terça-feira, 10 de maio de 2016

Autor: Antônio Henrique dos Santos



Publicação: O trabalho compõe a parte II – Orientações específicas para o cultivo de hortaliças - do Boletim Didático nº 107 “Produção de hortaliças em Santa Catarina”, publicado pela Epagri. Interessados em adquirir a publicação completa e ilustrada com 156 páginas, devem entrar em contato através do site: www.epagri.sc.gov.br




Taiá e mangarito
Essas plantas pertencem à família Araceae. e ao gênero Xanthosoma. Acredita-se que o cultivo de Xanthosoma seja muito antigo no novo mundo (Onwueme, 1978), e provavelmente este gênero originou-se na parte norte da América do Sul (Purseglove, 1972). Já eram cultivados pelos índios guaranis e outras tribos, desde antes do descobrimento.

Os principais representantes cultivados como alimento são o taiá e o mangarito. Em Santa Catarina são cultivados principalmente no Litoral Norte catarinense (Vale do Itajaí, Joinville), por agricultores de origem alemã, que procuraram substitutos para a batatinha.



Inhame do seco ou taiá-japão e Inhame de porco
Também fazendo parte da família Araceae, o gênero Colocasia é formado por dois grandes grupos principais: o grupo eddoes, que possui um túbera principal pequeno (soca) e os túberas secundários (dedos) grandes e pelo grupo dasheen, que possui uma soca grande e pequenos dedos. O taiá-japão pertence ao grupo eddoes e o inhame de porco ou da água, pertence ao grupo dasheen. São plantas originárias do sul da Ásia Central, provavelmente da Índia ou Malásia. Outra característica que distingue os dois gêneros é o formato das folhas, sendo que as Xanthosomas possuem uma fenda que vai até o pecíolo enquanto nas Colocasias a fenda é parcial. Foi introduzida no Brasil por escravos africanos (Figura 33).




FIGURA 33. Folhas de Xanthosoma (esquerda) e Colocasia (direita).



Manejo Tradicional de Mangarito e Taiá e Classificação Popular e Botânica:
Como essas espécies são nativas e não respondem à agricultura denominada “modernizada”, com utilização de insumos como calcário, adubos sintéticos, descrever-se-á o manejo que os produtores tradicionais do Vale do Itajaí e Joinville executam com essas plantas.



Taiá (Xanthosoma sagittifolium Schott)
Os produtores classificam popularmente em cinco variedades, que são: taiá vermelho, taiá branco, taiá cachorro e taiá louco. Botanicamente todas são Xanthosoma sagittifolium. O taiá vermelho e o branco são os preferidos para o consumo e a preferência varia conforme a região. Por exemplo, em Joinville, o preferido do mercado é o branco, enquanto que em Itajaí, o vermelho. Do taiá, podem ser consumidas as folhas, sendo o preferido para esta finalidade, o taiá branco. O taiá cachorro e louco são impróprios para o consumo, com relatos de intoxicação de suínos que consumiram o taiá louco.



Épocas de plantio
Os meses de agosto, setembro e outubro são os melhores meses, sendo colhido em média nove meses após o plantio, nos meses de maio, junho e julho.



Solos

Os solos preferenciais para seu cultivo são áreas novas, de coivara, de encosta, com menor teor de umidade.



Consórcios

O taiá pode ser cultivado à sombra. É comum seu consórcio com bananeiras, cafezais, cará tutorado e outras plantas altas.



Espaçamento
Quando em monocultivo, o espaçamento utilizado é de 1,00 X 0,80 m.



Adubação e correção do solo

Não há recomendação para adubação na ROLAS.

Em experimento de avaliação de nutrição em inhame realizado pela Emepa, chegou-se à seguinte conclusão:

A cultura do inhame respondeu positivamente às adubações de nitrogênio e fósforo, mas não apresentou resposta significativa à adubação com potássio e micronutrientes;

2 - A dose de nitrogênio de 62 kg/ha fracionada em duas parcelas iguais e aplicadas, em cobertura, aos 60 e 90 dias após o plantio, proporciona elevada produtividade, sendo indicada para fertilização nitrogenada da cultura do inhame;

3 - O emprego de 120 kg/ha de P O aplicado totalmente no plantio é indicado para fertilização da cultura do inhame, em solo de textura arenosa a média e de baixa fertilidade.
Assim, pode-se recomendar para as culturas Taiá, mangarito, inhame e cará a seguinte recomendação de adubação: 62 kg/ha de N, 80 kg/ha de P2O5 e 80 kg/ha de K2O.

Produtores entrevistados relatam que em locais onde foi aplicado o calcário, não conseguiram mais colher o taiá, que passou a ser atacado por podridões de solo.



Preparo para o comércio
Para esta finalidade, retiram-se as raízes e lavam-se os túberas em água corrente.


Mangaritos
No Vale do Itajaí e Joinville são cultivados dois tipos de mangaritos: o mangarito branco, classificado como Xanthosoma riedelianum Schott e o mangarito roxo, erroneamente classificado como Caladium Poecile Schott, sendo que o envio de plantas para classificação em recente estudo do autor, irá resultar em nova classificação que será Xanthosoma poecile Schott.



Mangarito Branco (Xanthosoma riedelianum Schott)
Este mangarito é cultivado principalmente em Joinville, sendo encontrado também no Vale do Itajaí, em algumas propriedades.

Épocas de Plantio
As épocas de plantio variam de agosto a outubro e a colheita de maio a julho.


Solos

Os solos cultivados em Joinville são os mesmos utilizados para hortaliças introduzidas, porém, a utilização de calcário tem causado podridões. Em Itajaí, em solos turfosos sem correção alguma com calcário, as plantas desenvolvem-se muito bem.

Consórcios

Na maioria das propriedades onde este mangarito é cultivado, é feito o monocultivo, porém como é uma planta adaptada a sombreamento, possui potencial para ser cultivada em consórcio.

Espaçamento

Os espaçamentos utilizados podem ser: 0,30 m entre plantas e 0,75 m entre linhas e também 0,40m entre plantas e 0,60m entre linhas.

Correção do solo

Calcário não é recomendado para esta cultura.

Preparo para o comércio

As touceiras são colhidas, debulhadas na roça e é feita uma pré-limpeza, com a remoção de raízes e barro aderido. Os túberas são colocados em sacos de ráfia e batidos contra uma tábua para soltar a casca, sendo após lavados em um riacho (Figura 34). Em seguida, são colocados em caixas plásticas ou de madeira e lavados com bombas elétricas ou tratorizadas, com 300 libras de pressão (Figura 35). Este processo remove a casca e o barro e o produto deve em seguida ser refrigerado (Figura 36).


FIGURA 34. Mangarito branco em saco de ráfia sendo sacudido e lavado em riacho.




FIGURA 35 . Mangarito branco lavado sob pressão.




FIGURA 36. Túberas de mangarito branco descascadas por meio de jato de água.



Mangarito roxo (Xanthosoma poecile Schott):

O mangarito roxo é encontrado na região de Blumenau, predominantemente. Em municípios como Ilhota, Luis Alves, Guabiruba, este mangarito predomina.

Épocas de Plantio

Os meses mais indicados para o plantio são agosto e setembro, e a colheita é realizada de maio a junho.

Solos

Os melhores solos para seu plantio são os solos ricos em matéria orgânica, de coivara (Figura 37), que não devem ser expostos ao sol durante o período da tarde. Estas áreas geralmente são de encostas.



FIGURA 37. Mangarito roxo plantado em coivara.

Consórcios

O cultivo pode ser em monocultivo ou consorciado com milho ou aipim.


Espaçamento

O espaçamento utilizado em monocultivo, é de 1 X 1m, e em cultivo consorciado utiliza-se o mesmo espaçamento, porém a cada 4 linhas de mangarito roxo, é inserida uma linha de milho ou aipim.

Correção do solo

A aplicação de calcário não é realizada.


Preparo para o comércio
O preparo para o comércio é realizado, inicialmente na roça, logo após a colheita, quando são separados os túberas secundários. Em seguida é feita uma pré-limpeza de raízes e a remoção do barro, e por fim são separadas as mudas. Na propriedade, as raízes são lavadas em água corrente sem pressão, para a limpeza de pêlos radiculares e barro (Figura 38).


FIGURA 38. Lavação de mangarito roxo com água sem pressão.



Taiá-japão (Colocasia esculenta Schott “Eddoes”)

O taiá-japão é encontrado na região de Joinville e no Vale do Itajaí existindo duas variedades locais de taiá-japão: uma de pecíolo verde-claro (conhecido como “branco”) e outra de pecíolo arroxeado (Figura 58). A variedade de pecíolo arroxeado produz túberas arroxeados e a de pecíolo verde, túberas brancos.

Épocas de Plantio
As épocas de plantio são: julho, agosto, e setembro, preferencialmente agosto. O taiá-japão apresenta um ciclo de vida mais curto que as outras raízes tuberosas, de aproximadamente 6 meses. A colheita estende-se de janeiro a março.

Solos

Os melhores solos para seu cultivo são os argilosos, não-encharcados, em áreas que recebam sombra.

Consórcios

Como é resistente ao sombreamento, pode ser encontrado em quintais agroflorestais, disperso com outras plantas como, por exemplo: batata-doce, tagetes (cravo de defunto), plantas medicinais, árvores frutíferas e ornamentais e também em monocultivo. Em Pirabeiraba é cultivado consorciado com cará.

Espaçamento

O espaçamento no plantio pode variar sendo plantado em monocultivo, com espaçamentos de 1,5 X 0,70m ou de 1 X 0,50m.


Correção do solo

A correção do solo com calcário não é realizada diretamente para esta planta e sim para as plantas que antecederam esta cultura.

Preparo para o comércio

O preparo dos túberas secundários para o comércio é feito através da lavação, remoção das raízes e dos pêlos radiculares. A manipulação destas plantas causa irritação na pele (coceiras), provocada pelo oxalato de cálcio e outros compostos presentes na planta. Para eliminar o oxalato de cálcio, os produtores colhem as plantas e deixam-nas secar por dois dias para após recolherem os túberas.



Cará (Dioscorea sp)

O gênero Dioscorea estava distribuído em eras geológicas primevas nos hemisférios ocidental e oriental, onde se desenvolveu independentemente em cada região (Purseglove, 1972). Pertence à família Dioscoreaceae.


Carás plantados em Santa Catarina
Existem três tipos de carás mais comumente encontrados em Santa Catarina, conforme figuras 40, 41 e 42.



FIGURA 40. Túberas e folha de cará-mimoso (Dioscorea trifida L.). 



FIGURA 41. Túberas e folhas de cará-de-pão (Dioscorea alata L.). 




FIGURA 42. Túberas e folhas de cará-do-ar (Dioscorea bulbifera L.). 



Manejo da Cultura

A seguir será descrito o manejo com a cultura do cará-mimoso, o qual recebe maior esmero no manejo, principalmente na região de Joinville, onde seu cultivo é mais expressivo.



Épocas de Plantio

Os melhores meses para o plantio são agosto e setembro, colhendo-se em maio e junho.


Solos

Segundo os agricultores, os melhores solos para seu cultivo são os solos novos, soltos.


Consórcios

O cará mimoso é produzido em monocultivo ou consorciado com o taiá-japão ou com milho. Quando consorciado com o milho, o qual é plantado no espaçamento de 1 X 1m, são colocadas duas plantas de cará entre duas plantas de milho. Assim, cada planta de milho escora duas plantas de cará. O cará é plantado um mês após a semeadura do milho, para que não haja concorrência. Antes da introdução do milho híbrido, o consórcio era realizado com o milho comum, o qual possuía uma estrutura mais robusta, com colmos de maior diâmetro, os quais suportavam o peso das plantas de cará. Com a introdução do milho híbrido, menos resistente, esta prática foi aos poucos abandonada. Quando em monocultivo, este é tutorado em sistema piramidal (Figura 43).



FIGURA 43. Diferentes tipos de tutoramento do cará



Espaçamento

Em monocultivo, as plantas são espaçadas de 0,90 X 0,90m e são tutoradas por três varas de bambu, que escoram uma planta de cada fila (tutoramento piramidal). Estas estruturas são amarradas entre si com arame a uma altura de 2,20m. Neste espaçamento, o número de plantas por hectare é de aproximadamente 12.300.

Quando das capinas entre linhas com microtrator, o espaçamento pode variar, de 1,20m entre linhas e 0,50m entre plantas, com aproximadamente 16.600 plantas por hectare.

Correção do Solo

O calcário não é aplicado visando a correção do solo para a cultura do cará, e sim para outras hortaliças que são cultivadas anteriormente na mesma área.

Preparo para o Comércio 


Os túberas são desenterrados, são retirados os de valor comercial  e em seguida deixam-se dois túberas médios que são novamente enterrados, que brotarão na primavera. Em seguida são encaixotados e lavados ficando prontos ao comércio.

















Os túberas são desenterrados, são retirados os de valor comercial e em seguida deixam-se dois túberas médios que são novamente enterrados, que brotarão na primavera. Em seguida são encaixotados e lavados ficando prontos ao comércio.
Ferreira On 5/10/2016 05:34:00 AM Comentarios LEIA MAIS

terça-feira, 10 de maio de 2016

Taiá, mangarito, inhame e cará

Autor: Antônio Henrique dos Santos



Publicação: O trabalho compõe a parte II – Orientações específicas para o cultivo de hortaliças - do Boletim Didático nº 107 “Produção de hortaliças em Santa Catarina”, publicado pela Epagri. Interessados em adquirir a publicação completa e ilustrada com 156 páginas, devem entrar em contato através do site: www.epagri.sc.gov.br




Taiá e mangarito
Essas plantas pertencem à família Araceae. e ao gênero Xanthosoma. Acredita-se que o cultivo de Xanthosoma seja muito antigo no novo mundo (Onwueme, 1978), e provavelmente este gênero originou-se na parte norte da América do Sul (Purseglove, 1972). Já eram cultivados pelos índios guaranis e outras tribos, desde antes do descobrimento.

Os principais representantes cultivados como alimento são o taiá e o mangarito. Em Santa Catarina são cultivados principalmente no Litoral Norte catarinense (Vale do Itajaí, Joinville), por agricultores de origem alemã, que procuraram substitutos para a batatinha.



Inhame do seco ou taiá-japão e Inhame de porco
Também fazendo parte da família Araceae, o gênero Colocasia é formado por dois grandes grupos principais: o grupo eddoes, que possui um túbera principal pequeno (soca) e os túberas secundários (dedos) grandes e pelo grupo dasheen, que possui uma soca grande e pequenos dedos. O taiá-japão pertence ao grupo eddoes e o inhame de porco ou da água, pertence ao grupo dasheen. São plantas originárias do sul da Ásia Central, provavelmente da Índia ou Malásia. Outra característica que distingue os dois gêneros é o formato das folhas, sendo que as Xanthosomas possuem uma fenda que vai até o pecíolo enquanto nas Colocasias a fenda é parcial. Foi introduzida no Brasil por escravos africanos (Figura 33).




FIGURA 33. Folhas de Xanthosoma (esquerda) e Colocasia (direita).



Manejo Tradicional de Mangarito e Taiá e Classificação Popular e Botânica:
Como essas espécies são nativas e não respondem à agricultura denominada “modernizada”, com utilização de insumos como calcário, adubos sintéticos, descrever-se-á o manejo que os produtores tradicionais do Vale do Itajaí e Joinville executam com essas plantas.



Taiá (Xanthosoma sagittifolium Schott)
Os produtores classificam popularmente em cinco variedades, que são: taiá vermelho, taiá branco, taiá cachorro e taiá louco. Botanicamente todas são Xanthosoma sagittifolium. O taiá vermelho e o branco são os preferidos para o consumo e a preferência varia conforme a região. Por exemplo, em Joinville, o preferido do mercado é o branco, enquanto que em Itajaí, o vermelho. Do taiá, podem ser consumidas as folhas, sendo o preferido para esta finalidade, o taiá branco. O taiá cachorro e louco são impróprios para o consumo, com relatos de intoxicação de suínos que consumiram o taiá louco.



Épocas de plantio
Os meses de agosto, setembro e outubro são os melhores meses, sendo colhido em média nove meses após o plantio, nos meses de maio, junho e julho.



Solos

Os solos preferenciais para seu cultivo são áreas novas, de coivara, de encosta, com menor teor de umidade.



Consórcios

O taiá pode ser cultivado à sombra. É comum seu consórcio com bananeiras, cafezais, cará tutorado e outras plantas altas.



Espaçamento
Quando em monocultivo, o espaçamento utilizado é de 1,00 X 0,80 m.



Adubação e correção do solo

Não há recomendação para adubação na ROLAS.

Em experimento de avaliação de nutrição em inhame realizado pela Emepa, chegou-se à seguinte conclusão:

A cultura do inhame respondeu positivamente às adubações de nitrogênio e fósforo, mas não apresentou resposta significativa à adubação com potássio e micronutrientes;

2 - A dose de nitrogênio de 62 kg/ha fracionada em duas parcelas iguais e aplicadas, em cobertura, aos 60 e 90 dias após o plantio, proporciona elevada produtividade, sendo indicada para fertilização nitrogenada da cultura do inhame;

3 - O emprego de 120 kg/ha de P O aplicado totalmente no plantio é indicado para fertilização da cultura do inhame, em solo de textura arenosa a média e de baixa fertilidade.
Assim, pode-se recomendar para as culturas Taiá, mangarito, inhame e cará a seguinte recomendação de adubação: 62 kg/ha de N, 80 kg/ha de P2O5 e 80 kg/ha de K2O.

Produtores entrevistados relatam que em locais onde foi aplicado o calcário, não conseguiram mais colher o taiá, que passou a ser atacado por podridões de solo.



Preparo para o comércio
Para esta finalidade, retiram-se as raízes e lavam-se os túberas em água corrente.


Mangaritos
No Vale do Itajaí e Joinville são cultivados dois tipos de mangaritos: o mangarito branco, classificado como Xanthosoma riedelianum Schott e o mangarito roxo, erroneamente classificado como Caladium Poecile Schott, sendo que o envio de plantas para classificação em recente estudo do autor, irá resultar em nova classificação que será Xanthosoma poecile Schott.



Mangarito Branco (Xanthosoma riedelianum Schott)
Este mangarito é cultivado principalmente em Joinville, sendo encontrado também no Vale do Itajaí, em algumas propriedades.

Épocas de Plantio
As épocas de plantio variam de agosto a outubro e a colheita de maio a julho.


Solos

Os solos cultivados em Joinville são os mesmos utilizados para hortaliças introduzidas, porém, a utilização de calcário tem causado podridões. Em Itajaí, em solos turfosos sem correção alguma com calcário, as plantas desenvolvem-se muito bem.

Consórcios

Na maioria das propriedades onde este mangarito é cultivado, é feito o monocultivo, porém como é uma planta adaptada a sombreamento, possui potencial para ser cultivada em consórcio.

Espaçamento

Os espaçamentos utilizados podem ser: 0,30 m entre plantas e 0,75 m entre linhas e também 0,40m entre plantas e 0,60m entre linhas.

Correção do solo

Calcário não é recomendado para esta cultura.

Preparo para o comércio

As touceiras são colhidas, debulhadas na roça e é feita uma pré-limpeza, com a remoção de raízes e barro aderido. Os túberas são colocados em sacos de ráfia e batidos contra uma tábua para soltar a casca, sendo após lavados em um riacho (Figura 34). Em seguida, são colocados em caixas plásticas ou de madeira e lavados com bombas elétricas ou tratorizadas, com 300 libras de pressão (Figura 35). Este processo remove a casca e o barro e o produto deve em seguida ser refrigerado (Figura 36).


FIGURA 34. Mangarito branco em saco de ráfia sendo sacudido e lavado em riacho.




FIGURA 35 . Mangarito branco lavado sob pressão.




FIGURA 36. Túberas de mangarito branco descascadas por meio de jato de água.



Mangarito roxo (Xanthosoma poecile Schott):

O mangarito roxo é encontrado na região de Blumenau, predominantemente. Em municípios como Ilhota, Luis Alves, Guabiruba, este mangarito predomina.

Épocas de Plantio

Os meses mais indicados para o plantio são agosto e setembro, e a colheita é realizada de maio a junho.

Solos

Os melhores solos para seu plantio são os solos ricos em matéria orgânica, de coivara (Figura 37), que não devem ser expostos ao sol durante o período da tarde. Estas áreas geralmente são de encostas.



FIGURA 37. Mangarito roxo plantado em coivara.

Consórcios

O cultivo pode ser em monocultivo ou consorciado com milho ou aipim.


Espaçamento

O espaçamento utilizado em monocultivo, é de 1 X 1m, e em cultivo consorciado utiliza-se o mesmo espaçamento, porém a cada 4 linhas de mangarito roxo, é inserida uma linha de milho ou aipim.

Correção do solo

A aplicação de calcário não é realizada.


Preparo para o comércio
O preparo para o comércio é realizado, inicialmente na roça, logo após a colheita, quando são separados os túberas secundários. Em seguida é feita uma pré-limpeza de raízes e a remoção do barro, e por fim são separadas as mudas. Na propriedade, as raízes são lavadas em água corrente sem pressão, para a limpeza de pêlos radiculares e barro (Figura 38).


FIGURA 38. Lavação de mangarito roxo com água sem pressão.



Taiá-japão (Colocasia esculenta Schott “Eddoes”)

O taiá-japão é encontrado na região de Joinville e no Vale do Itajaí existindo duas variedades locais de taiá-japão: uma de pecíolo verde-claro (conhecido como “branco”) e outra de pecíolo arroxeado (Figura 58). A variedade de pecíolo arroxeado produz túberas arroxeados e a de pecíolo verde, túberas brancos.

Épocas de Plantio
As épocas de plantio são: julho, agosto, e setembro, preferencialmente agosto. O taiá-japão apresenta um ciclo de vida mais curto que as outras raízes tuberosas, de aproximadamente 6 meses. A colheita estende-se de janeiro a março.

Solos

Os melhores solos para seu cultivo são os argilosos, não-encharcados, em áreas que recebam sombra.

Consórcios

Como é resistente ao sombreamento, pode ser encontrado em quintais agroflorestais, disperso com outras plantas como, por exemplo: batata-doce, tagetes (cravo de defunto), plantas medicinais, árvores frutíferas e ornamentais e também em monocultivo. Em Pirabeiraba é cultivado consorciado com cará.

Espaçamento

O espaçamento no plantio pode variar sendo plantado em monocultivo, com espaçamentos de 1,5 X 0,70m ou de 1 X 0,50m.


Correção do solo

A correção do solo com calcário não é realizada diretamente para esta planta e sim para as plantas que antecederam esta cultura.

Preparo para o comércio

O preparo dos túberas secundários para o comércio é feito através da lavação, remoção das raízes e dos pêlos radiculares. A manipulação destas plantas causa irritação na pele (coceiras), provocada pelo oxalato de cálcio e outros compostos presentes na planta. Para eliminar o oxalato de cálcio, os produtores colhem as plantas e deixam-nas secar por dois dias para após recolherem os túberas.



Cará (Dioscorea sp)

O gênero Dioscorea estava distribuído em eras geológicas primevas nos hemisférios ocidental e oriental, onde se desenvolveu independentemente em cada região (Purseglove, 1972). Pertence à família Dioscoreaceae.


Carás plantados em Santa Catarina
Existem três tipos de carás mais comumente encontrados em Santa Catarina, conforme figuras 40, 41 e 42.



FIGURA 40. Túberas e folha de cará-mimoso (Dioscorea trifida L.). 



FIGURA 41. Túberas e folhas de cará-de-pão (Dioscorea alata L.). 




FIGURA 42. Túberas e folhas de cará-do-ar (Dioscorea bulbifera L.). 



Manejo da Cultura

A seguir será descrito o manejo com a cultura do cará-mimoso, o qual recebe maior esmero no manejo, principalmente na região de Joinville, onde seu cultivo é mais expressivo.



Épocas de Plantio

Os melhores meses para o plantio são agosto e setembro, colhendo-se em maio e junho.


Solos

Segundo os agricultores, os melhores solos para seu cultivo são os solos novos, soltos.


Consórcios

O cará mimoso é produzido em monocultivo ou consorciado com o taiá-japão ou com milho. Quando consorciado com o milho, o qual é plantado no espaçamento de 1 X 1m, são colocadas duas plantas de cará entre duas plantas de milho. Assim, cada planta de milho escora duas plantas de cará. O cará é plantado um mês após a semeadura do milho, para que não haja concorrência. Antes da introdução do milho híbrido, o consórcio era realizado com o milho comum, o qual possuía uma estrutura mais robusta, com colmos de maior diâmetro, os quais suportavam o peso das plantas de cará. Com a introdução do milho híbrido, menos resistente, esta prática foi aos poucos abandonada. Quando em monocultivo, este é tutorado em sistema piramidal (Figura 43).



FIGURA 43. Diferentes tipos de tutoramento do cará



Espaçamento

Em monocultivo, as plantas são espaçadas de 0,90 X 0,90m e são tutoradas por três varas de bambu, que escoram uma planta de cada fila (tutoramento piramidal). Estas estruturas são amarradas entre si com arame a uma altura de 2,20m. Neste espaçamento, o número de plantas por hectare é de aproximadamente 12.300.

Quando das capinas entre linhas com microtrator, o espaçamento pode variar, de 1,20m entre linhas e 0,50m entre plantas, com aproximadamente 16.600 plantas por hectare.

Correção do Solo

O calcário não é aplicado visando a correção do solo para a cultura do cará, e sim para outras hortaliças que são cultivadas anteriormente na mesma área.

Preparo para o Comércio 


Os túberas são desenterrados, são retirados os de valor comercial  e em seguida deixam-se dois túberas médios que são novamente enterrados, que brotarão na primavera. Em seguida são encaixotados e lavados ficando prontos ao comércio.

















Os túberas são desenterrados, são retirados os de valor comercial e em seguida deixam-se dois túberas médios que são novamente enterrados, que brotarão na primavera. Em seguida são encaixotados e lavados ficando prontos ao comércio.
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