sábado, 10 de outubro de 2015

Fonte:  O trabalho faz parte do livro “Cultive uma horta e um pomar orgânico: colha sabor e saúde”, publicado pela Epagri. Interessados em adquirir a publicação completa e ilustrada com 319 páginas, devem entrar no site: www.epagri.sc.gov.br e acessar  os link “Publicações” e “Livros”.

É a principal praga da maioria das frutas comestíveis, tendo em vista que as condições climáticas permitem, durante todo o ano, a existência de frutos cultivados e silvestres, favorecendo a sobrevivência e o deslocamento da praga de uma planta para outra. Os danos são causados diretamente nos frutos pela fêmea adulta, principalmente das espécies Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata), que os perfura  com o ovipositor (formato de agulha). São depositados de um a cinco ovos de onde eclodem as larvas que consomem a polpa, provocando o apodrecimento interno. A fase de oviposição dura de 65 a 80 dias, sendo que nesse período a fêmea oviposita de 278 a 437 ovos. Dentro da fruta, as larvas passam por várias fases de desenvolvimento até alcançar a maturação, momento em que saem do fruto para o solo, se enterram e, em aproximadamente duas semanas, surgem as novas moscas adultas que reiniciam o ciclo de vida. O período de maior ocorrência das moscas vai de novembro a março, quando as temperaturas são mais altas. Outro fator que também favorece a disseminação da praga é a existência de diversos ciclos de frutificação de um mesmo hospedeiro ao longo do ano, a exemplo da goiaba, da carambola e dos citros.

Manejo da praga: antes do advento dos inseticidas químicos, o controle da mosca limitava-se às práticas de controle biológico e mecânico, tais como limpeza dos pomares, recolhimento dos frutos que caíram no solo, capinas e lavras superficiais, com a finalidade de destruição das pupas, e caça com vidros pega-moscas (armadilha). Atualmente, diante da preocupação cada vez maior dos consumidores com o ambiente, recomendam-se várias práticas no sentido de reduzir ao máximo os danos com as pragas. O ensacamento, o controle biológico natural, o uso do extrato e do óleo de nim e o preparo de armadilhas são práticas recomendadas:

Ensacamento das frutas: é uma das práticas fitossanitárias mais antigas e eficazes. Na década de 60, na grande Porto Alegre, era prática usual, mesmo na produção comercial, a utilização de sacos de papel encerado e de papel-manteiga para ensacar as frutas e folhas de jornal para proteger os cachos de uva do ataque de vespas e outros insetos. No caso de citros, até hoje ainda é feita a proteção com papel-jornal. De forma geral, deve-se proteger os frutos no período de maior ataque das moscas, ou seja, no final da primavera e no verão. Em geral, a mosca ataca preferencialmente frutos maduros (amarelos), pois as larvas não conseguem se desenvolver em frutos verdes. Para os frutos de pêssego, o ideal é ensacá-los antes do início do inchamento do fruto (diâmetro de 6 a 7cm). No caso das goiabas, recomendasse ensacar os frutos ainda pequenos (tamanho de azeitonas) com saquinhos de papel encerado com o objetivo de protegê-las das moscas e também do gorgulho e de outras pragas. Atualmente, existem no comércio vários tipos de sacos de papel, confeccionados por diversas firmas e destinados ao ensacamento de pêssego, ameixa, goiaba, laranja, bergamota ou mexerica, pêra, maçã e caqui, entre outras frutas. Os principais tipos são de papel encerado, branco (40g/m2) e de papel pardo. Os tamanhos são variáveis conforme a fruta, sendo o de 35 x 18cm para pêssego, ameixa e goiaba e o de 40 x 24cm para pêra, caqui e bergamota ou tangerina.

Controle biológico natural: consiste no recolhimento e no enterrio dos frutos caídos no solo com o objetivo de matar as larvas neles alojadas. A armadilha deve ser preparada da seguinte forma: faz-se a coleta dos frutos caídos, colocando-os em pequenos buracos (50 x 50 x 30cm) no meio do pomar; no fundo do buraco coloca-se uma camada de 10cm de areia, coberta por uma tela fina (malha de 2mm) para impedir a saída das moscas (larvas já transformadas em adultos) e facilitar a passagem das vespinhas que fazem o controle biológico.


Armadilhas (caça-moscas): é um recipiente simples utilizado como armadilha para capturar os adultos da mosca-das-frutas. Pode ser adquirido pronto nas casas agropecuárias ou pode ser adaptado de um recipiente de plástico, deixando-se algumas aberturas na porção mediana e colocando-se uma isca atrativa. As armadilhas deixam as moscas entrarem atraídas pela isca, as quais morrem por afogamento. Preparo e uso da armadilha PET (garrafas plásticas transparentes de refrigerantes, águas, sucos, etc.): marcam-se na garrafa PET, com auxílio de uma caneta, três retângulos de 2cm de altura por 1cm de largura na parede lateral, a uma altura de 10cm a partir da base da garrafa. Cortam-se os quadrados, seguindo as linhas marcadas com a caneta, com a ponta de um objeto cortante. Através desses quadrados vazados os insetos entrarão no interior da armadilha. Prende-se uma das extremidades do fio de arame de 30cm no gargalo da garrafa, logo abaixo do encaixe da tampa, sendo que a outra extremidade será usada para pendurar a armadilha na fruteira. Antes de pendurar a armadilha, deve-se abastecê-la com a isca atrativa (300ml) feita com melaço de cana-de-açúcar a 7% ou com vinagre de vinho tinto (25%); acrescentar 10g de bórax na solução para retardar a decomposição do atrativo e por ser tóxico para os adultos da mosca-das-frutas. Instalação e manutenção da armadilha PET: deve ser instalada uma a cada 50m na porção mediana da copa da fruteira a uma altura de 3/4 do total, a partir do nível do solo (Figura 1), num galho que fique mais para a periferia (Figura 2) e na porção menos exposta ao sol (leste). Os frascos devem ser inspecionados a cada 15 dias, no máximo, trocando-se a isca e enterrando-se no solo os insetos capturados. Deve-se tomar cuidado para que o frasco mantenha a transparência e que o atrativo não escorra pela parte externa do mesmo para evitar que as moscas se alimentem por fora e vão embora.

Figura 1. Armadilha caça-moscas confeccionada com garrafa PET e utilizada em goiabeira




Figura 2. Posição correta da instalação da armadilha em goiabeira
Ferreira On 10/10/2015 03:03:00 AM Comentarios LEIA MAIS

sábado, 10 de outubro de 2015

Mosca-das-frutas: principal praga das frutíferas, especialmente no final da primavera e verão

Fonte:  O trabalho faz parte do livro “Cultive uma horta e um pomar orgânico: colha sabor e saúde”, publicado pela Epagri. Interessados em adquirir a publicação completa e ilustrada com 319 páginas, devem entrar no site: www.epagri.sc.gov.br e acessar  os link “Publicações” e “Livros”.

É a principal praga da maioria das frutas comestíveis, tendo em vista que as condições climáticas permitem, durante todo o ano, a existência de frutos cultivados e silvestres, favorecendo a sobrevivência e o deslocamento da praga de uma planta para outra. Os danos são causados diretamente nos frutos pela fêmea adulta, principalmente das espécies Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata), que os perfura  com o ovipositor (formato de agulha). São depositados de um a cinco ovos de onde eclodem as larvas que consomem a polpa, provocando o apodrecimento interno. A fase de oviposição dura de 65 a 80 dias, sendo que nesse período a fêmea oviposita de 278 a 437 ovos. Dentro da fruta, as larvas passam por várias fases de desenvolvimento até alcançar a maturação, momento em que saem do fruto para o solo, se enterram e, em aproximadamente duas semanas, surgem as novas moscas adultas que reiniciam o ciclo de vida. O período de maior ocorrência das moscas vai de novembro a março, quando as temperaturas são mais altas. Outro fator que também favorece a disseminação da praga é a existência de diversos ciclos de frutificação de um mesmo hospedeiro ao longo do ano, a exemplo da goiaba, da carambola e dos citros.

Manejo da praga: antes do advento dos inseticidas químicos, o controle da mosca limitava-se às práticas de controle biológico e mecânico, tais como limpeza dos pomares, recolhimento dos frutos que caíram no solo, capinas e lavras superficiais, com a finalidade de destruição das pupas, e caça com vidros pega-moscas (armadilha). Atualmente, diante da preocupação cada vez maior dos consumidores com o ambiente, recomendam-se várias práticas no sentido de reduzir ao máximo os danos com as pragas. O ensacamento, o controle biológico natural, o uso do extrato e do óleo de nim e o preparo de armadilhas são práticas recomendadas:

Ensacamento das frutas: é uma das práticas fitossanitárias mais antigas e eficazes. Na década de 60, na grande Porto Alegre, era prática usual, mesmo na produção comercial, a utilização de sacos de papel encerado e de papel-manteiga para ensacar as frutas e folhas de jornal para proteger os cachos de uva do ataque de vespas e outros insetos. No caso de citros, até hoje ainda é feita a proteção com papel-jornal. De forma geral, deve-se proteger os frutos no período de maior ataque das moscas, ou seja, no final da primavera e no verão. Em geral, a mosca ataca preferencialmente frutos maduros (amarelos), pois as larvas não conseguem se desenvolver em frutos verdes. Para os frutos de pêssego, o ideal é ensacá-los antes do início do inchamento do fruto (diâmetro de 6 a 7cm). No caso das goiabas, recomendasse ensacar os frutos ainda pequenos (tamanho de azeitonas) com saquinhos de papel encerado com o objetivo de protegê-las das moscas e também do gorgulho e de outras pragas. Atualmente, existem no comércio vários tipos de sacos de papel, confeccionados por diversas firmas e destinados ao ensacamento de pêssego, ameixa, goiaba, laranja, bergamota ou mexerica, pêra, maçã e caqui, entre outras frutas. Os principais tipos são de papel encerado, branco (40g/m2) e de papel pardo. Os tamanhos são variáveis conforme a fruta, sendo o de 35 x 18cm para pêssego, ameixa e goiaba e o de 40 x 24cm para pêra, caqui e bergamota ou tangerina.

Controle biológico natural: consiste no recolhimento e no enterrio dos frutos caídos no solo com o objetivo de matar as larvas neles alojadas. A armadilha deve ser preparada da seguinte forma: faz-se a coleta dos frutos caídos, colocando-os em pequenos buracos (50 x 50 x 30cm) no meio do pomar; no fundo do buraco coloca-se uma camada de 10cm de areia, coberta por uma tela fina (malha de 2mm) para impedir a saída das moscas (larvas já transformadas em adultos) e facilitar a passagem das vespinhas que fazem o controle biológico.


Armadilhas (caça-moscas): é um recipiente simples utilizado como armadilha para capturar os adultos da mosca-das-frutas. Pode ser adquirido pronto nas casas agropecuárias ou pode ser adaptado de um recipiente de plástico, deixando-se algumas aberturas na porção mediana e colocando-se uma isca atrativa. As armadilhas deixam as moscas entrarem atraídas pela isca, as quais morrem por afogamento. Preparo e uso da armadilha PET (garrafas plásticas transparentes de refrigerantes, águas, sucos, etc.): marcam-se na garrafa PET, com auxílio de uma caneta, três retângulos de 2cm de altura por 1cm de largura na parede lateral, a uma altura de 10cm a partir da base da garrafa. Cortam-se os quadrados, seguindo as linhas marcadas com a caneta, com a ponta de um objeto cortante. Através desses quadrados vazados os insetos entrarão no interior da armadilha. Prende-se uma das extremidades do fio de arame de 30cm no gargalo da garrafa, logo abaixo do encaixe da tampa, sendo que a outra extremidade será usada para pendurar a armadilha na fruteira. Antes de pendurar a armadilha, deve-se abastecê-la com a isca atrativa (300ml) feita com melaço de cana-de-açúcar a 7% ou com vinagre de vinho tinto (25%); acrescentar 10g de bórax na solução para retardar a decomposição do atrativo e por ser tóxico para os adultos da mosca-das-frutas. Instalação e manutenção da armadilha PET: deve ser instalada uma a cada 50m na porção mediana da copa da fruteira a uma altura de 3/4 do total, a partir do nível do solo (Figura 1), num galho que fique mais para a periferia (Figura 2) e na porção menos exposta ao sol (leste). Os frascos devem ser inspecionados a cada 15 dias, no máximo, trocando-se a isca e enterrando-se no solo os insetos capturados. Deve-se tomar cuidado para que o frasco mantenha a transparência e que o atrativo não escorra pela parte externa do mesmo para evitar que as moscas se alimentem por fora e vão embora.

Figura 1. Armadilha caça-moscas confeccionada com garrafa PET e utilizada em goiabeira




Figura 2. Posição correta da instalação da armadilha em goiabeira
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