Circular
Técnica, 65 - Embrapa Hortaliças
Brasília, DFJulho, 2008
Autores: Ronessa B. de Souza, Enga. Agra., DSc. Embrapa Hortaliças Brasília, DF E-mail: ronessa@cnph.embrapa.br
Flávia A.
de Alcântara, Enga. Agra., DSc. Embrapa Hortaliças Brasília, DF E-mail: flavia@cnph.embrapa.br
Fertilizantes
(ou adubos) orgânicos são obtidos de matérias-primas de origem animal ou
vegetal, sejam elas provenientes do meio rural, de áreas urbanas ou ainda da
agroindústria. Os fertilizantes orgânicos podem ou não ser enriquecidos com
nutrientes de origem mineral (não orgânica). Os fertilizantes orgânicos podem
ser divididos em quatro tipos principais: fertilizantes orgânicos simples,
fertilizantes orgânicos mistos, fertilizantes orgânicos compostos e
fertilizantes organominerais.
Tipos de fertilizantes
orgânicos
• Fertilizantes orgânicos simples:
fertilizante de origem animal ou vegetal. Exemplos: estercos animais, torta de
mamona, borra de café.
• Fertilizantes orgânicos mistos:
produto da mistura de dois ou mais fertilizantes orgânicos simples. Exemplo:
cinzas (fonte principalmente de K) + torta de mamona (fonte principalmente de
N).
• Fertilizantes orgânicos compostos:
fertilizante não natural, ou seja, obtido por um processo químico, físico,
físico-químico ou bioquímico, sempre a partir de matéria-prima orgânica, tanto
vegetal como animal. Pode ser enriquecido com nutrientes de origem mineral.
Exemplos: composto orgânico, vermicomposto (húmus de minhoca) (Figura 1).
Fig. 1. O húmus de minhoca (vermicomposto) e um importante
fertilizante orgânico composto.
Fertilizantes organominerais: não passam por nenhum
processo específico, são simplesmente o produto da mistura de fertilizantes
orgânicos (simples ou compostos) com fertilizantes minerais. No caso específico
da agricultura orgânica, estes fertilizantes minerais a serem misturados devem
ser naturais (não processados quimicamente) e de baixa solubilidade, permitidos
pela legislação para produção orgânica de alimentos.
Fertilizantes minerais de uso
permitido na agricultura orgânica
Somente os fertilizantes minerais de origem natural
e de baixa solubilidade são permitidos na agricultura orgânica, como por
exemplo, os fosfatos naturais, os calcários e os pós de rocha. Em situações
específicas, para uso restrito, uma vez constatada a necessidade de utilização
do adubo e com autorização da certificadora, poderão ser utilizados os termofosfatos,
sulfato de potássio, sulfato duplo de potássio e magnésio de origem natural,
sulfato de magnésio, micronutrientes e guano (fosfatos de origem orgânica
–provenientes de excrementos de aves marinhas).
Se o solo for ácido, pode-se fazer calagem no sistema
orgânico e a quantidade de calcário a ser utilizada deve ser calculada com base
na análise química do solo. Entretanto, a quantidade é geralmente limitada a 2
toneladas por hectare, por ano.
Estercos frescos
Os estercos frescos podem conter microorganismos
causadores de doenças no homem. Não devem ser utilizados no cultivo de
hortaliças, pois podem contaminar as partes comestíveis das plantas. Este
problema pode ser resolvido com o curtimento, que é o envelhecimento do esterco
sob condições naturais, não controladas. Deve-se deixar o monte de esterco
“envelhecer” em local coberto ou protegido com um plástico ou uma lona contra
chuvas, cujas águas lavam o esterco removendo os nutrientes. Para ficar pronto
leva em torno de 90 dias, dependendo das condições ambientais. O esterco
curtido é uma massa escura com aspecto gorduroso, odor agradável de terra e sem
nenhum mau cheiro.
Composto orgânico
O composto orgânico é o produto final da decomposição
aeróbia (na presença de ar) de resíduos vegetais e animais. A compostagem permite
a reciclagem desses resíduos e sua desinfecção contra pragas, doenças, plantas espontâneas
e compostos indesejáveis. O composto orgânico atua como condicionador e
melhorador das propriedades físicas, fisico-químicas e biológicas do solo,
fornece nutrientes, favorece um rápido enraizamento e aumenta a resistência das
plantas.
Para produção do composto utiliza-se como matéria prima resíduos
vegetais, ricos em carbono (galhos, folhas, capim e outros) e resíduos
animais, ricos em nitrogênio (esterco bovino, de aves e de outros animais, cama
de aviário de matrizes dentre outros). Quando só se dispõe de materiais pobres
em N, como cascas de pinus, árvores velhas e capins, estas devem ser alternadas
com camadas de resíduos de leguminosas. A escolha da matéria prima é importante
para maior eficiência da compostagem. A relação Carbono/Nitrogênio (C/N)
inicial ótima (de 25-35:1) pode ser atingida por meio do uso de 75% de restos vegetais
variados e 25% de esterco. Esses resíduos, vegetais e animais, são dispostos em
camadas alternadas formando uma leira ou
monte de dimensões e formatos variados. O formato mais usual é o de seção
triangular, sendo a largura comandada pela altura da leira, a qual deve
situar-se entre 1,5 a 1,8 m. À medida que a pilha vai sendo formada, cada camada
de material vai sendo umedecida com água tomando-se o cuidado para que não haja
escorrimento. A pilha deve ser revirada (parte de cima para baixo e parte de
dentro para fora) aos 15, 30 e 45 dias. No momento das reviradas, o material
deve ser umedecido para ficar com umidade em torno de 50 a 60% (na prática,
esse teor de umidade ocorre quando ao pegar o material com as mãos, sente-se
que o mesmo está úmido e, ao ser comprimido, não escorre água entre os dedos e
forma um torrão que se desmancha com facilidade).
Para manter a umidade ideal a pilha deve ser coberta
com palhas, folhas de bananeira ou lona plástica. O local deve ser protegido do
sol e da chuva (área coberta ou à sombra de uma árvore) (Figura 2). Como
exemplo, podemos citar o composto que é produzido na Unidade de Produção de
Hortaliças Orgânicas da Embrapa Hortaliças:
• 15 carrinhos de mão de capim braquiária roçado;
• 30 carrinhos de capim napier;
• 20 carrinhos de cama de matriz de aviário;
• 13 kg de termofosfato.
Formar camadas alternadas na seguinte ordem:
braquiária, napier, cama de matriz e termofosfato, montando uma meda de 1m x 10m
x 1,5m (largura x comprimento x altura) para obtenção de 2.500 kg de composto orgânico
após cerca de 90 dias. O composto orgânico é um produto estabilizado e mais
equilibrado, em que durante sua formação foram dadas todas as condições necessárias
à eficiente fermentação aeróbica, portanto sua qualidade como condicionador ou
melhorador do solo é superior à do esterco curtido. Além disso, é mais rico em
nutrientes por constituir-se de resíduos vegetais e animais e por ser, muitas
vezes, enriquecido com resíduos agroindustriais e adubos minerais. O composto
estará pronto para o uso quando apresentar as seguintes características: temperaturas
normalmente inferiores a 35o C; redução do
volume para 1/3 do volume inicial; constituintes degradados fisicamente, não sendo
possível identificá-los; permite que seja moldado facilmente com as mãos;
cheiro de terra mofada, tolerável e até mesmo agradável para alguns. O
enriquecimento do composto pode ser obtido com a adição, no momento de montagem
da pilha, de fosfatos de reação ácida como fosfatos
naturais (6 kg m-3), calcário (25 a A50 kg t-1), torta de cacau (40 kg m-3) ou de mamona (20 a 30 kg
m-3), borra de café (50 kg m-3), cinzas, entre outros. O
enriquecimento do composto deve ser realizado de acordo com as exigências da
cultura e a necessidade do solo. Geralmente, o enriquecimento com fósforo só é
recomendado nos 2 ou 3 anos iniciais de produção, entretanto sua
continuidade por maior tempo vai depender da disponibilidade de P do solo.
Fig. 2. O composto orgânico deve ser preparado em local
protegido do sol e da chuva.
Biofertilizantes
É o material líquido resultante da fermentação de
estercos, adicionado ou não de outros resíduos
orgânicos e nutrientes, em água. O processo de fermentação pode ser aeróbio (na
presença de ar) ou anaeróbio (na ausência de ar). Podem ser aplicados via
foliar, diluídos em água na proporção de 2 a 5%, ou no solo via gotejamento.
Somente podem ser aplicados via foliar os biofertilizantes que não apresentem resíduos
de origem animal em sua composição. A forma como o biofertilizante atua nas
plantas ainda não é completamente esclarecida e merece ser melhor estudada.
Apresenta efeitos nutricionais (fornecimento de micronutrientes) e
fitossanitários, atuando diretamente no controle de alguns fitoparasitas por
meio de substancias com ação fungicida, bactericida ou inseticida presentes em
sua composição. Parece atuar equilibrando e tonificando o metabolismo da
planta, tornando-a mais resistente ao ataque de pragas e doenças.
Preparo de biofertilizante na
propriedade
Não há uma fórmula padrão para produção de biofertilizante.
Por esta razão, apresentamos uma receita básica de biofertilizante líquido, na qual
podem ser feitas variações: Em uma bombona plástica coloca-se volumes iguais de
esterco fresco e água, deixando um espaço vazio de 15 a 20 centímetros no seu
interior (Figura 3). Essa bombona deve ser fechada hermeticamente e na sua
tampa deve ser adaptada uma mangueira plástica fina. Uma extremidade da
mangueira fica no espaço vazio da bombona e a outra deve ser imersa em um
recipiente com água para permitir a saída do gás metano e impedir a entrada de
ar (oxigênio). O final do processo, que dura de 30 a 40 dias, coincide com a
cessação do borbulhamento observado no recipiente d’água, quando a solução deverá
ter atingido pH próximo a 7,0. Para separação da parte ainda sólida o material deve
ser coado em peneira e filtrado em um pano ou tela bem fina. Geralmente é
utilizado diluído em água em concentrações variáveis de acordo com os
diferentes usos e aplicações. Ressalta-se que esse biofertlizante não pode ser
aplicado via foliar, apenas no solo.
Fig. 3. Biofertilizantes podem ser preparados em bombonas
plásticas na propriedade.
Compostos de farelos ou ‘bokashis’
São compostos orgânicos produzidos a partir da
mistura de materiais como farelos de cereais (arroz, trigo), torta de
oleaginosas (soja, mamona), farinha de osso, farinha de peixe e outros resíduos
com terra de barranco (argilas) ou não (Figura 4). Essa mistura é inoculada com
microorganismos e submetida à fermentação aeróbica ou anaeróbica. O inoculante
microbiano pode ser terra de mata (bosque natural), soja fermentada, microorganismos
capturados da natureza por meio de arroz cozido ou inoculantes comerciais como
o EM® (microorganismos eficazes). Sua composição deve ser ajustada de acordo
com os ingredientes disponíveis e as necessidades nutricionais das culturas.
Por utilizar matérias-primas nobres, de uso freqüente na alimentação animal, o
bokashi é um fertilizante relativamente caro e rico em nutrientes, especialmente N, P e K. Existem diferentes formulações com duração
variável de 3 a 1 dias para obtenção do composto. Durante o processo fermentativo aeróbio,
a umidade deve permanecer em torno de 50% a 60% e a
temperatura em torno de 50oC. Na maioria das formulações, a movimentação da
mistura é feita diariamente, uma vez que devido às boas características físicas
(partículas pequenas) e químicas (riqueza em nutrientes) da matéria prima, a
temperatura eleva-se com facilidade. O final do processo caracteriza-se pela
queda de temperatura. O composto de farelos mais conhecido é o “Nutri Bokashi”,
produzido pela Kórin, empresa criada em 1995 pela Fundação Mokiti Okada, que utiliza os microorganismos eficazes (EM®)
como inoculante.
Fig. 4. O “bokashi” é um fertilizante resultante da
fermentação de matérias-primas nobres, sendo rico em
nutrientes,
especialmente N, P e K.
Análise química do solo
no sistema orgânico
A análise química periódica é a única
maneira de conhecer a fertilidade do solo, ou seja, de saber se o solo está ácido ou não, e
se os teores de macro e micronutrientes e de matéria orgânica estão adequados.
É a partir dos resultados da análise química que saberemos se há ou não
necessidade de calagem, quais os nutrientes estão em falta e quanto devemos aplicar
de fertilizantes para aquela determinada cultura. Portanto, é necessário fazer
análise química do solo tanto no sistema convencional quanto no orgânico, isto
é, independente do tipo de fertilizante e que se utiliza e das práticas
adotadas. No laboratório, pode-se solicitar a análise de rotina, que geralmente
consiste das determinações de pH, cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K),
fósforo (P), alumínio (Al), acidez potencial (H+Al) e matéria orgânica. Havendo
interesse específico em função da exigência nutricional da cultura e sendo economicamente
viável para o produtor, recomenda-se que se solicite também a análise do S e
dos micronutrientes. A textura não é uma característica química do solo, mas
deve ser determinada em laboratório na primeira vez que se amostra a área. Seu
conhecimento ajuda a entender o comportamento de
certos nutrientes no solo e a determinar com maior precisão a necessidade de
fornecimento. Das outras vezes em que se amostra solo na mesma área não é
necessário repetir a análise de textura, já que está é uma característica física
do solo que praticamente não sofre modificações. Em geral, os laboratórios de
fertilidade do solo também fazem a determinação de textura.
Cálculo da quantidade de
adubos a utilizar no sistema orgânico
Este é um assunto que precisa ser
melhor estudado, uma vez que em olericultura orgânica o enfoque das adubações
deve ser baseado não apenas no aspecto químico da fertilidade do solo, mas
também nos componentes físico, físico-químicos e biológicos do solo,
considerando inclusive os efeitos de médio e longo prazos do manejo da matéria
orgânica. De toda forma, o cálculo da adubação para o plantio deve ser feito levando
em consideração a análise química do solo, além da composição química do adubo
e da exigência da cultura. Em geral, as recomendações de material orgânico
situam-se entre 10 a 50 t ha-1 de
composto orgânico ou esterco curtido. Estas doses devem ser ajustadas de acordo
com a cultura, com a qualidade do material, com as características químicas do
solo que se vai cultivar, com a cultura antecessora e com o histórico de manejo
orgânico. O sistema de manejo intensivo utilizado na produção de hortaliças tende
a favorecer a elevação dos teores de nutrientes no solo com o decorrer do
tempo. Portanto, para evitar desequilíbrios nutricionais, é importante
considerar o efeito residual da adubação orgânica.
Exemplo de cálculo
Como exemplo, considere o plantio de 1 hectare
de cebola em que, utilizando-se os critérios de interpretação e recomendação da
agricultura convencional, a análise de solo indicasse a necessidade de se aplicar
120 kg de N, 180 de K2O, 300 kg de P2O5.
Na propriedade em questão tem-se disponível o esterco bovino, cinzas e fosfato
natural, cujas características estão apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1. Teores de nitrogênio, fósforo e
potássio (% na matéria seca) e fatores de conversão (fc) de alguns
fertilizantes.
Fertilizante
|
Nitrogênio
|
Fósforo
|
Potássio
|
|||
% MS
|
fc
|
% MS
|
fc
|
% MS
|
fc
|
|
Esterco bovino
|
5
|
20
|
2,5
|
40
|
5
|
20
|
Fosfato natural
|
-
|
-
|
30
|
3,3
|
-
|
-
|
Cinzas
|
-
|
-
|
2,5
|
40
|
10
|
10
|
1/ fc =
100/%MS
Fonte: SOUZA, J.
L.; RESENDE, P. Manual de Horticultura Orgânica. Viçosa, MG: Editora Aprenda
Fácil, 2003. 564 p.
Neste caso, como fonte de N tem-se
apenas o esterco bovino. Assim, para suprir todo o N recomendado (120 kg de N),
a quantidade de esterco necessária será:
N = quantidade de N recomendada pela análise
de solo x fc para N = 120x20 =2.400 kg.ha-1 de esterco bovino que fornece também: P = kg.ha-1 de esterco bovino: fc para P = 2.400/40
= 60 kg.ha-1; K = kg.ha-1 de esterco bovino: fc para K = 2.400/20
= 120 kg.ha-1.
Para completar o K, vamos usar cinzas
como adubo: K = (quantidade recomendada de K – K fornecido pelo esterco bovino)
x fc para K = (180-120)x10 = 600 kg.ha -1de cinzas que fornece também: P = kg.ha-1 de cinzas : fc para P = 600/40 = 15
kg.ha-1.
Para completar o P, vamos usar o fosfato natural: P = (quantidade
recomendada de P – P fornecido pelo esterco bovino - P fornecido pelas cinzas)
x fc para P = (300-60-15) x 3,3 = 742 kg.ha-1 de fosfato
natural.
Portanto, para atender as recomendações indicadas
pela análise de solo neste exemplo, para o plantio de 1 hectare de cebola
devemos aplicar 2.400 kg de esterco bovino, 600 kg de cinzas e 742 kg de
fosfato natural. Esses cálculos levam em consideração apenas a constituição
química dos adubos, sendo que os aspectos físico e biológico do solo e o efeito
residual das adubações, muito importantes nos sistemas de produção orgânicos,
não são considerados. Portanto, as quantidades recomendadas no exemplo acima
devem ser ajustadas de acordo com a situação específica (características
climáticas, de solo e histórico de manejo de cada local) do sistema de produção.
Principais fontes de
nutrientes permitidas na produção orgânica
Nitrogênio: estercos puros de animais diversos, cama e urina de animais, espécies leguminosas de adubos verdes (mucunas, crotalárias,
guandu, feijão de porco, feijão bravo do Ceará, etc.), resíduos agroindustriais
como torta de oleaginosas (mamona, algodão, soja) e de cacau, palhadas (Figura
5) e resíduos de culturas leguminosas como soja e feijão (Figura 6), farinha de
sangue, farinha de peixe, composto orgânico, biofertilizantes, bokashis, entre
outros.
• Potássio: cinzas, cascas de café, pós de rochas silicatadas com altos teores de potássio,
talos de banana, entre outros.
• Fósforo: fosfatos naturais e farinha de ossos.
• Micronutrientes: alguns pós de rocha, estercos, fontes minerais
permitidas (ex.: óxido de cobre e outros utilizados nos biofertilizantes). De
acordo com a Instrução Normativa no.007 do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, podem ser utilizados
sulfato de potássio e sulfato duplo de potássio e magnésio (o último de origem
mineral natural), termofosfatos, sulfato de magnésio, ácido bórico (quando não
utilizado diretamente sobre as plantas e o solo) e carbonatos (como fonte de
micronutrientes). Entretanto, estes produtos podem ser empregados somente se
constatada a necessidade de utilização mediante análise e se esses
fertilizantes estiverem livres de substâncias tóxicas. Além disso, a permissão para utilização depende também das normas da certificadora.
Fig. 5. Palhadas são ótimas fontes de nitrogênio.
Fig. 6. Leguminosas são muito ricas em nitrogênio e. podem
ser usadas como adubos verdes.
Correção de deficiência
e toxidez no sistema orgânico
Sistemas orgânicos efetivamente
equilibrados e sustentáveis não devem apresentar deficiências minerais.
Contudo, falhas na escolha das culturas, no manejo ou na própria concepção do sistema, especialmente
na fase de transição para o sistema orgânico, podem propiciar o aparecimento de
deficiências. Neste caso, a correção pode ser feita por meio da aplicações de
biofertilizantes, cuja formulação pode ser ajustada de acordo com a necessidade
das culturas. Pode-se preparar diferentes formulações de biofertilizantes
enriquecidos nos diversos macro e micronutrientes.
Situações de toxidez são raras em
sistemas orgânicos, mas podem ocorrer eventualmente. Em solos de baixa
fertilidade, como os latossolos da região do Cerrado, no(s) primeiro(s) ano(s)
de cultivo, é possível ocorrer toxidez de Mn e/ou de Fe. Neste caso, a correção
se faz com a calagem calculada de acordo com a análise de solo e na quantidade permitida
para sistemas orgânicos. Devido ao seu alto poder tampão, a adição de matéria orgânica
ao solo ajudam a corrigir problemas de excessos e deficiências de nutrientes, especialmente
de micronutrientes, com muitos dos quais forma quelatos, regulando a disponibilidade
para as plantas.
Circular
Técnica, 65
Exemplares desta
publicação podem ser adquiridos na Embrapa Hortaliças Rodovia BR-060, trecho
Brasília-Anápolis, km 9 C. Postal 218, CEP 70.351-970 - Brasília-DF Fone: (61)
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1ª edição
1ª impressão
(2008): 1.000 exemplares
2ª impressão
(2012): 2.000 exemplares
Comitê de
Publicações
Presidente:
Warley Marcos Nascimento
Editor
Técnico: Fábio Akyioshi Suinaga
Supervisor
Editorial: George James
Secretária:
Gislaine Costa Neves
Membros:
Agnaldo Donizete Ferreira de Carvalho, Carlos
Alberto Lopes, Ítalo Moraes Rocha Guedes,
Jadir Borges Pinheiro, José Lindorico de Mendonça, Mariane Carvalho Vidal,
Neide Botrel, Rita de Fátima Alves Luengo
Expediente
Normalização
bibliográfica: Rosane M. Parmagnani
Editoração eletrônica: José Miguel dos Santos e André L. Garcia
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