as águas captadas com a finalidade de abastecimento. A utilização de agentes químicos na agricultura, sem dúvida, acarreta uma serie de impactos ambientais e põe em risco a vida humana. Devido à contaminação ambiental e aos resíduos de agrotóxicos nos alimentos, podemos também estimar que as populações residentes próximas a áreas de cultivo e os moradores urbanos também estão significativamente expostos aos efeitos nocivos destes agentes químicos. 

     As contaminações por agrotóxicos são muito frequentes e provocam, na maioria das vezes, sequelas no ser humano. Os efeitos podem ser agudos (sentido logo após o contato com o produto) ou crônicos (efeito sentido após semanas/anos). Normalmente o diagnóstico da intoxicação crônica é difícil de ser realizado e requer exames sofisticados para identificar. Os danos causados pelos agrotóxicos, muitas vezes, são irreversíveis, incluindo paralisias e vários tipos de câncer, distúrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor e outros, podendo levar até a morte. Outros efeitos podem ser sentidos, tais como: irritação ou nervosismo; ansiedade e angústia; tremores no corpo; indisposição, fraqueza e mal estar, dor de cabeça, tonturas, vertigem, náuseas, vômitos, cólicas abdominais; alterações visuais; respiração difícil, com dores no peito e falta de ar; queimaduras e alterações da pele; dores pelo corpo inteiro; irritação de nariz, garganta e olhos; urina alterada; convulsões ou ataques; desmaios, perda de consciência e até o coma. Até pouco tempo várias doenças como câncer, doenças respiratórias, neurológicas, transtornos de conduta e más formações congênitas eram tidas como doenças de “causas desconhecidas”. Análises na área de Saúde Ambiental, que pesquisam os impactos do ambiente na saúde humana, vêm mostrando o ambiente como fator de grande importância no processo de determinação dessas doenças. 

     Intoxicações e mortes causadas pelos agrotóxicos, registradas no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), indicam que entre 1984 a 2012 ocorreram 285 mortes e um total de 12.659 pessoas intoxicadas. No Brasil, 280 mil trabalhadores se intoxicam por ano. No mundo estima-se que são 3 milhões de pessoas intoxicadas por ano com 220 mil mortes, segundo a OMS. Estima-se que para cada registro oficial, ocorre pelo menos 10 casos não registrados (dificuldade no diagnóstico dos efeitos crônicos). Ao pesquisar a evolução das intoxicações por agrotóxicos em Santa Catarina, na década de 1991 a 2000, verificou-se, em média, que 350 pessoas foram intoxicadas por ano, enquanto que na última década (2001 a 2010), foram 600 pessoas intoxicadas por ano, ou seja, um aumento de 75% de pessoas intoxicadas (fonte: www.cit.sc.gov.br). Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), realizada em 26 estados do Brasil desde 2001, revela: Praticamente todas as espécies pesquisadas apresentaram amostras com resíduos de agrotóxicos e, o que é pior, com produtos químicos não registrados para as culturas e, ainda com alguns já proibidos em diversos países da Europa e Estados Unidos (endossulfan, acefato e metamidofós). As culturas com mais amostras contaminadas por agrotóxicos (30 a 91%), nos anos de 2009 e 2010, foram: pimentão, morango, pepino, alface, couve, abacaxi, beterraba e mamão. 

     Para maiores informações sobre os agrotóxicos, consultar o livro “Agrotóxicos no Brasil: Um guia para ação em defesa da vida” encontrado no seguinte endereço: www.aspta.org.br/wp-content/uploads/2011/09/Agrotoxicos-no-Brasil-mobile.pdf

    Os adubos químicos, especialmente os hidrossolúveis (solúveis em água) tais como a uréia, um dos mais utilizados pelos agricultores, também causam grandes impactos sobre o meio ambiente e a saúde das pessoas. Isto ocorre porque: uma parte é rapidamente absorvida pelas raízes das plantas, aumentando muito o teor de água e a susceptibilidade às pragas e doenças; outra parte (a maior parte)é lavada pelas chuvas e regas, e se houver erosão, contamina rios, córregos e lagos; a terceira parte se evapora, especialmente os nitrogenados (uréia) e, o que é pior, sob a forma de óxido nitroso pode destruir a camada de ozônio da atmosfera e contribuir para o aquecimento global. Além disso encarecem os cultivos pois periodicamente são reajustados, são acidificadores e destruidores da vida do solo e ainda tornam os produtores dependentes, uma vez que a maioria são importados. O Brasil já é o 4º maior consumidor mundial de adubos químicos e, por ser a maioria importados, torna-se um problema de segurança e soberania alimentar do país. Além de contaminar o meio ambiente, os adubos químicos prejudicam a saúde das pessoas e animais! O uso de adubos nitrogenados (ex.:uréia), provoca o acúmulo de nitratos e nitritos nos tecidos das plantas; O nitrato na corrente sanguínea reduz-se a nitritos que, combinado com aminas, forma as nitrosaminas, substâncias cancerígenas e mutagênicas; O uso exagerado de adubos nitrogenados (uréia e outros) pode causar a metahemoglobinemia em crianças; Os nitritos reagem com a hemoglobina, oxidando o ferro da hemoglobina, produzindo a metahemoglobina que é inativa e incapaz de transportar oxigênio para a respiração normal das células dos tecidos (crianças). A potabilidade da água para os humanos é de: Limite máximo de 10 mg/L de nitrato). Segundo a FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, o índice máximo de ingestão diária admissível de nitratos é de 5 mg/kg de peso vivo e 0,2 mg/kg para nitritos. Os animais jovens podem também desenvolver a metahemoglobinemia ingerindo água com excesso de nitratos (Limite máximo:5 mg/L de nitrato). Os animais adultos com exposição prolongada ao excesso de nitratos pode sofrer queda na produção de leite, abortos, deficiência de vitamina A, distúrbios da tireóide e problemas na reprodução. 

     Para maiores informações sobre os impactos dos adubos químicos no meio ambiente, consultar o documento “Nutrientes Vegetais no Meio Ambiente: ciclos bioquímicos, fertilizantes e corretivos” encontrado no seguinte endereço: www.cnpma.embrapa.br/download/documentos_66.pdf



Produtos orgânicos melhoram a saúde das pessoas

     No mundo inteiro as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e com o consumos de alimentos saudáveis. Os produtos orgânicos, por não utilizarem agrotóxicos, adubos químicos solúveis, transgênicos (organismos geneticamente modificados) e outros insumos artificiais tóxicos e, por serem produzidos com técnicas ambientalmente corretas, são os alimento ideais para toda a família, pois preservam a saúde do agricultor, consumidor e meio ambiente. Em comparação com os produtos convencionais, ou seja, que utilizam agroquímicos, os produtos orgânicos ou agroecológicos além de terem maior teor de vitaminas e sais minerais, apresentam melhor sabor e conservação. Além disso, para a sociedade como um todo, a produção orgânica é mais socialmente justa, pois, além de preservar o meio ambiente, gera mais empregos e renda e, sobretudo, melhora a qualidade de vida das pessoas e, ainda apresenta menor custo de produção. Os produtos orgânicos só tem vantagens! 


     É importante chamar a atenção das pessoas que muitas vezes confundem alimentos orgânicos com aqueles produzidos no sistema hidropônico; neste sistema não é utilizado terra, mas água. Mas são utilizados fertilizantes químicos altamente solúveis (proibidos pela agricultura orgânica) como a uréia que é diluída na água. A planta recebe “fertilizante na veia” com um maior teor de nitrato (potencialmente cancerígeno). Resultados de pesquisa que estudou o teor de nitrato em alface nos cultivos orgânico, convencional e hidropônico, revelou teores de 565,4; 2.782,1 e 3.093,4 mg/kg de alface, respectivamente. Ou seja, uma pessoa (70 kg) comendo 4 a 9 folhas de alface hidropônica/dia, atinge a dose máxima de nitratos permitida, enquanto que no sistema de cultivo orgânico, poderia comer mais de 50 folhas de alface/dia. 

     O IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor, recentemente lançou o Mapa das Feiras Orgânicas em todo o Brasil, por isso, procure na sua região onde estão estas feiras: http://www.idec.org.br/feirasorganicas Não encontrando uma feira de produtos orgânicos próxima de sua residência, faça uma horta orgânica, pois, além de ter produtos frescos e saudáveis diariamente, você terá uma terapia ocupacional e, ainda, a oportunidade de fazer exercícios ao ar livre e, dessa maneira prevenir as doenças. 




Considerações finais

     A saúde é uma das maiores riquezas do ser humano, é sinônimo de vida, é um dom de Deus confiado ao ser humano. Quanto mais cada um cuidar de si preventivamente e, dos que convivem com ele, melhor para todos e para o planeta!  Cada um de nós precisa fazer a sua parte, preservando e melhorando as condições de vida no planeta,  e até denunciando (é proibido utilizar herbicidas no meio urbano em Santa Catarina), pois consciência ambiental e saúde estão diretamente relacionados. Por isso, é importante que você procure ter hábitos que ajudem a manter uma boa saúde, garantindo uma vida mais ativa e alegre. 


     E você? O que você está fazendo para ter uma vida mais saudável? Siga as dicas relacionadas a seguir, e você verá que pequenos cuidados com a sua saúde podem fazer sua vida muito mais feliz! 

1. Sempre que possível, compre somente produtos orgânicos: Como saber se o alimento é orgânico? existem instituições certificadoras e associações que são responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização da produção (Rede Ecovida, Ecocert, IBD). Uma vez credenciada a propriedade pode gerar produtos certificados que irão receber um selo de qualidade. A certificação é um processo de inspeção periódica das propriedades para verificar se o alimento está sendo cultivado e processado de acordo com as normas de produção orgânica. 

2. Cultive uma horta orgânica em sua casa: mesmo em pequenos espaços é possível ter uma horta onde se possa cultivar as hortaliças, plantas medicinais e temperos que necessitam de menor espaçamento entre plantas (com 10 m2 é possível produzir as principais hortaliças frescas e saudáveis para uma família). Mesmo em apartamentos é possível produzir, utilizando diversos recipientes; no entanto, deve-se escolher locais onde tenha luz solar por pelo menos 4 horas por dia. Ao cultivar uma horta tem-se uma ótima terapia ocupacional para todas as faixas de idade, muito eficiente para problemas de estresse, depressão e outros, além de melhorar a autoestima das pessoas e proporcionar salutar exercício ao ar livre, atividade que previne doenças. 


Horta Orgânica: além de produzir alimentos saudáveis e mais nutritivos, a implantação e condução de uma horta é muito útil como terapia ocupacional e, ainda uma ótima oportunidade para fazer exercícios físicos ao ar livre, contribuindo para melhorar a saúde das pessoas 


     Para maiores informações sobre como implantar e conduzir uma horta orgânica adquira a publicação “Cultive uma horta e um pomar orgânicos: sementes e mudas para preservar a biodiversidade”, através da Epagri/gerência de marketing e comunicação (gmc@epagri.sc.gov.br). 



3. Água é saúde, por isso beba bastante água: O ideal é beber diariamente 30 ml de água por peso corporal. Por exemplo, se você pesa 50 kg, o ideal é beber 1,5 litros de água todos os dias. Entre outros fatores, a água ajuda a regular a temperatura do corpo pela transpiração, leva embora toxinas pela urina e transporta nutrientes e outras substâncias pelo corpo inteiro. 

4. Pratique atividades físicas regularmente: Praticar atividades físicas regularmente é fundamental, pois melhora a função pulmonar e a circulação sanguínea, traz mais disposição pessoal, reduz o estresse, a ansiedade e a depressão, facilita o metabolismo de açúcares e gorduras, ajuda no controle do peso e no condicionamento físico, além de contribuir para retardar o processo de envelhecimento e etc. Atualmente, não há mais desculpas para não fazer exercícios físicos, pois as academias ao ar livre estão se multiplicando na maioria das cidades brasileiras e, o que é melhor, sem nenhum custo para os praticantes. Outra dica é utilizar menos o carro e mais a bicicleta e, especialmente fazer as caminhadas, principalmente nas pequenas cidades, pois além de realizar exercícios, ainda deixa de poluir o meio ambiente. 

5. Durma bem: Os períodos de descanso aumentam bastante a produtividade. Essas horas melhoram nossa saúde física e são capazes de propiciar uma visão mais otimista a respeito da vida. Para dormir melhor, evite café preto, bebidas do tipo cola, guaraná e bebidas alcóolicas à noite e, nunca vá dormir com fome ou alimentado em excesso. 

6. Alimentação equilibrada e saudável: A alimentação está para o corpo humano assim como o combustível está para uma máquina. Proteínas, hidratos de carbono (açúcares), gorduras, vitaminas e sais minerais, que estão contidos nos alimentos que consumimos, diariamente, são os nutrientes para nosso corpo. O melhor remédio para se manter uma boa saúde é a alimentação, aliada à bons hábitos como por exemplo, a prática regular de uma atividade física. Uma dieta balanceada é responsável pelo bom funcionamento do nosso organismo e prevenção de doenças. Quem engorda facilmente, precisa evitar gorduras, enquanto que aqueles que sofrem de colesterol alto não devem comer ovos e, os hipertensos devem evitar o sal. Quem tem problemas com fermentação, passa melhor se não exagerar nos doces, leite e feijão, por exemplo. O consumo de açúcares simples que estão nos refrigerantes e doces, por exemplo, deve ser reduzido, pois se não forem imediatamente “queimados” pelo organismo, eles se transformam em indesejáveis depósitos de gordura. Pesquisas científicas levaram os nutricionistas a criarem um modelo de orientação alimentar, chamado “pirâmide alimentar”. Este modelo é um guia simples e prático de consumo, na proporção adequada dos alimentos mais nutritivos e indispensáveis para a saúde; Na base da pirâmide estão os alimentos energéticos que devem compor a maior parte da alimentação. A seguir (2º andar da pirâmide), estão os reguladores do organismo (hortaliças e frutas de coloração variadas) que são excelentes fontes de fibras, vitaminas e minerais, além de carboidratos. No terceiro andar estão os alimentos estruturais (carnes, ovos, leite e derivados, leguminosas e sementes). No topo da pirâmide estão as gorduras, óleos, açúcares e álcool, que devem ser consumidos, raramente; estes alimentos, além de já estarem presentes nos outros grupos, contêm muitas calorias, mas poucas vitaminas, minerais e fibras. São alimentos que engordam sem nutrir. 



     Maiores informações sobre o assunto podem ser encontradas, acessando o seguinte endereço: http://emedix.uol.com.br/dia/nut001_1f_comadetudo.php


7. Prevenir é melhor que remediar: além de ter uma alimentação equilibrada e saudável e praticar exercícios regularmente, a prevenção, ou seja, periodicamente consultar os médicos especialistas, é fundamental para a saúde. Esta dica é importante, principalmente para os homens, pois as mulheres, de uma forma geral, se cuidam mais e, por isso, apresentam maior expectativa de vida.
Ferreira On 4/03/2013 04:44:00 AM Comentarios LEIA MAIS

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Cultivo orgânico de hortaliças-raízes: Parte II Batata-salsa ou Mandioquinha-salsa





     A batata-salsa (Arracacia xanthorrhiza Bancroft) é uma planta tipicamente sul-americana, sendo o centro de origem, a região andina da Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.. A chegada de mudas trazidas da Colômbia para a Sociedade de Agricultura localizada no Rio de Janeiro em 1907, é uma das explicações mais aceitas sobre a introdução no Brasil. O seu cultivo espalhou-se pelos estados do Centro-Sul do Brasil, sendo que em cada região recebeu uma denominação distinta, como batata-salsa (Paraná e Santa Catarina), mandioquinha-salsa (São Paulo e Sul de Minas Gerais), batata-baroa (Rio de Janeiro e Zona da Mata de Minas Gerais), batata-fiuza, batata-aipo, cenoura-amarela, entre outras. As áreas de altitude elevada e clima mais ameno de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo concentram a maior parte da produção. 

     A batata-salsa pertence à família botânica das Apiaceae (antiga Umbelliferae), a mesma da cenoura, a salsa, o coentro, o aipo, o funcho, entre outras. É planta perene que raramente atinge a fase reprodutiva, pois a colheita é realizada antes do florescimento, no final do estádio vegetativo. O caule, cilíndrico e rugoso, compõe-se de uma cepa, comumente chamada de pescoço, de cuja parte superior saem ramificações curtas denominadas rebentos, filhotes ou propágulos, em número de 10 a 50, conforme a variedade e as condições ambientais, de onde nascem as folhas. Esse conjunto é chamado comumente de coroa, touça ou touceira. Da parte inferior da cepa saem as raízes tuberosas, que constituem a parte comercializável. Podem ser alongadas, cilíndricas ou cônicas, com coloração variando de branco a amarelo-intenso ou púrpura-escuro, conforme o clone. Têm película brilhante e tamanho variando até 25 cm. São produzidas em número de seis ou mais por planta. O mercado brasileiro, porém, apresenta preferência por raízes de formato cônico alongado e de coloração amarela intensa (Figura 1)



Figura 1. Hortaliça-raiz: batata-salsa ou mandioquinha-salsa


     A batata-salsa possui mercado crescente, sendo a produção abaixo da demanda, o que explica, em parte, o alto preço do produto. É considerada um produto saudável, quase orgânico, devido a rusticidade, o que vai ao encontro da crescente demanda por produtos ecológicos, com qualidade superior em termos de segurança alimentar, comparando-se àqueles produzidos convencionalmente, pela ausência de resíduos de agrotóxicos. De acordo com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), é entre os meses de maio e agosto que os consumidores encontram as melhores raízes de batata-salsa no mercado, por preços mais acessíveis. 

Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas: Tradicionalmente, o consumo é na forma cozida pura ou de sopas e cremes e, por isso é mais utilizada no inverno. Entretanto, outras formas de preparo são particularmente saborosas, como fritas fatiadas (“chips”), com costela bovina, com frango caipira, com rabada e agrião, nhoque ao molho gorgonzola ou bolonhesa, suflês, pães doces ou salgados, rocambole com calabresa ou camarão, creme com catupiri ou requeijão e bacon, bolinhos empanados e doces, entre outras receitas. Basicamente, nas receitas que utilizam batata, cenoura e mandioca, pode-se empregar batata-salsa em substituição a essas. A batata-salsa é predominantemente usada para consumo direto. Entretanto, é crescente sua demanda como matéria-prima para indústrias alimentícias na forma de sopas, cremes, pré-cozidos, alimentos infantis (“papinhas”), fritas fatiadas ("chips"), extração de amido e processamento mínimo. Com a industrialização do produto, abre-se a oportunidade de exportação, devido à reduzida conservação pós-colheita. Sua fácil digestibilidade, seu valor energético em vista do alto teor de carboidratos, dos quais 80% é amido, aliado ao alto teor de vitamina A, cálcio, fósforo e ferro, além de outros elementos como vitaminas B1, B2, C, D, e E, potássio, silício, enxofre, cloro e magnésio, a torna ideal para dieta infantil, idosos, convalescentes e atletas. Do ponto de vista terapêutico é tida como um bom diurético. Segundo nutricionista o alto nível de fósforo (29 mg/100g) e manganês (0,22mg/100g) presentes na batata-salsa são importantes; O fósforo é importante para a manutenção do metabolismo ósseo e o manganês atua, dentre várias funções, como antioxidante. Estudos apontam uma possível correlação entre baixo consumo de manganês e agravo de sintomas da TPM, como dor e mau humor. Além disso, a batata-salsa é um dos poucos alimentos, entre as hortaliças, que contém a niacina - também conhecida como vitamina B3, vitamina PP ou ácido nicotínico; Quando em falta no organismo, a niacina pode provocar lesões graves no aparelho digestivo, ocasionando problemas no processo de digestão e absorção dos alimentos, podendo levar ao comprometimento do estado nutricional, e no sistema nervoso central - desde uma simples cefaleia até a demência. Os restos culturais (parte aérea da planta e raízes não comercializáveis) prestam-se ao arraçoamento animal, havendo relatos de pequenos produtores da região de Lavras de que houve aumento na produção de leite pelo fornecimento de restos de mudas. 

Cultivo: Apresenta boa adaptabilidade à locais com clima semelhante ao de sua origem. No Brasil, é tradicionalmente cultivada no Sudeste e no Sul, em regiões com altitude superior a 800m e temperatura média anual entre 15°C e 18°C. Entretanto, verifica-se seu cultivo em áreas mais baixas, na Zona da Mata mineira e em baixadas litorâneas de Santa Catarina, assim como sua expansão para o Planalto Central, no Distrito Federal e Goiás, onde a temperatura média anual supera os 20°C. Solos: Prefere solos de textura média, profundo e bem drenado. Solos muito pesados ou mal preparados determinam a produção de raízes curtas, arredondadas, assemelhando-se à batatas. Não tolera encharcamento, devendo-se utilizar solos bem drenados. Para plantios em épocas chuvosas ou solos mal drenados, normalmente, deve-se utilizar leiras mais altas, de modo a minimizar o acúmulo de água junto às plantas. Quando produzida em solos soltos de coloração clara, as raízes apresentam melhor aparência e maior vida útil na comercialização. Solos com elevados teores de matéria orgânica apresentam restrições, pois proporcionam grande desenvolvimento vegetativo, em detrimento do acúmulo de reservas e produção de raízes; Além disso, por apresentarem em geral coloração escura, esses solos podem levar à produção de raízes com manchas superficiais escurecidas que não saem com a escovação (ideal) e nem com lavação, depreciando seu aspecto visual. No caso de uso de solos com alto teor de matéria orgânica, não se deve utilizar fertilizantes nitrogenados. Época de plantio: Em regiões de clima ameno, o plantio pode ser efetuado o ano todo. Os plantios de março a junho predominam, especialmente no Sudeste, em função do maior risco de perdas devido às épocas quentes e chuvosas. Em regiões altas, as melhores épocas de plantio compreendem os meses de outubro/novembro e de fevereiro/março, em áreas que possam ser irrigadas. Os plantios realizados no verão apresentam elevado índice de apodrecimento de mudas, devido às elevadas temperaturas e precipitação e à exposição do córtex das mudas pela ação do corte realizado no ato do plantio, favorecendo as bactérias e fungos de solo. Em consequência disso, verifica-se a redução do pegamento e, consequentemente, da produtividade. Embora seja uma cultura muito resistente ao frio, o plantio em épocas muito frias pode apresentar falhas e redução de produtividade se ocorrer fortes e numerosas geadas. No estágio inicial, quando ainda não possui grande quantidade de reservas, as plantas podem esgotar-se no caso da ocorrência de muitas geadas consecutivas. Cultivares: Existem diversos clones que apresentam boa produtividade e adaptabilidade ao sistema orgânico, como a Amarela de Carandaí e a Amarela de Senador Amaral. Amarela de Senador Amaral é uma cultivar de batata-salsa desenvolvida através de seleção de clones originários de sementes botânicas coletadas no sul de Minas Gerais, oriundas do material tradicionalmente cultivado. Esta cultivar vem sendo avaliada desde 1993 pela Embrapa Hortaliças, por produtores rurais e Instituições de Pesquisa e Extensão rural de diversos Estados brasileiros. Dentre as vantagens observadas em relação ao material tradicionalmente cultivado no país, destacam-se a alta produtividade de raízes comerciais (superior a 25 t/ha), com qualidade superior, a coloração de polpa amarela intensa, a precocidade de colheita e arquitetura de planta ereta, mantendo-se as características peculiares do material tradicionalmente cultivado, como o aroma típico e o sabor adocicado. Propagação e preparo das mudas: a propagação é feita através de filhotes ou rebentos, o que origina os clones. O preparo das mudas começa logo após a colheita, destacando os rebentos da coroa e fazendo uma seleção daqueles mais vigorosos e saudáveis. O ideal é que o produtor selecione as melhores plantas quanto à produtividade e resistência às pragas e doenças, em cada cultivo, para retirar as mudas. Deve-se utilizar apenas mudas provenientes de plantas sadias, principalmente, sem nematoides e fungos do solo, para evitar a contaminação da área de cultivo. Preferencialmente, devem-se usar mudas juvenis, ou seja, mudas ainda vigorosas e, em pleno desenvolvimento. Como a distribuição dos filhotes na touceira não é uniforme, deve-se utilizar filhotes com idades fisiológicas semelhantes, ou seja, de acordo com o tamanho da reserva dos propágulos. As melhores mudas são aquelas obtidas e plantadas logo após a sua separação da planta (Figura 2). Para conservação das mudas, entre a colheita e o plantio subsequente, deve-se manter as touceiras, sem que se destaque os perfilhos. As touceiras devem ser mantidas à sombra, após retiradas as raízes e as folhas, quando presentes, mantendo a base da planta em contato com o solo e irrigando-se duas vezes por semana. O preparo inicial das mudas consiste do destaque dos perfilhos e lavagem por imersão ou em água corrente para retirada do excesso de impurezas. O tratamento fitossanitário dos filhotes, após o destaque da planta mãe, é uma prática indispensável; recomenda-se sua imersão por 5 a 10 minutos em solução de água sanitária comercial, pela ação do cloro ativo, na proporção de 1L de água sanitária para 9l de água (considerando-se o teor médio de 2,2% de hipoclorito de sódio), seguida de secagem à sombra. Após a secagem dos filhotes tratados, efetua-se o preparo das mudas que consiste em efetuar corte em bisel (em ângulo inclinado), de modo a aumentar a área de enraizamento. Deve-se usar ferramenta afiada e lâmina chata, que corte o filhote sem rachá-lo. Recomendam-se estiletes ou lâminas de serra bem afiadas no esmeril. O corte bem efetuado sem que o filhote lasque, proporciona uma melhor inserção de raízes na cepa da planta, ou seja, as cicatrizes após o destaque das raízes ficam reduzidas, facilitando o destaque na colheita e aumentando sua conservação pós-colheita. Em mudas mal cortadas ou “lascadas”, é comum observar-se o crescimento desigual de raízes nas plantas e raízes com grandes cicatrizes causadas pelo destaque. Pré-enraizamento em canteiros (viveiros): A técnica consiste basicamente em promover o enraizamento delas em canteiros devidamente preparados, sob elevada densidade de plantio, distantes 5 a 10 cm entre si, por cerca de 45 a 60 dias, para, então, realizar o transplantio para o local definitivo. Os canteiros para pré-enraizamento, por vezes chamados de viveiros, devem possuir solo leve, com cerca de 20 cm de altura e largura em torno de 1m. O preparo da muda é semelhante ao realizado para o plantio convencional, devendo o corte ser feito em bisel, isto é, em ângulo inclinado, de modo a aumentar a área de enraizamento, usando-se ferramenta afiada e lâmina chata, cortando-se a muda sem rachá-la. A diferença no corte é que a quantidade de reserva pode ser menor, com até 1cm. Com o pré-enraizamento consegue-se lavouras mais uniformes e mais vigorosas. É interessante o uso de cobertura morta com palhada sem semente, especialmente necessária para a base dos perfilhos, pois esses apresentam grande propensão ao ressecamento devido ao corte na parte superior. Quanto à época, o plantio pode ser efetuado o ano todo em regiões de clima ameno. Para o sucesso desta técnica, recomenda-se que os filhotes sejam destacados de touceiras de plantas sadias, que ainda não perderam a folhagem, com no máximo 10 meses de idade e, cortados em bisel, por lâmina fina e bem afiada. O ideal é utilizar uma área de plantio destinada unicamente para a produção de mudas, independente da área de produção comercial. O pré-enraizamento de mudas apresenta as seguintes vantagens em relação ao plantio convencional: Maximização do índice de pegamento; redução de custos com tratos culturais, com maior controle da fase inicial da produção - 150 a 400 m2 de viveiro (canteiros de pré-enraizamento) para 1 ha de plantio; eliminação da ocorrência de florescimento precoce no campo definitivo; possibilidade de seleção apurada de mudas; uniformização da colheita devido ao estresse causado à muda por ocasião do transplantio e possibilidade de escalonamento da produção. Preparo do solo: O solo deve ser preparado através de aração e gradagem seguidas pelo plantio em leiras, em nível, para maior facilidade de colheita, o que constitui também uma excelente prática conservacionista. No sistema orgânico de produção de batata-salsa deve-se evitar a mobilização excessiva e compactação do solo. O preparo do solo no primeiro ano de cultivo deve basear-se em aração, gradagem e levantamento das leiras. Nos anos subsequentes evitar, na medida do possível, o uso de enxada rotativa e outros implementos que causem degradação excessiva de solo. Recomenda-se um sistema de preparo de solo com mecanização reduzida, deixando-o sempre protegido por cobertura morta ou verde. Plantio e espaçamento: Há diferentes métodos de plantio: diretamente no local definitivo (plantio convencional) ou com o pré-enraizamento em canteiros (viveiros) ou com o pré-enraizamento em água. O plantio convencional é feito diretamente no local definitivo no centro das leiras (camalhões), devendo as mudas serem enterradas no topo das leiras, à uma profundidade de 5 a 10 cm para não ficarem expostas à medida que a água de irrigação vai “acamando” a leira. O plantio convencional é realizado diretamente no local definitivo, usando-se mudas com a brotação cortada e grande tamanho de reserva (2 a 3 cm). As leiras, com cerca de 15 a 30 cm de altura, devem ser levantadas com espaçamento de um metro entre si e de 30 a 40 centímetros entre plantas, de acordo com a variedade, o local e a época de plantio. Deve-se evitar condição de fechamento excessivo da lavoura em épocas chuvosas, aumentando-se o espaçamento. Os clones de raízes brancas, extremamente viçosos, exigem espaçamento maior, no mínimo de 1m entre leiras e 50cm entre plantas. Esse espaçamento mais largo que o convencional, auxilia na redução da umidade interna da lavoura, minimizando problemas com mofo branco, causado por Sclerotinia sclerotiorum. Adubação orgânica: preferencialmente, deve-se adubar com composto orgânico no sulco (metade da quantidade), por ocasião do plantio, e o restante em cobertura, cerca de 120 dias após o plantio, conforme recomendação baseada na análise do solo e do adubo orgânico. Irrigação: Tendo em vista que a cultura é relativamente tolerante à seca, comparativamente a outras hortaliças, muitos produtores não utilizam a prática da irrigação. Contudo, em casos de adversidades climáticas, a produtividade é comprometida e o risco de insucesso, elevado. Apesar da tolerância moderada, a cultura responde favoravelmente às condições de boa disponibilidade de água no solo, o que torna a irrigação uma prática fundamental para produtores que têm como objetivo a obtenção de altas produtividades. A cultura necessita de fornecimento regular de água, em todo o seu ciclo. A produtividade pode ser severamente afetada pelo excesso de água, que reduz a aeração do solo e favorece maior incidência de doenças e lixiviação de nutrientes. Irrigações em excesso, notadamente em solos com problemas de drenagem, ocasionam maior incidência de doenças de solo, como podridão-de-esclerotínia e podridão-de-esclerócium e, principalmente, podridão-mole, causada por bactérias do gênero Erwinia. A cultura pode ser irrigada por diferentes sistemas de irrigação (aspersão e infiltração), sendo a aspersão o mais empregado, em função do baixo custo e de maior facilidade para ser utilizado em áreas com diferentes topografias, tipos de solo, tamanhos e geometrias. Capinas: manter limpo a linha de cultivo sobre as leiras, deixando crescer a vegetação espontâneas nas entrelinhas. Amontoa: Periodicamente, se necessário, deve-se refazer as leiras, chegando terra junto às plantas, de forma que as raízes permaneçam cobertas. Manejo de pragas e doenças: A cultura, em geral, não apresenta problemas com pragas e doenças, no sistema orgânico. No entanto, pode ocorrer o ataque de fungos do solo como a Murcha causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum que provoca o apodrecimento das raízes e o amarelecimento e murcha da parte áerea, podendo ocorrer por ocasião do transporte e armazenamento das raízes. A disseminação da doença ocorre, principalmente, pela dispersão dos escleródios junto a material propagativo retirado de campos infectados, assim como pelo trânsito de máquinas, ferramentas e animais de campos contaminados para áreas sadias. O manejo da doença deve começar pela utilização de mudas sadias. Quando a doença se manifesta, recomenda-se arrancar a planta doente juntamente com a terra da cova, eliminando da área de plantio e, aproveitando na composteira. A rotação de culturas, com o plantio de culturas que não são atacadas pelo fungo e, o plantio de leguminosas são práticas que ajudam a desinfestar um solo atacado pelo fungo, porque quebra o ciclo de vida do mesmo. A escolha de áreas com boa drenagem e irrigação adequada, são medidas que desfavorecem o fungo. A Podridão das Raízes ou Podridão-mole é outra doença que pode ocorrer na batata-salsa, sendo o principal agente causal as bactérias do gênero Erwinia, principalmente na pós-colheita. Os sintomas iniciais da doença são depressões de aspecto encharcado nas raízes, causando posterior decomposição dos tecidos e odor característico e desagradável. A bactéria é extremamente dependente de umidade, portanto, a escolha de local com boa drenagem é de suma importância, devendo-se evitar áreas de baixada. Plantios em locais ou épocas mais úmidas devem utilizar leiras mais altas, com 35 a 40 cm. Espaçamentos mais largos podem ser úteis na manutenção de um microclima mais arejado, visando a desfavorecer a doença. A irrigação deve ser cuidadosa, sem molhamento excessivo. O próprio corte em bisel efetuado no plantio pode ser porta de entrada para o ataque da bactéria. Outras pragas e doenças, como a broca e os nematóides, podem causar ferimentos que abrem caminho para a infecção pela Erwinia. Também ferramentas ou implementos nas operações de capina podem causar ferimentos por onde a bactéria se instala. No campo, as plantas atacadas devem ser arrancadas, postas em sacos, retiradas da área e aproveitadas na compostagem. Na colheita e na pós-colheita, deve-se ser cuidadoso, de modo a minimizar a ocorrência de microferimentos. Provavelmente, os nematóides são os maiores causadores de danos à batata-salsa e também de outras espécies que pertencem a mesma família botânica. A rotação de culturas com o plantio de culturas que não são atacadas pelo fungo e nematóides (espécies não pertencentes à família botânica das Apiaceas tais como a cenoura, salsa, coentro e aipo), especialmente as leguminosas ajudam a desinfestar um solo atacado por fungo e contribuem para o manejo de nematoides, principalmente a Crotalária spectabilis (efeito alelopático). Para o manejo de pragas, deve-se utilizar as medidas preventivas tais como: seleção do material de cultivo, adubação adequada (fornecimento excessivo de nitrogênio favorece os pulgões e ácaros), retirada de plantas muito atacadas, manejo da irrigação, rotação de culturas e a destruição dos restos culturais. Os restos culturais devem ser retirados da área, pois neles a praga se multiplica, constituindo-se em inóculo para novos plantios. 


Figura 2. Mudas e raízes de batata-salsa

Colheita: A batata-salsa pode ser colhida com 240 a 330 dias após o plantio, ou seja, seu ciclo dura de 8 a 11 meses, dependendo da cultivar usada. Quando a planta amarelecer e as folhas mais velhas secarem, a planta está pronta para ser colhida. Atualmente, já existem cultivares mais precoces, como a Amarela de Senador Amaral, que pode ser colhida com 6 a 8 meses. Em solos soltos a batata-salsa pode ser arrancada do solo com as mãos; em solos mais compactados há necessidade de um afrouxamento do solo que pode ser feito com enxada ou enxadão. Em cultivos maiores o afrouxamento do solo para colheita pode ser feito com arrancadeiras. Deve-se tomar o cuidado para evitar ferimentos nas raízes que podem se transformar em porta de entrada para patógenos, causando podridões na fase pós-colheita. Todos os cuidados para diminuírem estes ferimentos resultam em melhoria da qualidade do produto e diminuição de perdas por deterioração. Também é importante a seleção de cultivares menos propensas ao desenvolvimento de infeções pós-colheita. A colheita da batata-salsa costuma ser feita quando a raiz atinge um diâmetro de 3 a 4 cm; raízes com diâmetro maior que 4 cm tem menor valor comercial. Se o preço estiver desfavorável, a colheita pode ser atrasada algumas semanas. O ideal para a comercialização das raízes de batata-salsa é não lavá-las, pois dessa maneira aumenta-se o período de conservação. O processo de lavagem das raízes, embora melhore a aparência, contribui para o aumento da perda de água durante o período de comercialização, pois a utilização do cilindro rotativo que provoca atrito entre as raízes danifica a película externa de proteção. Além disso, pode contaminar as raízes sadias pela água e facilitar o desenvolvimento de microrganismos, se a secagem for deficiente. Na hora de escolher as melhores raízes na feira, a Embrapa Hortaliças aconselha: as raízes mais frescas apresentam um amarelo mais intenso; evite comprar aquelas cortadas com ferimentos, áreas amolecidas ou manchas escuras; e, principalmente, dê preferência às menores, pois são mais macias. Para conservá-las por mais tempo, guarde em um recipiente bem fechado ou em saco plástico na geladeira. Dessa maneira, as raízes mais frescas duram até cinco dias. 



Para maiores informações sobre o cultivo de batata-salsa, sugerimos acessar o seguinte endereço: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mandioquinha/MandioquinhaSalsa/apresentacao.html

quarta-feira, 10 de abril de 2013

15 de Abril: Dia Nacional da Conservação do Solo


     A data escolhida foi para homenagear o nascimento do americano Hugh Hammond Bennett (15/04/1881), considerado o pai da conservação dos solos nos Estados Unidos. Suas experiências estudando solos e agricultura, nacional e internacionalmente, fizeram dele um conservacionista dedicado, além da capacidade de comunicação de seus textos que muito conquistou para a causa mundial da conservação do solo. No Brasil, o Dia Nacional da Conservação do Solo foi oficializado pela Lei Federal 7876, de 13 de novembro de 1989. 


      O solo, também chamado de terra, tem grande importância na vida de todos os seres vivos do nosso planeta, assim como o ar, a água, o fogo e o vento. É do solo que retiramos parte dos nossos alimentos, além de servir como suporte à água e ao ar e sobre ele ainda construímos as nossas moradias. 

       Qualquer uso da terra provoca uma mudança na dinâmica natural dos solos e, entre essas alterações, destaca-se a erosão (Figura 1), que pode resultar da ação da água, dos ventos e, principalmente, causado pelo homem, através da devastação das florestas e queimadas e, também pelo manejo inadequado do solo. As estatísticas sobre perdas físicas de solo em todo o mundo revelam que, a cada ano, bilhões de toneladas de terra fértil são erodidas e transportadas para os rios. Segundo o Programa de Qualidade Ambiental da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as perdas no Brasil já atingem 840 milhões de toneladas anuais e, o que é pior, estão aumentando com a abertura de novas frentes agropecuárias no Centro-Oeste e na Amazônia (Fonte: http://www.ecoltec.com.br/pub4.htm). 

     A perda de solo pode causar grandes prejuízos aos agricultores, que perdem rapidamente a capacidade produtiva e, o que é mais grave, vão parar nos rios, córregos e lagos, provocando cada vez mais enchentes e destruição, além de contaminar o meio ambiente devido ao uso exagerado e indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas lavouras. Daí vem a importância de se ter um dia voltado para a reflexão sobre a conservação dos solos. Boa parte dessa perda de solo poderia ser evitada pelo manejo adequado dos solos, através de inúmeras práticas de conservação, tais como: a distribuição racional dos caminhos em uma propriedade, o cultivo respeitando as curvas de nível, a utilização de culturas mais apropriadas de acordo com a declividade do terreno, a implantação de faixas de vegetação nas lavouras, o terraceamento e a implantação de quebra ventos (erosão eólica), entre outras. Estas práticas reduzem a velocidade de escoamento da água, diminuindo o poder de enxurradas e aumentando a infiltração de água no solo. Outras ações ainda mais simples, como evitar o plantio de culturas anuais em solos com declínio acentuado, revolver o mínimo possível o solo e, especialmente, deixar a matéria orgânica sobre o solo, ao invés de queimá-la e, ainda procurar manter cobertura do solo nos cultivos, especialmente no início do desenvolvimento das culturas (entrelinhas) e, sempre que possível, utilizar a prática de rotação e consorciação de culturas com outros cultivos e com adubos verdes, são práticas bastante efetivas e fáceis de serem implantadas. 



Figura 1. Erosão: uma das principais causas da degradação do solo 



O que é o solo e como é formado?

     O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre, onde se desenvolvem muitas plantas e vive uma grande variedade de animais. Ela vem se formando há milhões de anos, com o acúmulo de pequeníssimas partículas, formadas pelo desgaste das rochas, que foram se misturando com os restos de animais e plantas. Portanto, o solo é o resultado de mudanças ocorridas nas rochas – denominadas intemperismo (conjunto de fenômenos físicos e químicos que levam à degradação e enfraquecimento das rochas). Ações dos ventos, chuvas e organismos vivos (processos físicos, químicos e biológicos) são os responsáveis por este lento processo; calcula-se que cada centímetro do solo se forma em intervalo de tempo de 100 a 400 anos. Logo que a rocha é alterada e é formado o material mais ou menos solto e macio, os seres vivos, animais e vegetais, assim como o próprio homem, passam a ajudar no desenvolvimento do solo. Eles atuam misturando a matéria orgânica (restos de vegetais e de animais mortos) com o material solto e macio em que se transformou a rocha. Esta mistura faz com que o material que veio do desgaste das rochas forneça alimentos a todas as plantas que vivem no nosso planeta. Além disso, os seres vivos quando morrem também vão sendo misturados com o material macio e solto, formando o verdadeiro solo (Figura 2). As condições climáticas existentes são a principal influência das características de cada solo. Muitos solos podem ser formados pelo transporte de sedimentos levados pelo vento, chuva ou pelas águas dos rios, como as dunas e as terras de aluvião. Logo abaixo do solo, aparece uma camada mais profunda e espessa, que é o subsolo. 





 Figura 2. Cada centímetro de solo, leva 100 a 400 anos para se formar 


A composição e organização do solo

     Constituído essencialmente por matéria mineral e orgânica (fração sólida), água (fração líquida) e ar (fração gasosa) o solo é, por este motivo, considerado um sistema trifásico. As proporções de cada constituinte variam, principalmente, de acordo com a natureza deste. Os quatro componentes do solo se encontram misturados uns aos outros. A matéria orgânica está misturada com a parte mineral e com a água. Dentro do solo existem pequenos furinhos, que chamamos de poros do solo, onde ficam guardados a água e o ar que as raízes das plantas e os outros organismos necessitam para beber e respirar. 


     O solo é estudado nas pesquisas dividindo a parte mineral em três frações principais, de acordo com o seu tamanho: areia (a parte mais grosseira); silte (uma parte um pouco mais fina, ou seja o limo que faz escorregar) e argila (uma parte muito pequena que para ser visualizada necessita de microscópios, ou seja, a mesma que gruda no sapato). Assim como o nosso corpo, o solo também tem uma organização, ou seja, possui camadas que são chamadas de horizontes do solo. A agricultura de bases ecológicas considera o solo um "ser vivo" cheio de vitalidade e complexidades, a ser observado e estudado em três aspectos: 1) físico (drenagem, capacidade de reter água, textura e porosidade, por exemplo); 2) químico (quantidade de matéria orgânica, pH, nutrientes, substâncias prejudiciais e húmus - matéria orgânica depositada no solo, que resulta da decomposição de animais e plantas mortas, ou de seus subprodutos, liberando através de um processo natural, diversos nutrientes, em especial o nitrogênio) e 3) biológico (micro e macro-organismos que o habitam, como fungos, bactérias, minhocas, insetos, formigas, dentre outros). Todos os três são igualmente importantes para que os processos naturais possam ocorrer. 

     As grandes diferenças na vegetação e nas plantações são em grande parte decorrentes dos diversos tipos de solos que ocorrem na natureza. Essa diversidade de solos reflete as variações dos fatores de formação que ocorrem na natureza. Esses solos se apresentam com diferentes cores: amarela, vermelha, marrom, preta, cinza, azulada, esverdeada e branca. Além de possuir cor diferente, um determinado horizonte pode ser mais duro que outro, filtrar a água mais rápido e/ou deixar que as raízes cresçam mais ou menos depressa. 



Degradação dos solos
Um solo se degrada quando são modificadas as suas características físicas, químicas e biológicas, sendo a erosão (Figura 1), uma das principais causas, além do desmatamento (Figura 3), esgotamento, salinização, compactação (Figura 4 e 5) e desertificação. A expansão das culturas de subsistência e a criação de animais para utilização pelos homens, os cultivos da cana-de-açúcar e do café e, mais recentemente, a da soja, têm sido realizados com rotinas inadequadas (isso desde a descoberta do Brasil pelos europeus), resultando em agressões aos elementos naturais, especialmente, ao solo e à água. 


Por falta de conhecimento, não só muitos agricultores e pecuaristas estão degradando intensamente os nossos recursos naturais, mas também madeireiros, garimpeiros e carvoeiros. Quem mais utiliza tem ainda pouca consciência de que o solo, a água e as florestas são recursos naturais finitos e que, após a sua degradação, a recuperação pode ser irreversível. É fundamental a disseminação da ideia de que "é mais econômico manter do que recuperar recursos naturais". 

A ação da água da chuva sobre os terrenos continua sendo um dos principais agentes da degradação dos solos brasileiros. Derrubada a vegetação e queimados os restos culturais (Figura 3), os terrenos ficam sujeitos à ação direta da água da chuva, que provoca a erosão hídrica do solo, carregando os seus nutrientes. As terras transportadas dos terrenos pelas enxurradas são, em grande quantidade, depositadas nas calhas dos cursos d'água, reduzindo a sua capacidade de armazenamento da água da chuva, ocasionando inundações, com graves consequências socioeconômicas. Em poucos anos, a terra torna-se empobrecida, diminuindo a produção agrícola e dos pastos. Agricultores e pecuaristas acabam deslocando-se para outras zonas, deixando para trás as áreas degradadas Há prejuízos diretos e indiretos e os efeitos são sentidos agora e no futuro. 


Figura 3. Devastação de florestas: além de causar a erosão do solo, reduz a biodiversidade, essencial, para o equilíbrio ecológico 

Figura 4. Compactação: uma das causas da degradação do sol, pois impede o desenvolvimento normal das raízes das plantas 




Figura 5. Pé-de-arado ou pé-de-grade: Camada de solo compactada que se desenvolve abaixo da camada, devido à aração e gradeação anual 




O que é conservacionismo?

     O conservacionismo é a gestão, pelo ser humano, da utilização dos elementos da biosfera (conjunto dos seres vivos da Terra e seus habitats, formado pelos diferentes ecossistemas), de modo a produzir o maior benefício sustentado para a população atual, mantendo as potencialidades e o equilíbrio necessários às gerações futuras. O conservacionismo compreende as seguintes atividades: Manutenção - para serem utilizados, os recursos naturais sofrem modificações, mas são mantidas as suas peculiaridades e corrigidas as deficiências, se ocorrerem, sem lhes afetar a potencialidade - é a utilização conservacionista); Preservação - quando os ecossistemas não devem sofrer qualquer alteração. Uma área pode ser destinada à preservação, não só para que o solo não sofra a ação da erosão, como para a conservação dos componentes da biosfera local e, a Restauração ou Recuperação -quando um elemento natural necessita de processos que o capacitem a exercer suas funções primitivas, eliminando-se os fatores que concorrem para sua degradação. 


     A conservação do solo é um dos princípios da agroecologia. Solos degradados exigem o uso intensivo de fertilizantes e, mesmo assim, podem não suprir as necessidades fisiológicas das plantas, o que muitas vezes resulta num uso intensivo de agrotóxicos. Com um bom manejo do solo, que conserva a fertilidade, a utilização desse tipo de insumo pode ser grandemente reduzida ou até mesmo evitada. 




Manejo do solo

     O solo, a água e as florestas são recursos naturais finitos e, após a sua degradação, a recuperação pode ser irreversível, por isso, é mais econômico manter do que recuperar recursos naturais. O uso intensivo da mecanização, agroquímicos e monocultura, estão entre os principais fatores que determinam a degradação de um solo (solo doente), reduzindo sua vida (pobre em matéria orgânica) e aumentando os distúrbios nutricionais e doenças e pragas. Por outro lado, um solo sadio (rico em matéria orgânica) produz plantas, animais e homens sadios. 

Figura 6. Solo degradado (doente);       Solo orgânico (sadio)

A verdadeira fertilidade é resultado da interação entre os aspectos químicos, físicos e biológicos do solo, sendo que a intensa atividade biológica no solo, determinará melhorias duradouras em suas qualidades químicas e físicas. A vida do solo depende da matéria orgânica: Composto orgânico, adubação verde/plantas de cobertura, biofertilizantes e estercos de animais curtido. A ciência da agroecologia é centrada no ser humano e sua base de sustentação é a fertilidade do solo. Tudo está ligado entre si como os órgãos de um corpo, por isso o solo, já antigamente, era visto como “organismo vivo”. A matéria orgânica (M.O.) influencia nos aspectos químicos, físicos e biológicos do solo e aumenta a resistência dos cultivos às pragas e doenças. 


Efeitos químicos da M.O. no solo: Fornece todos os nutrientes parceladamente, melhora a absorção de vários nutrientes, aumenta a retenção de nutrientes, reduz a toxidez de alumínio e corrige a acidez do solo, regula e equilibra a disponibilidade e absorção dos nutrientes e, ainda possui fitohormônios que favorecem às plantas. 

Efeitos físicos da M.O. no solo: Melhora a porosidade, aumenta a infiltração e retenção de água, reduz o encharcamento, diminui a compactação ou adensamento, aumenta a resistência à erosão e reduz as variações de temperatura. 

Efeitos biológicos da M.O. no solo: Aumenta a vida do solo, modifica a composição das plantas espontâneas (inços),e aumenta o poder de competição das culturas com as plantas espontâneas e, ainda melhora o valor nutricional e o sabor dos alimentos.



Como regenerar o solo degradado?

     As principais práticas para regenerar o solo degradado são: 


Cobertura permanente do solo; num solo descoberto, a cada 9º C de aumento da temperatura do solo, dobra a velocidade de degradação da matéria orgânica. O uso de plantas para cobertura do solo (adubação verde, uso de outras plantas e até plantas espontâneas) é uma prática muito importante para a regeneração do solo. A adubação verde é o cultivo de algumas espécies de plantas (gramíneas e leguminosas) que, ao serem incorporadas (conceito antigo) ou derrubadas no solo possibilitam o cultivo mínimo/plantio direto de culturas econômicas, ou ainda consorciadas com os cultivos, fornecendo matéria orgânica, protegendo o solo e reduzindo a incidências de plantas espontâneas (Figura 7). As principais vantagens da cobertura do solo, especialmente da adubação verde, são: Aumento da atividade de microorganismos úteis do solo, proteção do solo contra as adversidades climáticas e erosão, fixação do nitrogênio do ar no solo (leguminosas –mucuna e outras), reciclagem dos nutrientes das camadas não exploradas pelos cultivos para a superfície, auxilio no manejo de plantas espontâneas e na descompactação do solo através das raízes, melhora a estrutura do solo tornando-o mais solto e arejado, aumenta a capacidade de retenção de água ( até 10x) e infiltração e, ainda reduz a variação de temperatura no solo. Onde há pouco esterco, a adubação verde é a principal e mais barata fonte de matéria orgânica. 


Figura 7. A rotação de culturas com adubos verde e/ou consórcio (ex.:milho/mucuna): ótima opção para aumentar a matéria orgânica, melhorar a fertilidade do solo, cobrir o solo protegendo-o da erosão e, ainda reduzir a incidência de plantas espontâneas e compactação do solo, além de promover a reciclagem de nutrientes, devido ao sistema radicular vigoroso e profundo 

Adubação orgânica: uso de estercos de animais curtidos e, principalmente composto orgânico (resultado da transformação dos restos vegetais pelos microrganismos, em adubo natural de ótima qualidade). 

Mecanização cautelosa e com equipamentos adequados

Manejo de restos de culturas/cobertura morta com os materiais mais disponíveis na região (Figuras 8 e 9) 


Figura 8. Cultivo de repolho em cobertura morta (palha de milho) 



Figura 9. Cultivo de couve-flor em cobertura morta (palha de arroz) 



     Outras práticas importantes para regenerar o solo degradado, são: Manejo das plantas espontâneas, diversificação de plantas e cultivos, uso de quebra-ventos, uso de pó-de-rochas, uso de produtos que fortalecem a resistência das plantas e, ainda a integração de cultivos com árvores e com a produção animal.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

07 de Abril: Dia Mundial da Saúde



     O Dia Mundial da Saúde é comemorado no dia 7 de abril, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da saúde nas suas vidas e no dia-a-dia, além de descobrirem formas de se cuidarem. O Dia Mundial da Saúde foi criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1948, devido a preocupação em relação ao bom estado de saúde das pessoas em todo o mundo, e também alertar a todos sobre os principais problemas que podem atingir a população mundial. Segundo a OMS, “saúde” é o mais completo estado de bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença. Ou seja, uma pessoa saudável não é aquela que não está doente, mas a que tem o corpo e a mente funcionando em harmonia, desempenhando os papéis que cabem a cada um e proporcionando o máximo de bem-estar, disposição e vitalidade. 


     A saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, acesso a serviços de saúde e, especialmente de uma boa vida espiritual. Dormir bem, fazer exercícios físicos regularmente e, especialmente, ter uma alimentação adequada, são fatores fundamentais que contribuem de forma significativa para se ter uma boa saúde. Uma alimentação saudável é aquela equilibrada, que contém diferentes nutrientes em quantidade suficiente para o crescimento e manutenção do organismo e, o mais importante, sem contaminação de produtos químicos. A alimentação influencia diretamente na saúde, no trabalho, no estudo, no lazer e, principalmente, no tempo de vida das pessoas. 


Agrotóxicos e fertilizantes químicos ameaçam saúde dos brasileiros

     Pela Constituição Federal - art. 196, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo perante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços, para sua promoção, proteção e recuperação. Também pela Constituição Federal - art. 225, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 


     Os agrotóxicos foram desenvolvidos para dificultar ou exterminar formas de vida. Justamente por essa característica, são capazes de afetar a saúde humana. Considerado o motor do agronegócio brasileiro, o agrotóxico impacta os ecossistemas e a saúde da população, concordam pesquisadores da saúde - que se envolvem cada vez mais com esta e outras questões do meio ambiente. A partir de informações publicadas pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) - organização patronal que reúne empresas do agronegócio como Basf, Bayer, Down Agrosciences, Dupont, Monsanto e Syngenta - foi elaborado um resumo sobre o consumo de venenos pela agricultura brasileira. Os dados são preocupantes; enquanto as transnacionais exultam com seus lucros, o Brasil ocupa o posto de maior consumidor de venenos do mundo, e o que é pior, vários agrotóxicos que já são proibidos em outros países, ainda são utilizados em nosso país. Mais de um bilhão de litros de venenos são jogados nas lavouras por ano (50% na cultura da soja). Se fizermos um cálculo simples, dividindo a quantidade de agrotóxicos utilizados, anualmente, nas lavouras, pela população brasileira, chega-se a marca de 5,2 litros consumidos por habitante. A posição de campeão mundial no uso de agrotóxicos, antes ocupada pelos Estados Unidos, foi assumida pelo Brasil em 2008, ano em que o mercado de agrotóxicos movimentou sete bilhões de dólares. Em 1987, o consumo não ultrapassava as 100 mil toneladas e hoje são vendidas mais de 700.000 toneladas de venenos, segundo o Sindag – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola. 

     As principais consequências do uso indiscriminado dos agrotóxicos, largamente estimulados nos últimos 25 anos, são: contaminação do meio ambiente, dos alimentos, produtores e consumidores, redução da biodiversidade, morte dos insetos polinizadores (abelha e outros) e dos inimigos naturais das pragas, surgimento de novas pragas e resistência dos insetos, patógenos que causam doenças e plantas espontâneas ("inços" ou "mato") aos agrotóxicos e, o uso cada vez maior de misturas de produtos mais potentes e mais perigosos (ex.: uso do herbicida glifosato em lavouras de soja transgênica), além do aumento do custo de produção e dependência dos produtores. O meio ambiente é seriamente afetado com o uso de insumos químicos, pois as terras carregadas pelas águas das chuvas levam para os rios, lagoas e barragens, os resíduos de agrotóxicos, comprometendo a fauna e a flora aquática, além de comprometer as águas captadas com a finalidade de abastecimento. A utilização de agentes químicos na agricultura, sem dúvida, acarreta uma serie de impactos ambientais e põe em risco a vida humana. Devido à contaminação ambiental e aos resíduos de agrotóxicos nos alimentos, podemos também estimar que as populações residentes próximas a áreas de cultivo e os moradores urbanos também estão significativamente expostos aos efeitos nocivos destes agentes químicos. 

     As contaminações por agrotóxicos são muito frequentes e provocam, na maioria das vezes, sequelas no ser humano. Os efeitos podem ser agudos (sentido logo após o contato com o produto) ou crônicos (efeito sentido após semanas/anos). Normalmente o diagnóstico da intoxicação crônica é difícil de ser realizado e requer exames sofisticados para identificar. Os danos causados pelos agrotóxicos, muitas vezes, são irreversíveis, incluindo paralisias e vários tipos de câncer, distúrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor e outros, podendo levar até a morte. Outros efeitos podem ser sentidos, tais como: irritação ou nervosismo; ansiedade e angústia; tremores no corpo; indisposição, fraqueza e mal estar, dor de cabeça, tonturas, vertigem, náuseas, vômitos, cólicas abdominais; alterações visuais; respiração difícil, com dores no peito e falta de ar; queimaduras e alterações da pele; dores pelo corpo inteiro; irritação de nariz, garganta e olhos; urina alterada; convulsões ou ataques; desmaios, perda de consciência e até o coma. Até pouco tempo várias doenças como câncer, doenças respiratórias, neurológicas, transtornos de conduta e más formações congênitas eram tidas como doenças de “causas desconhecidas”. Análises na área de Saúde Ambiental, que pesquisam os impactos do ambiente na saúde humana, vêm mostrando o ambiente como fator de grande importância no processo de determinação dessas doenças. 

     Intoxicações e mortes causadas pelos agrotóxicos, registradas no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), indicam que entre 1984 a 2012 ocorreram 285 mortes e um total de 12.659 pessoas intoxicadas. No Brasil, 280 mil trabalhadores se intoxicam por ano. No mundo estima-se que são 3 milhões de pessoas intoxicadas por ano com 220 mil mortes, segundo a OMS. Estima-se que para cada registro oficial, ocorre pelo menos 10 casos não registrados (dificuldade no diagnóstico dos efeitos crônicos). Ao pesquisar a evolução das intoxicações por agrotóxicos em Santa Catarina, na década de 1991 a 2000, verificou-se, em média, que 350 pessoas foram intoxicadas por ano, enquanto que na última década (2001 a 2010), foram 600 pessoas intoxicadas por ano, ou seja, um aumento de 75% de pessoas intoxicadas (fonte: www.cit.sc.gov.br). Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), realizada em 26 estados do Brasil desde 2001, revela: Praticamente todas as espécies pesquisadas apresentaram amostras com resíduos de agrotóxicos e, o que é pior, com produtos químicos não registrados para as culturas e, ainda com alguns já proibidos em diversos países da Europa e Estados Unidos (endossulfan, acefato e metamidofós). As culturas com mais amostras contaminadas por agrotóxicos (30 a 91%), nos anos de 2009 e 2010, foram: pimentão, morango, pepino, alface, couve, abacaxi, beterraba e mamão. 

     Para maiores informações sobre os agrotóxicos, consultar o livro “Agrotóxicos no Brasil: Um guia para ação em defesa da vida” encontrado no seguinte endereço: www.aspta.org.br/wp-content/uploads/2011/09/Agrotoxicos-no-Brasil-mobile.pdf

    Os adubos químicos, especialmente os hidrossolúveis (solúveis em água) tais como a uréia, um dos mais utilizados pelos agricultores, também causam grandes impactos sobre o meio ambiente e a saúde das pessoas. Isto ocorre porque: uma parte é rapidamente absorvida pelas raízes das plantas, aumentando muito o teor de água e a susceptibilidade às pragas e doenças; outra parte (a maior parte)é lavada pelas chuvas e regas, e se houver erosão, contamina rios, córregos e lagos; a terceira parte se evapora, especialmente os nitrogenados (uréia) e, o que é pior, sob a forma de óxido nitroso pode destruir a camada de ozônio da atmosfera e contribuir para o aquecimento global. Além disso encarecem os cultivos pois periodicamente são reajustados, são acidificadores e destruidores da vida do solo e ainda tornam os produtores dependentes, uma vez que a maioria são importados. O Brasil já é o 4º maior consumidor mundial de adubos químicos e, por ser a maioria importados, torna-se um problema de segurança e soberania alimentar do país. Além de contaminar o meio ambiente, os adubos químicos prejudicam a saúde das pessoas e animais! O uso de adubos nitrogenados (ex.:uréia), provoca o acúmulo de nitratos e nitritos nos tecidos das plantas; O nitrato na corrente sanguínea reduz-se a nitritos que, combinado com aminas, forma as nitrosaminas, substâncias cancerígenas e mutagênicas; O uso exagerado de adubos nitrogenados (uréia e outros) pode causar a metahemoglobinemia em crianças; Os nitritos reagem com a hemoglobina, oxidando o ferro da hemoglobina, produzindo a metahemoglobina que é inativa e incapaz de transportar oxigênio para a respiração normal das células dos tecidos (crianças). A potabilidade da água para os humanos é de: Limite máximo de 10 mg/L de nitrato). Segundo a FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, o índice máximo de ingestão diária admissível de nitratos é de 5 mg/kg de peso vivo e 0,2 mg/kg para nitritos. Os animais jovens podem também desenvolver a metahemoglobinemia ingerindo água com excesso de nitratos (Limite máximo:5 mg/L de nitrato). Os animais adultos com exposição prolongada ao excesso de nitratos pode sofrer queda na produção de leite, abortos, deficiência de vitamina A, distúrbios da tireóide e problemas na reprodução. 

     Para maiores informações sobre os impactos dos adubos químicos no meio ambiente, consultar o documento “Nutrientes Vegetais no Meio Ambiente: ciclos bioquímicos, fertilizantes e corretivos” encontrado no seguinte endereço: www.cnpma.embrapa.br/download/documentos_66.pdf



Produtos orgânicos melhoram a saúde das pessoas

     No mundo inteiro as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e com o consumos de alimentos saudáveis. Os produtos orgânicos, por não utilizarem agrotóxicos, adubos químicos solúveis, transgênicos (organismos geneticamente modificados) e outros insumos artificiais tóxicos e, por serem produzidos com técnicas ambientalmente corretas, são os alimento ideais para toda a família, pois preservam a saúde do agricultor, consumidor e meio ambiente. Em comparação com os produtos convencionais, ou seja, que utilizam agroquímicos, os produtos orgânicos ou agroecológicos além de terem maior teor de vitaminas e sais minerais, apresentam melhor sabor e conservação. Além disso, para a sociedade como um todo, a produção orgânica é mais socialmente justa, pois, além de preservar o meio ambiente, gera mais empregos e renda e, sobretudo, melhora a qualidade de vida das pessoas e, ainda apresenta menor custo de produção. Os produtos orgânicos só tem vantagens! 


     É importante chamar a atenção das pessoas que muitas vezes confundem alimentos orgânicos com aqueles produzidos no sistema hidropônico; neste sistema não é utilizado terra, mas água. Mas são utilizados fertilizantes químicos altamente solúveis (proibidos pela agricultura orgânica) como a uréia que é diluída na água. A planta recebe “fertilizante na veia” com um maior teor de nitrato (potencialmente cancerígeno). Resultados de pesquisa que estudou o teor de nitrato em alface nos cultivos orgânico, convencional e hidropônico, revelou teores de 565,4; 2.782,1 e 3.093,4 mg/kg de alface, respectivamente. Ou seja, uma pessoa (70 kg) comendo 4 a 9 folhas de alface hidropônica/dia, atinge a dose máxima de nitratos permitida, enquanto que no sistema de cultivo orgânico, poderia comer mais de 50 folhas de alface/dia. 

     O IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor, recentemente lançou o Mapa das Feiras Orgânicas em todo o Brasil, por isso, procure na sua região onde estão estas feiras: http://www.idec.org.br/feirasorganicas Não encontrando uma feira de produtos orgânicos próxima de sua residência, faça uma horta orgânica, pois, além de ter produtos frescos e saudáveis diariamente, você terá uma terapia ocupacional e, ainda, a oportunidade de fazer exercícios ao ar livre e, dessa maneira prevenir as doenças. 




Considerações finais

     A saúde é uma das maiores riquezas do ser humano, é sinônimo de vida, é um dom de Deus confiado ao ser humano. Quanto mais cada um cuidar de si preventivamente e, dos que convivem com ele, melhor para todos e para o planeta!  Cada um de nós precisa fazer a sua parte, preservando e melhorando as condições de vida no planeta,  e até denunciando (é proibido utilizar herbicidas no meio urbano em Santa Catarina), pois consciência ambiental e saúde estão diretamente relacionados. Por isso, é importante que você procure ter hábitos que ajudem a manter uma boa saúde, garantindo uma vida mais ativa e alegre. 


     E você? O que você está fazendo para ter uma vida mais saudável? Siga as dicas relacionadas a seguir, e você verá que pequenos cuidados com a sua saúde podem fazer sua vida muito mais feliz! 

1. Sempre que possível, compre somente produtos orgânicos: Como saber se o alimento é orgânico? existem instituições certificadoras e associações que são responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização da produção (Rede Ecovida, Ecocert, IBD). Uma vez credenciada a propriedade pode gerar produtos certificados que irão receber um selo de qualidade. A certificação é um processo de inspeção periódica das propriedades para verificar se o alimento está sendo cultivado e processado de acordo com as normas de produção orgânica. 

2. Cultive uma horta orgânica em sua casa: mesmo em pequenos espaços é possível ter uma horta onde se possa cultivar as hortaliças, plantas medicinais e temperos que necessitam de menor espaçamento entre plantas (com 10 m2 é possível produzir as principais hortaliças frescas e saudáveis para uma família). Mesmo em apartamentos é possível produzir, utilizando diversos recipientes; no entanto, deve-se escolher locais onde tenha luz solar por pelo menos 4 horas por dia. Ao cultivar uma horta tem-se uma ótima terapia ocupacional para todas as faixas de idade, muito eficiente para problemas de estresse, depressão e outros, além de melhorar a autoestima das pessoas e proporcionar salutar exercício ao ar livre, atividade que previne doenças. 


Horta Orgânica: além de produzir alimentos saudáveis e mais nutritivos, a implantação e condução de uma horta é muito útil como terapia ocupacional e, ainda uma ótima oportunidade para fazer exercícios físicos ao ar livre, contribuindo para melhorar a saúde das pessoas 


     Para maiores informações sobre como implantar e conduzir uma horta orgânica adquira a publicação “Cultive uma horta e um pomar orgânicos: sementes e mudas para preservar a biodiversidade”, através da Epagri/gerência de marketing e comunicação (gmc@epagri.sc.gov.br). 



3. Água é saúde, por isso beba bastante água: O ideal é beber diariamente 30 ml de água por peso corporal. Por exemplo, se você pesa 50 kg, o ideal é beber 1,5 litros de água todos os dias. Entre outros fatores, a água ajuda a regular a temperatura do corpo pela transpiração, leva embora toxinas pela urina e transporta nutrientes e outras substâncias pelo corpo inteiro. 

4. Pratique atividades físicas regularmente: Praticar atividades físicas regularmente é fundamental, pois melhora a função pulmonar e a circulação sanguínea, traz mais disposição pessoal, reduz o estresse, a ansiedade e a depressão, facilita o metabolismo de açúcares e gorduras, ajuda no controle do peso e no condicionamento físico, além de contribuir para retardar o processo de envelhecimento e etc. Atualmente, não há mais desculpas para não fazer exercícios físicos, pois as academias ao ar livre estão se multiplicando na maioria das cidades brasileiras e, o que é melhor, sem nenhum custo para os praticantes. Outra dica é utilizar menos o carro e mais a bicicleta e, especialmente fazer as caminhadas, principalmente nas pequenas cidades, pois além de realizar exercícios, ainda deixa de poluir o meio ambiente. 

5. Durma bem: Os períodos de descanso aumentam bastante a produtividade. Essas horas melhoram nossa saúde física e são capazes de propiciar uma visão mais otimista a respeito da vida. Para dormir melhor, evite café preto, bebidas do tipo cola, guaraná e bebidas alcóolicas à noite e, nunca vá dormir com fome ou alimentado em excesso. 

6. Alimentação equilibrada e saudável: A alimentação está para o corpo humano assim como o combustível está para uma máquina. Proteínas, hidratos de carbono (açúcares), gorduras, vitaminas e sais minerais, que estão contidos nos alimentos que consumimos, diariamente, são os nutrientes para nosso corpo. O melhor remédio para se manter uma boa saúde é a alimentação, aliada à bons hábitos como por exemplo, a prática regular de uma atividade física. Uma dieta balanceada é responsável pelo bom funcionamento do nosso organismo e prevenção de doenças. Quem engorda facilmente, precisa evitar gorduras, enquanto que aqueles que sofrem de colesterol alto não devem comer ovos e, os hipertensos devem evitar o sal. Quem tem problemas com fermentação, passa melhor se não exagerar nos doces, leite e feijão, por exemplo. O consumo de açúcares simples que estão nos refrigerantes e doces, por exemplo, deve ser reduzido, pois se não forem imediatamente “queimados” pelo organismo, eles se transformam em indesejáveis depósitos de gordura. Pesquisas científicas levaram os nutricionistas a criarem um modelo de orientação alimentar, chamado “pirâmide alimentar”. Este modelo é um guia simples e prático de consumo, na proporção adequada dos alimentos mais nutritivos e indispensáveis para a saúde; Na base da pirâmide estão os alimentos energéticos que devem compor a maior parte da alimentação. A seguir (2º andar da pirâmide), estão os reguladores do organismo (hortaliças e frutas de coloração variadas) que são excelentes fontes de fibras, vitaminas e minerais, além de carboidratos. No terceiro andar estão os alimentos estruturais (carnes, ovos, leite e derivados, leguminosas e sementes). No topo da pirâmide estão as gorduras, óleos, açúcares e álcool, que devem ser consumidos, raramente; estes alimentos, além de já estarem presentes nos outros grupos, contêm muitas calorias, mas poucas vitaminas, minerais e fibras. São alimentos que engordam sem nutrir. 



     Maiores informações sobre o assunto podem ser encontradas, acessando o seguinte endereço: http://emedix.uol.com.br/dia/nut001_1f_comadetudo.php


7. Prevenir é melhor que remediar: além de ter uma alimentação equilibrada e saudável e praticar exercícios regularmente, a prevenção, ou seja, periodicamente consultar os médicos especialistas, é fundamental para a saúde. Esta dica é importante, principalmente para os homens, pois as mulheres, de uma forma geral, se cuidam mais e, por isso, apresentam maior expectativa de vida.
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