A cebolinha verde e a salsinha, chamados também de temperos ou cheiro-verde, são as hortaliças-condimentos mais apreciados pela população e consumida em quase todos os lares brasileiros.
Cebolinha verde
A cebolinha é uma planta condimentar considerada perene, muito apreciada pela população. É semelhante à cebola, mas não desenvolve bulbo. As raízes são fasciculadas, finas e curtas, formando touceiras. Pertence à família Alliaceae. Duas espécies são cultivadas: Alliaceae fistulosum (cebolinha verde ou comum) e Alliaceae schoenoprasum (cebolinha-de-folhas-finas ou galega). A cebolinha verde é natural do Oriente ou da Sibéria, possui folhas numerosas, fistulosas, com comprimento variando de 25 a 35cm e cor verde mais clara do que a galega. A cebolinha galega é originária da Europa e seu sabor é semelhante ao da cebola. As plantas formam tufos bem fechados com folhas numerosas, finas e cor verde-escura. Produz, na base da haste, um engrossamento semelhante a bulbos ovais.
Principais usos: No uso doméstico a cebolinha, tanto crua como cozida, é muito usada nas cozinhas chinesa e ocidental. É indispensável no preparo de saladas, sanduíches, sopas e omeletes. Dá sabor especial em manteigas, queijos cremosos, molhos, massas, carnes, peixes e patês. Pode decorar pratos prontos antes de serem servidos. Como planta medicinal é importante, pois contém ferro e vitaminas diversas, é estimulante do apetite, além de auxiliar a digestão. Ajuda no combate à gripe, e nas doenças das vias respiratórias.
Propagação: Embora possa ser propagada por sementes, na prática, é feita através dos perfilhos da touceira. Arranca-se a touceira plantada no ano anterior e abre-se a mesma, transformando-a em tantas mudas quantos forem os rebentos.
Cultivo: O cultivo da cebolinha é indicado para regiões de clima ameno, entre 8 e 22oC, resistindo ao frio. Para os demais locais a melhor época é de fevereiro a julho. Embora a planta suporte frios prolongados, existem cultivares que resistem bem ao calor, tendo poucas restrições para o seu plantio em qualquer época do ano. As cultivares mais conhecidas são 'Todo Ano', 'Futonegui' e 'Hossonegui'. As variedades do grupo 'Todo Ano', no entanto, toleram temperaturas altas. Prefere solos de textura média, ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH entre 6,0 e 6,8. Quando propagada por sementes faz-se a semeadura em canteiros, em sulcos distanciados de 10cm e com profundidade de 0,2 a 0,5cm, distribuindo-se as sementes em linha contínua. O transplante é feito 30 a 40 dias após a semeadura, em canteiros definitivos, em sulcos com profundidade de 3 a 4cm, distanciados de 0,25 entre linhas por 0,15 entre plantas. Outra opção é transplantar mudas de touceiras antigas, cortando as folhas acima da gema apical e podando as raízes. Deve-se ter o cuidado de transplantar as mudas à mesma profundidade em que se encontravam. Essa operação deve ser feita, de preferência, de março a julho, utilizando-se irrigação, sempre que necessário. A adubação de plantio deve ser por ocasião do plantio definitivo, preferencialmente, com composto orgânico, seguindo a recomendação baseada na análise do solo. Adubação orgânica de cobertura deve ser parcelada em três aplicações, aos 15, 30 e 45 dias após o transplante; à medida que vão sendo feitos os cortes, deve-se repetir a adubação de cobertura, parcelando-a em duas vezes, na época do corte e 15 dias após. A cultura deve ser mantida livre de plantas espontâneas pois, além da concorrência, a cebolinha perde valor comercial quando cortada juntamente com "mato". Fazer escarificações sempre que houver formação de crosta na superfície do canteiro.
As principais pragas são os pulgões e o tripes, enquanto que a doença que mais causa problema é o sapeco ou queima-das-pontas (Figura 2) que ataca a cebola de cabeça na fase de produção de mudas e no plantio definitivo e também a cebolinha verde; pode ser provocada por diversos fungos, deficiência hídrica, desequilíbrio nutricional, fitotoxidez, ozônio e, indiretamente, pelos patógenos do solo. Dentre as pragas, o tripes ou piolho (Thrips tabaci) podem causar danos econômicos e ainda favorecer a entrada de doenças. Quando a temperatura aumenta e ocorrem estiagens, o tripes pode causar sérios danos por meio da raspagem e sucção da seiva das plantas. Com o aumento do ataque ocorre o amarelecimento, o retorcimento e a seca dos ponteiros das plantas. A irrigação desfavorece a praga propiciando um melhor desenvolvimento da planta. No manejo da principal doença que ocorre no canteiro (sapeco), recomenda-se a aplicação de cinzas de madeira em pó (50 g/m2) ou diluído em água a 10%, em regas antes do orvalho da manhã evaporar.
Colheita: A colheita da cebolinha inicia-se entre 55 e 60 dias após o plantio ou entre 85 e 100 dias após a semeadura, quando as folhas atingem de 20cm a 40 cm de altura. Na cebolinha, o rebrotamento é aproveitado para novos cortes, possibilitando novas colheitas a cada 50 dias e podendo o cultivo ser explorado por 2 a 3 anos, principalmente em condições de clima ameno. O corte é feito entre 10 a 15 cm do solo (acima da gema apical). Quando houver excesso de produção, especialmente em épocas mais favoráveis para a produção, recomenda-se o corte das plantas, lavando-se as folhas e picando-se, colocando-se em potes de plástico e congela-se.
Rotação e consorciação de culturas: Recomenda-se a rotação de culturas com outras hortaliças pertencentes a outras famílias botânicas e também com gramíneas tais como o milho e aveia e também com leguminosas utilizadas como adubo verde. Nunca fazer rotação com culturas que pertencem a mesma família botânica como alho e cebola, pois estas espécies possuem pragas e doenças comuns. Trabalhos de pesquisa comprovaram bons resultados na consorciação cebolinha verde x radiche (almeirão). A associação/consorciação de culturas é um sistema de cultivo utilizado há séculos pelos agricultores e é praticado amplamente nas regiões tropicais, sobretudo por pequenos agricultores. Isso porque, ao utilizarem nível tecnológico mais baixo, procuram maximizar os lucros, buscando melhor aproveitamento dos insumos e da mão-de-obra ,geralmente da própria família. O aumento da produtividade por unidade de área é uma das razões para se cultivar duas ou mais culturas no sistema de consorciação, pois permite melhor aproveitamento da terra e de outros recursos disponíveis, resultando em maior rendimento econômico.
Salsa Salsa ou salsinha (Petroselinum crispum (Mill.), pertencente à família botânica das Apiaceae (Umbelliferae) é uma planta herbácea bienal (demora 24 meses para completar o ciclo biológico), podendo-se também cultivar como anual. Forma uma roseta empenachada de folhas muito divididas, alcança 15 cm de altura e possui talos floríferos que podem chegar a exceder 60 cm. Natural da Europa, a salsa (conhecida também por salsinha, salsa-de-cheiro ou salsa-hortense) foi trazida para o Brasil no início da colonização. O cultivo da salsa faz-se há mais de trezentos anos, sendo uma das plantas aromáticas mais populares da gastronomia mundial. A salsa é rica em vitaminas A, B1, B2, C e D, além de cálcio e ferro, isto se consumidas cruas, já que o cozimento elimina parte dos seus componentes vitamínicos.
Principais usos: De aroma suave e agradável, é indispensável no preparo de saladas, sopas, molhos e temperos em geral. Quando cozida, a salsa destaca o sabor do prato principal. É usada em sopas, assados e cozidos de carnes e frutos do mar, refogados na manteiga, saladas e legumes cozidos no vapor. Ela desidratada é usada para codimentar ou decorar, usada em berinjela, canapés, macarrão, salpicada sobre legumes, omeletes, ovos mexidos ou recheados, sobre carnes, aves, peixes e camarões. Toda a planta pode ser usada: folhas, caules, raízes e sementes. Seu consumo está disseminado pelo mundo todo. É usada como condimento e/ou elemento decorativo de vários pratos. As principais propriedades terapêuticas são: diurética (facilita a secreção da urina); emenagoga (provoca a vinda da menstruação); carminativa (combate os gases intestinais); expectorante (facilita a expectoração); antitérmica (combate a febre); eupéptica (melhora a digestão); vitaminizante (colabora na regeneração das células); aperiente (estimula o apetite); antiinflamatória (combate inflamações). Alivia o mau hálito quando mascada e promove o enriquecimento da pele. A salsa, através de uso interno, é contra-indicada para gestantes e lactantes, pois um de seus componentes, o apiol, é estrogênico; isto é, altera o sistema reprodutor feminino e pode provocar o aborto.
Propagação: A salsa propaga-se por sementes.
Cultivo: As variedades são agrupadas pelo tipo de folha em: lisas (mais cultivadas no Brasil), crespas e muito crespas. As mais plantadas no Brasil são a Crespa, Gigante Portuguesa, Graúda Portuguesa, Lisa Comum e Lisa Preferida. Para regiões onde o inverno não é rigoroso, a melhor época é de março a agosto. O cultivo da salsa é indicada para regiões de clima ameno, desenvolvendo-se melhor sob temperaturas entre 8 e 22ºC. Temperaturas acima desta ocasiona o aparecimento precoce de flores e as temperaturas abaixo desta retarda o seu desenvolvimento. Em regiões de clima ameno, planta-se o ano todo; porém, em locais onde o inverno é rigoroso, evitar a semeadura nos meses frios. A semeadura é feita em canteiros definitivos, em sulcos com profundidade de 0,5 cm, em fileiras contínuas, e quando estiverem com duas folhas definitivas ou 5cm, fazer o desbaste das plantas fracas, mantendo-se distância mínima de 10cm ente plantas e 25cm entre fileiras. São necessários 2 a 3 kg de sementes por hectare. A germinação é muito lenta, de 12 a 13 dias quando a temperatura do solo está entre 25 e 30ºC e, até 30 dias quando está a 10ºC. A germinação pode ser apressada, deixando-se as sementes de molho por uma noite. Quando tiver que ralear plantas vigorosas aproveite-as para transplantes em outros espaços. É pouco exigente em fertilidade, mas prefere solos areno-argilosos, ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH entre 5,5 e 6,8. A Irrigação deve ser diária. Após a germinação das sementes, recomenda-se afofar a terra em volta das plantas, pois a irrigação e as chuvas acabam endurecendo a camada superficial do solo. Até a germinação das sementes, recomenda-se também cobrir o canteiro com palha ou sombrite, o que além de economizar água, evita a formação de uma crosta superficial que pode prejudicar a emergência das plantinhas. É uma planta resistente, mas pode ocorrer as seguintes pragas: lagartas, vaquinhas, pulgões e cochonilhas. As principais doenças fúngicas são: esclerotinia, septoriose, mancha de Alternaria e mofo-cinzento. Tendo em vista que a germinação da salsa é bastante lenta, cuidado especial deve-se ter com as plantas espontâneas que germinam mais rápido. Para retardar as plantas espontâneas, pesquisadores da Epagri/Estação Experimental de Ituporanga descobriram um método eficiente para canteiros, utilizando folhas de papel: após o preparo do canteiro, cobre-se o mesmo com jornal (uma folha apenas) ou papel pardo em toda a extensão e sobre este aplica-se 2cm de composto orgânico peneirado (Figura 3). ). Posteriormente, faz-se a semeadura a lanço ou no sulco e procede-se a cobertura das sementes. Recomenda-se este sistema especialmente para as culturas que possuem sementes pequenas e germinação mais demorada, como cenoura e salsa, e que são semeadas diretamente no canteiro, com objetivo de atrasar a emergência das plantas espontâneas na fase mais crítica (até 25 a 30 dias após a semeadura).
Colheita: A colheita inicia-se entre 50 e 70 dias após a semeadura, dependendo do cultivar, efetuando nova colheita a cada 30 dias. O corte é feito quando as plantas atingem cerca de 10 cm de talo. Corta-se a planta pela base, de forma uniforme no canteiro, cerca de 1cm acima da gema terminal. Tendo em vista que no verão, a salsa perde a qualidade, recomenda-se na época mais favorável, quando houver excesso de produção, recomenda-se o corte das plantas, lavando-se as folhas e picando-se, colocando-se em potes de plástico e congela-se.
A cebolinha é uma planta condimentar considerada perene, muito apreciada pela população. É semelhante à cebola, mas não desenvolve bulbo. As raízes são fasciculadas, finas e curtas, formando touceiras. Pertence à família Alliaceae. Duas espécies são cultivadas: Alliaceae fistulosum (cebolinha verde ou comum) e Alliaceae schoenoprasum (cebolinha-de-folhas-finas ou galega). A cebolinha verde é natural do Oriente ou da Sibéria, possui folhas numerosas, fistulosas, com comprimento variando de 25 a 35cm e cor verde mais clara do que a galega. A cebolinha galega é originária da Europa e seu sabor é semelhante ao da cebola. As plantas formam tufos bem fechados com folhas numerosas, finas e cor verde-escura. Produz, na base da haste, um engrossamento semelhante a bulbos ovais.
Principais usos: No uso doméstico a cebolinha, tanto crua como cozida, é muito usada nas cozinhas chinesa e ocidental. É indispensável no preparo de saladas, sanduíches, sopas e omeletes. Dá sabor especial em manteigas, queijos cremosos, molhos, massas, carnes, peixes e patês. Pode decorar pratos prontos antes de serem servidos. Como planta medicinal é importante, pois contém ferro e vitaminas diversas, é estimulante do apetite, além de auxiliar a digestão. Ajuda no combate à gripe, e nas doenças das vias respiratórias.
Figura 1. Salsa e cebolinha verde: os temperos mais apreciados
Propagação: Embora possa ser propagada por sementes, na prática, é feita através dos perfilhos da touceira. Arranca-se a touceira plantada no ano anterior e abre-se a mesma, transformando-a em tantas mudas quantos forem os rebentos.
Cultivo: O cultivo da cebolinha é indicado para regiões de clima ameno, entre 8 e 22oC, resistindo ao frio. Para os demais locais a melhor época é de fevereiro a julho. Embora a planta suporte frios prolongados, existem cultivares que resistem bem ao calor, tendo poucas restrições para o seu plantio em qualquer época do ano. As cultivares mais conhecidas são 'Todo Ano', 'Futonegui' e 'Hossonegui'. As variedades do grupo 'Todo Ano', no entanto, toleram temperaturas altas. Prefere solos de textura média, ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH entre 6,0 e 6,8. Quando propagada por sementes faz-se a semeadura em canteiros, em sulcos distanciados de 10cm e com profundidade de 0,2 a 0,5cm, distribuindo-se as sementes em linha contínua. O transplante é feito 30 a 40 dias após a semeadura, em canteiros definitivos, em sulcos com profundidade de 3 a 4cm, distanciados de 0,25 entre linhas por 0,15 entre plantas. Outra opção é transplantar mudas de touceiras antigas, cortando as folhas acima da gema apical e podando as raízes. Deve-se ter o cuidado de transplantar as mudas à mesma profundidade em que se encontravam. Essa operação deve ser feita, de preferência, de março a julho, utilizando-se irrigação, sempre que necessário. A adubação de plantio deve ser por ocasião do plantio definitivo, preferencialmente, com composto orgânico, seguindo a recomendação baseada na análise do solo. Adubação orgânica de cobertura deve ser parcelada em três aplicações, aos 15, 30 e 45 dias após o transplante; à medida que vão sendo feitos os cortes, deve-se repetir a adubação de cobertura, parcelando-a em duas vezes, na época do corte e 15 dias após. A cultura deve ser mantida livre de plantas espontâneas pois, além da concorrência, a cebolinha perde valor comercial quando cortada juntamente com "mato". Fazer escarificações sempre que houver formação de crosta na superfície do canteiro.
As principais pragas são os pulgões e o tripes, enquanto que a doença que mais causa problema é o sapeco ou queima-das-pontas (Figura 2) que ataca a cebola de cabeça na fase de produção de mudas e no plantio definitivo e também a cebolinha verde; pode ser provocada por diversos fungos, deficiência hídrica, desequilíbrio nutricional, fitotoxidez, ozônio e, indiretamente, pelos patógenos do solo. Dentre as pragas, o tripes ou piolho (Thrips tabaci) podem causar danos econômicos e ainda favorecer a entrada de doenças. Quando a temperatura aumenta e ocorrem estiagens, o tripes pode causar sérios danos por meio da raspagem e sucção da seiva das plantas. Com o aumento do ataque ocorre o amarelecimento, o retorcimento e a seca dos ponteiros das plantas. A irrigação desfavorece a praga propiciando um melhor desenvolvimento da planta. No manejo da principal doença que ocorre no canteiro (sapeco), recomenda-se a aplicação de cinzas de madeira em pó (50 g/m2) ou diluído em água a 10%, em regas antes do orvalho da manhã evaporar.
Figura 2. Queima das pontas ou sapeco, a principal doença que ataca a cebola de cabeça e também a cebolinha verde
Colheita: A colheita da cebolinha inicia-se entre 55 e 60 dias após o plantio ou entre 85 e 100 dias após a semeadura, quando as folhas atingem de 20cm a 40 cm de altura. Na cebolinha, o rebrotamento é aproveitado para novos cortes, possibilitando novas colheitas a cada 50 dias e podendo o cultivo ser explorado por 2 a 3 anos, principalmente em condições de clima ameno. O corte é feito entre 10 a 15 cm do solo (acima da gema apical). Quando houver excesso de produção, especialmente em épocas mais favoráveis para a produção, recomenda-se o corte das plantas, lavando-se as folhas e picando-se, colocando-se em potes de plástico e congela-se.
Rotação e consorciação de culturas: Recomenda-se a rotação de culturas com outras hortaliças pertencentes a outras famílias botânicas e também com gramíneas tais como o milho e aveia e também com leguminosas utilizadas como adubo verde. Nunca fazer rotação com culturas que pertencem a mesma família botânica como alho e cebola, pois estas espécies possuem pragas e doenças comuns. Trabalhos de pesquisa comprovaram bons resultados na consorciação cebolinha verde x radiche (almeirão). A associação/consorciação de culturas é um sistema de cultivo utilizado há séculos pelos agricultores e é praticado amplamente nas regiões tropicais, sobretudo por pequenos agricultores. Isso porque, ao utilizarem nível tecnológico mais baixo, procuram maximizar os lucros, buscando melhor aproveitamento dos insumos e da mão-de-obra ,geralmente da própria família. O aumento da produtividade por unidade de área é uma das razões para se cultivar duas ou mais culturas no sistema de consorciação, pois permite melhor aproveitamento da terra e de outros recursos disponíveis, resultando em maior rendimento econômico.
Salsa Salsa ou salsinha (Petroselinum crispum (Mill.), pertencente à família botânica das Apiaceae (Umbelliferae) é uma planta herbácea bienal (demora 24 meses para completar o ciclo biológico), podendo-se também cultivar como anual. Forma uma roseta empenachada de folhas muito divididas, alcança 15 cm de altura e possui talos floríferos que podem chegar a exceder 60 cm. Natural da Europa, a salsa (conhecida também por salsinha, salsa-de-cheiro ou salsa-hortense) foi trazida para o Brasil no início da colonização. O cultivo da salsa faz-se há mais de trezentos anos, sendo uma das plantas aromáticas mais populares da gastronomia mundial. A salsa é rica em vitaminas A, B1, B2, C e D, além de cálcio e ferro, isto se consumidas cruas, já que o cozimento elimina parte dos seus componentes vitamínicos.
Principais usos: De aroma suave e agradável, é indispensável no preparo de saladas, sopas, molhos e temperos em geral. Quando cozida, a salsa destaca o sabor do prato principal. É usada em sopas, assados e cozidos de carnes e frutos do mar, refogados na manteiga, saladas e legumes cozidos no vapor. Ela desidratada é usada para codimentar ou decorar, usada em berinjela, canapés, macarrão, salpicada sobre legumes, omeletes, ovos mexidos ou recheados, sobre carnes, aves, peixes e camarões. Toda a planta pode ser usada: folhas, caules, raízes e sementes. Seu consumo está disseminado pelo mundo todo. É usada como condimento e/ou elemento decorativo de vários pratos. As principais propriedades terapêuticas são: diurética (facilita a secreção da urina); emenagoga (provoca a vinda da menstruação); carminativa (combate os gases intestinais); expectorante (facilita a expectoração); antitérmica (combate a febre); eupéptica (melhora a digestão); vitaminizante (colabora na regeneração das células); aperiente (estimula o apetite); antiinflamatória (combate inflamações). Alivia o mau hálito quando mascada e promove o enriquecimento da pele. A salsa, através de uso interno, é contra-indicada para gestantes e lactantes, pois um de seus componentes, o apiol, é estrogênico; isto é, altera o sistema reprodutor feminino e pode provocar o aborto.
Propagação: A salsa propaga-se por sementes.
Cultivo: As variedades são agrupadas pelo tipo de folha em: lisas (mais cultivadas no Brasil), crespas e muito crespas. As mais plantadas no Brasil são a Crespa, Gigante Portuguesa, Graúda Portuguesa, Lisa Comum e Lisa Preferida. Para regiões onde o inverno não é rigoroso, a melhor época é de março a agosto. O cultivo da salsa é indicada para regiões de clima ameno, desenvolvendo-se melhor sob temperaturas entre 8 e 22ºC. Temperaturas acima desta ocasiona o aparecimento precoce de flores e as temperaturas abaixo desta retarda o seu desenvolvimento. Em regiões de clima ameno, planta-se o ano todo; porém, em locais onde o inverno é rigoroso, evitar a semeadura nos meses frios. A semeadura é feita em canteiros definitivos, em sulcos com profundidade de 0,5 cm, em fileiras contínuas, e quando estiverem com duas folhas definitivas ou 5cm, fazer o desbaste das plantas fracas, mantendo-se distância mínima de 10cm ente plantas e 25cm entre fileiras. São necessários 2 a 3 kg de sementes por hectare. A germinação é muito lenta, de 12 a 13 dias quando a temperatura do solo está entre 25 e 30ºC e, até 30 dias quando está a 10ºC. A germinação pode ser apressada, deixando-se as sementes de molho por uma noite. Quando tiver que ralear plantas vigorosas aproveite-as para transplantes em outros espaços. É pouco exigente em fertilidade, mas prefere solos areno-argilosos, ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH entre 5,5 e 6,8. A Irrigação deve ser diária. Após a germinação das sementes, recomenda-se afofar a terra em volta das plantas, pois a irrigação e as chuvas acabam endurecendo a camada superficial do solo. Até a germinação das sementes, recomenda-se também cobrir o canteiro com palha ou sombrite, o que além de economizar água, evita a formação de uma crosta superficial que pode prejudicar a emergência das plantinhas. É uma planta resistente, mas pode ocorrer as seguintes pragas: lagartas, vaquinhas, pulgões e cochonilhas. As principais doenças fúngicas são: esclerotinia, septoriose, mancha de Alternaria e mofo-cinzento. Tendo em vista que a germinação da salsa é bastante lenta, cuidado especial deve-se ter com as plantas espontâneas que germinam mais rápido. Para retardar as plantas espontâneas, pesquisadores da Epagri/Estação Experimental de Ituporanga descobriram um método eficiente para canteiros, utilizando folhas de papel: após o preparo do canteiro, cobre-se o mesmo com jornal (uma folha apenas) ou papel pardo em toda a extensão e sobre este aplica-se 2cm de composto orgânico peneirado (Figura 3). ). Posteriormente, faz-se a semeadura a lanço ou no sulco e procede-se a cobertura das sementes. Recomenda-se este sistema especialmente para as culturas que possuem sementes pequenas e germinação mais demorada, como cenoura e salsa, e que são semeadas diretamente no canteiro, com objetivo de atrasar a emergência das plantas espontâneas na fase mais crítica (até 25 a 30 dias após a semeadura).
Figura 3. Preparo do canteiro para semeadura, colocando-se o jornal e o composto orgânico
Colheita: A colheita inicia-se entre 50 e 70 dias após a semeadura, dependendo do cultivar, efetuando nova colheita a cada 30 dias. O corte é feito quando as plantas atingem cerca de 10 cm de talo. Corta-se a planta pela base, de forma uniforme no canteiro, cerca de 1cm acima da gema terminal. Tendo em vista que no verão, a salsa perde a qualidade, recomenda-se na época mais favorável, quando houver excesso de produção, recomenda-se o corte das plantas, lavando-se as folhas e picando-se, colocando-se em potes de plástico e congela-se.