sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Horta Orgânica Comunitária do bairro da Estação, em   Urussanga:                            Exemplo a ser seguido
     A horta comunitária tem uma longa história, mas agora ela surge como uma alternativa viável. Conforme a finalidade, as hortas são denominadas de doméstica ou domiciliar, escolar, comunitária ou coletiva e comercial (finalidade lucrativa). As três primeiras tem como finalidade, produzir alimentos saudáveis em quantidades suficientes para consumo próprio e, o mais importante, sem riscos ao meio ambiente. A horta comunitária contribui na ocupação benéfica de terrenos baldios, ociosos, em áreas urbanas que muitas vezes são utilizados como depósito de entulhos e lixo (focos de contaminação e transmissão de doenças). Ao proteger e conservar os terrenos e, o mais importante, produzir alimentos para inúmeras famílias, sem agredir o meio ambiente, a horta comunitária tem uma função fundamental na beleza da cidade e, o mais importante, na melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas.
     Em Urussanga, graças à sensibilidade do casal Lia e Jurandir Piovezan, do bairro da Estação, temos a primeira horta comunitária (Figura 1) que servirá, com certeza, de inspiração para outras pessoas de outros bairros. A área foi cercada e construídos vários canteiros, com água disponível para irrigação e 3 composteiras, com a finalidade de transformar restos de cultivos e lixo orgânico produzido pelos participantes, em adubo orgânico. Cada família é responsável pelo cultivo das espécies que desejar no seu canteiro.



Figura 1.  Horta orgânica comunitária do bairro da Estação, em Urussanga, SC


1. OBJETIVO GERAL: Produzir, de forma solidária, alimentos frescos, saudáveis, mais nutritivos e mais baratos, promovendo o acesso e disponibilidade dos mesmos e, o mais importante, sem riscos ao meio ambiente e à saúde das pessoas.
2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Aproveitamento das áreas ociosas; Fortalecer o convívio comunitário, exercitando a cooperação e o trabalho em equipe; Contribuir na complementação da alimentação e na produção de chás, a partir de plantas medicinais; Desenvolver práticas sustentáveis e hábitos alimentares saudáveis; Incentivar outros moradores do bairro e da cidade no cultivo de uma horta orgânica em suas residências; Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; Promoção da saúde da população como um todo, através de ações educativas, trabalhando de forma prazerosa os aspectos ambientais e sociais; Elevação da autoestima, pois com o trabalho diário dedicado na produção de seu próprio alimento, ajuda as pessoas envolvidas de todas as faixas de idade, viverem mais e melhor; A horta, quando conduzida com prazer, torna-se uma terapia eficiente para problemas como estresse, depressão e outros, resgatando deste modo a alegria de se viver e se sentir incluído na sociedade como um todo; Proporcionar salutar exercício ao ar livre, ao preparar o solo, semear, capinar, irrigar, observar o crescimento, colher e consumir hortaliças frescas, saudáveis e sem agrotóxicos, é uma  atividade importante para prevenção de doenças.

Cultive uma horta orgânica e colha saúde, qualidade de vida e paz com a natureza !



10 passos para  implantar e conduzir uma horta orgânica comunitária*

Fonte:    Adaptado da fonte

     A horta comunitária contribui na ocupação benéfica de terrenos baldios ociosos em áreas urbanas que muitas vezes são utilizados como depósito de entulhos e lixo (focos de contaminação e transmissão de doenças). Ao proteger e conservar os terrenos e, o mais importante, produzir alimentos frescos, saudáveis, mais nutritivos e, mais baratos, para inúmeras famílias, sem agredir o meio ambiente, a horta comunitária tem uma função fundamental na melhoria de qualidade de vida das pessoas, além de unir as pessoas envolvidas.  Ao iniciar uma horta, é importante visitar a horta comunitária do bairro da Estação (defronte à igreja Nossa Senhora Aparecida), em Urussanga, belo  exemplo a ser seguido. A seguir,  algumas dicas para o sucesso da horta comunitária:
1.Comece a falar sobre a horta comunitária: Antes de semear a semente ou plantar a muda, plante a ideia. Converse com pessoas de sua comunidade e fale sobre os benefícios e todas as vantagens que uma horta comunitária pode trazer para os envolvidos.

2. Encontre o espaço ideal: Em grandes cidades as áreas livres estão cada vez mais escassas. O terreno ideal deve ser plano e ensolarado e cercado, para evitar a entrada de animais domésticos. É importante que seja feito a análise do solo para conhecimento da acidez do solo e do teor de matéria orgânica de nutrientes, para posterior interpretação e recomendação do técnico do município.

3. Pesquise algum tipo de subsídio na sua região: Algumas prefeituras disponibilizam sementes, ferramentas e até instrutores para ensinarem as primeiras técnicas. Existem também ONGs e técnicos aposentados que podem ajudar às pessoas de menor conhecimento e prática.

4.  Construa canteiros individuais, que podem ser, preferencialmente, de tijolos, mas também pode ser com materiais recicláveis (garrafas pet, pneus descartados, madeira e outros): Dessa forma, cada família ou pessoa é responsável pelo cultivo das espécies que mais aprecia.

5. Inicie um sistema de compostagem, para fazer o próprio adubo orgânico no local: Um sistema simples é a composteira caseira ou minhocário. Ela pode ser feita pelos próprios participantes, aproveitando os restos de cultivos e lixo orgânico das família participantes. O adubo orgânico produzido é usado na plantação, substituindo os fertilizantes químicos. 

6. Dê liberdade aos participantes: Cada pessoa deve escolher o que plantar no seu espaço. É importante incentivar os participantes para multiplicarem suas próprias sementes e mudas e, com isso fazendo troca  uns com os outros e, dessa forma, aumentando o número de espécies (biodiversidade). Quanto maior a biodiversidade, princípio básico para produção de alimentos orgânicos, maior é o equilíbrio ecológico e,  menor os problemas com insetos-pragas. 

7. Tenha regras: O ideal é ter um planejamento. Escalas que determinam dias e horários dos responsáveis pela rega das plantas, por exemplo, é  importante, evitando-se que os canteiros recebam água de mais ou de menos. Mutirões de plantio e limpeza também são sempre bem-vindos. Uma liderança é importante para manter a horta sob controle e também para resolver atritos, receber sugestões e criar novas soluções para melhorar a qualidade da horta.

8. Convide pessoas experientes para conversar com a comunidade: Receber bons conselhos e trocar experiências é essencial para manter o grupo unido e melhorar as técnicas de plantio. Além disso, a participação de palestrantes voluntários é muito importante para compartilhar o conhecimento e  incentivar ainda mais a comunidade.

9. Torne o seu espaço atraente: Isso também inspira muito a comunidade e atrai novos participantes. Afinal, quem não gosta de estar  em um local agradável?

10. Compartilhar refeições comunitárias no jardim: Este é um jeito especial de comemorar a colheita, os árduos meses de trabalho. Além disso, é sempre gostoso dividir uma refeição com a família e os amigos.





Como tornar a Horta Comunitária Orgânica e Sustentável?
Parte I

      Atualmente a palavra “sustentabilidade” está em destaque e, tem sido cada vez mais uma preocupação mundial, felizmente. Não se trata de modismo, pois exemplos de sustentabilidade, são relatados em todos os setores de produção. Desenvolvimento sustentável tem sido definido como “modelo econômico capaz de satisfazer as necessidades das gerações atuais, levando em consideração as necessidades e interesses das futuras gerações”. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro, conciliando crescimento econômico  e preservação da natureza.
Produção de adubo natural através do processo da compostagem: A horta para ser considerada sustentável, deve se utilizado o mínimo possível de insumos (adubos e outros produtos),  bem como a água (recurso natural escasso) para irrigação, vindos de fora. Por isso, especificamente em relação à adubação das plantas, fundamental para o sucesso da horta, deve-se produzir no local,  o composto orgânico, através da compostagem. A compostagem é um processo que resulta no composto orgânico, um adubo natural, de ótima qualidade e, o mais importante, não polui o meio ambiente, como os adubos químicos. É um processo controlado de fermentação de resíduos orgânicos para produção de adubo orgânico .Além de ser uma boa fonte de macronutrientes, possui micronutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas e, ainda reduz a acidez do solo, ao contrário dos adubos químicos e estercos de animais que podem salinizar  e acidificar o solo e contaminar o solo e os rios.  Além disso, devido a temperatura alta que alcança no processo da compostagem (até 65ºC), durante a fermentação, os microorganismos causadores de doenças das plantas e as sementes de plantas espontâneas (“mato”) não sobrevivem.
Como é feito o composto orgânico? Para isso, deve-se  reservar um espaço para construir, no mínimo, duas composteiras. O método mais prático e difundido, consiste em montar as pilhas alternando-se restos vegetais (folhas, capins, restos de cultivos e até as plantas espontâneas - “mato”,  bagaço de cana de açúcar, aparas de gramas) e/ou restos domésticos (restos de alimentos, com excessão de carne, borra de café e erva-mate, restos de frutas e hortaliças, casca de ovos)  com meios de fermentação (estrume fresco de animais), numa proporção aproximada de 3 a 5 partes de vegetais para 1 de esterco fresco. Quanto mais picado  os restos vegetais, tanto mais rápido é a transformação em adubo orgânico. Não havendo esterco de animais, pode-se utilizar terra para colocar após a camada de restos de vegetais e/ou domésticos.  Periodicamente, é feito o revolvimento do composto, umedecendo, quando necessário, pois os microorganismos necessitam de calor, umidade e ar para decompor e transformar o lixo orgânico em adubo natural.




Como tornar a Horta Comunitária Orgânica e Sustentável?
Parte II

Na edição anterior do jornal Vanguarda, foi comentado que para uma horta ser considerada sustentável (desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro, conciliando crescimento econômico  e preservação da natureza), não deve depender de insumos vindos de fora do local e, por isso, mostrou-se que os adubos orgânicos podem ser produzidos no local, através da compostagem, utilizando-se restos de  vegetais, restos de alimentos (com exceção de carne) e  estrume de animais. Nesta edição, vamos mostrar que outros insumos como sementes e mudas e preparados de plantas para o manejo de doenças e pragas, também podem ser preparados no local.
Produção de mudas e sementes próprias: Na produção de uma horta sustentável, com base agroecológica, deve-se sempre que possível, tornar-se independente de insumos externos, priorizando, quando possível o resgate das variedades crioulas e/ou multiplicando as mudas e sementes de variedades comerciais que tenham se destacado. O uso e manutenção de variedades crioulas é muito importante na sustentabilidade da horta, pois são sementes com grande variabilidade genética,  rústicas e resistentes às doenças e pragas, melhoradas ao longo do tempo e, conservadas pelos agricultores, de geração para geração. Ao serem selecionadas as sementes vão se adaptando às mudanças climáticas com o tempo e, por isso, garantem maior estabilidade ou seja, mesmo em condições desfavoráveis, ainda assim haverá alguma produção. Com a “modernização” da agricultura as variedades crioulas foram sendo substituídas por variedades industriais e, especialmente híbridos e, mais recentemente, transgênicos, causando a dependência dos agricultores, a perda da agrobiodiversidade e, o que é pior, aumentando o risco para a saúde das atuais e futuras gerações (ex.: sementes transgênicas). Como exemplos de mudas e sementes que devem serem multiplicadas, podemos destacar a produção própria de ramas (mudas) de aipim e batata-doce e de sementes de alface (variedades crioulas), tomate cereja (perinha), tomate italiano, abobrinha, moranga, pepino e milho variedade.
Preparado de plantas e uso de plantas repelentes para o manejo de pragas e doenças: Em ambientes equilibrados e saudáveis, normalmente, não ocorre pragas e doenças. No entanto, especialmente na primavera, estação do ano de fertilidade e de grande atividade na natureza, poderão ocorrer algumas pragas que causam danos nas plantas, além de favorecerem o surgimento de doenças. Considerando que a proposta da horta é de ser sustentável e que os insumos químicos (agrotóxicos) prejudicam a vida do solo e do meio ambiente, além de aumentar o custo de produção, serão utilizados produtos alternativos produzidos  na horta, a partir de preparados de plantas medicinais, sempre e somente quando necessários. Como exemplo, citamos a sálvia e o boldo (plantas medicinais plantadas na horta), ótimos repelentes da borboleta que põe os ovos nas plantas, dando origem as lagartas que atacam severamente as couves, repolho, brócolis e couve-flor. Outro produto alternativo muito eficiente para o manejo de vaquinhas, pulgões, grilos, paquinhas e outros insetos é o preparado com pimenta, especialmente as mais ardidas, como a malagueta.



Como tornar a Horta Comunitária Orgânica e Sustentável?
Parte III - final

     Nas edições anteriores do jornal Vanguarda, comentou-se que para uma horta ser considerada sustentável (desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro, conciliando crescimento econômico  e preservação da natureza), não deve depender de insumos vindos de fora do local e, por isso, mostrou-se que os adubos orgânicos, sementes e mudas e, preparados de plantas e plantas repelentes, visando o manejo de pragas e doenças, podem ser produzidos e cultivados no local.. Nesta edição, vamos mostrar que através da biodiversidade, ou seja, o cultivo do maior número possível de espécies na horta, poderemos ter o equilíbrio ecológico, favorecendo o abrigo, reprodução e alimentos dos inimigos naturais das pragas que atacam os cultivos. Na irrigação, através de perfuração de poços ou então, coleta da água da chuva, podemos estar poupando água, recurso cada vez mais escasso.
Biodiversidade e o manejo de pragas com o auxílio dos inimigos naturais: Um dos princípios para termos uma agricultura mais sustentável é a preservação e ampliação da biodiversidade ou diversidade biológica. Para o sucesso da agricultura orgânica deve-se procurar imitar, dentro do possível, o que ocorre numa floresta, onde todos os seres vivos estão em perfeito equilíbrio. Todas as pragas das culturas tem seus inimigos naturais que as devoram, diminuindo e até eliminando o problema. Daí a importância de diversificar os cultivos o máximo possível (rotação e consorciação de cultivos), plantio de diferentes espécies de plantas e até preservar refúgios naturais como as matas, cercas vivas e capoeiras para manter a diversidade natural da fauna (ácaros predadores, aranhas, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Todos fazem parte do grande conjunto natural e cada um contribui para a manutenção do equilíbrio da natureza. Como exemplo, citamos as joaninhas que comem pulgões, praga que ataca especialmente a couve, repolho, brócolis e couve-flor
Irrigação: Embora dois terços do planeta terra  seja formado por  água, apenas  0,008 % do total é potável (própria para o consumo). E, o que é pior, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Sendo a água de qualidade, um recurso natural cada vez mais escasso e, considerando que busca-se uma horta sustentável,  a instalação de cisterna para aproveitar a água da chuva, para irrigação. O cultivo de hortaliças sem complementação de água de boa qualidade, através da irrigação, é praticamente, impossível. As hortaliças, por terem ciclo curto, sofrem mais que outras espécies com pequenos períodos de estiagem. Além disso, a maioria das hortaliças são exigentes, pois apresentam em sua composição mais de 85% de água. A qualidade da água é muito importante, pois grande parte das hortaliças são consumidas cruas.



Ferreira On 2/10/2017 01:02:00 AM Comentarios LEIA MAIS

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Horta Orgânica Comunitária

Horta Orgânica Comunitária do bairro da Estação, em   Urussanga:                            Exemplo a ser seguido
     A horta comunitária tem uma longa história, mas agora ela surge como uma alternativa viável. Conforme a finalidade, as hortas são denominadas de doméstica ou domiciliar, escolar, comunitária ou coletiva e comercial (finalidade lucrativa). As três primeiras tem como finalidade, produzir alimentos saudáveis em quantidades suficientes para consumo próprio e, o mais importante, sem riscos ao meio ambiente. A horta comunitária contribui na ocupação benéfica de terrenos baldios, ociosos, em áreas urbanas que muitas vezes são utilizados como depósito de entulhos e lixo (focos de contaminação e transmissão de doenças). Ao proteger e conservar os terrenos e, o mais importante, produzir alimentos para inúmeras famílias, sem agredir o meio ambiente, a horta comunitária tem uma função fundamental na beleza da cidade e, o mais importante, na melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas.
     Em Urussanga, graças à sensibilidade do casal Lia e Jurandir Piovezan, do bairro da Estação, temos a primeira horta comunitária (Figura 1) que servirá, com certeza, de inspiração para outras pessoas de outros bairros. A área foi cercada e construídos vários canteiros, com água disponível para irrigação e 3 composteiras, com a finalidade de transformar restos de cultivos e lixo orgânico produzido pelos participantes, em adubo orgânico. Cada família é responsável pelo cultivo das espécies que desejar no seu canteiro.



Figura 1.  Horta orgânica comunitária do bairro da Estação, em Urussanga, SC


1. OBJETIVO GERAL: Produzir, de forma solidária, alimentos frescos, saudáveis, mais nutritivos e mais baratos, promovendo o acesso e disponibilidade dos mesmos e, o mais importante, sem riscos ao meio ambiente e à saúde das pessoas.
2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Aproveitamento das áreas ociosas; Fortalecer o convívio comunitário, exercitando a cooperação e o trabalho em equipe; Contribuir na complementação da alimentação e na produção de chás, a partir de plantas medicinais; Desenvolver práticas sustentáveis e hábitos alimentares saudáveis; Incentivar outros moradores do bairro e da cidade no cultivo de uma horta orgânica em suas residências; Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; Promoção da saúde da população como um todo, através de ações educativas, trabalhando de forma prazerosa os aspectos ambientais e sociais; Elevação da autoestima, pois com o trabalho diário dedicado na produção de seu próprio alimento, ajuda as pessoas envolvidas de todas as faixas de idade, viverem mais e melhor; A horta, quando conduzida com prazer, torna-se uma terapia eficiente para problemas como estresse, depressão e outros, resgatando deste modo a alegria de se viver e se sentir incluído na sociedade como um todo; Proporcionar salutar exercício ao ar livre, ao preparar o solo, semear, capinar, irrigar, observar o crescimento, colher e consumir hortaliças frescas, saudáveis e sem agrotóxicos, é uma  atividade importante para prevenção de doenças.

Cultive uma horta orgânica e colha saúde, qualidade de vida e paz com a natureza !



10 passos para  implantar e conduzir uma horta orgânica comunitária*

Fonte:    Adaptado da fonte

     A horta comunitária contribui na ocupação benéfica de terrenos baldios ociosos em áreas urbanas que muitas vezes são utilizados como depósito de entulhos e lixo (focos de contaminação e transmissão de doenças). Ao proteger e conservar os terrenos e, o mais importante, produzir alimentos frescos, saudáveis, mais nutritivos e, mais baratos, para inúmeras famílias, sem agredir o meio ambiente, a horta comunitária tem uma função fundamental na melhoria de qualidade de vida das pessoas, além de unir as pessoas envolvidas.  Ao iniciar uma horta, é importante visitar a horta comunitária do bairro da Estação (defronte à igreja Nossa Senhora Aparecida), em Urussanga, belo  exemplo a ser seguido. A seguir,  algumas dicas para o sucesso da horta comunitária:
1.Comece a falar sobre a horta comunitária: Antes de semear a semente ou plantar a muda, plante a ideia. Converse com pessoas de sua comunidade e fale sobre os benefícios e todas as vantagens que uma horta comunitária pode trazer para os envolvidos.

2. Encontre o espaço ideal: Em grandes cidades as áreas livres estão cada vez mais escassas. O terreno ideal deve ser plano e ensolarado e cercado, para evitar a entrada de animais domésticos. É importante que seja feito a análise do solo para conhecimento da acidez do solo e do teor de matéria orgânica de nutrientes, para posterior interpretação e recomendação do técnico do município.

3. Pesquise algum tipo de subsídio na sua região: Algumas prefeituras disponibilizam sementes, ferramentas e até instrutores para ensinarem as primeiras técnicas. Existem também ONGs e técnicos aposentados que podem ajudar às pessoas de menor conhecimento e prática.

4.  Construa canteiros individuais, que podem ser, preferencialmente, de tijolos, mas também pode ser com materiais recicláveis (garrafas pet, pneus descartados, madeira e outros): Dessa forma, cada família ou pessoa é responsável pelo cultivo das espécies que mais aprecia.

5. Inicie um sistema de compostagem, para fazer o próprio adubo orgânico no local: Um sistema simples é a composteira caseira ou minhocário. Ela pode ser feita pelos próprios participantes, aproveitando os restos de cultivos e lixo orgânico das família participantes. O adubo orgânico produzido é usado na plantação, substituindo os fertilizantes químicos. 

6. Dê liberdade aos participantes: Cada pessoa deve escolher o que plantar no seu espaço. É importante incentivar os participantes para multiplicarem suas próprias sementes e mudas e, com isso fazendo troca  uns com os outros e, dessa forma, aumentando o número de espécies (biodiversidade). Quanto maior a biodiversidade, princípio básico para produção de alimentos orgânicos, maior é o equilíbrio ecológico e,  menor os problemas com insetos-pragas. 

7. Tenha regras: O ideal é ter um planejamento. Escalas que determinam dias e horários dos responsáveis pela rega das plantas, por exemplo, é  importante, evitando-se que os canteiros recebam água de mais ou de menos. Mutirões de plantio e limpeza também são sempre bem-vindos. Uma liderança é importante para manter a horta sob controle e também para resolver atritos, receber sugestões e criar novas soluções para melhorar a qualidade da horta.

8. Convide pessoas experientes para conversar com a comunidade: Receber bons conselhos e trocar experiências é essencial para manter o grupo unido e melhorar as técnicas de plantio. Além disso, a participação de palestrantes voluntários é muito importante para compartilhar o conhecimento e  incentivar ainda mais a comunidade.

9. Torne o seu espaço atraente: Isso também inspira muito a comunidade e atrai novos participantes. Afinal, quem não gosta de estar  em um local agradável?

10. Compartilhar refeições comunitárias no jardim: Este é um jeito especial de comemorar a colheita, os árduos meses de trabalho. Além disso, é sempre gostoso dividir uma refeição com a família e os amigos.





Como tornar a Horta Comunitária Orgânica e Sustentável?
Parte I

      Atualmente a palavra “sustentabilidade” está em destaque e, tem sido cada vez mais uma preocupação mundial, felizmente. Não se trata de modismo, pois exemplos de sustentabilidade, são relatados em todos os setores de produção. Desenvolvimento sustentável tem sido definido como “modelo econômico capaz de satisfazer as necessidades das gerações atuais, levando em consideração as necessidades e interesses das futuras gerações”. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro, conciliando crescimento econômico  e preservação da natureza.
Produção de adubo natural através do processo da compostagem: A horta para ser considerada sustentável, deve se utilizado o mínimo possível de insumos (adubos e outros produtos),  bem como a água (recurso natural escasso) para irrigação, vindos de fora. Por isso, especificamente em relação à adubação das plantas, fundamental para o sucesso da horta, deve-se produzir no local,  o composto orgânico, através da compostagem. A compostagem é um processo que resulta no composto orgânico, um adubo natural, de ótima qualidade e, o mais importante, não polui o meio ambiente, como os adubos químicos. É um processo controlado de fermentação de resíduos orgânicos para produção de adubo orgânico .Além de ser uma boa fonte de macronutrientes, possui micronutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas e, ainda reduz a acidez do solo, ao contrário dos adubos químicos e estercos de animais que podem salinizar  e acidificar o solo e contaminar o solo e os rios.  Além disso, devido a temperatura alta que alcança no processo da compostagem (até 65ºC), durante a fermentação, os microorganismos causadores de doenças das plantas e as sementes de plantas espontâneas (“mato”) não sobrevivem.
Como é feito o composto orgânico? Para isso, deve-se  reservar um espaço para construir, no mínimo, duas composteiras. O método mais prático e difundido, consiste em montar as pilhas alternando-se restos vegetais (folhas, capins, restos de cultivos e até as plantas espontâneas - “mato”,  bagaço de cana de açúcar, aparas de gramas) e/ou restos domésticos (restos de alimentos, com excessão de carne, borra de café e erva-mate, restos de frutas e hortaliças, casca de ovos)  com meios de fermentação (estrume fresco de animais), numa proporção aproximada de 3 a 5 partes de vegetais para 1 de esterco fresco. Quanto mais picado  os restos vegetais, tanto mais rápido é a transformação em adubo orgânico. Não havendo esterco de animais, pode-se utilizar terra para colocar após a camada de restos de vegetais e/ou domésticos.  Periodicamente, é feito o revolvimento do composto, umedecendo, quando necessário, pois os microorganismos necessitam de calor, umidade e ar para decompor e transformar o lixo orgânico em adubo natural.




Como tornar a Horta Comunitária Orgânica e Sustentável?
Parte II

Na edição anterior do jornal Vanguarda, foi comentado que para uma horta ser considerada sustentável (desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro, conciliando crescimento econômico  e preservação da natureza), não deve depender de insumos vindos de fora do local e, por isso, mostrou-se que os adubos orgânicos podem ser produzidos no local, através da compostagem, utilizando-se restos de  vegetais, restos de alimentos (com exceção de carne) e  estrume de animais. Nesta edição, vamos mostrar que outros insumos como sementes e mudas e preparados de plantas para o manejo de doenças e pragas, também podem ser preparados no local.
Produção de mudas e sementes próprias: Na produção de uma horta sustentável, com base agroecológica, deve-se sempre que possível, tornar-se independente de insumos externos, priorizando, quando possível o resgate das variedades crioulas e/ou multiplicando as mudas e sementes de variedades comerciais que tenham se destacado. O uso e manutenção de variedades crioulas é muito importante na sustentabilidade da horta, pois são sementes com grande variabilidade genética,  rústicas e resistentes às doenças e pragas, melhoradas ao longo do tempo e, conservadas pelos agricultores, de geração para geração. Ao serem selecionadas as sementes vão se adaptando às mudanças climáticas com o tempo e, por isso, garantem maior estabilidade ou seja, mesmo em condições desfavoráveis, ainda assim haverá alguma produção. Com a “modernização” da agricultura as variedades crioulas foram sendo substituídas por variedades industriais e, especialmente híbridos e, mais recentemente, transgênicos, causando a dependência dos agricultores, a perda da agrobiodiversidade e, o que é pior, aumentando o risco para a saúde das atuais e futuras gerações (ex.: sementes transgênicas). Como exemplos de mudas e sementes que devem serem multiplicadas, podemos destacar a produção própria de ramas (mudas) de aipim e batata-doce e de sementes de alface (variedades crioulas), tomate cereja (perinha), tomate italiano, abobrinha, moranga, pepino e milho variedade.
Preparado de plantas e uso de plantas repelentes para o manejo de pragas e doenças: Em ambientes equilibrados e saudáveis, normalmente, não ocorre pragas e doenças. No entanto, especialmente na primavera, estação do ano de fertilidade e de grande atividade na natureza, poderão ocorrer algumas pragas que causam danos nas plantas, além de favorecerem o surgimento de doenças. Considerando que a proposta da horta é de ser sustentável e que os insumos químicos (agrotóxicos) prejudicam a vida do solo e do meio ambiente, além de aumentar o custo de produção, serão utilizados produtos alternativos produzidos  na horta, a partir de preparados de plantas medicinais, sempre e somente quando necessários. Como exemplo, citamos a sálvia e o boldo (plantas medicinais plantadas na horta), ótimos repelentes da borboleta que põe os ovos nas plantas, dando origem as lagartas que atacam severamente as couves, repolho, brócolis e couve-flor. Outro produto alternativo muito eficiente para o manejo de vaquinhas, pulgões, grilos, paquinhas e outros insetos é o preparado com pimenta, especialmente as mais ardidas, como a malagueta.



Como tornar a Horta Comunitária Orgânica e Sustentável?
Parte III - final

     Nas edições anteriores do jornal Vanguarda, comentou-se que para uma horta ser considerada sustentável (desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro, conciliando crescimento econômico  e preservação da natureza), não deve depender de insumos vindos de fora do local e, por isso, mostrou-se que os adubos orgânicos, sementes e mudas e, preparados de plantas e plantas repelentes, visando o manejo de pragas e doenças, podem ser produzidos e cultivados no local.. Nesta edição, vamos mostrar que através da biodiversidade, ou seja, o cultivo do maior número possível de espécies na horta, poderemos ter o equilíbrio ecológico, favorecendo o abrigo, reprodução e alimentos dos inimigos naturais das pragas que atacam os cultivos. Na irrigação, através de perfuração de poços ou então, coleta da água da chuva, podemos estar poupando água, recurso cada vez mais escasso.
Biodiversidade e o manejo de pragas com o auxílio dos inimigos naturais: Um dos princípios para termos uma agricultura mais sustentável é a preservação e ampliação da biodiversidade ou diversidade biológica. Para o sucesso da agricultura orgânica deve-se procurar imitar, dentro do possível, o que ocorre numa floresta, onde todos os seres vivos estão em perfeito equilíbrio. Todas as pragas das culturas tem seus inimigos naturais que as devoram, diminuindo e até eliminando o problema. Daí a importância de diversificar os cultivos o máximo possível (rotação e consorciação de cultivos), plantio de diferentes espécies de plantas e até preservar refúgios naturais como as matas, cercas vivas e capoeiras para manter a diversidade natural da fauna (ácaros predadores, aranhas, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Todos fazem parte do grande conjunto natural e cada um contribui para a manutenção do equilíbrio da natureza. Como exemplo, citamos as joaninhas que comem pulgões, praga que ataca especialmente a couve, repolho, brócolis e couve-flor
Irrigação: Embora dois terços do planeta terra  seja formado por  água, apenas  0,008 % do total é potável (própria para o consumo). E, o que é pior, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Sendo a água de qualidade, um recurso natural cada vez mais escasso e, considerando que busca-se uma horta sustentável,  a instalação de cisterna para aproveitar a água da chuva, para irrigação. O cultivo de hortaliças sem complementação de água de boa qualidade, através da irrigação, é praticamente, impossível. As hortaliças, por terem ciclo curto, sofrem mais que outras espécies com pequenos períodos de estiagem. Além disso, a maioria das hortaliças são exigentes, pois apresentam em sua composição mais de 85% de água. A qualidade da água é muito importante, pois grande parte das hortaliças são consumidas cruas.



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