quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Fonte: Livro da Embrapa Hortaliças – Brasília, DF. Interessados em adquirir o livro “PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS – Coleção 500 Perguntas – 500 Respostas” devem entrar em contato através do email: vendas@sct.embrapa.br; 
Para ver o livro completo, acessar: http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/pdfs/90000021-ebook-pdf.pdf

     Com o objetivo de divulgar e aumentar o conhecimento sobre agricultura orgânica,  estamos transcrevendo  do livro, algumas perguntas e respostas que consideramos mais relevantes.


Capítulo 5: Manejo do Solo

Autores:  Flávia A. de Alcântara e Nuno R. Madeira.

O que é manejo do solo?
     O solo é a “pele” do Planeta Terra, pois é o resultado da ação do clima, do relevo e dos organismos sobre as rochas expostas na superfície do planeta. Essas rochas vão sofrendo transformações com o tempo (muito tempo!) e o solo vai sendo formado aos poucos. Para se ter uma ideia, são necessários cerca de 400 anos para que 1 cm de solo seja formado. O processo de formação do solo ocorre de baixo para cima, ou seja, à medida que o material de origem vai sendo desintegrado e transformado, vão sendo depositadas camadas, que também vão se transformando com o tempo e dando origem a novas camadas. Já os solos localizados na parte mais baixa dos vales, nas margens dos rios e lagos , podem ser formados pela deposição de materiais , muitas vezes já transformados, que vêm das partes mais altas.
     Na atividade agrícola, trabalha-se com uma pequena porção do solo, a mais superficial, chamada de camada arável. O solo faz parte do meio ambiente e está ligado a todos os seus outros componentes, como a água, as plantas, os animais e o homem. Dessa forma, tudo que acontece com o solo tem algum reflexo, positivo ou negativo, no ambiente do qual ele faz parte.

O que é manejo do solo?
     Manejo do solo é o conjunto de todas as práticas aplicadas a determinado solo visando à produção agrícola. Inclui operações de cultivo, práticas culturais, práticas de correção e fertilização, entre outras. É a forma de cultivar e tratar o solo.

Como é feito o manejo do solo nos sistemas orgânicos de produção de hortaliças?
     De forma geral, práticas tradicionais de conservação do solo, como o plantio em curva de nível, a formação de faixas de retenção e cordões, são utilizadas também na agricultura orgânica. No entanto, a agricultura orgânica vê o solo como o centro de todo o processo produtivo, valorizando-o como recurso-chave. Por isso, o manejo orgânico prioriza práticas que proporcionem a manutenção e a melhoria da qualidade do solo, por meio do revolvimento mínimo e do aumento dos teores de matéria orgânica e da atividade biológica. Desse modo, o manejo orgânico recomenda a manutenção de cobertura vegetal sobre o solo, a adubação verde, o cultivo mínimo, o plantio direto, entre outras práticas conservacionistas. Além disso, o manejo do solo no sistema orgânico prioriza as fontes orgânicas de nutrientes e não utiliza fertilizantes químicos de alta solubilidade. Para finalizar, é uma forma de manejar o solo “pensando em longo prazo”, ou seja, objetivando a construção da qualidade do solo com o tempo.

Quais as principais diferenças entre o manejo do solo na produção orgânica de hortaliças e na convencional?
     No caso específico da produção de hortaliças, o manejo do solo costuma ser bastante intensivo no sistema convencional. Muitas vezes são utilizadas quantidades excessivas de fertilizantes, o que pode causar desequilíbrios químicos no solo e nutricionais na cultura. Além disso, as glebas são, em geral, utilizadas continuamente, ciclo após ciclo, e, em alguns casos, com revolvimento excessivo da camada arável.
     O sistema orgânico de produção de hortaliças, por sua vez, prioriza a adição e a manutenção da matéria orgânica, a cobertura do solo e o revolvimento mínimo. Mas a preocupação com a conservação do solo está crescendo na produção convencional e, por isso, a utilização de práticas conservacionistas, como a adubação verde e a cobertura vegetal, está ganhando cada vez mais espaço também no cultivo convencional.

O que é matéria orgânica do solo?
     De maneira bem simples e direta, pode-se dizer que a matéria orgânica é a parte do solo que já foi ou ainda é viva. A matéria orgânica é a parte do solo que já foi ou ainda é viva. A matéria orgânica é constituída de resíduos de origem vegetal ou animal como:
. Estercos.
. Restos de cultura que ficam no campo.
. Palhadas.
. Folhas, cascas e galhos de árvores.
. Raízes das plantas.
. Animais que vivem no solo, como cupins, formigas, besouros, fungos, bactérias e outros microrganismos.
     Esses componentes da matéria orgânica podem estar vivos (como os pequenos animais) ou já em decomposição (como os resíduos de plantas incorporados ao solo ou em cobertura). Como tudo que foi um dia vivo é constituído de carbono orgânico, muitas vezes encontra-se o termo “carbono orgânico” como sinônimo de matéria orgânica.
     Na realidade, o carbono é o principal constituinte da matéria orgânica, mas a ele estão ligados vários outros elementos importantes, como o nitrogênio. É a matéria orgânica que dá a cor escura aos solos e que garante que ele se mantenha “vivo”. Em solo muito claro, aparentemente sem vida, “fraco”, é bem provável que o teor de matéria orgânica seja muito baixo.

O que é decomposição e mineralização da matéria orgânica?
     A decomposição é o processo de quebra da matéria orgânica em partes menores, feita por microrganismos decompositores presentes no solo. Esses microrganismos utilizam a matéria orgânica como alimento para sua sobrevivência e, para isso, precisam quebrá-la em pequenas partes.
     A mineralização é o resultado do processo de decomposição microbiana. Durante a decomposição,  elementos químicos que antes se encontravam na forma orgânica são convertidos para a forma mineral. Os nutrientes, elementos químicos essenciais ao crescimento e desenvolvimento das culturas, só são absorvidos pelas raízes das plantas quando se encontram na forma mineral. Dos processos de decomposição e mineralização é que surgem jos principais efeitos benéficos da matéria orgânica sobre a fertilidade do solo.

Quais os benefícios da matéria orgânica para o solo?
     São vários. A matéria orgânica atua tanto na fertilidade do solo quanto em seu condicionamento físico, além de manter a vida no solo. Assim, pode-se dividir os benefícios da matéria orgânica em três categorias:
    a)    Benefícios para a fertilidade do solo (para os atributos químicos e físico-químicos do solo):
. Fornecimento de nutrientes para as cultuas (macro e micronutrientes): quando decomposta e mineralizada, a matéria orgânica torna-se fonte de nutrientes.
. Aumento da capacidade de troca de cátions (CTC) do solo: tem a capacidade de adsorver (reter) cátions (muitos nutrientes estão na forma de cátions) presentes no solo, que depois podem ser disponibilizados para as culturas.
. Aumento da superfície específica do solo: quanto maior a superfície específica, maior a capacidade de retenção de nutrientes.
. Aumento da disponibilidade de nutrientes para as culturas: por causa dos efeitos na capacidade de troca de cátions e na superfície específica.
. Complexação de substâncias tóxicas: a matéria orgânica em estágios avançados de decomposição tem a capacidade de controlar a toxidez causada por certos elementos presentes no solo em teores acima do normal e, por isso, tóxicos.
b    b)    Benefícios para o condicionamento físico do solo:
. Melhoria da estrutura do solo: tem a capacidade de agregar as partículas do solo, formando “grumos”. Esse efeito agregador desencadeia benefícios nas outras características físicas do   solo.
      . Densidade do solo: redução da densidade aparente do solo, tornando-o mais “leve” e solto.
      . Porosidade do solo: melhoria da circulação de ar e água nos poros (espaços vazios entre as partículas) do solo.
   . Capacidade de retenção e infiltração de água: aumento da capacidade de armazenamento da água do solo.
c      c)     Benefícios para a biota do solo:
. Atua como uma fonte de alimento para microrganismos decompositores, que a utilizam como substrato e são responsáveis pela decomposição e mineralização da matéria orgânica no solo.
      . Aumenta a população de minhocas, besouros, fungos, bactérias e outros organismos benéficos para a manutenção da vida no solo.

Quando é preciso adicionar ou repor matéria orgânica?
     Existe uma pequena fração da matéria orgânica, já bem decomposta, que pode durar muito tempo no solo (até mais de 1.000 anos). Isso ocorre porque os microrganismos decompõem primeiro as moléculas menores, ou seja, a parte mais fácil de ser quebrada e, nesse processo, a parte mais “ura”, mais difícil de decompor, vai “sobrando” no solo. Porém, a maior parte da matéria orgânica adicionada ao solo é decomposta de forma relativamente rápida (de alguns meses até alguns anos), principalmente em regiões onde a temperatura e a precipitação pluvial são altas. O preparo intensivo do solo por meio do revolvimento também acelera a decomposição da matéria orgânica, pois favorece a ruptura dos agregados do solo, expondo-os mais ao ataque dos microrganismos.
     É muito mais fácil e rápido “perder” matéria orgânica do que “ganhar”. Portanto, para se manter o solo produtivo ao longo do tempo é necessário que se adicione ou reponha a matéria orgânica com certa frequência. O ideal é que a cada cultivo se adicione matéria orgânica ao solo. No entanto, a frequência da adição ou da reposição depende do ciclo da cultura em questão e do sistema de cultivo. Mas, como existem várias maneiras de se manter e aumentar o teor de matéria orgânica do solo, uma delas, com certeza, será adequada para cada caso.

Quais as maneiras de se repor ou adicionar matéria orgânica ao solo?
     Uma das maneiras de se repor ou adicionar matéria orgânica ao solo é a utilização de estercos animais. Na produção de hortaliças, são utilizados estercos de aves, de bovinos, equinos e caprinos. É preciso lembrar que não se deve utilizar esterco de suínos na produção de hortaliças, pois algumas doenças que acometem os porcos podem ser transmitidas ao homem pela ingestão de alimentos contaminados.
     Os estercos animais são material orgânico de fácil decomposição e, por isso, são decompostos rapidamente, principalmente o esterco de aves. Assim, seu principal benefício é o suprimento de nutrientes ás culturas, pois, como não “duram” muito, não são bons condicionadores físicos do solo.
     Outros materiais, provenientes da própria fazenda ou de agroindústrias, também podem ser boas fontes de matéria orgânica, sendo utilizados puros ou junto com os estercos em compostagem.
     Dentre esses materiais podem-se citar alguns exemplos como:
. Palhas de milho, de aveia, arroz, feijão e café.
. Capim-gordura, capim-guiné, capim-meloso, entre outros capins.
. Serragem de madeira.
. Bagaço de cana.
. Tortas de algodão e de mamona.
     É importante ressaltar que o produto deve priorizar resíduos produzidos na propriedade ou resíduos agroindustriais da região, a fim de facilitar e baratear custos. Uma alternativa prática e eficaz para se adicionar matéria orgânica ao solo é a adubação verde que proporciona ao produtor a produção de matéria orgânica diretamente na área de cultivo.




Ferreira On 11/10/2016 02:09:00 PM Comentarios

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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS - Capítulo 5: Manejo do Solo

Fonte: Livro da Embrapa Hortaliças – Brasília, DF. Interessados em adquirir o livro “PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS – Coleção 500 Perguntas – 500 Respostas” devem entrar em contato através do email: vendas@sct.embrapa.br; 
Para ver o livro completo, acessar: http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/pdfs/90000021-ebook-pdf.pdf

     Com o objetivo de divulgar e aumentar o conhecimento sobre agricultura orgânica,  estamos transcrevendo  do livro, algumas perguntas e respostas que consideramos mais relevantes.


Capítulo 5: Manejo do Solo

Autores:  Flávia A. de Alcântara e Nuno R. Madeira.

O que é manejo do solo?
     O solo é a “pele” do Planeta Terra, pois é o resultado da ação do clima, do relevo e dos organismos sobre as rochas expostas na superfície do planeta. Essas rochas vão sofrendo transformações com o tempo (muito tempo!) e o solo vai sendo formado aos poucos. Para se ter uma ideia, são necessários cerca de 400 anos para que 1 cm de solo seja formado. O processo de formação do solo ocorre de baixo para cima, ou seja, à medida que o material de origem vai sendo desintegrado e transformado, vão sendo depositadas camadas, que também vão se transformando com o tempo e dando origem a novas camadas. Já os solos localizados na parte mais baixa dos vales, nas margens dos rios e lagos , podem ser formados pela deposição de materiais , muitas vezes já transformados, que vêm das partes mais altas.
     Na atividade agrícola, trabalha-se com uma pequena porção do solo, a mais superficial, chamada de camada arável. O solo faz parte do meio ambiente e está ligado a todos os seus outros componentes, como a água, as plantas, os animais e o homem. Dessa forma, tudo que acontece com o solo tem algum reflexo, positivo ou negativo, no ambiente do qual ele faz parte.

O que é manejo do solo?
     Manejo do solo é o conjunto de todas as práticas aplicadas a determinado solo visando à produção agrícola. Inclui operações de cultivo, práticas culturais, práticas de correção e fertilização, entre outras. É a forma de cultivar e tratar o solo.

Como é feito o manejo do solo nos sistemas orgânicos de produção de hortaliças?
     De forma geral, práticas tradicionais de conservação do solo, como o plantio em curva de nível, a formação de faixas de retenção e cordões, são utilizadas também na agricultura orgânica. No entanto, a agricultura orgânica vê o solo como o centro de todo o processo produtivo, valorizando-o como recurso-chave. Por isso, o manejo orgânico prioriza práticas que proporcionem a manutenção e a melhoria da qualidade do solo, por meio do revolvimento mínimo e do aumento dos teores de matéria orgânica e da atividade biológica. Desse modo, o manejo orgânico recomenda a manutenção de cobertura vegetal sobre o solo, a adubação verde, o cultivo mínimo, o plantio direto, entre outras práticas conservacionistas. Além disso, o manejo do solo no sistema orgânico prioriza as fontes orgânicas de nutrientes e não utiliza fertilizantes químicos de alta solubilidade. Para finalizar, é uma forma de manejar o solo “pensando em longo prazo”, ou seja, objetivando a construção da qualidade do solo com o tempo.

Quais as principais diferenças entre o manejo do solo na produção orgânica de hortaliças e na convencional?
     No caso específico da produção de hortaliças, o manejo do solo costuma ser bastante intensivo no sistema convencional. Muitas vezes são utilizadas quantidades excessivas de fertilizantes, o que pode causar desequilíbrios químicos no solo e nutricionais na cultura. Além disso, as glebas são, em geral, utilizadas continuamente, ciclo após ciclo, e, em alguns casos, com revolvimento excessivo da camada arável.
     O sistema orgânico de produção de hortaliças, por sua vez, prioriza a adição e a manutenção da matéria orgânica, a cobertura do solo e o revolvimento mínimo. Mas a preocupação com a conservação do solo está crescendo na produção convencional e, por isso, a utilização de práticas conservacionistas, como a adubação verde e a cobertura vegetal, está ganhando cada vez mais espaço também no cultivo convencional.

O que é matéria orgânica do solo?
     De maneira bem simples e direta, pode-se dizer que a matéria orgânica é a parte do solo que já foi ou ainda é viva. A matéria orgânica é a parte do solo que já foi ou ainda é viva. A matéria orgânica é constituída de resíduos de origem vegetal ou animal como:
. Estercos.
. Restos de cultura que ficam no campo.
. Palhadas.
. Folhas, cascas e galhos de árvores.
. Raízes das plantas.
. Animais que vivem no solo, como cupins, formigas, besouros, fungos, bactérias e outros microrganismos.
     Esses componentes da matéria orgânica podem estar vivos (como os pequenos animais) ou já em decomposição (como os resíduos de plantas incorporados ao solo ou em cobertura). Como tudo que foi um dia vivo é constituído de carbono orgânico, muitas vezes encontra-se o termo “carbono orgânico” como sinônimo de matéria orgânica.
     Na realidade, o carbono é o principal constituinte da matéria orgânica, mas a ele estão ligados vários outros elementos importantes, como o nitrogênio. É a matéria orgânica que dá a cor escura aos solos e que garante que ele se mantenha “vivo”. Em solo muito claro, aparentemente sem vida, “fraco”, é bem provável que o teor de matéria orgânica seja muito baixo.

O que é decomposição e mineralização da matéria orgânica?
     A decomposição é o processo de quebra da matéria orgânica em partes menores, feita por microrganismos decompositores presentes no solo. Esses microrganismos utilizam a matéria orgânica como alimento para sua sobrevivência e, para isso, precisam quebrá-la em pequenas partes.
     A mineralização é o resultado do processo de decomposição microbiana. Durante a decomposição,  elementos químicos que antes se encontravam na forma orgânica são convertidos para a forma mineral. Os nutrientes, elementos químicos essenciais ao crescimento e desenvolvimento das culturas, só são absorvidos pelas raízes das plantas quando se encontram na forma mineral. Dos processos de decomposição e mineralização é que surgem jos principais efeitos benéficos da matéria orgânica sobre a fertilidade do solo.

Quais os benefícios da matéria orgânica para o solo?
     São vários. A matéria orgânica atua tanto na fertilidade do solo quanto em seu condicionamento físico, além de manter a vida no solo. Assim, pode-se dividir os benefícios da matéria orgânica em três categorias:
    a)    Benefícios para a fertilidade do solo (para os atributos químicos e físico-químicos do solo):
. Fornecimento de nutrientes para as cultuas (macro e micronutrientes): quando decomposta e mineralizada, a matéria orgânica torna-se fonte de nutrientes.
. Aumento da capacidade de troca de cátions (CTC) do solo: tem a capacidade de adsorver (reter) cátions (muitos nutrientes estão na forma de cátions) presentes no solo, que depois podem ser disponibilizados para as culturas.
. Aumento da superfície específica do solo: quanto maior a superfície específica, maior a capacidade de retenção de nutrientes.
. Aumento da disponibilidade de nutrientes para as culturas: por causa dos efeitos na capacidade de troca de cátions e na superfície específica.
. Complexação de substâncias tóxicas: a matéria orgânica em estágios avançados de decomposição tem a capacidade de controlar a toxidez causada por certos elementos presentes no solo em teores acima do normal e, por isso, tóxicos.
b    b)    Benefícios para o condicionamento físico do solo:
. Melhoria da estrutura do solo: tem a capacidade de agregar as partículas do solo, formando “grumos”. Esse efeito agregador desencadeia benefícios nas outras características físicas do   solo.
      . Densidade do solo: redução da densidade aparente do solo, tornando-o mais “leve” e solto.
      . Porosidade do solo: melhoria da circulação de ar e água nos poros (espaços vazios entre as partículas) do solo.
   . Capacidade de retenção e infiltração de água: aumento da capacidade de armazenamento da água do solo.
c      c)     Benefícios para a biota do solo:
. Atua como uma fonte de alimento para microrganismos decompositores, que a utilizam como substrato e são responsáveis pela decomposição e mineralização da matéria orgânica no solo.
      . Aumenta a população de minhocas, besouros, fungos, bactérias e outros organismos benéficos para a manutenção da vida no solo.

Quando é preciso adicionar ou repor matéria orgânica?
     Existe uma pequena fração da matéria orgânica, já bem decomposta, que pode durar muito tempo no solo (até mais de 1.000 anos). Isso ocorre porque os microrganismos decompõem primeiro as moléculas menores, ou seja, a parte mais fácil de ser quebrada e, nesse processo, a parte mais “ura”, mais difícil de decompor, vai “sobrando” no solo. Porém, a maior parte da matéria orgânica adicionada ao solo é decomposta de forma relativamente rápida (de alguns meses até alguns anos), principalmente em regiões onde a temperatura e a precipitação pluvial são altas. O preparo intensivo do solo por meio do revolvimento também acelera a decomposição da matéria orgânica, pois favorece a ruptura dos agregados do solo, expondo-os mais ao ataque dos microrganismos.
     É muito mais fácil e rápido “perder” matéria orgânica do que “ganhar”. Portanto, para se manter o solo produtivo ao longo do tempo é necessário que se adicione ou reponha a matéria orgânica com certa frequência. O ideal é que a cada cultivo se adicione matéria orgânica ao solo. No entanto, a frequência da adição ou da reposição depende do ciclo da cultura em questão e do sistema de cultivo. Mas, como existem várias maneiras de se manter e aumentar o teor de matéria orgânica do solo, uma delas, com certeza, será adequada para cada caso.

Quais as maneiras de se repor ou adicionar matéria orgânica ao solo?
     Uma das maneiras de se repor ou adicionar matéria orgânica ao solo é a utilização de estercos animais. Na produção de hortaliças, são utilizados estercos de aves, de bovinos, equinos e caprinos. É preciso lembrar que não se deve utilizar esterco de suínos na produção de hortaliças, pois algumas doenças que acometem os porcos podem ser transmitidas ao homem pela ingestão de alimentos contaminados.
     Os estercos animais são material orgânico de fácil decomposição e, por isso, são decompostos rapidamente, principalmente o esterco de aves. Assim, seu principal benefício é o suprimento de nutrientes ás culturas, pois, como não “duram” muito, não são bons condicionadores físicos do solo.
     Outros materiais, provenientes da própria fazenda ou de agroindústrias, também podem ser boas fontes de matéria orgânica, sendo utilizados puros ou junto com os estercos em compostagem.
     Dentre esses materiais podem-se citar alguns exemplos como:
. Palhas de milho, de aveia, arroz, feijão e café.
. Capim-gordura, capim-guiné, capim-meloso, entre outros capins.
. Serragem de madeira.
. Bagaço de cana.
. Tortas de algodão e de mamona.
     É importante ressaltar que o produto deve priorizar resíduos produzidos na propriedade ou resíduos agroindustriais da região, a fim de facilitar e baratear custos. Uma alternativa prática e eficaz para se adicionar matéria orgânica ao solo é a adubação verde que proporciona ao produtor a produção de matéria orgânica diretamente na área de cultivo.




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