sábado, 10 de março de 2018


Autores:
Paulo Espíndola Trani , mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado em Agronomia pela Universidade de São Paulo (1995) . Atualmente é Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de Campinas. Contato: petrani@iac.sp.gov.br

Sebastião Wilson Tivelli possui graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1986), mestrado em Fitotecnia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1994), mestrado em Master Of Business Administration - Butler University (2002) e doutorado em Horticultura pela Faculdade de Ciências Agronômicas (1999). Atualmente é Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de Campinas.. 
Contato:
 tivelli@iac.sp.gov.br

Francisco Antonio Passos possui graduação em Engenharia Agronômica (1973), mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas (1983) e doutorado em Fitotecnia (1997), pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. É Pesquisador Científico do Centro de Horticultura, do Instituto Agronômico de Campinas..
Contato:
 fapassos@iac.sp.gov.br


Recomendações de práticas e técnicas para implantação da Horticultura Sustentável

 1- Instalação de lavouras com a adoção de práticas conservacionistas
Existem diversas práticas que podem ser adotadas para evitar-se a ação da erosão nas lavouras. Uma das mais tradicionais é a construção de canteiros em nível, com terraceamento ou não dependendo do declive e do tipo de solo. Outra ação mais recente consiste na ocupação da área total com as hortaliças, através do plantio adensado e uso de cobertura morta (“mulching”) diminuindo a exposição do solo ao efeito da água das chuvas.

2. Sistema de plantio direto (SPD) ou semeadura direta
O sistema de plantio direto (SPD) ou semeadura direta de culturas, incluindo as hortaliças, também contribui para a melhor conservação do solo e maior produtividade, com mínimos danos ambientais. Foi um dos maiores avanços no processo produtivo da agricultura brasileira e teve início, a partir da década de 1970, no sul do país. Seu objetivo básico inicial foi controlar a erosão hídrica. Em áreas de igual declividade, o SPD reduz em cerca de 75% as perdas de solo e em 20% as perdas de água, em relação às áreas onde há  cultivo convencional sobre solo que recebeu  aração e gradagens anteriores ao plantio.
 No caso de hortaliças cultivadas em áreas mais extensas como é o caso da cenoura e cebola, a irrigação com o uso do pivô central e o mini-pivô são indicadas para um uso adequado da água. Entretanto, devem ser tomados cuidados como: evitar o excesso de água de irrigação para não haver risco da disseminação de Sclerotium (mofo branco), de bacterioses e nematóides.
Benefícios: proteção do solo contra erosão e maior produtividade.
Limitações: maior gasto de sementes e de fertilizantes nitrogenados em cobertura.

 3. Monitoramento da água de irrigação quanto à qualidade
          Não se observa de maneira geral, preocupação dos produtores de hortaliças, e até de técnicos quanto às características (“qualidade”) da água de irrigação, a não ser quando há ocorrência de problemas como queima das plantas, entupimento dos orifícios dos gotejadores ou dos microaspersores.
         O pH da água de irrigação não deve ser inferior a 5,0-5,5 e nem superior 7,0-7,5.  A condutividade elétrica da água (C.E. ou E.C.) era expressa em mmhos.cm-1, ou em dS m-1 e conforme a atual Legislação é apresentada em mS cm-1. Deve-se observar que 1 mS cm-1, corresponde a aproximadamente 640 mg de sal por litro de água. O termo RAS significa relação de adsorção de sódio, sendo dado pela equação: RAS = Na / [(Ca+Mg)/2]1/2
        A literatura internacional mostra que há comportamentos distintos das diferentes hortaliças com relação à tolerância ao eventual excesso de elementos como o boro, sódio, cloro, tanto na água de irrigação como no solo.  A beterraba e a cebola, por exemplo, toleram até 4 mg L-1 de boro na água de irrigação enquanto quantidades em torno de 1 a 2 mg L-1 de boro prejudicam o desenvolvimento de outras hortaliças como pimentão, alcachofra e feijão - vagem.

4. Escolha correta de cultivares e de épocas de plantio 
O plantio nas épocas mais adequadas às cultivares proporciona melhor desenvolvimento da planta, menor incidência de pragas e doenças e, conseqüentemente, melhor produtividade. O conceito de Horticultura Sustentável preconiza o plantio nas épocas mais adequadas de acordo com a fisiologia da planta.

5. Uso de sementes e mudas de qualidade

Vantagens ou benefícios da produção de mudas em bandejas:
a) Melhor equilíbrio entre a parte aérea e o sistema radicular das mudas.
b) Economia de sementes, defensivos (agrotóxicos) e irrigação.
c) Redução do estresse no transplante.
d) Maior rendimento e aproveitamento de mão-de-obra.
e) Redução do ciclo da cultura.
f) Maior uniformidade da lavoura e aproveitamento da área de cultivo.

 6. Uso de cobertura morta (“mulching”)
       A cobertura morta (“mulching”) de origem orgânica sempre que possível deve ser utilizada na produção sustentável de hortaliças. Citam-se como principais benefícios:
a) propiciar menos aquecimento da superfície do solo o que poderia prejudicar a germinação de sementes e o crescimento das mudas.
b) proporciona a proteção do solo contra respingos da água de chuva e da irrigação, o que jogaria a terra sobre as folhas das plantas.
c) Acarreta menor crescimento de plantas daninhas concorrentes das hortaliças.
      Dentre os materiais orgânicos que servem de “mulching” destacam-se o bagacilho de cana pré fermentado; a casca de arroz curtida; a serragem pré fermentada; grama batatais picada e seca, camas de animais como frango, eqüinos, etc.
         A cobertura morta pode ser obtida pelo dessecamento e posterior incorporação do mato nos canteiros que serão utilizados para plantio das hortaliças.
        No caso de se trazer materiais de outros locais, recomenda-se realizar a cura ou compostagem dos mesmos para não correr o risco de se introduzir sementes de plantas daninhas e de microorganismos nocivos às plantas tais como o Verticillium.

 7. Espaçamento adequado entre-linhas e entre-plantas.
         Atualmente é preconizado o adensamento das hortaliças e outras culturas visando-se um máximo aproveitamento da área. O adensamento proporciona melhores produtividades  (produções por área), menor concorrência do mato, economia na irrigação, melhor aproveitamento da mão de obra. Por outro lado, deve-se tomar o cuidado de não se “apertar” muito o espaçamento entre-linhas e entre-plantas, para não propiciar a formação de um microclima que poderá favorecer a ocorrência de doenças da parte aérea das plantas como fungos e bactérias. Tem-se atualmente como exemplo negativo o aumento da incidência de mofo branco (Albugo candida) em folhas de rúcula devido à exageros nos espaçamentos “adensados” dessa espécie de hortaliça, além do plantio da mesma em épocas muito quentes do ano.

8. Adoção do sistema de cultivo protegido para algumas espécies hortícolas.
O cultivo de hortaliças, condimentares e medicinais em estufas plásticas tem se mostrado uma prática atual sendo uma maneira sustentável de se conseguir aumentos de produtividade com mínima agressão ao meio ambiente. De uma maneira geral se adaptaram melhor a esse sistema de produção o pimentão, pepino, tomate e diversas hortaliças folhosas.
       Recomenda-se ao produtor especializado em cultivo protegido realizar algumas práticas como: utilização de fertilizantes orgânicos em pré-plantio; escolha das espécies e cultivares de hortaliças conforme o clima local e o retorno econômico, evitando-se porém, a monocultura; escolher um sistema de irrigação e fertirrigação ajustados ao ciclo da planta.
No interior da maioria das estufas agrícolas, prevalece o sistema de irrigação por gotejamento. As principais vantagens desse sistema são: uso racional e controlado da água quanto à quantidade e a qualidade; localização da água diretamente no solo protegendo a parte aérea das plantas contra a incidência de algumas doenças fúngicas e bacterianas; o sistema de gotejo permite também a aplicação de fertilizantes solúveis através da água de irrigação.
          .No sudoeste do Estado de São Paulo, prevalecem as estufas cobertas com plástico nas suas laterais (foto a seguir) devido a incidência de ventos frios no outono / inverno.  Em outras regiões, parte das laterais é coberta com telas do tipo “sombrite” ou clarite”. Deve-se preferir aquelas de malha bem fina para se evitar a entrada de pulgões e outros insetos. Isso possibilita uma economia no uso de agrotóxicos.


Literatura Consultada
BATISTA FILHO, A. ; BARROS, B. de C.; COSTA, V.A.; PATRÍCIO, F.R.A.; OLIVEIRA, S.H.F. de; OLIVEIRA, C.M.G. de; RAGA, A.; RAMIRO, Z.A. Conceito e Técnicas do Manejo Integrado de Pragas e Doenças das Culturas.  São Paulo, Secretaria de Agricultura e Abastecimento, 1999. v.1, 40 p (Manual Técnico, Série Especial).
BETTIOL, W. Leite de vaca cru para o controle de oídio. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, março/2006. 4p. (Folder)
BUENO, C.J.; PATRICIO, F.R.A.; SINIGAGLIA, C. Solarização associada à matéria orgânica proporciona o controle de fitopatógenos termotolerantes habitantes do solo. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em:
CAMARGO, L. S. As Hortaliças e seu Cultivo, 3 ed., rev. e atual. Campinas, Fundação Cargill, 1992. 252 p.
GHINI, R. Coletor solar para desinfestação de substratos para produção de mudas sadias. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2004. 5p. (Circular Técnica, 4). Artigo em Hypertexto. Disponívelem:<http://www.cnpma.embrapa.br/download/circular_4.pdf >. Acesso em: 25/10/2008 
MINAMI, K. ; GONÇALVES, A. L. Instruções práticas das principais hortaliças e condimentos. Piracicaba: Centro Acadêmico “Luiz de Queiróz”, 1986. 176 p.
NICHOLS, M.; CHRISTIE, B. Hacia la sustentabilidad agrícolaAgricultura de las Americas, p. 4-10, abril 2001.
PATRÍCIO, F.R.A.; SINIGAGLIA, C. É tempo de solarizar. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_1/solarização/index.htm>. Acesso em: 25/10/2008
SALES, H.B. Boas práticas para o melhor resultado do fertilizante. BUNGE, Divulgação Técnica, Jan. 2009, Ano XXVI, nº 179, 6p.
SOUZA, R.J. Mudas de hortaliças em bandejas-economia de sementes e defensivos. Campo & Negócios, junho 2008, p. 7-10.
TAKAZAKI, P.E.; DELLA VECCHIA, P.T. Problemas nutricionais e fisiológicos no cultivo de hortaliças em ambiente protegido. In: Anais do Simpósio sobre Nutrição e Adubação de Hortaliças, Jaboticabal,1990 (eds. Ferreira, M.E.; Castellane, P.D.; Cruz, M.C.P.), p. 481-487. Piracicaba, POTAFÓS, 1993.
TRANI, P.E.; CARRIJO, O.A. Fertirrigação em Hortaliças. Campinas: Instituto Agronômico, 2004, 53 p. (Boletim Técnico IAC, 196)
TRANI, P.E.; PASSOS, F.A.; MELO, A.M.T.; TIVELLI, S.W.; BOVI, O.A.; PIMENTEL, E.C. Hortaliças e Plantas Medicinais: Manual Prático. Campinas: Instituto Agronômico, 2010, 2 ed. 72 p. (Boletim Técnico IAC, 199).
WUTKE, E.B.; TRANI, P.E.; AMBROSANO, E.J.; DRUGOWICH, M.I. Adubação Verde no Estado de São Paulo. Campinas, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI, 2009. 89 p. (Boletim Técnico 249).
ZAMBOLIN, L.; VALE, F.X.R.; COSTA, H. (Eds). Controle de doenças de plantas: hortaliças. Viçosa, UFV. 2000, p. 576-620.







Ferreira On 3/10/2018 10:50:00 AM Comentarios LEIA MAIS

sábado, 10 de março de 2018

Horticultura Sustentável - Parte II


Autores:
Paulo Espíndola Trani , mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado em Agronomia pela Universidade de São Paulo (1995) . Atualmente é Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de Campinas. Contato: petrani@iac.sp.gov.br

Sebastião Wilson Tivelli possui graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1986), mestrado em Fitotecnia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1994), mestrado em Master Of Business Administration - Butler University (2002) e doutorado em Horticultura pela Faculdade de Ciências Agronômicas (1999). Atualmente é Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de Campinas.. 
Contato:
 tivelli@iac.sp.gov.br

Francisco Antonio Passos possui graduação em Engenharia Agronômica (1973), mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas (1983) e doutorado em Fitotecnia (1997), pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. É Pesquisador Científico do Centro de Horticultura, do Instituto Agronômico de Campinas..
Contato:
 fapassos@iac.sp.gov.br


Recomendações de práticas e técnicas para implantação da Horticultura Sustentável

 1- Instalação de lavouras com a adoção de práticas conservacionistas
Existem diversas práticas que podem ser adotadas para evitar-se a ação da erosão nas lavouras. Uma das mais tradicionais é a construção de canteiros em nível, com terraceamento ou não dependendo do declive e do tipo de solo. Outra ação mais recente consiste na ocupação da área total com as hortaliças, através do plantio adensado e uso de cobertura morta (“mulching”) diminuindo a exposição do solo ao efeito da água das chuvas.

2. Sistema de plantio direto (SPD) ou semeadura direta
O sistema de plantio direto (SPD) ou semeadura direta de culturas, incluindo as hortaliças, também contribui para a melhor conservação do solo e maior produtividade, com mínimos danos ambientais. Foi um dos maiores avanços no processo produtivo da agricultura brasileira e teve início, a partir da década de 1970, no sul do país. Seu objetivo básico inicial foi controlar a erosão hídrica. Em áreas de igual declividade, o SPD reduz em cerca de 75% as perdas de solo e em 20% as perdas de água, em relação às áreas onde há  cultivo convencional sobre solo que recebeu  aração e gradagens anteriores ao plantio.
 No caso de hortaliças cultivadas em áreas mais extensas como é o caso da cenoura e cebola, a irrigação com o uso do pivô central e o mini-pivô são indicadas para um uso adequado da água. Entretanto, devem ser tomados cuidados como: evitar o excesso de água de irrigação para não haver risco da disseminação de Sclerotium (mofo branco), de bacterioses e nematóides.
Benefícios: proteção do solo contra erosão e maior produtividade.
Limitações: maior gasto de sementes e de fertilizantes nitrogenados em cobertura.

 3. Monitoramento da água de irrigação quanto à qualidade
          Não se observa de maneira geral, preocupação dos produtores de hortaliças, e até de técnicos quanto às características (“qualidade”) da água de irrigação, a não ser quando há ocorrência de problemas como queima das plantas, entupimento dos orifícios dos gotejadores ou dos microaspersores.
         O pH da água de irrigação não deve ser inferior a 5,0-5,5 e nem superior 7,0-7,5.  A condutividade elétrica da água (C.E. ou E.C.) era expressa em mmhos.cm-1, ou em dS m-1 e conforme a atual Legislação é apresentada em mS cm-1. Deve-se observar que 1 mS cm-1, corresponde a aproximadamente 640 mg de sal por litro de água. O termo RAS significa relação de adsorção de sódio, sendo dado pela equação: RAS = Na / [(Ca+Mg)/2]1/2
        A literatura internacional mostra que há comportamentos distintos das diferentes hortaliças com relação à tolerância ao eventual excesso de elementos como o boro, sódio, cloro, tanto na água de irrigação como no solo.  A beterraba e a cebola, por exemplo, toleram até 4 mg L-1 de boro na água de irrigação enquanto quantidades em torno de 1 a 2 mg L-1 de boro prejudicam o desenvolvimento de outras hortaliças como pimentão, alcachofra e feijão - vagem.

4. Escolha correta de cultivares e de épocas de plantio 
O plantio nas épocas mais adequadas às cultivares proporciona melhor desenvolvimento da planta, menor incidência de pragas e doenças e, conseqüentemente, melhor produtividade. O conceito de Horticultura Sustentável preconiza o plantio nas épocas mais adequadas de acordo com a fisiologia da planta.

5. Uso de sementes e mudas de qualidade

Vantagens ou benefícios da produção de mudas em bandejas:
a) Melhor equilíbrio entre a parte aérea e o sistema radicular das mudas.
b) Economia de sementes, defensivos (agrotóxicos) e irrigação.
c) Redução do estresse no transplante.
d) Maior rendimento e aproveitamento de mão-de-obra.
e) Redução do ciclo da cultura.
f) Maior uniformidade da lavoura e aproveitamento da área de cultivo.

 6. Uso de cobertura morta (“mulching”)
       A cobertura morta (“mulching”) de origem orgânica sempre que possível deve ser utilizada na produção sustentável de hortaliças. Citam-se como principais benefícios:
a) propiciar menos aquecimento da superfície do solo o que poderia prejudicar a germinação de sementes e o crescimento das mudas.
b) proporciona a proteção do solo contra respingos da água de chuva e da irrigação, o que jogaria a terra sobre as folhas das plantas.
c) Acarreta menor crescimento de plantas daninhas concorrentes das hortaliças.
      Dentre os materiais orgânicos que servem de “mulching” destacam-se o bagacilho de cana pré fermentado; a casca de arroz curtida; a serragem pré fermentada; grama batatais picada e seca, camas de animais como frango, eqüinos, etc.
         A cobertura morta pode ser obtida pelo dessecamento e posterior incorporação do mato nos canteiros que serão utilizados para plantio das hortaliças.
        No caso de se trazer materiais de outros locais, recomenda-se realizar a cura ou compostagem dos mesmos para não correr o risco de se introduzir sementes de plantas daninhas e de microorganismos nocivos às plantas tais como o Verticillium.

 7. Espaçamento adequado entre-linhas e entre-plantas.
         Atualmente é preconizado o adensamento das hortaliças e outras culturas visando-se um máximo aproveitamento da área. O adensamento proporciona melhores produtividades  (produções por área), menor concorrência do mato, economia na irrigação, melhor aproveitamento da mão de obra. Por outro lado, deve-se tomar o cuidado de não se “apertar” muito o espaçamento entre-linhas e entre-plantas, para não propiciar a formação de um microclima que poderá favorecer a ocorrência de doenças da parte aérea das plantas como fungos e bactérias. Tem-se atualmente como exemplo negativo o aumento da incidência de mofo branco (Albugo candida) em folhas de rúcula devido à exageros nos espaçamentos “adensados” dessa espécie de hortaliça, além do plantio da mesma em épocas muito quentes do ano.

8. Adoção do sistema de cultivo protegido para algumas espécies hortícolas.
O cultivo de hortaliças, condimentares e medicinais em estufas plásticas tem se mostrado uma prática atual sendo uma maneira sustentável de se conseguir aumentos de produtividade com mínima agressão ao meio ambiente. De uma maneira geral se adaptaram melhor a esse sistema de produção o pimentão, pepino, tomate e diversas hortaliças folhosas.
       Recomenda-se ao produtor especializado em cultivo protegido realizar algumas práticas como: utilização de fertilizantes orgânicos em pré-plantio; escolha das espécies e cultivares de hortaliças conforme o clima local e o retorno econômico, evitando-se porém, a monocultura; escolher um sistema de irrigação e fertirrigação ajustados ao ciclo da planta.
No interior da maioria das estufas agrícolas, prevalece o sistema de irrigação por gotejamento. As principais vantagens desse sistema são: uso racional e controlado da água quanto à quantidade e a qualidade; localização da água diretamente no solo protegendo a parte aérea das plantas contra a incidência de algumas doenças fúngicas e bacterianas; o sistema de gotejo permite também a aplicação de fertilizantes solúveis através da água de irrigação.
          .No sudoeste do Estado de São Paulo, prevalecem as estufas cobertas com plástico nas suas laterais (foto a seguir) devido a incidência de ventos frios no outono / inverno.  Em outras regiões, parte das laterais é coberta com telas do tipo “sombrite” ou clarite”. Deve-se preferir aquelas de malha bem fina para se evitar a entrada de pulgões e outros insetos. Isso possibilita uma economia no uso de agrotóxicos.


Literatura Consultada
BATISTA FILHO, A. ; BARROS, B. de C.; COSTA, V.A.; PATRÍCIO, F.R.A.; OLIVEIRA, S.H.F. de; OLIVEIRA, C.M.G. de; RAGA, A.; RAMIRO, Z.A. Conceito e Técnicas do Manejo Integrado de Pragas e Doenças das Culturas.  São Paulo, Secretaria de Agricultura e Abastecimento, 1999. v.1, 40 p (Manual Técnico, Série Especial).
BETTIOL, W. Leite de vaca cru para o controle de oídio. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, março/2006. 4p. (Folder)
BUENO, C.J.; PATRICIO, F.R.A.; SINIGAGLIA, C. Solarização associada à matéria orgânica proporciona o controle de fitopatógenos termotolerantes habitantes do solo. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em:
CAMARGO, L. S. As Hortaliças e seu Cultivo, 3 ed., rev. e atual. Campinas, Fundação Cargill, 1992. 252 p.
GHINI, R. Coletor solar para desinfestação de substratos para produção de mudas sadias. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2004. 5p. (Circular Técnica, 4). Artigo em Hypertexto. Disponívelem:<http://www.cnpma.embrapa.br/download/circular_4.pdf >. Acesso em: 25/10/2008 
MINAMI, K. ; GONÇALVES, A. L. Instruções práticas das principais hortaliças e condimentos. Piracicaba: Centro Acadêmico “Luiz de Queiróz”, 1986. 176 p.
NICHOLS, M.; CHRISTIE, B. Hacia la sustentabilidad agrícolaAgricultura de las Americas, p. 4-10, abril 2001.
PATRÍCIO, F.R.A.; SINIGAGLIA, C. É tempo de solarizar. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_1/solarização/index.htm>. Acesso em: 25/10/2008
SALES, H.B. Boas práticas para o melhor resultado do fertilizante. BUNGE, Divulgação Técnica, Jan. 2009, Ano XXVI, nº 179, 6p.
SOUZA, R.J. Mudas de hortaliças em bandejas-economia de sementes e defensivos. Campo & Negócios, junho 2008, p. 7-10.
TAKAZAKI, P.E.; DELLA VECCHIA, P.T. Problemas nutricionais e fisiológicos no cultivo de hortaliças em ambiente protegido. In: Anais do Simpósio sobre Nutrição e Adubação de Hortaliças, Jaboticabal,1990 (eds. Ferreira, M.E.; Castellane, P.D.; Cruz, M.C.P.), p. 481-487. Piracicaba, POTAFÓS, 1993.
TRANI, P.E.; CARRIJO, O.A. Fertirrigação em Hortaliças. Campinas: Instituto Agronômico, 2004, 53 p. (Boletim Técnico IAC, 196)
TRANI, P.E.; PASSOS, F.A.; MELO, A.M.T.; TIVELLI, S.W.; BOVI, O.A.; PIMENTEL, E.C. Hortaliças e Plantas Medicinais: Manual Prático. Campinas: Instituto Agronômico, 2010, 2 ed. 72 p. (Boletim Técnico IAC, 199).
WUTKE, E.B.; TRANI, P.E.; AMBROSANO, E.J.; DRUGOWICH, M.I. Adubação Verde no Estado de São Paulo. Campinas, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI, 2009. 89 p. (Boletim Técnico 249).
ZAMBOLIN, L.; VALE, F.X.R.; COSTA, H. (Eds). Controle de doenças de plantas: hortaliças. Viçosa, UFV. 2000, p. 576-620.







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