segunda-feira, 21 de maio de 2012




A cebolinha verde e a salsinha, chamados também de temperos ou cheiro-verde, são as hortaliças-condimentos mais apreciados pela população e consumida em quase todos os lares brasileiros. 

Cebolinha verde
A cebolinha é uma planta condimentar considerada perene, muito apreciada pela população. É semelhante à cebola, mas não desenvolve bulbo. As raízes são fasciculadas, finas e curtas, formando touceiras. Pertence à família Alliaceae. Duas espécies são cultivadas: Alliaceae fistulosum (cebolinha verde ou comum) e Alliaceae schoenoprasum (cebolinha-de-folhas-finas ou galega). A cebolinha verde é natural do Oriente ou da Sibéria, possui folhas numerosas, fistulosas, com comprimento variando de 25 a 35cm e cor verde mais clara do que a galega. A cebolinha galega é originária da Europa e seu sabor é semelhante ao da cebola. As plantas formam tufos bem fechados com folhas numerosas, finas e cor verde-escura. Produz, na base da haste, um engrossamento semelhante a bulbos ovais.


Principais usos: No uso doméstico a cebolinha, tanto crua como cozida, é muito usada nas cozinhas chinesa e ocidental. É indispensável no preparo de saladas, sanduíches, sopas e omeletes. Dá sabor especial em manteigas, queijos cremosos, molhos, massas, carnes, peixes e patês. Pode decorar pratos prontos antes de serem servidos. Como planta medicinal é importante, pois contém ferro e vitaminas diversas, é estimulante do apetite, além de auxiliar a digestão. Ajuda no combate à gripe, e nas doenças das vias respiratórias.

Figura 1. Salsa e cebolinha verde: os temperos mais apreciados


Propagação: Embora possa ser propagada por sementes, na prática, é feita através dos perfilhos da touceira. Arranca-se a touceira plantada no ano anterior e abre-se a mesma, transformando-a em tantas mudas quantos forem os rebentos.


Cultivo: O cultivo da cebolinha é indicado para regiões de clima ameno, entre 8 e 22oC, resistindo ao frio. Para os demais locais a melhor época é de fevereiro a julho. Embora a planta suporte frios prolongados, existem cultivares que resistem bem ao calor, tendo poucas restrições para o seu plantio em qualquer época do ano. As cultivares mais conhecidas são 'Todo Ano', 'Futonegui' e 'Hossonegui'. As variedades do grupo 'Todo Ano', no entanto, toleram temperaturas altas. Prefere solos de textura média, ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH entre 6,0 e 6,8. Quando propagada por sementes faz-se a semeadura em canteiros, em sulcos distanciados de 10cm e com profundidade de 0,2 a 0,5cm, distribuindo-se as sementes em linha contínua. O transplante é feito 30 a 40 dias após a semeadura, em canteiros definitivos, em sulcos com profundidade de 3 a 4cm, distanciados de 0,25 entre linhas por 0,15 entre plantas. Outra opção é transplantar mudas de touceiras antigas, cortando as folhas acima da gema apical e podando as raízes. Deve-se ter o cuidado de transplantar as mudas à mesma profundidade em que se encontravam. Essa operação deve ser feita, de preferência, de março a julho, utilizando-se irrigação, sempre que necessário. A adubação de plantio deve ser por ocasião do plantio definitivo, preferencialmente, com composto orgânico, seguindo a recomendação baseada na análise do solo. Adubação orgânica de cobertura deve ser parcelada em três aplicações, aos 15, 30 e 45 dias após o transplante; à medida que vão sendo feitos os cortes, deve-se repetir a adubação de cobertura, parcelando-a em duas vezes, na época do corte e 15 dias após. A cultura deve ser mantida livre de plantas espontâneas pois, além da concorrência, a cebolinha perde valor comercial quando cortada juntamente com "mato". Fazer escarificações sempre que houver formação de crosta na superfície do canteiro.
As principais pragas são os pulgões e o tripes, enquanto que a doença que mais causa problema é o sapeco ou queima-das-pontas (Figura 2) que ataca a cebola de cabeça na fase de produção de mudas e no plantio definitivo e também a cebolinha verde; pode ser provocada por diversos fungos, deficiência hídrica, desequilíbrio nutricional, fitotoxidez, ozônio e, indiretamente, pelos patógenos do solo. Dentre as pragas, o tripes ou piolho (Thrips tabaci) podem causar danos econômicos e ainda favorecer a entrada de doenças. Quando a temperatura aumenta e ocorrem estiagens, o tripes pode causar sérios danos por meio da raspagem e sucção da seiva das plantas. Com o aumento do ataque ocorre o amarelecimento, o retorcimento e a seca dos ponteiros das plantas. A irrigação desfavorece a praga propiciando um melhor desenvolvimento da planta. No manejo da principal doença que ocorre no canteiro (sapeco), recomenda-se a aplicação de cinzas de madeira em pó (50 g/m2) ou diluído em água a 10%, em regas antes do orvalho da manhã evaporar.

Figura 2. Queima das pontas ou sapeco, a principal doença que ataca a cebola de cabeça e também a cebolinha verde


Colheita: A colheita da cebolinha inicia-se entre 55 e 60 dias após o plantio ou entre 85 e 100 dias após a semeadura, quando as folhas atingem de 20cm a 40 cm de altura. Na cebolinha, o rebrotamento é aproveitado para novos cortes, possibilitando novas colheitas a cada 50 dias e podendo o cultivo ser explorado por 2 a 3 anos, principalmente em condições de clima ameno. O corte é feito entre 10 a 15 cm do solo (acima da gema apical). Quando houver excesso de produção, especialmente em épocas mais favoráveis para a produção, recomenda-se o corte das plantas, lavando-se as folhas e picando-se, colocando-se em potes de plástico e congela-se.


Rotação e consorciação de culturas: Recomenda-se a rotação de culturas com outras hortaliças pertencentes a outras famílias botânicas e também com gramíneas tais como o milho e aveia e também com leguminosas utilizadas como adubo verde. Nunca fazer rotação com culturas que pertencem a mesma família botânica como alho e cebola, pois estas espécies possuem pragas e doenças comuns. Trabalhos de pesquisa comprovaram bons resultados na consorciação cebolinha verde x radiche (almeirão). A associação/consorciação de culturas é um sistema de cultivo utilizado há séculos pelos agricultores e é praticado amplamente nas regiões tropicais, sobretudo por pequenos agricultores. Isso porque, ao utilizarem nível tecnológico mais baixo, procuram maximizar os lucros, buscando melhor aproveitamento dos insumos e da mão-de-obra ,geralmente da própria família. O aumento da produtividade por unidade de área é uma das razões para se cultivar duas ou mais culturas no sistema de consorciação, pois permite melhor aproveitamento da terra e de outros recursos disponíveis, resultando em maior rendimento econômico.


Salsa  Salsa ou salsinha (Petroselinum crispum (Mill.), pertencente à família botânica das Apiaceae (Umbelliferae) é uma planta herbácea bienal (demora 24 meses para completar o ciclo biológico), podendo-se também cultivar como anual. Forma uma roseta empenachada de folhas muito divididas, alcança 15 cm de altura e possui talos floríferos que podem chegar a exceder 60 cm. Natural da Europa, a salsa (conhecida também por salsinha, salsa-de-cheiro ou salsa-hortense) foi trazida para o Brasil no início da colonização. O cultivo da salsa faz-se há mais de trezentos anos, sendo uma das plantas aromáticas mais populares da gastronomia mundial. A salsa é rica em vitaminas A, B1, B2, C e D, além de cálcio e ferro, isto se consumidas cruas, já que o cozimento elimina parte dos seus componentes vitamínicos.

Principais usos: De aroma suave e agradável, é indispensável no preparo de saladas, sopas, molhos e temperos em geral. Quando cozida, a salsa destaca o sabor do prato principal. É usada em sopas, assados e cozidos de carnes e frutos do mar, refogados na manteiga, saladas e legumes cozidos no vapor. Ela desidratada é usada para codimentar ou decorar, usada em berinjela, canapés, macarrão, salpicada sobre legumes, omeletes, ovos mexidos ou recheados, sobre carnes, aves, peixes e camarões. Toda a planta pode ser usada: folhas, caules, raízes e sementes. Seu consumo está disseminado pelo mundo todo. É usada como condimento e/ou elemento decorativo de vários pratos. As principais propriedades terapêuticas são: diurética (facilita a secreção da urina); emenagoga (provoca a vinda da menstruação); carminativa (combate os gases intestinais); expectorante (facilita a expectoração); antitérmica (combate a febre); eupéptica (melhora a digestão); vitaminizante (colabora na regeneração das células); aperiente (estimula o apetite); antiinflamatória (combate inflamações). Alivia o mau hálito quando mascada e promove o enriquecimento da pele. A salsa, através de uso interno, é contra-indicada para gestantes e lactantes, pois um de seus componentes, o apiol, é estrogênico; isto é, altera o sistema reprodutor feminino e pode provocar o aborto.

Propagação: A salsa propaga-se por sementes.

Cultivo: As variedades são agrupadas pelo tipo de folha em: lisas (mais cultivadas no Brasil), crespas e muito crespas. As mais plantadas no Brasil são a Crespa, Gigante Portuguesa, Graúda Portuguesa, Lisa Comum e Lisa Preferida. Para regiões onde o inverno não é rigoroso, a melhor época é de março a agosto. O cultivo da salsa é indicada para regiões de clima ameno, desenvolvendo-se melhor sob temperaturas entre 8 e 22ºC. Temperaturas acima desta ocasiona o aparecimento precoce de flores e as temperaturas abaixo desta retarda o seu desenvolvimento. Em regiões de clima ameno, planta-se o ano todo; porém, em locais onde o inverno é rigoroso, evitar a semeadura nos meses frios. A semeadura é feita em canteiros definitivos, em sulcos com profundidade de 0,5 cm, em fileiras contínuas, e quando estiverem com duas folhas definitivas ou 5cm, fazer o desbaste das plantas fracas, mantendo-se distância mínima de 10cm ente plantas e 25cm entre fileiras. São necessários 2 a 3 kg de sementes por hectare. A germinação é muito lenta, de 12 a 13 dias quando a temperatura do solo está entre 25 e 30ºC e, até 30 dias quando está a 10ºC. A germinação pode ser apressada, deixando-se as sementes de molho por uma noite. Quando tiver que ralear plantas vigorosas aproveite-as para transplantes em outros espaços. É pouco exigente em fertilidade, mas prefere solos areno-argilosos, ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH entre 5,5 e 6,8. A Irrigação deve ser diária. Após a germinação das sementes, recomenda-se afofar a terra em volta das plantas, pois a irrigação e as chuvas acabam endurecendo a camada superficial do solo. Até a germinação das sementes, recomenda-se também cobrir o canteiro com palha ou sombrite, o que além de economizar água, evita a formação de uma crosta superficial que pode prejudicar a emergência das plantinhas. É uma planta resistente, mas pode ocorrer as seguintes pragas: lagartas, vaquinhas, pulgões e cochonilhas. As principais doenças fúngicas são: esclerotinia, septoriose, mancha de Alternaria e mofo-cinzento. Tendo em vista que a germinação da salsa é bastante lenta, cuidado especial deve-se ter com as plantas espontâneas que germinam mais rápido. Para retardar as plantas espontâneas, pesquisadores da Epagri/Estação Experimental de Ituporanga descobriram um método eficiente para canteiros, utilizando folhas de papel: após o preparo do canteiro, cobre-se o mesmo com jornal (uma folha apenas) ou papel pardo em toda a extensão e sobre este aplica-se 2cm de composto orgânico peneirado (Figura 3). ). Posteriormente, faz-se a semeadura a lanço ou no sulco e procede-se a cobertura das sementes. Recomenda-se este sistema especialmente para as culturas que possuem sementes pequenas e germinação mais demorada, como cenoura e salsa, e que são semeadas diretamente no canteiro, com objetivo de atrasar a emergência das plantas espontâneas na fase mais crítica (até 25 a 30 dias após a semeadura).

Figura 3. Preparo do canteiro para semeadura, colocando-se o jornal e o composto orgânico

Colheita: A colheita inicia-se entre 50 e 70 dias após a semeadura, dependendo do cultivar, efetuando nova colheita a cada 30 dias. O corte é feito quando as plantas atingem cerca de 10 cm de talo. Corta-se a planta pela base, de forma uniforme no canteiro, cerca de 1cm acima da gema terminal. Tendo em vista que no verão, a salsa perde a qualidade, recomenda-se na época mais favorável, quando houver excesso de produção, recomenda-se o corte das plantas, lavando-se as folhas e picando-se, colocando-se em potes de plástico e congela-se.



 
Ferreira On 5/21/2012 07:45:00 AM Comentarios LEIA MAIS

segunda-feira, 7 de maio de 2012


    O cultivo orgânico de hortaliças compreende, não somente deixar de utilizar agrotóxicos e fertilizantes químicos, substituindo-os por outros insumos, mas também tratar o solo como um "organismo vivo", protegendo-o e preservando a fertilidade e a estrutura do solo de forma duradoura, priorizando o revolvimento mínimo do solo (plantio direto e cultivo mínimo), a diversificação de espécies, a rotação, sucessão e consorciação de culturas, o uso de adubação orgânica (especialmente o composto orgânico, os restos de culturas e a adubação verde), o manejo das plantas espontâneas tornando-as "amigas" dos cultivos e, somente se for necessário, o uso de produtos alternativos que não contamine o meio ambiente e não prejudique a saúde do agricultor e consumidor.
Considerando a parte comestível, as hortaliças podem ser classificadas em: hortaliças-condimentos (Figura 1), hortaliças-folhosas, hortaliças-flores, hortaliças-frutos, hortaliças-raízes, hortaliças-bulbos, hortaliças-caule, hortaliças-rizomas, hortaliças-hastes, hortaliças-legumes e hortaliças-industrializadas. As hortaliças mais importantes e de maior expressão econômica já foram abordadas neste blog.
  A partir de hoje, vamos postar matérias sobre as demais espécies de hortaliças, classificadas conforme a parte comestível, ainda não abordadas neste blog, mas também muito importantes no aspecto nutricional e, ainda com boas propriedades terapêuticas.
Figura 1. Hortaliças-condimentos: alho, cebolinha, pimenta, salsa e hortelã

     Os condimentos são geralmente usados na culinária para modificar o sabor e o aroma dos alimentos e, também, para decorá-los. Os condimentos podem ser classificados, entre outras categorias, em picantes: pimenta, pimentão, mostarda, curry (é uma especiaria de origem indiana, composta por vários ingredientes), páprica (mais conhecido em Portugal por pimentão, é uma especiaria obtida do pimentão-doce) e gengibre; ácidos: tomate e limão; especiarias: canela, cardamomo (tempero originário da Índia, espécie pertencente à família botânica do gengibre), cravo, cominho e noz moscada; ervas aromáticas: coentro, alecrim, manjerona, cebolinha, salsa, hortelã, orégano, tomilho, aipo e manjericão e, bulbos: como alho, alho porró e cebola. Além disso, têm em sua composição química elementos importantes para a saúde, como vitaminas e sais minerais e, princípios ativos específicos, possíveis de uso terapêutico, sendo utilizados por indústrias farmacêuticas na produção de elixires e soluções de uso tópico (uso externo), entre outros. As plantas condimentares devem fazer parte de toda horta, pois elas são importantes não somente na alimentação humana, mas também para a produção de cosméticos, remédios naturais e até para a proteção de pragas e doenças que atacam outras hortaliças, aumentando a biodiversidade, princípio básico na agricultura orgânica. O valor econômico das plantas condimentares e medicinais é determinado pelos compostos químicos especiais, elaborados por elas e que são chamados princípios ativos. Há diversos fatores que influenciam na elaboração dos princípios ativos, como os de ordem genética que são transmitidos de geração em geração, os fatores externos, como temperatura, chuva, vento e solo e, também os fatores técnicos (forma de plantio, os tratos culturais, doenças e pragas, época e forma de colheita, entre outros).

    Dentre os temperos citados, não abordaremos dentro do grupo das hortaliças-condimentos, o alho e cebola. O cultivo orgânico do alho, embora seja o condimento de maior importância sócio-econômica, vai ser abordado quando tratar-se das hortaliças-bulbos. Por outro lado, a cebola também considerada uma hortaliça-bulbo de grande importância sócio-econômica, já foi abordada em matéria postada neste blog em 13/04/2011.

Recomendações gerais para o cultivo das hortaliças-condimentos
Fatores climáticos: O teor de princípios ativos pode aumentar ou diminuir, de acordo com os fatores climáticos. Para cada espécie existe uma temperatura mínima, uma temperatura máxima e uma faixa de temperatura ótima para o desenvolvimento. A luz influencia na fotossíntese e em outros fenômenos fisiológicos, como crescimento desenvolvimento e forma das plantas. A falta de luminosidade adequada provoca o estiolamento, problema comum em sementeiras e viveiros muito adensados ou sombreados e pode afetar a capacidade de germinação das sementes. A água é essencial para a vida e o metabolismo das plantas. Porém, o excesso pode reduzir a concentração de princípios ativos das plantas. A altitude (altura de uma região em relação ao nível do mar) também influencia no desenvolvimento das plantas e na produção de princípios ativos, pois diminui as temperaturas. A latitude (distância de determinada região em relação à linha do equador, para o sul ou para o norte) também modifica o comportamento das diferentes espécies.
Escolha do local: . Recomenda-se que a área de cultivo esteja longe de rodovias (pelo menos 2 km) e de áreas industriais, evitando assim a deposição de poluentes e possíveis contaminações. Áreas pouco ensolaradas, de baixadas, mal drenadas, sujeitas à neblinas, devem ser evitadas, pois favorecem o aparecimento de doenças. A declividade do terreno deve ser a menor possível, mas se houver alguma inclinação, devem-se fazer as linhas de plantio em nível ou transversal ao declive para reduzir a erosão do solo. Para reduzir a erosão do solo em terrenos com muito declive, recomenda-se dividir a área em faixas, utilizando espécies como capins (capim-elefante) e até plantas medicinais. É importante também que na área não tenha sido cultivado recentemente espécies adubadas com fertilizantes químicos e, principalmente agrotóxicos. Os adubos minerais, especialmente os nitrogenados, por serem altamente solúveis, salinizam e acidificam o solo e, em consequência diminui a diversidade de organismos vivos que habitam naturalmente nesse ambiente; estes organismos vivos melhoram a aeração do solo e interagem com as plantas e outros microrganismos, contribuindo para a existência do equilíbrio do meio ambiente e tornando as plantas cultivadas mais resistentes às pragas e doenças. É muito importante também que no local escolhido haja uma fonte de água limpa nas proximidades para possibilitar a irrigação das plantas, especialmente na fase de estabelecimento das plantas. A análise do solo, com antecedência, é fundamental para se conhecer a fertilidade e a acidez do solo e, com base nesta análise, fazer-se a correção do solo, conforme recomendação do técnico do município.
Manejo do solo: De uma maneira geral, os solos estão sujeitos à erosão (perda do solo) causados por chuvas intensas, cada vez mais comum, especialmente em áreas com declives sem adoção de práticas de conservação. O preparo do solo deve ser realizado com menor mobilização possível (manejo conservacionista), a fim de preservar, melhorar e otimizar os recursos naturais. O manejo racional e correto do solo é essencial, pois auxilia no controle de pragas e doenças, de erosão, na manutenção da fertilidade e consequentemente no aumento da produtividade. Algumas práticas são importantíssimas, tais como, cobertura vegetal, preparo em nível, curvas de nível, cordão de contorno, entre outras. Os cordões de contorno e curvas de nível devem ser todos vegetados, o que pode ser feito com espécies medicinais. Algumas das espécies recomendadas são: capim-limão, citronela e o confrei. Os sistemas de plantio direto e cultivo mínimo, são práticas indispensáveis para o sucesso no cultivo de qualquer espécie. No cultivo direto não há revolvimento do solo; a camada de cobertura vegetal é mantida e se faz apenas a abertura de um pequeno sulco ou cova onde é colocada a semente ou muda. Por outro lado, o cultivo mínimo é o revolvimento mínimo do solo necessário para o estabelecimento das culturas, deixando-se uma cobertura vegetal nas entrelinhas (resíduos de culturas anteriores, plantas espontâneas e, sempre que possível, adubos verdes semeados anteriormente ou consorciado com as espécies cultivadas). Sempre que necessário, deve-se fazer uma redução da vegetação existente antecedendo ao plantio das hortaliças para facilitar as práticas culturais e também para evitar problemas de competição com a cultura que será implantada. Assim, uma roçada geral, com corte rente ao solo, é imprescindível, especialmente para controlar o comportamento agressivo dos capins. A vegetação de porte mais alto deve ser preservada sempre que possível, em faixas, no meio da área ou na periferia da área cultivada, com o objetivo de aumentar a biodiversidade, princípio básico para o sucesso do cultivo orgânico.
Se a análise do solo, realizada com antecedência, determinar a correção da acidez, somente neste caso, recomenda-se o preparo do solo no sistema convencional para que o calcário possa ser adequadamente incorporado. A partir daí, com a adubação orgânica, não haverá mais necessidade de aplicação de calcário. O pH em água deve situar-se, em geral, entre 5,5 e 6, faixa na qual a disponibilidade da maioria dos macro e micronutrientes é ótima e que também favorece a atividade biológica no solo.
Adubação orgânica: A adubação deve ser feita com base na análise do solo e também de acordo com o tipo de adubo que for aplicado. De maneira bem simples e direta, a matéria orgânica é a parte do solo que já foi ou ainda é viva. É constituída de resíduos de origem vegetal ou animal, tais como: estercos, restos de cultivos que ficam no campo, palhadas, folhas, cascas e galhos de árvores, raízes das plantas e animais que vivem no solo; podem estar vivos, como os pequenos animais ou já em decomposição, como os resíduos de plantas incorporados ao solo ou em cobertura. As hortaliças são as que mais respondem à aplicação de adubos orgânicos. As principais fontes são:
.Composto orgânico : É o adubo ideal para ser utilizado na agricultura orgânica e, o que é melhor, não polui o meio ambiente e, ainda pode ser produzido na própria propriedade. Além de ser uma boa fonte de macronutrientes, possui micronutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas e, ainda reduz a acidez do solo, ao contrário dos adubos químicos e estercos de animais que podem salinizar e acidificar o solo e contaminar os rios. Mas as vantagens do composto não param por aí! devido a temperatura alta que alcança no processo da compostagem (até 65ºC), durante a fermentação, os microrganismos causadores de doenças das plantas e as sementes de plantas espontâneas ("mato") não sobrevivem. Embora o composto orgânico tenha como desvantagem o uso de mais mão-de-obra, por ocasião da confecção, torna-se ao longo do tempo, mais barato, pois o terreno não vai mais precisar de calagem e, o que é melhor, a fertilidade é mais duradoura e mais completa, pois fornece todos os nutrientes que as plantas necessitam, quando comparado ao uso de adubação química que além de cara, fornece apenas NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) . A matéria postada neste blog em 29/11/2010 mostra, passo a passo, como fazer o composto orgânico de boa qualidade.
.Adubação verde: É uma das maneiras de cultivar e tratar bem o solo; consiste no cultivo de espécies de plantas com elevado potencial de produção de massa vegetal, semeadas em rotação, sucessão e até em consórcio com culturas de interesse econômico. Não havendo esterco de animais na propriedade, é uma das mais baratas fontes de matéria orgânica e, o mais importante, melhora a vida e a estrutura do solo. A única desvantagem da adubação verde, em propriedades pequenas, é a ocupação do terreno com estas espécies ao invés das culturas que dão retorno econômico. Atualmente, esta desvantagem não existe mais, pois elas podem serem utilizadas consorciadas com os cultivos. Na matéria postada em 29/11/2010 neste blog, mostra as principais vantagens da adubação verde, bem como as espécies mais eficientes para produção de massa verde.
.Estercos de animais: Os estercos curtidos de aves e de gado são os mais utilizados na adubação orgânica, devido a disponibilidade. São importantes fontes de nutrientes, mas não melhoram as condições físicas do solo; especialmente o de aves, quando em excesso (mais de 2 kg/m2 por ano), pode salinizar e aumentar a acidez do solo. A aplicação de esterco, em fase de fermentação (frescos), por ocasião do plantio, pode causar danos às raízes e às sementes, destruição dos microrganismos do solo, formação de produtos tóxicos, morte da planta pelo calor e contaminação das fontes de águas, contaminar as partes comestíveis das plantas e causar doenças nas pessoas e ainda serem fontes de sementes de plantas espontâneas. A integração agricultura e pecuária é muito recomendado na agricultura orgânica, pois além de disponibilizar o esterco, possibilita o repouso de parte da área e, o mais importante, favorece a rotação de culturas com outras espécies (pastagens) mais resistentes às doenças e pragas. No entanto, recomenda-se cuidado, ao adquirir esterco de outras propriedades, especialmente, se houver o uso de herbicidas, pois poderá afetar a lavoura ou horta. Para melhor aproveitamento dos estercos de aves e de gado, recomenda-se: a) abrigá-lo da chuva; b) curtir por cerca de 90 dias; c) fazer compostagem, pois são juntados outros materiais tais como as palhadas, restos de culturas e outros ao esterco.

Tratos culturais: São poucas as pragas e doenças que afetam as plantas condimentares. O importante é cultivá-las no local apropriado, obedecendo a adubação, luminosidade, umidade e temperatura adequados, bem como adotando boas práticas tais como o plantio direto, cultivo mínimo e rotação de culturas . No caso de ocorrer pragas e doenças de forma mais severa, analisar se é mais vantajoso combatê-las com produtos alternativos ou substituir por outras plantas sadias.

Rotação, sucessão e consorciação de culturas: a manutenção da fertilidade do solo e a sanidade dos cultivos depende de rotação de culturas, da reciclagem de biomassa e, principalmente, da diversidade biológica, principal pilar da agricultura orgânica a contribuir para a manutenção do equilíbrio do sistema e, consequentemente, do solo e da cultura. Portanto, o equilíbrio biológico e ambiental, bem como a fertilidade do solo, não podem ser mantidos com monoculturas. O cultivo intensivo das mesmas espécies de hortaliças na mesma área esgota o solo em certos nutrientes e aumenta a ocorrência de doenças, pragas e plantas espontâneas.
Para não confundir os diferentes sistemas de produção é preciso verificar a definição de cada um deles, a seguir:
Monocultura: é o uso continuado de uma mesma cultura, numa mesma estação de crescimento e numa mesma área. Todos os anos a mesma ou as mesmas espécies são semeadas ou plantadas no mesmo local.
Sucessão de culturas: é o estabelecimento de duas ou mais espécies em seqüência na mesma área, em um período igual ou inferior a 12 meses.
Consorciação de culturas: é o estabelecimento de duas ou mais espécies simultaneamente na mesma área. Neste tipo de cultivo há competição interespecífica em parte ou em todo o ciclo de desenvolvimento da cultura.
A rotação de culturas pode ser definida como o cultivo alternado de diferentes espécies vegetais no mesmo local e na mesma estação do ano, seguindo-se um plano predefinido, de acordo com princípios básicos.
• rotação de culturas, prática milenar, é o processo pelo qual se evita a repetição continuada de uma mesma cultura no mesmo lugar e na mesma estação do ano. Para sucesso dessa prática deve-se seguir, especialmente, dois princípios básicos:
- não cultivar, no mesmo lugar, hortaliças da mesma família botânica, pois essas espécies estão sujeitas às mesmas pragas, doenças e plantas espontâneas. É o princípio de "matar de fome" os insetos, os fungos e as bactérias que atacam as plantas cultivadas;
- o plantio de espécies de famílias botânicas diferentes na mesma área também é importante, devido às diferenças de exigências nutricionais e de sistema radicular das espécies de plantas incluídas no sistema de rotação de culturas.
Ferreira On 5/07/2012 04:37:00 AM 1 comment LEIA MAIS

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cultivo orgânico de hortaliças-condimentos - Parte IICebolinha Verde e Salsa - “temperos verdes” ou “cheiro-verde”




A cebolinha verde e a salsinha, chamados também de temperos ou cheiro-verde, são as hortaliças-condimentos mais apreciados pela população e consumida em quase todos os lares brasileiros. 

Cebolinha verde
A cebolinha é uma planta condimentar considerada perene, muito apreciada pela população. É semelhante à cebola, mas não desenvolve bulbo. As raízes são fasciculadas, finas e curtas, formando touceiras. Pertence à família Alliaceae. Duas espécies são cultivadas: Alliaceae fistulosum (cebolinha verde ou comum) e Alliaceae schoenoprasum (cebolinha-de-folhas-finas ou galega). A cebolinha verde é natural do Oriente ou da Sibéria, possui folhas numerosas, fistulosas, com comprimento variando de 25 a 35cm e cor verde mais clara do que a galega. A cebolinha galega é originária da Europa e seu sabor é semelhante ao da cebola. As plantas formam tufos bem fechados com folhas numerosas, finas e cor verde-escura. Produz, na base da haste, um engrossamento semelhante a bulbos ovais.


Principais usos: No uso doméstico a cebolinha, tanto crua como cozida, é muito usada nas cozinhas chinesa e ocidental. É indispensável no preparo de saladas, sanduíches, sopas e omeletes. Dá sabor especial em manteigas, queijos cremosos, molhos, massas, carnes, peixes e patês. Pode decorar pratos prontos antes de serem servidos. Como planta medicinal é importante, pois contém ferro e vitaminas diversas, é estimulante do apetite, além de auxiliar a digestão. Ajuda no combate à gripe, e nas doenças das vias respiratórias.

Figura 1. Salsa e cebolinha verde: os temperos mais apreciados


Propagação: Embora possa ser propagada por sementes, na prática, é feita através dos perfilhos da touceira. Arranca-se a touceira plantada no ano anterior e abre-se a mesma, transformando-a em tantas mudas quantos forem os rebentos.


Cultivo: O cultivo da cebolinha é indicado para regiões de clima ameno, entre 8 e 22oC, resistindo ao frio. Para os demais locais a melhor época é de fevereiro a julho. Embora a planta suporte frios prolongados, existem cultivares que resistem bem ao calor, tendo poucas restrições para o seu plantio em qualquer época do ano. As cultivares mais conhecidas são 'Todo Ano', 'Futonegui' e 'Hossonegui'. As variedades do grupo 'Todo Ano', no entanto, toleram temperaturas altas. Prefere solos de textura média, ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH entre 6,0 e 6,8. Quando propagada por sementes faz-se a semeadura em canteiros, em sulcos distanciados de 10cm e com profundidade de 0,2 a 0,5cm, distribuindo-se as sementes em linha contínua. O transplante é feito 30 a 40 dias após a semeadura, em canteiros definitivos, em sulcos com profundidade de 3 a 4cm, distanciados de 0,25 entre linhas por 0,15 entre plantas. Outra opção é transplantar mudas de touceiras antigas, cortando as folhas acima da gema apical e podando as raízes. Deve-se ter o cuidado de transplantar as mudas à mesma profundidade em que se encontravam. Essa operação deve ser feita, de preferência, de março a julho, utilizando-se irrigação, sempre que necessário. A adubação de plantio deve ser por ocasião do plantio definitivo, preferencialmente, com composto orgânico, seguindo a recomendação baseada na análise do solo. Adubação orgânica de cobertura deve ser parcelada em três aplicações, aos 15, 30 e 45 dias após o transplante; à medida que vão sendo feitos os cortes, deve-se repetir a adubação de cobertura, parcelando-a em duas vezes, na época do corte e 15 dias após. A cultura deve ser mantida livre de plantas espontâneas pois, além da concorrência, a cebolinha perde valor comercial quando cortada juntamente com "mato". Fazer escarificações sempre que houver formação de crosta na superfície do canteiro.
As principais pragas são os pulgões e o tripes, enquanto que a doença que mais causa problema é o sapeco ou queima-das-pontas (Figura 2) que ataca a cebola de cabeça na fase de produção de mudas e no plantio definitivo e também a cebolinha verde; pode ser provocada por diversos fungos, deficiência hídrica, desequilíbrio nutricional, fitotoxidez, ozônio e, indiretamente, pelos patógenos do solo. Dentre as pragas, o tripes ou piolho (Thrips tabaci) podem causar danos econômicos e ainda favorecer a entrada de doenças. Quando a temperatura aumenta e ocorrem estiagens, o tripes pode causar sérios danos por meio da raspagem e sucção da seiva das plantas. Com o aumento do ataque ocorre o amarelecimento, o retorcimento e a seca dos ponteiros das plantas. A irrigação desfavorece a praga propiciando um melhor desenvolvimento da planta. No manejo da principal doença que ocorre no canteiro (sapeco), recomenda-se a aplicação de cinzas de madeira em pó (50 g/m2) ou diluído em água a 10%, em regas antes do orvalho da manhã evaporar.

Figura 2. Queima das pontas ou sapeco, a principal doença que ataca a cebola de cabeça e também a cebolinha verde


Colheita: A colheita da cebolinha inicia-se entre 55 e 60 dias após o plantio ou entre 85 e 100 dias após a semeadura, quando as folhas atingem de 20cm a 40 cm de altura. Na cebolinha, o rebrotamento é aproveitado para novos cortes, possibilitando novas colheitas a cada 50 dias e podendo o cultivo ser explorado por 2 a 3 anos, principalmente em condições de clima ameno. O corte é feito entre 10 a 15 cm do solo (acima da gema apical). Quando houver excesso de produção, especialmente em épocas mais favoráveis para a produção, recomenda-se o corte das plantas, lavando-se as folhas e picando-se, colocando-se em potes de plástico e congela-se.


Rotação e consorciação de culturas: Recomenda-se a rotação de culturas com outras hortaliças pertencentes a outras famílias botânicas e também com gramíneas tais como o milho e aveia e também com leguminosas utilizadas como adubo verde. Nunca fazer rotação com culturas que pertencem a mesma família botânica como alho e cebola, pois estas espécies possuem pragas e doenças comuns. Trabalhos de pesquisa comprovaram bons resultados na consorciação cebolinha verde x radiche (almeirão). A associação/consorciação de culturas é um sistema de cultivo utilizado há séculos pelos agricultores e é praticado amplamente nas regiões tropicais, sobretudo por pequenos agricultores. Isso porque, ao utilizarem nível tecnológico mais baixo, procuram maximizar os lucros, buscando melhor aproveitamento dos insumos e da mão-de-obra ,geralmente da própria família. O aumento da produtividade por unidade de área é uma das razões para se cultivar duas ou mais culturas no sistema de consorciação, pois permite melhor aproveitamento da terra e de outros recursos disponíveis, resultando em maior rendimento econômico.


Salsa  Salsa ou salsinha (Petroselinum crispum (Mill.), pertencente à família botânica das Apiaceae (Umbelliferae) é uma planta herbácea bienal (demora 24 meses para completar o ciclo biológico), podendo-se também cultivar como anual. Forma uma roseta empenachada de folhas muito divididas, alcança 15 cm de altura e possui talos floríferos que podem chegar a exceder 60 cm. Natural da Europa, a salsa (conhecida também por salsinha, salsa-de-cheiro ou salsa-hortense) foi trazida para o Brasil no início da colonização. O cultivo da salsa faz-se há mais de trezentos anos, sendo uma das plantas aromáticas mais populares da gastronomia mundial. A salsa é rica em vitaminas A, B1, B2, C e D, além de cálcio e ferro, isto se consumidas cruas, já que o cozimento elimina parte dos seus componentes vitamínicos.

Principais usos: De aroma suave e agradável, é indispensável no preparo de saladas, sopas, molhos e temperos em geral. Quando cozida, a salsa destaca o sabor do prato principal. É usada em sopas, assados e cozidos de carnes e frutos do mar, refogados na manteiga, saladas e legumes cozidos no vapor. Ela desidratada é usada para codimentar ou decorar, usada em berinjela, canapés, macarrão, salpicada sobre legumes, omeletes, ovos mexidos ou recheados, sobre carnes, aves, peixes e camarões. Toda a planta pode ser usada: folhas, caules, raízes e sementes. Seu consumo está disseminado pelo mundo todo. É usada como condimento e/ou elemento decorativo de vários pratos. As principais propriedades terapêuticas são: diurética (facilita a secreção da urina); emenagoga (provoca a vinda da menstruação); carminativa (combate os gases intestinais); expectorante (facilita a expectoração); antitérmica (combate a febre); eupéptica (melhora a digestão); vitaminizante (colabora na regeneração das células); aperiente (estimula o apetite); antiinflamatória (combate inflamações). Alivia o mau hálito quando mascada e promove o enriquecimento da pele. A salsa, através de uso interno, é contra-indicada para gestantes e lactantes, pois um de seus componentes, o apiol, é estrogênico; isto é, altera o sistema reprodutor feminino e pode provocar o aborto.

Propagação: A salsa propaga-se por sementes.

Cultivo: As variedades são agrupadas pelo tipo de folha em: lisas (mais cultivadas no Brasil), crespas e muito crespas. As mais plantadas no Brasil são a Crespa, Gigante Portuguesa, Graúda Portuguesa, Lisa Comum e Lisa Preferida. Para regiões onde o inverno não é rigoroso, a melhor época é de março a agosto. O cultivo da salsa é indicada para regiões de clima ameno, desenvolvendo-se melhor sob temperaturas entre 8 e 22ºC. Temperaturas acima desta ocasiona o aparecimento precoce de flores e as temperaturas abaixo desta retarda o seu desenvolvimento. Em regiões de clima ameno, planta-se o ano todo; porém, em locais onde o inverno é rigoroso, evitar a semeadura nos meses frios. A semeadura é feita em canteiros definitivos, em sulcos com profundidade de 0,5 cm, em fileiras contínuas, e quando estiverem com duas folhas definitivas ou 5cm, fazer o desbaste das plantas fracas, mantendo-se distância mínima de 10cm ente plantas e 25cm entre fileiras. São necessários 2 a 3 kg de sementes por hectare. A germinação é muito lenta, de 12 a 13 dias quando a temperatura do solo está entre 25 e 30ºC e, até 30 dias quando está a 10ºC. A germinação pode ser apressada, deixando-se as sementes de molho por uma noite. Quando tiver que ralear plantas vigorosas aproveite-as para transplantes em outros espaços. É pouco exigente em fertilidade, mas prefere solos areno-argilosos, ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH entre 5,5 e 6,8. A Irrigação deve ser diária. Após a germinação das sementes, recomenda-se afofar a terra em volta das plantas, pois a irrigação e as chuvas acabam endurecendo a camada superficial do solo. Até a germinação das sementes, recomenda-se também cobrir o canteiro com palha ou sombrite, o que além de economizar água, evita a formação de uma crosta superficial que pode prejudicar a emergência das plantinhas. É uma planta resistente, mas pode ocorrer as seguintes pragas: lagartas, vaquinhas, pulgões e cochonilhas. As principais doenças fúngicas são: esclerotinia, septoriose, mancha de Alternaria e mofo-cinzento. Tendo em vista que a germinação da salsa é bastante lenta, cuidado especial deve-se ter com as plantas espontâneas que germinam mais rápido. Para retardar as plantas espontâneas, pesquisadores da Epagri/Estação Experimental de Ituporanga descobriram um método eficiente para canteiros, utilizando folhas de papel: após o preparo do canteiro, cobre-se o mesmo com jornal (uma folha apenas) ou papel pardo em toda a extensão e sobre este aplica-se 2cm de composto orgânico peneirado (Figura 3). ). Posteriormente, faz-se a semeadura a lanço ou no sulco e procede-se a cobertura das sementes. Recomenda-se este sistema especialmente para as culturas que possuem sementes pequenas e germinação mais demorada, como cenoura e salsa, e que são semeadas diretamente no canteiro, com objetivo de atrasar a emergência das plantas espontâneas na fase mais crítica (até 25 a 30 dias após a semeadura).

Figura 3. Preparo do canteiro para semeadura, colocando-se o jornal e o composto orgânico

Colheita: A colheita inicia-se entre 50 e 70 dias após a semeadura, dependendo do cultivar, efetuando nova colheita a cada 30 dias. O corte é feito quando as plantas atingem cerca de 10 cm de talo. Corta-se a planta pela base, de forma uniforme no canteiro, cerca de 1cm acima da gema terminal. Tendo em vista que no verão, a salsa perde a qualidade, recomenda-se na época mais favorável, quando houver excesso de produção, recomenda-se o corte das plantas, lavando-se as folhas e picando-se, colocando-se em potes de plástico e congela-se.



 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Cultivo orgânico de hortaliças-condimentos Parte I


    O cultivo orgânico de hortaliças compreende, não somente deixar de utilizar agrotóxicos e fertilizantes químicos, substituindo-os por outros insumos, mas também tratar o solo como um "organismo vivo", protegendo-o e preservando a fertilidade e a estrutura do solo de forma duradoura, priorizando o revolvimento mínimo do solo (plantio direto e cultivo mínimo), a diversificação de espécies, a rotação, sucessão e consorciação de culturas, o uso de adubação orgânica (especialmente o composto orgânico, os restos de culturas e a adubação verde), o manejo das plantas espontâneas tornando-as "amigas" dos cultivos e, somente se for necessário, o uso de produtos alternativos que não contamine o meio ambiente e não prejudique a saúde do agricultor e consumidor.
Considerando a parte comestível, as hortaliças podem ser classificadas em: hortaliças-condimentos (Figura 1), hortaliças-folhosas, hortaliças-flores, hortaliças-frutos, hortaliças-raízes, hortaliças-bulbos, hortaliças-caule, hortaliças-rizomas, hortaliças-hastes, hortaliças-legumes e hortaliças-industrializadas. As hortaliças mais importantes e de maior expressão econômica já foram abordadas neste blog.
  A partir de hoje, vamos postar matérias sobre as demais espécies de hortaliças, classificadas conforme a parte comestível, ainda não abordadas neste blog, mas também muito importantes no aspecto nutricional e, ainda com boas propriedades terapêuticas.
Figura 1. Hortaliças-condimentos: alho, cebolinha, pimenta, salsa e hortelã

     Os condimentos são geralmente usados na culinária para modificar o sabor e o aroma dos alimentos e, também, para decorá-los. Os condimentos podem ser classificados, entre outras categorias, em picantes: pimenta, pimentão, mostarda, curry (é uma especiaria de origem indiana, composta por vários ingredientes), páprica (mais conhecido em Portugal por pimentão, é uma especiaria obtida do pimentão-doce) e gengibre; ácidos: tomate e limão; especiarias: canela, cardamomo (tempero originário da Índia, espécie pertencente à família botânica do gengibre), cravo, cominho e noz moscada; ervas aromáticas: coentro, alecrim, manjerona, cebolinha, salsa, hortelã, orégano, tomilho, aipo e manjericão e, bulbos: como alho, alho porró e cebola. Além disso, têm em sua composição química elementos importantes para a saúde, como vitaminas e sais minerais e, princípios ativos específicos, possíveis de uso terapêutico, sendo utilizados por indústrias farmacêuticas na produção de elixires e soluções de uso tópico (uso externo), entre outros. As plantas condimentares devem fazer parte de toda horta, pois elas são importantes não somente na alimentação humana, mas também para a produção de cosméticos, remédios naturais e até para a proteção de pragas e doenças que atacam outras hortaliças, aumentando a biodiversidade, princípio básico na agricultura orgânica. O valor econômico das plantas condimentares e medicinais é determinado pelos compostos químicos especiais, elaborados por elas e que são chamados princípios ativos. Há diversos fatores que influenciam na elaboração dos princípios ativos, como os de ordem genética que são transmitidos de geração em geração, os fatores externos, como temperatura, chuva, vento e solo e, também os fatores técnicos (forma de plantio, os tratos culturais, doenças e pragas, época e forma de colheita, entre outros).

    Dentre os temperos citados, não abordaremos dentro do grupo das hortaliças-condimentos, o alho e cebola. O cultivo orgânico do alho, embora seja o condimento de maior importância sócio-econômica, vai ser abordado quando tratar-se das hortaliças-bulbos. Por outro lado, a cebola também considerada uma hortaliça-bulbo de grande importância sócio-econômica, já foi abordada em matéria postada neste blog em 13/04/2011.

Recomendações gerais para o cultivo das hortaliças-condimentos
Fatores climáticos: O teor de princípios ativos pode aumentar ou diminuir, de acordo com os fatores climáticos. Para cada espécie existe uma temperatura mínima, uma temperatura máxima e uma faixa de temperatura ótima para o desenvolvimento. A luz influencia na fotossíntese e em outros fenômenos fisiológicos, como crescimento desenvolvimento e forma das plantas. A falta de luminosidade adequada provoca o estiolamento, problema comum em sementeiras e viveiros muito adensados ou sombreados e pode afetar a capacidade de germinação das sementes. A água é essencial para a vida e o metabolismo das plantas. Porém, o excesso pode reduzir a concentração de princípios ativos das plantas. A altitude (altura de uma região em relação ao nível do mar) também influencia no desenvolvimento das plantas e na produção de princípios ativos, pois diminui as temperaturas. A latitude (distância de determinada região em relação à linha do equador, para o sul ou para o norte) também modifica o comportamento das diferentes espécies.
Escolha do local: . Recomenda-se que a área de cultivo esteja longe de rodovias (pelo menos 2 km) e de áreas industriais, evitando assim a deposição de poluentes e possíveis contaminações. Áreas pouco ensolaradas, de baixadas, mal drenadas, sujeitas à neblinas, devem ser evitadas, pois favorecem o aparecimento de doenças. A declividade do terreno deve ser a menor possível, mas se houver alguma inclinação, devem-se fazer as linhas de plantio em nível ou transversal ao declive para reduzir a erosão do solo. Para reduzir a erosão do solo em terrenos com muito declive, recomenda-se dividir a área em faixas, utilizando espécies como capins (capim-elefante) e até plantas medicinais. É importante também que na área não tenha sido cultivado recentemente espécies adubadas com fertilizantes químicos e, principalmente agrotóxicos. Os adubos minerais, especialmente os nitrogenados, por serem altamente solúveis, salinizam e acidificam o solo e, em consequência diminui a diversidade de organismos vivos que habitam naturalmente nesse ambiente; estes organismos vivos melhoram a aeração do solo e interagem com as plantas e outros microrganismos, contribuindo para a existência do equilíbrio do meio ambiente e tornando as plantas cultivadas mais resistentes às pragas e doenças. É muito importante também que no local escolhido haja uma fonte de água limpa nas proximidades para possibilitar a irrigação das plantas, especialmente na fase de estabelecimento das plantas. A análise do solo, com antecedência, é fundamental para se conhecer a fertilidade e a acidez do solo e, com base nesta análise, fazer-se a correção do solo, conforme recomendação do técnico do município.
Manejo do solo: De uma maneira geral, os solos estão sujeitos à erosão (perda do solo) causados por chuvas intensas, cada vez mais comum, especialmente em áreas com declives sem adoção de práticas de conservação. O preparo do solo deve ser realizado com menor mobilização possível (manejo conservacionista), a fim de preservar, melhorar e otimizar os recursos naturais. O manejo racional e correto do solo é essencial, pois auxilia no controle de pragas e doenças, de erosão, na manutenção da fertilidade e consequentemente no aumento da produtividade. Algumas práticas são importantíssimas, tais como, cobertura vegetal, preparo em nível, curvas de nível, cordão de contorno, entre outras. Os cordões de contorno e curvas de nível devem ser todos vegetados, o que pode ser feito com espécies medicinais. Algumas das espécies recomendadas são: capim-limão, citronela e o confrei. Os sistemas de plantio direto e cultivo mínimo, são práticas indispensáveis para o sucesso no cultivo de qualquer espécie. No cultivo direto não há revolvimento do solo; a camada de cobertura vegetal é mantida e se faz apenas a abertura de um pequeno sulco ou cova onde é colocada a semente ou muda. Por outro lado, o cultivo mínimo é o revolvimento mínimo do solo necessário para o estabelecimento das culturas, deixando-se uma cobertura vegetal nas entrelinhas (resíduos de culturas anteriores, plantas espontâneas e, sempre que possível, adubos verdes semeados anteriormente ou consorciado com as espécies cultivadas). Sempre que necessário, deve-se fazer uma redução da vegetação existente antecedendo ao plantio das hortaliças para facilitar as práticas culturais e também para evitar problemas de competição com a cultura que será implantada. Assim, uma roçada geral, com corte rente ao solo, é imprescindível, especialmente para controlar o comportamento agressivo dos capins. A vegetação de porte mais alto deve ser preservada sempre que possível, em faixas, no meio da área ou na periferia da área cultivada, com o objetivo de aumentar a biodiversidade, princípio básico para o sucesso do cultivo orgânico.
Se a análise do solo, realizada com antecedência, determinar a correção da acidez, somente neste caso, recomenda-se o preparo do solo no sistema convencional para que o calcário possa ser adequadamente incorporado. A partir daí, com a adubação orgânica, não haverá mais necessidade de aplicação de calcário. O pH em água deve situar-se, em geral, entre 5,5 e 6, faixa na qual a disponibilidade da maioria dos macro e micronutrientes é ótima e que também favorece a atividade biológica no solo.
Adubação orgânica: A adubação deve ser feita com base na análise do solo e também de acordo com o tipo de adubo que for aplicado. De maneira bem simples e direta, a matéria orgânica é a parte do solo que já foi ou ainda é viva. É constituída de resíduos de origem vegetal ou animal, tais como: estercos, restos de cultivos que ficam no campo, palhadas, folhas, cascas e galhos de árvores, raízes das plantas e animais que vivem no solo; podem estar vivos, como os pequenos animais ou já em decomposição, como os resíduos de plantas incorporados ao solo ou em cobertura. As hortaliças são as que mais respondem à aplicação de adubos orgânicos. As principais fontes são:
.Composto orgânico : É o adubo ideal para ser utilizado na agricultura orgânica e, o que é melhor, não polui o meio ambiente e, ainda pode ser produzido na própria propriedade. Além de ser uma boa fonte de macronutrientes, possui micronutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas e, ainda reduz a acidez do solo, ao contrário dos adubos químicos e estercos de animais que podem salinizar e acidificar o solo e contaminar os rios. Mas as vantagens do composto não param por aí! devido a temperatura alta que alcança no processo da compostagem (até 65ºC), durante a fermentação, os microrganismos causadores de doenças das plantas e as sementes de plantas espontâneas ("mato") não sobrevivem. Embora o composto orgânico tenha como desvantagem o uso de mais mão-de-obra, por ocasião da confecção, torna-se ao longo do tempo, mais barato, pois o terreno não vai mais precisar de calagem e, o que é melhor, a fertilidade é mais duradoura e mais completa, pois fornece todos os nutrientes que as plantas necessitam, quando comparado ao uso de adubação química que além de cara, fornece apenas NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) . A matéria postada neste blog em 29/11/2010 mostra, passo a passo, como fazer o composto orgânico de boa qualidade.
.Adubação verde: É uma das maneiras de cultivar e tratar bem o solo; consiste no cultivo de espécies de plantas com elevado potencial de produção de massa vegetal, semeadas em rotação, sucessão e até em consórcio com culturas de interesse econômico. Não havendo esterco de animais na propriedade, é uma das mais baratas fontes de matéria orgânica e, o mais importante, melhora a vida e a estrutura do solo. A única desvantagem da adubação verde, em propriedades pequenas, é a ocupação do terreno com estas espécies ao invés das culturas que dão retorno econômico. Atualmente, esta desvantagem não existe mais, pois elas podem serem utilizadas consorciadas com os cultivos. Na matéria postada em 29/11/2010 neste blog, mostra as principais vantagens da adubação verde, bem como as espécies mais eficientes para produção de massa verde.
.Estercos de animais: Os estercos curtidos de aves e de gado são os mais utilizados na adubação orgânica, devido a disponibilidade. São importantes fontes de nutrientes, mas não melhoram as condições físicas do solo; especialmente o de aves, quando em excesso (mais de 2 kg/m2 por ano), pode salinizar e aumentar a acidez do solo. A aplicação de esterco, em fase de fermentação (frescos), por ocasião do plantio, pode causar danos às raízes e às sementes, destruição dos microrganismos do solo, formação de produtos tóxicos, morte da planta pelo calor e contaminação das fontes de águas, contaminar as partes comestíveis das plantas e causar doenças nas pessoas e ainda serem fontes de sementes de plantas espontâneas. A integração agricultura e pecuária é muito recomendado na agricultura orgânica, pois além de disponibilizar o esterco, possibilita o repouso de parte da área e, o mais importante, favorece a rotação de culturas com outras espécies (pastagens) mais resistentes às doenças e pragas. No entanto, recomenda-se cuidado, ao adquirir esterco de outras propriedades, especialmente, se houver o uso de herbicidas, pois poderá afetar a lavoura ou horta. Para melhor aproveitamento dos estercos de aves e de gado, recomenda-se: a) abrigá-lo da chuva; b) curtir por cerca de 90 dias; c) fazer compostagem, pois são juntados outros materiais tais como as palhadas, restos de culturas e outros ao esterco.

Tratos culturais: São poucas as pragas e doenças que afetam as plantas condimentares. O importante é cultivá-las no local apropriado, obedecendo a adubação, luminosidade, umidade e temperatura adequados, bem como adotando boas práticas tais como o plantio direto, cultivo mínimo e rotação de culturas . No caso de ocorrer pragas e doenças de forma mais severa, analisar se é mais vantajoso combatê-las com produtos alternativos ou substituir por outras plantas sadias.

Rotação, sucessão e consorciação de culturas: a manutenção da fertilidade do solo e a sanidade dos cultivos depende de rotação de culturas, da reciclagem de biomassa e, principalmente, da diversidade biológica, principal pilar da agricultura orgânica a contribuir para a manutenção do equilíbrio do sistema e, consequentemente, do solo e da cultura. Portanto, o equilíbrio biológico e ambiental, bem como a fertilidade do solo, não podem ser mantidos com monoculturas. O cultivo intensivo das mesmas espécies de hortaliças na mesma área esgota o solo em certos nutrientes e aumenta a ocorrência de doenças, pragas e plantas espontâneas.
Para não confundir os diferentes sistemas de produção é preciso verificar a definição de cada um deles, a seguir:
Monocultura: é o uso continuado de uma mesma cultura, numa mesma estação de crescimento e numa mesma área. Todos os anos a mesma ou as mesmas espécies são semeadas ou plantadas no mesmo local.
Sucessão de culturas: é o estabelecimento de duas ou mais espécies em seqüência na mesma área, em um período igual ou inferior a 12 meses.
Consorciação de culturas: é o estabelecimento de duas ou mais espécies simultaneamente na mesma área. Neste tipo de cultivo há competição interespecífica em parte ou em todo o ciclo de desenvolvimento da cultura.
A rotação de culturas pode ser definida como o cultivo alternado de diferentes espécies vegetais no mesmo local e na mesma estação do ano, seguindo-se um plano predefinido, de acordo com princípios básicos.
• rotação de culturas, prática milenar, é o processo pelo qual se evita a repetição continuada de uma mesma cultura no mesmo lugar e na mesma estação do ano. Para sucesso dessa prática deve-se seguir, especialmente, dois princípios básicos:
- não cultivar, no mesmo lugar, hortaliças da mesma família botânica, pois essas espécies estão sujeitas às mesmas pragas, doenças e plantas espontâneas. É o princípio de "matar de fome" os insetos, os fungos e as bactérias que atacam as plantas cultivadas;
- o plantio de espécies de famílias botânicas diferentes na mesma área também é importante, devido às diferenças de exigências nutricionais e de sistema radicular das espécies de plantas incluídas no sistema de rotação de culturas.
  • RSS
  • Delicious
  • Digg
  • Facebook
  • Twitter
  • Linkedin
  • Youtube

Blog Archive

Blogger templates