domingo, 10 de janeiro de 2016

Autor: Euclides Schallenberger
Publicação:  O trabalho compõe a parte I – Recomendações gerais para produção sustentável de hortaliças -  do Boletim Didático nº 107  “Produção de hortaliças em Santa Catarina”. publicado pela Epagri. Interessados em adquirir a publicação completa e ilustrada com 156 páginas, devem entrar no site: www.epagri.sc.gov.br e acessar  os link “Publicações” e “Boletim didático”.

============================================================
     É importante lembrar que para adubar é preciso conhecer o solo e as exigências da cultura. Conhece-se o solo por meio da análise química completa, que deve ser interpretada por um técnico que saberá fazer as recomendações de adubo, seja orgânico ou mineral..
     A retirada do solo para análise deve ser muito bem feita para que a recomendação de adubação e calagem corresponda ã realidade da área a ser tratada. Quem tiver dúvida ou nunca foi orientado a respeito da amostragem de solo para análise, deve procurar ajuda de um técnico capacitado para tal.
     As hortaliças respondem muito bem à adubação orgânica. Dependendo da fertilidade do solo e dos teores de nutrientes encontrados nos adubos orgânicos, pode-se realizar uma adubação equilibrada e eficiente apenas com este tipo de adubo. Por meio da adubação orgânica obtêm-se solos saudáveis, que produzem plantas saudáveis, naturalmente resistentes a pragas e patógenos. A adição de matéria orgânica melhora a química e a física dos solos, ativando a vida que nele habita. Nos solos adubados organicamente, as plantas desenvolvem-se melhor porque são beneficiadas pela relação positiva que se estabelece entre as raízes e os microorganismos como micorrizas e fixadores biológicos de nitrogênio e outras moléculas orgânicas complexas encontradas nos adubos orgânicos.
     A adubação orgânica garante, praticamente, todos os elementos necessários às hortaliças. Além disso, estimula a vida do solo, e permite a formação de macro e microporos, possibilitando a umidificação e a aeração junto às raízes, de tal forma que as plantas e a vida do solo possam desenvolver um metabolismo eficiente e em conformidade com seu potencial de produção.
     A utilização da adubação orgânica melhora o teor de matéria orgânica no solo, que traz os seguintes benefícios:
- reciclagem de nutrientes;
- proteção do solo contra a erosão;
- promove maior retenção de água em solos arenosos e torna os solos
  argilosos mais soltos e arejados, melhorando a infiltração de água;
-  É fonte de alimentos para os microorganismos, aumentando a população dos  organismos úteis que vivem associados às raízes das plantas;
- É fonte  equilibrada de macro e micronutrientes que as planta absorvem conforme sua necessidade, em quantidade e qualidade para as plantas;
- possui substâncias de crescimento (fito-hormônios) que aumentam a respiração e a fotossíntese das plantas;
- melhora a qualidade dos alimentos, tornando-os mais ricos em vitaminas,
 aminoácidos, sais minerais, matéria seca e açúcares, além de melhorar a
  conservação pós-colheita;
- Aumenta a capacidade de troca de cátions.

     Visando à preservação da fertilidade e as boas características físicas e biológicas do solo, deve-se associar com a adubação orgânica outras práticas de manejo e conservação do solo. Entre essas práticas recomendam-se a rotação de culturas, adubação verde e o plantio direto.

Tipos de material orgânico usado na adubação
     Podem ser utilizados como adubos orgânicos estercos de gado, de aves, de suínos, composto, resíduos de culturas e adubos verdes. Deve-se tomar cuidado no uso de estercos de animais; devem ser bem curtidos e,  especialmente o de aves, não recomenda-se quantidades superior à 20 t/ha ao ano, pois pode salinizar o solo. Em relação ao esterco de gado deve-se tomar cuidado para não usar quando for utilizado herbicidas nas pastagens.
     Os materiais orgânicos variam muito em sua composição química e a dose mais adequada depende das condições de mineralização, dos teores de nutrientes e da fertilidade do solo. Alguns nutrientes contidos nos resíduos orgânicos estão na forma orgânica devendo ser mineralizados para serem absorvidos pelas plantas. A partir daí, a fração mineralizada comporta-se de forma semelhante aos nutrientes dos adubos minerais. O potássio aplicado por meio do adubo orgânico comporta-se como mineral desde a aplicação, uma vez que não faz parte de nenhum composto orgânico estável. Portanto, não necessita sofrer a ação dos microorganismos. O fósforo sofre mineralização de cerca de 80% no primeiro ano de cultivo e cerca de 20% no segundo ano. Para o nitrogênio a taxa de mineralização é de cerca de 50% no primeiro ano e  20% no segundo ano. A partir do terceiro ano a totalidade do Nitrogênio e o Fósforo  aplicados na forma orgânica encontram-se mineralizados.
     O composto orgânico é um produto obtido pelo processo de decomposição microbiana aeróbica de resíduos vegetais e animais, que os transforma em húmus, o que gera um adubo de elevada qualidade pelo equilíbrio de seus nutrientes e pela composição microbiana benéfica que contém. É o processo mais eficiente de produção de adubo orgânico de qualidade, essencial para a produção sustentável de hortaliças.
     O emprego de compostos orgânicos, como base central de sistemas orgânicos de produção, é uma tecnologia adotada no mundo todo. Seu grau de eficiência depende do sistema e da forma como se executa o processo de preparo do mesmo e das matérias primas utilizadas. A riqueza nutricional e biológica que os compostos orgânicos conferem ao solo e às plantas  auxilia sobremaneira no cultivo de plantas. Isso permite melhorar as qualidades químicas, físicas e biológicas do solo e promover um desenvolvimento vegetativo adequado à obtenção de produtividade economicamente viável.
     A utilização de composto orgânico ao longo dos anos melhora as condições físicas, químicas e biológicas do solo e ainda corrige a acidez do solo. Embora a compostagem exiga mais mão-de-obra no processo e aplicação, quando comparado aos adubos químicos, torna-se ao longo do tempo mais econômica, pois além de melhorar a vida do solo e manter por mais tempo a fertilidade em relação a macro e micronutrientes (Silva et alii, 2013), seu uso é cada vez menor devido à maior estabilidade e menor lixiviação.

Teores de nutrientes nos adubos orgânicos
     Deve-se procurar nos adubos orgânicos uma relação entre os nutrientes N:P:K que seja próxima da recomendação de adubação, conforme análise do solo. Na tabela 1 encontra-se a concentração de nutrientes e a relação entre estes nutrientes.

TABELA 1. Concentração de nutrientes e relação N:P:K de adubos orgânicos.
Materiais

Relação  N:P:K
Concentração média de nutrientes (%)
N
P2O5
K2O
N
P2O5
K2O
Esterco aves
(3-4 lotes)
1
1,09
0,78
3,2
3,5
2,5
Esterco bovinos
1
0,9
1
1,5
1,4
1,5
Composto lixo urbano
1
0,5
0,3
1,2
0,6
0,4
Composto de palhada e esterco de aves
1
1,3
1,12
1,77
2,31
2,0

Fonte: Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, 2004. 










Ferreira On 1/10/2016 09:08:00 AM Comentarios

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domingo, 10 de janeiro de 2016

Uso de adubação orgânica na produção de hortaliças

Autor: Euclides Schallenberger
Publicação:  O trabalho compõe a parte I – Recomendações gerais para produção sustentável de hortaliças -  do Boletim Didático nº 107  “Produção de hortaliças em Santa Catarina”. publicado pela Epagri. Interessados em adquirir a publicação completa e ilustrada com 156 páginas, devem entrar no site: www.epagri.sc.gov.br e acessar  os link “Publicações” e “Boletim didático”.

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     É importante lembrar que para adubar é preciso conhecer o solo e as exigências da cultura. Conhece-se o solo por meio da análise química completa, que deve ser interpretada por um técnico que saberá fazer as recomendações de adubo, seja orgânico ou mineral..
     A retirada do solo para análise deve ser muito bem feita para que a recomendação de adubação e calagem corresponda ã realidade da área a ser tratada. Quem tiver dúvida ou nunca foi orientado a respeito da amostragem de solo para análise, deve procurar ajuda de um técnico capacitado para tal.
     As hortaliças respondem muito bem à adubação orgânica. Dependendo da fertilidade do solo e dos teores de nutrientes encontrados nos adubos orgânicos, pode-se realizar uma adubação equilibrada e eficiente apenas com este tipo de adubo. Por meio da adubação orgânica obtêm-se solos saudáveis, que produzem plantas saudáveis, naturalmente resistentes a pragas e patógenos. A adição de matéria orgânica melhora a química e a física dos solos, ativando a vida que nele habita. Nos solos adubados organicamente, as plantas desenvolvem-se melhor porque são beneficiadas pela relação positiva que se estabelece entre as raízes e os microorganismos como micorrizas e fixadores biológicos de nitrogênio e outras moléculas orgânicas complexas encontradas nos adubos orgânicos.
     A adubação orgânica garante, praticamente, todos os elementos necessários às hortaliças. Além disso, estimula a vida do solo, e permite a formação de macro e microporos, possibilitando a umidificação e a aeração junto às raízes, de tal forma que as plantas e a vida do solo possam desenvolver um metabolismo eficiente e em conformidade com seu potencial de produção.
     A utilização da adubação orgânica melhora o teor de matéria orgânica no solo, que traz os seguintes benefícios:
- reciclagem de nutrientes;
- proteção do solo contra a erosão;
- promove maior retenção de água em solos arenosos e torna os solos
  argilosos mais soltos e arejados, melhorando a infiltração de água;
-  É fonte de alimentos para os microorganismos, aumentando a população dos  organismos úteis que vivem associados às raízes das plantas;
- É fonte  equilibrada de macro e micronutrientes que as planta absorvem conforme sua necessidade, em quantidade e qualidade para as plantas;
- possui substâncias de crescimento (fito-hormônios) que aumentam a respiração e a fotossíntese das plantas;
- melhora a qualidade dos alimentos, tornando-os mais ricos em vitaminas,
 aminoácidos, sais minerais, matéria seca e açúcares, além de melhorar a
  conservação pós-colheita;
- Aumenta a capacidade de troca de cátions.

     Visando à preservação da fertilidade e as boas características físicas e biológicas do solo, deve-se associar com a adubação orgânica outras práticas de manejo e conservação do solo. Entre essas práticas recomendam-se a rotação de culturas, adubação verde e o plantio direto.

Tipos de material orgânico usado na adubação
     Podem ser utilizados como adubos orgânicos estercos de gado, de aves, de suínos, composto, resíduos de culturas e adubos verdes. Deve-se tomar cuidado no uso de estercos de animais; devem ser bem curtidos e,  especialmente o de aves, não recomenda-se quantidades superior à 20 t/ha ao ano, pois pode salinizar o solo. Em relação ao esterco de gado deve-se tomar cuidado para não usar quando for utilizado herbicidas nas pastagens.
     Os materiais orgânicos variam muito em sua composição química e a dose mais adequada depende das condições de mineralização, dos teores de nutrientes e da fertilidade do solo. Alguns nutrientes contidos nos resíduos orgânicos estão na forma orgânica devendo ser mineralizados para serem absorvidos pelas plantas. A partir daí, a fração mineralizada comporta-se de forma semelhante aos nutrientes dos adubos minerais. O potássio aplicado por meio do adubo orgânico comporta-se como mineral desde a aplicação, uma vez que não faz parte de nenhum composto orgânico estável. Portanto, não necessita sofrer a ação dos microorganismos. O fósforo sofre mineralização de cerca de 80% no primeiro ano de cultivo e cerca de 20% no segundo ano. Para o nitrogênio a taxa de mineralização é de cerca de 50% no primeiro ano e  20% no segundo ano. A partir do terceiro ano a totalidade do Nitrogênio e o Fósforo  aplicados na forma orgânica encontram-se mineralizados.
     O composto orgânico é um produto obtido pelo processo de decomposição microbiana aeróbica de resíduos vegetais e animais, que os transforma em húmus, o que gera um adubo de elevada qualidade pelo equilíbrio de seus nutrientes e pela composição microbiana benéfica que contém. É o processo mais eficiente de produção de adubo orgânico de qualidade, essencial para a produção sustentável de hortaliças.
     O emprego de compostos orgânicos, como base central de sistemas orgânicos de produção, é uma tecnologia adotada no mundo todo. Seu grau de eficiência depende do sistema e da forma como se executa o processo de preparo do mesmo e das matérias primas utilizadas. A riqueza nutricional e biológica que os compostos orgânicos conferem ao solo e às plantas  auxilia sobremaneira no cultivo de plantas. Isso permite melhorar as qualidades químicas, físicas e biológicas do solo e promover um desenvolvimento vegetativo adequado à obtenção de produtividade economicamente viável.
     A utilização de composto orgânico ao longo dos anos melhora as condições físicas, químicas e biológicas do solo e ainda corrige a acidez do solo. Embora a compostagem exiga mais mão-de-obra no processo e aplicação, quando comparado aos adubos químicos, torna-se ao longo do tempo mais econômica, pois além de melhorar a vida do solo e manter por mais tempo a fertilidade em relação a macro e micronutrientes (Silva et alii, 2013), seu uso é cada vez menor devido à maior estabilidade e menor lixiviação.

Teores de nutrientes nos adubos orgânicos
     Deve-se procurar nos adubos orgânicos uma relação entre os nutrientes N:P:K que seja próxima da recomendação de adubação, conforme análise do solo. Na tabela 1 encontra-se a concentração de nutrientes e a relação entre estes nutrientes.

TABELA 1. Concentração de nutrientes e relação N:P:K de adubos orgânicos.
Materiais

Relação  N:P:K
Concentração média de nutrientes (%)
N
P2O5
K2O
N
P2O5
K2O
Esterco aves
(3-4 lotes)
1
1,09
0,78
3,2
3,5
2,5
Esterco bovinos
1
0,9
1
1,5
1,4
1,5
Composto lixo urbano
1
0,5
0,3
1,2
0,6
0,4
Composto de palhada e esterco de aves
1
1,3
1,12
1,77
2,31
2,0

Fonte: Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, 2004. 










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