sábado, 12 de abril de 2014

Family Farmer Turns monocropping dependent Pesticides in Agroforestry System biodiverse and Organic

COSTA Junior, Edgar Alves da 1; OLIVEIRA, Geraldo Xavier 2
1 UFSCAR Sorocaba, Bolsista CNPq, e dgac j @ yahoo.com.br ;
2 Autor da Experiência, aguacooperagua @ yahoo.com.br

Resumos do VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia
– Porto Alegre/RS 25 a 28/11/2013 -


Resumo: Na região do Vale do Ribeira, perto de Sete Barras, no estado de São Paulo, foi fundada em 1997, a Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Guapiruvú (“AGUA”), que a partir da construção da Agenda 21 local, vem estimulando os pequenos produtores da comunidade a implantar alternativas para uma agricultura sustentável. Esta associação criou uma cooperativa (AGUA-Cooperagua), visando desenvolver as atividades comerciais. A associação e cooperativa agregam, juntas, 121 famílias, na sua maioria, famílias tradicionais (comunidades “caiçaras”). O presente estudo tem por objetivo apresentar uma experiência que vem se consolidando ao longo de 12 anos na prática com Sistemas Agroflorestais, demonstrando a mudança e busca pela qualidade de vida, com menos dependência de insumos externos, otimização da mão-de-obra, a partir de um sistema que oferece diversidade e possibilidade de produtos e renda, aliado ao equilíbrio ecológico.

Palavras-Chave: Banana, Transição Agroecológica, Agricultura Familiar, Vale do Ribeira, Cooperativismo


Abstract: The Association of Friends and Residents of the Guapiruvu District ("AGUA") was founded in 1997 in Vale do Ribeira region, near Sete Barras, state of São Paulo.. In the domain of the local Agenda 21, the association has been encouraging small farmers of the community to implement alternatives for sustainable agriculture. This association has created a cooperative (AGUA-Cooperágua) in order to develop commercial activities. Combined, the association and cooperative aggregate 121 families, mostly traditional families of "native” communities. The present study presents an experience that is being consolidated for over 12 years with practices in agroforestry systems. It demonstrates changes and the search for quality of life, with less dependence on external inputs, labor optimization, based on a system that offers diversity of products and income sources, combined with ecological balance.

Keywords: Agroforestry, Pesticides, Banana, Agroecological Transition, Family Farming


Contexto
O agricultor Geraldo Xavier de Oliveira, morador do Bairro do Guapiruvú, em Sete Barras, no estado de São Paulo, juntamente com seus familiares, adquiriu uma propriedade em 1985 e a dividiram em partes iguais, ficando o agricultor com uma parcela que depois foi denominada Sítio Bela Vista. O sítio possui uma área total de oito hectares, deste total, aproximadamente três hectares são caracterizados por vegetação nativa e os cinco hectares restantes fazem parte do seu novo modelo de transição agroecológica. Na região do Bairrobdo Guapiruvú, próximo ao Parque Estadual de Intervales, produz-se muita banana a partir dos modelos convencionais, monocultivados, com constantes aplicações de adubos químicos e agrotóxicos, muitas vezes utilizando-se de pulverizações aéreas.
Os agricultores familiares estavam cansados deste tipo de sistema, que muitos deles, assim como o agricultor Geraldo, também fez parte. “Quem ganha é dominado pelo sistema capitalista, que quanto mais se produz, mais se empresta dos bancos, ou seja, compra e usa mais insumos, fazendo parte de um ciclo vicioso que será difícil de sair dele sem se Em 1997, esses agricultores formaram uma associação denominada AGUA ou (Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Guapiruvú), que a partir da construção da Agenda 21 local está mudando a realidade do bairro e dos agricultores familiares que fazem parte deste conjunto.
A partir de 1999, após participar de um curso sobre sistemas agroflorestais, Geraldo resolveu modificar a sua forma de trabalhar com relação agricultura-meio ambiente, saindo de um sistema de monocultivo de bananeiras, mantido “a pleno sol” e submetido a freqüentes aplicações de agrotóxicos, para um sistema biodiversificado, buscando com isso, qualidade de vida e um envolvimento maior da família na produção. O presente estudo tem por objetivo apresentar uma experiência que vem se consolidando na prática com Sistemas Agroflorestais, demonstrando a mudança ou busca pela qualidade de vida, com menos dependência de insumos externos, otimização da mão-de-obra, a partir de um sistema que oferece diversidade e possibilidade de produtos e renda, aliado ao equilíbrio ecológico.


Descrição da experiência
A história do agricultor experimentador Geraldo, vem daqueles agricultores que resolveram buscar uma alternativa sustentável, empurrado pela experiência dura com a utilização de produtos químicos em sua produção. Até 1999, o agricultor conduziu sua produção de bananas em pleno monocultivo, super adensadas, para aproveitar a aplicação aérea de Óleo Mineral e Tilt, como também as aplicações constantes de adubos químicos (NPK, FTE, Bórax e etc).
Diante dos objetivos propostos pela associação, a comunidade, através de parcerias,realizou um curso sobre agrofloresta, recebendo o agricultor difusor de sistema agroflorestais, Ernest Göstch, para ministrar o curso. Neste curso, os agricultores perceberam a importância de se criar um equilíbrio no seu local de produção, o chamado equilíbrio ecológico, assim como olhar para sua pequena área e pensar num sistema para produzir diversos produtos, tanto para sua alimentação, como para comercialização do excedente, buscando com isso, geração de renda, produção de modo saudável, sem a necessidade de aplicações de adubos e, sim, da introdução de espécies que tenham essa função, bem como outras.
Geraldo plantou, de forma esparsa nos bananais, o palmiteiro jussara (Euterpe edulis) que vem sendo manejado. Existe dentro dessa área, um local com muitas matrizes e que vem sendo implantado por todo o bananal que além de proporcionar uma sombra rala para as bananeiras o agricultor pretende deixá-las crescer para que, comercialmente, seja vendido o suco da polpa, ou mesmo o palmito em conserva.
Outra espécie utilizada com tamanha importância pelo agricultor é o guapiruvú ou guapuruvú (Schizolobium parahyba), uma grande árvore da família das leguminosas, considerada pioneira de crescimento muito rápido, que forma uma copa a mais de vinte metros do chão e que deixa passar bastante luz para as bananeiras.
A madeira do guapiruvú é utilizada pelas indústrias de caixotaria e lâminas de compensados. Esta mesma planta pode ser vista atualmente, em regiões litorâneas do Estado de Santa Catarina. O mais interessante na estratégia da utilização desta planta está no seu efeito protetor, porque cria uma sombra rala, que permite a passagem da luz solar moderada e com isso, os agricultores acreditam que o efeito da Sigatoka Amarela, diminua mais que 70%. Na área do agricultor Geraldo, antes pulverizadas com TILT® e através de pulverização aérea, gerando custos e danos ambientais, são controladas atualmente com apenas 25% de óleo mineral, com bomba costal motorizada e espaçadas a cada 60 dias na proporção de 5:1 composta na maior parte por água.
Na sombra das bananeiras, ele deixa formar uma vegetação nativa espontânea, constituída principalmente por espécies medicinais, ocupando o “sub-bosque” e por espécies madeireiras nativas cujas sementes são introduzidas por ele, obtidas em sua área de mata nativa, ou no próprio viveiro da associação, ou ainda, trazidas por pássaros e pequenos mamíferos que freqüentemente visitam suas áreas.
Hoje, no bananal do Geraldo, existe em torno de 40 espécies nativas por hectare (além das espécies introduzidas com maior interesse, como a bananeira, o palmito e o guapuruvú).
Além dessas espécies, existem aquelas que são manejadas para a formação de biomassa, visando o melhoramento do solo e que são reservadas para fins madeireiros, medicinais e etc. Pequenas áreas dentro do bananal são mantidas e manejadas como “bancos de sementes” onde são preservadas matrizes de espécies florestais nativas.


Pontos fortes da experiência:
Diversidade de produtos em tempos diferentes (curto, médio e longo prazo); Maior independência financeira (sem financiamentos, dívidas com bancos e etc.); Há um maior equilíbrio de ataques de pragas e doenças, principalmente na banana; Aumento da biodiversidade (principalmente de aves e animais terrestre); Qualidade de vida e saúde (sem aplicação de agroquímicos), e conscientização ambiental; Investimento (abertura de uma poupança) para o futuro e principalmente para novas gerações; Através do sistema agroflorestal, se consegue quebrar regras da lei [por ex.: licença para comercialização de certos produtos de maneira legal (manejo)].


Pontos Fracos da experiência:
“Toma muito tempo e dá um trabalhão danado, não é como uma pessoa dizer que vai fazer tantas tarefas. Tem que observar e planejar tudo antes e quando for fazer, souber o que se deve plantar, podar...”, etc.; Retorno de uma implantação desde o início é de médio a longo prazo; O comércio (atacadista e varejista) ainda não está preparado para produtos de SAFs (querem produtos sempre em grandes quantidades e perfeitos); No caso deles (produtores de banana), há uma grande redução da produção.


Formas de comercialização e agregação de valor (cadeia produtiva)
Em 2004, os agricultores conseguiram a certificação de transição agroecológica de algumas áreas junto ao IMAFLORA e também formalizaram a COOPERAGUA, cooperativa que gerencia a comercialização dos agricultores associados. Com esta cooperativa, os agricultores compraram um caminhão, melhorando e facilitando a entrega direta dos produtos.
A comercialização, principalmente da banana, ainda é feita para intermediários. Porém, os agricultores sempre estão procurando encontrar mercados alternativos, bem como processarem alguns produtos para agregarem maior valor.


Objetivo comercial do Agricultor nos SAFs
Em curto prazo o principal objetivo é a comercialização de banana certificada. Como a associação pensa em ter uma agroindústria, os agricultores querem utilizar algumas frutas para o processamento de doces, compotas, etc.
O palmito Jussara, do qual principalmente utiliza-se a polpa na fabricação de sucos e em último caso o palmito em conserva. Em médio prazo, visa-se a comercialização de plantas medicinais e a longo prazo, o comércio de toras de madeiras de lei.


Resultados
O agricultor, desde 1999, quando ouviu pela primeira vez sobre a ideia do trabalho com sistemas agroflorestais, nunca mais deixou de buscar capacitação técnica. Para isso, o agricultor sempre procura participar de cursos, palestras sobre assuntos ligados à Agroecologia. O agricultor diz que é tão importante trocar experiências, realizar intercâmbios, que ter feito parte deste projeto para ele, é ter tido a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre SAFs e continuar acreditando que é possível a sustentabilidade na agricultura.


Localização
Bairro do Guapiruvú, município de Sete Barras, Vale do Ribeira, estado de São Paulo.


Agradecimentos
Agradeço pela oportunidade de participação no Projeto “Formação Agroflorestal em Rede na Mata Atlântica” – CONSAFs/FNMA, executado pelo PROTER – Programa da Terra Assessoria, Pesquisa e Educação Popular no Meio Rural, no Vale do Ribeira/SP

Figura 1 - Sistema Agroflorestal, demonstrando interação das árvores aliada à produção e proteção







Ferreira On 4/12/2014 04:20:00 PM Comentarios

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sábado, 12 de abril de 2014

Agricultor Familiar Transforma Monocultivo dependente de Agrotóxicos em Sistema Agroflorestal Biodiversificado e Orgânico

Family Farmer Turns monocropping dependent Pesticides in Agroforestry System biodiverse and Organic

COSTA Junior, Edgar Alves da 1; OLIVEIRA, Geraldo Xavier 2
1 UFSCAR Sorocaba, Bolsista CNPq, e dgac j @ yahoo.com.br ;
2 Autor da Experiência, aguacooperagua @ yahoo.com.br

Resumos do VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia
– Porto Alegre/RS 25 a 28/11/2013 -


Resumo: Na região do Vale do Ribeira, perto de Sete Barras, no estado de São Paulo, foi fundada em 1997, a Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Guapiruvú (“AGUA”), que a partir da construção da Agenda 21 local, vem estimulando os pequenos produtores da comunidade a implantar alternativas para uma agricultura sustentável. Esta associação criou uma cooperativa (AGUA-Cooperagua), visando desenvolver as atividades comerciais. A associação e cooperativa agregam, juntas, 121 famílias, na sua maioria, famílias tradicionais (comunidades “caiçaras”). O presente estudo tem por objetivo apresentar uma experiência que vem se consolidando ao longo de 12 anos na prática com Sistemas Agroflorestais, demonstrando a mudança e busca pela qualidade de vida, com menos dependência de insumos externos, otimização da mão-de-obra, a partir de um sistema que oferece diversidade e possibilidade de produtos e renda, aliado ao equilíbrio ecológico.

Palavras-Chave: Banana, Transição Agroecológica, Agricultura Familiar, Vale do Ribeira, Cooperativismo


Abstract: The Association of Friends and Residents of the Guapiruvu District ("AGUA") was founded in 1997 in Vale do Ribeira region, near Sete Barras, state of São Paulo.. In the domain of the local Agenda 21, the association has been encouraging small farmers of the community to implement alternatives for sustainable agriculture. This association has created a cooperative (AGUA-Cooperágua) in order to develop commercial activities. Combined, the association and cooperative aggregate 121 families, mostly traditional families of "native” communities. The present study presents an experience that is being consolidated for over 12 years with practices in agroforestry systems. It demonstrates changes and the search for quality of life, with less dependence on external inputs, labor optimization, based on a system that offers diversity of products and income sources, combined with ecological balance.

Keywords: Agroforestry, Pesticides, Banana, Agroecological Transition, Family Farming


Contexto
O agricultor Geraldo Xavier de Oliveira, morador do Bairro do Guapiruvú, em Sete Barras, no estado de São Paulo, juntamente com seus familiares, adquiriu uma propriedade em 1985 e a dividiram em partes iguais, ficando o agricultor com uma parcela que depois foi denominada Sítio Bela Vista. O sítio possui uma área total de oito hectares, deste total, aproximadamente três hectares são caracterizados por vegetação nativa e os cinco hectares restantes fazem parte do seu novo modelo de transição agroecológica. Na região do Bairrobdo Guapiruvú, próximo ao Parque Estadual de Intervales, produz-se muita banana a partir dos modelos convencionais, monocultivados, com constantes aplicações de adubos químicos e agrotóxicos, muitas vezes utilizando-se de pulverizações aéreas.
Os agricultores familiares estavam cansados deste tipo de sistema, que muitos deles, assim como o agricultor Geraldo, também fez parte. “Quem ganha é dominado pelo sistema capitalista, que quanto mais se produz, mais se empresta dos bancos, ou seja, compra e usa mais insumos, fazendo parte de um ciclo vicioso que será difícil de sair dele sem se Em 1997, esses agricultores formaram uma associação denominada AGUA ou (Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Guapiruvú), que a partir da construção da Agenda 21 local está mudando a realidade do bairro e dos agricultores familiares que fazem parte deste conjunto.
A partir de 1999, após participar de um curso sobre sistemas agroflorestais, Geraldo resolveu modificar a sua forma de trabalhar com relação agricultura-meio ambiente, saindo de um sistema de monocultivo de bananeiras, mantido “a pleno sol” e submetido a freqüentes aplicações de agrotóxicos, para um sistema biodiversificado, buscando com isso, qualidade de vida e um envolvimento maior da família na produção. O presente estudo tem por objetivo apresentar uma experiência que vem se consolidando na prática com Sistemas Agroflorestais, demonstrando a mudança ou busca pela qualidade de vida, com menos dependência de insumos externos, otimização da mão-de-obra, a partir de um sistema que oferece diversidade e possibilidade de produtos e renda, aliado ao equilíbrio ecológico.


Descrição da experiência
A história do agricultor experimentador Geraldo, vem daqueles agricultores que resolveram buscar uma alternativa sustentável, empurrado pela experiência dura com a utilização de produtos químicos em sua produção. Até 1999, o agricultor conduziu sua produção de bananas em pleno monocultivo, super adensadas, para aproveitar a aplicação aérea de Óleo Mineral e Tilt, como também as aplicações constantes de adubos químicos (NPK, FTE, Bórax e etc).
Diante dos objetivos propostos pela associação, a comunidade, através de parcerias,realizou um curso sobre agrofloresta, recebendo o agricultor difusor de sistema agroflorestais, Ernest Göstch, para ministrar o curso. Neste curso, os agricultores perceberam a importância de se criar um equilíbrio no seu local de produção, o chamado equilíbrio ecológico, assim como olhar para sua pequena área e pensar num sistema para produzir diversos produtos, tanto para sua alimentação, como para comercialização do excedente, buscando com isso, geração de renda, produção de modo saudável, sem a necessidade de aplicações de adubos e, sim, da introdução de espécies que tenham essa função, bem como outras.
Geraldo plantou, de forma esparsa nos bananais, o palmiteiro jussara (Euterpe edulis) que vem sendo manejado. Existe dentro dessa área, um local com muitas matrizes e que vem sendo implantado por todo o bananal que além de proporcionar uma sombra rala para as bananeiras o agricultor pretende deixá-las crescer para que, comercialmente, seja vendido o suco da polpa, ou mesmo o palmito em conserva.
Outra espécie utilizada com tamanha importância pelo agricultor é o guapiruvú ou guapuruvú (Schizolobium parahyba), uma grande árvore da família das leguminosas, considerada pioneira de crescimento muito rápido, que forma uma copa a mais de vinte metros do chão e que deixa passar bastante luz para as bananeiras.
A madeira do guapiruvú é utilizada pelas indústrias de caixotaria e lâminas de compensados. Esta mesma planta pode ser vista atualmente, em regiões litorâneas do Estado de Santa Catarina. O mais interessante na estratégia da utilização desta planta está no seu efeito protetor, porque cria uma sombra rala, que permite a passagem da luz solar moderada e com isso, os agricultores acreditam que o efeito da Sigatoka Amarela, diminua mais que 70%. Na área do agricultor Geraldo, antes pulverizadas com TILT® e através de pulverização aérea, gerando custos e danos ambientais, são controladas atualmente com apenas 25% de óleo mineral, com bomba costal motorizada e espaçadas a cada 60 dias na proporção de 5:1 composta na maior parte por água.
Na sombra das bananeiras, ele deixa formar uma vegetação nativa espontânea, constituída principalmente por espécies medicinais, ocupando o “sub-bosque” e por espécies madeireiras nativas cujas sementes são introduzidas por ele, obtidas em sua área de mata nativa, ou no próprio viveiro da associação, ou ainda, trazidas por pássaros e pequenos mamíferos que freqüentemente visitam suas áreas.
Hoje, no bananal do Geraldo, existe em torno de 40 espécies nativas por hectare (além das espécies introduzidas com maior interesse, como a bananeira, o palmito e o guapuruvú).
Além dessas espécies, existem aquelas que são manejadas para a formação de biomassa, visando o melhoramento do solo e que são reservadas para fins madeireiros, medicinais e etc. Pequenas áreas dentro do bananal são mantidas e manejadas como “bancos de sementes” onde são preservadas matrizes de espécies florestais nativas.


Pontos fortes da experiência:
Diversidade de produtos em tempos diferentes (curto, médio e longo prazo); Maior independência financeira (sem financiamentos, dívidas com bancos e etc.); Há um maior equilíbrio de ataques de pragas e doenças, principalmente na banana; Aumento da biodiversidade (principalmente de aves e animais terrestre); Qualidade de vida e saúde (sem aplicação de agroquímicos), e conscientização ambiental; Investimento (abertura de uma poupança) para o futuro e principalmente para novas gerações; Através do sistema agroflorestal, se consegue quebrar regras da lei [por ex.: licença para comercialização de certos produtos de maneira legal (manejo)].


Pontos Fracos da experiência:
“Toma muito tempo e dá um trabalhão danado, não é como uma pessoa dizer que vai fazer tantas tarefas. Tem que observar e planejar tudo antes e quando for fazer, souber o que se deve plantar, podar...”, etc.; Retorno de uma implantação desde o início é de médio a longo prazo; O comércio (atacadista e varejista) ainda não está preparado para produtos de SAFs (querem produtos sempre em grandes quantidades e perfeitos); No caso deles (produtores de banana), há uma grande redução da produção.


Formas de comercialização e agregação de valor (cadeia produtiva)
Em 2004, os agricultores conseguiram a certificação de transição agroecológica de algumas áreas junto ao IMAFLORA e também formalizaram a COOPERAGUA, cooperativa que gerencia a comercialização dos agricultores associados. Com esta cooperativa, os agricultores compraram um caminhão, melhorando e facilitando a entrega direta dos produtos.
A comercialização, principalmente da banana, ainda é feita para intermediários. Porém, os agricultores sempre estão procurando encontrar mercados alternativos, bem como processarem alguns produtos para agregarem maior valor.


Objetivo comercial do Agricultor nos SAFs
Em curto prazo o principal objetivo é a comercialização de banana certificada. Como a associação pensa em ter uma agroindústria, os agricultores querem utilizar algumas frutas para o processamento de doces, compotas, etc.
O palmito Jussara, do qual principalmente utiliza-se a polpa na fabricação de sucos e em último caso o palmito em conserva. Em médio prazo, visa-se a comercialização de plantas medicinais e a longo prazo, o comércio de toras de madeiras de lei.


Resultados
O agricultor, desde 1999, quando ouviu pela primeira vez sobre a ideia do trabalho com sistemas agroflorestais, nunca mais deixou de buscar capacitação técnica. Para isso, o agricultor sempre procura participar de cursos, palestras sobre assuntos ligados à Agroecologia. O agricultor diz que é tão importante trocar experiências, realizar intercâmbios, que ter feito parte deste projeto para ele, é ter tido a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre SAFs e continuar acreditando que é possível a sustentabilidade na agricultura.


Localização
Bairro do Guapiruvú, município de Sete Barras, Vale do Ribeira, estado de São Paulo.


Agradecimentos
Agradeço pela oportunidade de participação no Projeto “Formação Agroflorestal em Rede na Mata Atlântica” – CONSAFs/FNMA, executado pelo PROTER – Programa da Terra Assessoria, Pesquisa e Educação Popular no Meio Rural, no Vale do Ribeira/SP

Figura 1 - Sistema Agroflorestal, demonstrando interação das árvores aliada à produção e proteção







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