Fonte: Livro da Embrapa Hortaliças – Brasília, DF.
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Com o objetivo de divulgar e aumentar o conhecimento sobre agricultura
orgânica, estamos transcrevendo do livro, algumas perguntas e
respostas que consideramos mais relevantes.
Capítulo
9 – Manejo de Insetos-Praga e Artrópodes
Autores: Maria Alice de
Medeiros, Geni Litvin Villas Bôas e Marina Castelo Branco
O que é uma praga?
Até bem pouco tempo atrás, havia uma
separação bem definida entre pragas (insetos, artrópodes, ácaros), doenças
(fungos, vírus, bactérias, nematóides) e plantas espontâneas (plantas daninhas,
no sistema convencional). Atualmente, considera-se ‘praga’ qualquer organismo
vivo (insetos, fungos, bactérias, vírus, nematóides, plantas espontâneas e
outros) que, em determinadas condições, alcance população elevada e afete um
determinado cultivo, de forma direta ou indireta, causando prejuízos
econômicos.
Como surgem os insetos-praga?
Com a implantação de um sistema de
agricultura simplificado e instável, típico da agricultura convencional, e a
remoção da vegetação nativa pode ocorrer uma redução da diversidade de
espécies. Essas mudanças podem favorecer a adaptação de algumas espécies de
pragas a esses recursos abundantes, formando populações numerosas. Em geral, a
população de inimigos naturais não acompanha o crescimento populacional da
praga e não contribui para seu controle. Além disso, o uso intensivo de
agrotóxicos, em geral, causa a mortalidade de inimigos naturais.
É verdade que insetos ou artrópodes só se tornam praga
quando há um desequilíbrio?
Sim. Os ecossistemas naturais são
ambientes equilibrados que apresentam todos os componentes da cadeia alimentar
exercendo sua função. Quanto mais distante um agroecossistema estiver de um
modelo de ecossistema natural, maior será sua tendência ao desequilíbrio. É por
essa razão que as monoculturas são mais suscetíveis às pragas, pois existe uma
desproporção entre a população de espécies-praga e seus inimigos naturais,
causada pela grande oferta de um só alimento. A retirada da vegetação nativa e
o uso freqüente de produtos químicos são exemplos de situações que causam
desequilíbrio porque reduzem o número de algumas espécies, ao mesmo tempo em
que favorecem o desenvolvimento de outras que, ao longo do tempo, irão aumentar
rapidamente sua quantidade e provavelmente se tornarão pragas. É importante
salientar que o manejo do ambiente tem influência direta sobre seu estado de
equilíbrio.
O que são inimigos naturais?
Os inimigos naturais ou agentes de
controle biológico, como também são chamados, podem ser microrganismos (vírus,
bactérias, fungos, protozoários e nematóides) ou animais (ácaros predadores,
aranhas, insetos e vertebrados). Esses agentes auxiliam o agricultor na medida
em que podem causar mortalidade aos insetos herbívoros, seja provocando doenças
(vírus, bactérias, fungos), seja utilizando a praga em sua alimentação
(predadores), seja utilizando a praga como hospedeiro (parasitóides). Dentre
todos os agentes empregados em controle biológico, os insetos são extremamente
importantes, tanto pelo número e diversidade de espécies quanto por sua
facilidade de manipulação e eficiência. Onde os inimigos naturais podem ser
encontrados? Os inimigos naturais, como os predadores e parasitóides, estão
sempre presentes no ambiente, especialmente em agroecossistemas onde não se utilizam
agrotóxicos. Os insetos predadores são encontrados em quase todas as ordens de
insetos, portanto apresentam grande diversidade, como joaninha, lixeiro, vespa,
louva-a-deus, tesourinha-do-cartucho-do-milho, formigas predadoras, além de
artrópodes, como aranhas e ácaros predadores. Os insetos parasitóides ocorrem
principalmente em duas ordens (Díptera e Himenóptera). Porém, por serem
pequenos, dificilmente os parasitóides são observados no ambiente. Para
encontrar o parasitóide deve-se coletar a praga na fase suscetível (ovo ou
larva) e mantê-la viva durante alguns dias em observação até a emergência do
parasitóide adulto, ou utilizar um aspirador entomológico para coletá-lo
diretamente no ambiente, como a Trichogramma pretiosum.
O que são insetos predadores?
Insetos predadores são os que utilizam
outros insetos como presa para alimentar-se. São de vida livre e durante sua
existência atacam e consomem numerosas presas. A dieta é variada, podendo
ocorrer espécies cuja dieta é generalista (vários tipos de presas) ou
especialista (um tipo de presa). Para a captura de suas presas, os predadores
são dotados de diversas adaptações, como visão e olfato bem desenvolvidos e
pernas ágeis. O que são insetos parasitóides? Insetos parasitóides são os que
precisam de um hospedeiro, durante a fase jovem, para completar seu
desenvolvimento. Isso significa que a fase larval do parasitóide desenvolve-se
às custas do hospedeiro e somente a fase adulta é de vida livre. Quando o
parasitóide completa seu desenvolvimento, ou seja, torna-se adulto, seu
hospedeiro morre. Logo que emerge, o parasitóide acasala e procura por novos
hospedeiros para depositar seus ovos.
O que são insetos parasitóides?
Insetos parasitóides são os que precisam
de um hospedeiro, durante a fase jovem, para completar seu desenvolvimento.
Isso significa que a fase larval do parasitóide desenvolve-se às custas do
hospedeiro e somente a fase adulta é de vida livre. Quando o parasitóide
completa seu desenvolvimento, ou seja, torna-se adulto, seu hospedeiro morre.
Logo que emerge, o parasitóide acasala e procura por novos hospedeiros para
depositar seus ovos.
O que são entomopatógenos?
São diversos tipos de organismos que
causam doenças e morte nos insetos, como vírus, bactérias e fungos. Potencialmente,
podem ser usados como agentes de controle biológico.
O que é controle biológico?
Controle biológico é o uso de inimigos
naturais (predadores, parasitóides, entomopatógenos, nematóides) que causam a
mortalidade da praga. Os inimigos naturais regulam a população da praga e podem
ser manipulados pelo homem. O controle biológico pode ser natural ou
artificial.
O que é controle biológico natural?
O controle biológico natural geralmente
ocorre em ecossistemas naturais, sem interferência do homem, como na Floresta
Amazônica ou no Cerrado, onde as populações de plantas, de herbívoros e de seus
inimigos naturais encontram-se em equilíbrio. Também ocorre em agroecossistemas
orgânicos bem estabilizados.
O que é controle biológico artificial?
O controle biológico artificial é o uso
intencional de um ou mais organismos (insetos, bactérias, vírus, fungos,
nematóides, protozoários, ácaros, aranhas, vertebrados) para conter ou regular
o crescimento de outra população, vegetal, animal ou de microrganismo, que,
direta ou indiretamente, esteja prejudicando as espécies cultivadas. Assim, o
controle biológico visa reduzir o nível populacional de uma espécie previamente
classificada como praga, mantendo-a abaixo do nível de dano econômico. Em outras
palavras, o controle biológico artificial preconiza o restabelecimento do
equilíbrio anteriormente quebrado, e isso é feito pela introdução, no ambiente,
de inimigos naturais das pragas.
O que é controle biológico conservativo?
É uma técnica de controle biológico que
pode ser feita por qualquer agricultor. Consiste simplesmente em favorecer o
ambiente para atrair os inimigos naturais, de forma a eliminar fatores adversos
ou fornecer itens necessários ausentes no ambiente. Essa técnica é comum em
agricultura orgânica. Entre as práticas que favorecem a conservação podem ser
citadas:
• Eliminação das aplicações de agrotóxicos.
• Utilização de produtos seletivos.
• Plantio de espécies que produzam pólen e
néctar, essenciais para a reprodução de predadores e parasitóides.
Quais as vantagens do controle biológico?
A prática do controle biológico apresenta
numerosas vantagens, especialmente por causa de sua especificidade, pois atinge
apenas uma determinada espécie. Por isso não causa desequilíbrio, ao contrário,
restabelece o equilíbrio anteriormente perdido. Além do mais, essa prática não
provoca impactos negativos sobre o meio ambiente, o que não ocorre com os
agrotóxicos empregados em cultivos convencionais.
As certificadoras permitem o uso
de controle biológico?
Sim, uma vez que o uso de controle biológico não deixa
resíduos no ambiente, portanto não causa mal ao homem, aos animais, às plantas
e ao meio ambiente. Além disso, os princípios do controle biológico são
ecológicos e baseados nos sistemas naturais. Embora seja inócuo ao ambiente,
algumas certificadoras exigem que o uso de inseticidas biológicos, como o Bacillus thuringiensis, não seja
prolongado, e sim localizado, devendo-se retomar as medidas preventivas depois
que a população da praga tiver sido regulada.
É caro fazer controle biológico?
Em longo prazo é mais barato, pois embora
a produção de agentes de controle biológico tenha um custo inicial alto, depois
de estabelecida torna-se cada vez mais barata. Com os inseticidas acontece
exatamente o contrário, pois o custo do controle tende a encarecer ao longo dos
anos.
O que é Trichogramma
pretiosum?
O Trichogramma pretiosum é um inseto que
está se mostrando um grande aliado dos produtores de tomate no controle da
traçado-tomateiro. O inseto já foi usado em várias partes do mundo (China,
Estados Unidos e Europa) para o controle de diversas pragas, especialmente de
borboletas e mariposas da ordem Lepidóptera.
Como utilizar o Trichogramma pretiosum?
A forma de utilização do T. pretiosum para o controle da
traçado-tomateiro é por meio da liberação periódica do inseto na lavoura,
associada a aplicações de inseticidas biológicos (geralmente Bacillus thuringiensis). A quantidade e freqüência de liberação dependem do
tamanho da área e do sistema de cultivo (no campo ou sob proteção). Atualmente,
já existem no Brasil alguns laboratórios de criação massal de inimigos naturais
que vendem T. pretiosum para os
produtores. O produtor pode adquirir as cartelas de papelão com o parasitóide T. pretiosum, na fase de pupa, ou seja,
próximo à emergência do adulto, para serem colocadas na cultura. Ao emergir, a
fêmea de T. pretiosum sai em busca de
seu hospedeiro, que nesse caso são os ovos da traça-do-tomateiro, para
depositar seus ovos. Assim, o ovo que for parasitado por T. pretiosum, ao invés de dar origem a uma lagarta de
traça-do-tomateiro, dará origem a um parasitóide, que é um inseto benéfico, ou
seja, que não causa dano à cultura do tomateiro. As cartelas contendo T. pretiosum são preparadas em
laboratório onde se faz a criação massal de hospedeiros alternativos como a Anagasta kuehniella (Lepidoptera:
Pyralidae) ou a Sitotroga cerealella
(Lepidoptera: Gelechiidae) para a produção de ovos. Estes são colados nas
cartelas para serem parasitados por T.
pretiosum. Depois de parasitados, podem ser levados para o campo. O
Trichogramma é indicado principalmente para Lepidópteros na fase de ovo. Em
cultivos de tomate, pode ser usado no controle biológico da traça-do-tomateiro
(Tuta absoluta), da broca-pequena (Neoleucinodes elegantalis), e em
cultivos de milho-doce, pode ser usado no controle da lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea).
O que são inseticidas naturais?
São chamados de inseticidas naturais os
produtos derivados de plantas, como o piretro, a rotenona e o nim. É importante
lembrar que essas substâncias, embora derivadas de plantas, têm um princípio
ativo químico, sendo tóxicas para o homem e o meio ambiente, e devem ser
utilizadas com critério. Além disso, podem provocar resistência em caso de uso
prolongado e intensivo.
O extrato de nim pode ser considerado controle biológico?
Não. Embora seja uma substância derivada
de uma planta, é um princípio ativo químico que provoca a mortalidade de
insetos como os inseticidas. Trata-se, portanto, de controle químico, e algumas
certificadoras consideram o nim um produto de uso restrito.
O que são inseticidas biológicos?
São chamados de
inseticidas biológicos os produtos que contêm organismos como fungos, vírus e
bactérias. Para o controle de pragas de hortaliças, o produto mais conhecido é
o que usa cristais da bactéria Bacillus
thuringiensis.
O uso prolongado de inseticidas naturais e biológicos
pode causar resistência?
Embora os inseticidas naturais e
biológicos causem impacto menor no meio ambiente, seu uso prolongado também
pode causar resistência. Mesmo para esses produtos, alguns indivíduos da
população do inseto-praga estarão aptos a sobreviver à dose aplicada e se
multiplicar. Com isso, aumenta a população da praga resistente ao inseticida
natural ou biológico. Isso ocorreu, por exemplo, com a traça-das-crucíferas,
praga de repolho, brócolis e couve-flor. Populações resistentes ao inseticida
biológico Bacillus thuringiensis
foram encontradas no Brasil, nos EUA e na Ásia. Para evitar a resistência, o
ideal é reduzir ao mínimo possível o número de aplicações desses produtos e,
quando necessário empregá-los, usar a dose indicada no rótulo. Deve-se, também,
fazer a rotação de produtos como se faz a rotação de inseticidas naturais (uso
restrito) e biológicos. Pode-se, ainda, fazer a rotação dos inseticidas
biológicos que contêm Bacillus
thuringiensis, subespécie aizawai, e Bacillus
thuringiensis, subespécie thuringiensis. Para identificar as subespécies de
Bacillus thuringiensis que compõem o
produto biológico, deve-se verificar o rótulo do inseticida e certificar-se de
que o produto contenha apenas uma subespécie.
Como deve ser feito o manejo de insetos-praga em
agricultura orgânica?
Em agricultura
orgânica, o manejo de insetos-praga deve ser orientado para evitar as explosões
populacionais de insetos que possam causar prejuízos econômicos. Para alcançar
esse objetivo, é preciso fazer o planejamento do sistema para que as populações
de insetos-praga e de organismos benéficos sejam equilibradas, garantindo a
estabilidade do sistema de cultivo. O equilíbrio da fauna pode ser alcançado
incrementando-se a diversidade da vegetação dentro e fora da área cultivada,
por meio da manipulação da época de plantio, tamanho das áreas, composição de
espécies cultivadas e de outras espécies vegetais para diversificar o ambiente.
Com isso é possível fornecer continuamente alimento aos organismos benéficos e
tornar o ambiente menos favorável às pragas.
Como deve ser feito o monitoramento de insetos-praga em
cultivos orgânicos de hortaliças?
O monitoramento de insetos-praga pode ser
feito com armadilhas de feromônio que indicam o momento em que os insetos-praga
aparecem na lavoura, mas não fazem seu controle. Esses feromônios já estão
disponíveis comercialmente para a traçado-tomateiro e a traça-das-crucíferas. É
também fundamental vistoriar a cultura à procura de ovos, larvas e adultos de
insetos e ácaros, para os quais não existem armadilhas de feromônios. Com base
nessas observações, pode-se avaliar seu crescimento populacional e seu
potencial de dano. É importante avaliar também a ocorrência de inimigos
naturais na cultura e seu crescimento populacional para estimar a mortalidade
natural da praga.
O que deve ser feito na ocorrência de insetos-praga?
Em geral, em agricultura orgânica, é
esperada uma situação de equilíbrio na área. No entanto, em caso de um surto
populacional de alguma espécie-praga, podem ser adotadas algumas medidas de
controle, de acordo com a certificadora, como o uso de enxofre para ácaros,
inseticidas biológicos como o Bacillus
thuringiensis, nim, inseticidas naturais ou agentes de controle biológico,
dependendo da praga e da cultura.
Por que podem ocorrer surtos de insetos-praga durante a
conversão da agricultura convencional para a orgânica?
A transição de um agroecossistema uniforme
de monocultura para um sistema mais diversificado, que sustenta processos e
interações benéficas, envolve principalmente o reequilíbrio do solo e das
populações de insetos, portanto requer tempo. A ausência de agrotóxicos
facilita o incremento gradual de inimigos naturais na área, mas a manutenção
desses agentes somente será alcançada se houver condições favoráveis no
ambiente, como espécies produtoras de pólen e hospedeiros alternativos ao longo
de todo ano. É necessário combinar a interrupção dos agrotóxicos com a
diversificação do ambiente, e essa operação exige tempo para ser estabelecida.
Além disso, é importante considerar que a fertilidade do solo também exerce influência
sobre as populações de insetos, mas de maneira gradativa. O processo de
conversão envolve aprendizado por parte dos produtores e podem ocorrer erros
durante essa fase. Assim, é importante que o surto de alguma praga específica
seja contido de forma pontual com o controle biológico e o uso de inseticida
biológico. O manejo da diversidade deve ser considerado como medida para
restaurar o equilíbrio.
Quando devem ser
utilizados inimigos naturais em sistemas orgânicos?
Em geral, espera-se que nos cultivos
orgânicos não haja a necessidade de fazer liberação de inimigos naturais, pois,
de acordo com os princípios ecológicos, se o ambiente estiver estabilizado,
haverá equilíbrio entre o número de insetos herbívoros e inimigos naturais.
Eventualmente, porém, pode ocorrer um surto de uma praga e, nesse caso, pode-se
introduzir um agente de controle biológico. Para alguns cultivos
reconhecidamente mais suscetíveis a uma determinada praga, como o tomate, pode
ser planejado um programa de liberação periódica de inimigo natural. No
entanto, deve-se sempre lembrar que a melhoria da diversificação das espécies é
a ferramenta mais valiosa e de caráter permanente.
Como atrair inimigos
naturais para as áreas cultivadas?
A
ausência de produtos químicos nos sistemas orgânicos, por si só, já fornece um
ambiente adequado para a proliferação de
inimigos naturais. No entanto, algumas ações podem ser tomadas para
aumentar essas populações, como:
•
Preservar a vegetação natural com a finalidade de manter a diversidade da
fauna, como ácaros predadores, aranhas, insetos, anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. Esses organismos são importantes para a manutenção do equilíbrio do
agroecossistema porque muitos deles se alimentam de insetos.
•
Manter próximo aos cultivos espécies que forneçam pólen e néctar, alimentos
importantes para melhorar a capacidade reprodutiva de parasitóides e
predadores.
•
Diversificar os cultivos. Usar consórcio de culturas, cultivo em faixas,
corredor ecológico, rotação.
É verdade que a
vegetação espontânea pode ser útil?
Sim. Plantas que crescem espontaneamente
em geral são produtoras de pólen e isso melhora a reprodução de predadores e
inimigos naturais, servindo como reservatório desses agentes. Quando houver um
aumento populacional de insetos-praga, os inimigos naturais presentes podem
migrar do mato para a cultura.
O controle cultural é
importante em agricultura orgânica?
Sim.
O controle cultural é importante porque permite a quebra do ciclo biológico de
pragas e patógenos, evitando que se disseminem dos cultivos mais velhos para os
mais novos. Para isso, devem ser adotadas as seguintes práticas:
•
Eliminar os restos culturais, para evitar a multiplicação das pragas.
• Adotar a irrigação por aspersão, para
eliminar ovos e larvas pequenas das plantas.
• Adotar a rotação de culturas, com plantas de
famílias botânicas não relacionadas.
• Adotar o pousio ou a adubação verde, quando
possível, para interromper o ciclo de vida de determinado inseto.
O ‘idiamin’, muito comum
em cultivos orgânicos, pode ser considerado inseto-praga?
O
‘idiamin’ ou Lagria villosa é um besouro da família Lagriidae que comumente
ocorre em hortaliças. Em cultivos convencionais, sua ocorrência é esporádica
por causa do uso freqüente de inseticidas. Em cultivos orgânicos, a presença
desses besouros, às vezes, alcança nível populacional alto. No entanto, mesmo
quando a população é alta, não há motivo para preocupação por parte dos
produtores porque esse besouro alimenta-se de várias espécies de plantas,
principalmente de plantas em decomposição, não havendo
necessidade de adotar medidas de controle.