terça-feira, 6 de agosto de 2013



     Desenvolvimento sustentável é um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais, como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem degradação ao meio ambiente e principalmente, desenvolver ações no sentido de rever padrões insustentáveis de consumo e minorar as desigualdades sociais. Confunde-se muito desenvolvimento com crescimento econômico. São coisas distintas:

- Desenvolvimento que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais, onde as atividades econômicas são incentivadas em detrimento ao esgotamento dos recursos naturais do país, é involução, é insustentável e está fadado ao insucesso.

- Desenvolvimento sustentável está relacionado à qualidade, ao invés da quantidade, com a redução de matéria-prima e produtos, implicando em mudanças nos padrões de consumo e do nível de conscientização.

     Desenvolvimento sustentável é o grande desafio do século XXI e todos podem colaborar para que possamos atingir este importante objetivo. Desenvolvimento sustentável é o modelo que prevê a integração entre economia, sociedade e meio ambiente, ou seja, é a noção de que o crescimento econômico deve levar em consideração a inclusão social e a proteção ambiental. A primeira etapa para conquistar o desenvolvimento sustentável é reconhecer que os recursos naturais são finitos e, quando usá-los, deve ser com critério e planejamento. Em outras palavras, significa que, nós podemos usar os recursos naturais como água, ar, solo, alimentos, mas com cuidado e muito respeito para não acabarmos com tudo, com a poluição causada principalmente pela industrialização e produção, através das explorações mineiras, petrolíferas e agrícolas. Ou seja, em todas as nossas ações do dia-a-dia, temos sempre que lembrar do meio ambiente e preservá-lo para que possamos viver bem hoje e deixarmos nosso planeta em condições adequadas para que os nossos filhos e netos e, todos os outros seres que aqui existem, também vivam bem. A seguir, algumas práticas não sustentáveis, muito comuns, adotadas nas zonas urbanas.



O desperdício de água

     A água é essencial para todos os seres vivos e cobre cerca de 70% da superfície da terra. Os oceanos são responsáveis por 97,2% de toda a água do planeta, entretanto não podemos beber água do mar, por isso é necessário que as fontes de água  doce sejam preservadas. Os seres humanos que poluem através de ações incorretas, esquecem de que essas ações podem atingi-los de forma direta. Além de ser o principal constituinte do corpo humano é essencial para o pleno funcionamento do organismo, sendo utilizada de diversas formas, principalmente para alimentação e sobrevivência dos animais e plantas.

     Desde os primórdios da humanidade sabemos que o homem sempre se estabeleceu em locais próximos aos rios e mares, para garantir seu sustento através da pesca e da agricultura. Porém, com o passar dos anos, a água passou a ser tratada com desrespeito, sendo desperdiçada e, o que é pior, poluída por substâncias químicas utilizadas na industrialização e agricultura, além da contaminação causada pelas explorações de minas e petróleo. Os resultados são catastróficos, pois temos atualmente grandes índices de poluição ambiental do planeta, envolvendo a qualidade da água que consumimos. O cuidado com a água exige atenção cada vez maior, pois em 40 anos, a demanda deve crescer mais de 50%. Existem dois riscos: o risco de escassez por aumento da demanda (maior quantidade de usuários e demanda) e da escassez de qualidade devido à contaminação da água disponível. 

Como se perde a água? A quantidade de água na terra é praticamente a mesma há milhões de anos, devido ao fenômeno chamado Ciclo Hidrológico; Águas do mar e dos continentes evaporam, formam nuvens, voltam à terra (chuva, neve), escorrem para rios, lagos e subsolo e, finalmente, retornam ao mar. Como se perde a água, então? Com a poluição e a contaminação dos recursos hídricos. 






Poluição das águas

     As causas da crescente poluição das águas são numerosas. Pesquisa divulgada pelo IBGE mostra que o esgoto doméstico é o grande problema ambiental brasileiro, seguido do uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos que causam contaminação da água no país. Os efluentes químicos lançados pela indústria, a exploração de minas e os detergentes sintéticos de utilização doméstica, que se generalizaram depois da 2ª Guerra Mundial, também contribuem para a poluição das águas. O lixo que demora milhares de anos para se decompor (Figura 2), acumulado nos rios, lagos e mares prejudica a qualidade da água e os seres vivos que ali vivem. Os agroquímicos utilizados pela agricultura em escala crescente são arrastados, em parte, pelas águas e, especialmente pela erosão dos solos e, assim lançados nos rios, lagos e mar. Certos produtos químicos são altamente tóxicos, como o chumbo (Pb), o mercúrio (Hg), o cobre (Cu), o zinco (Zn), o crómio (Cr), o níquel (Ni), o cádmio (Cd), etc., mas mesmo assim são lançados para as águas fluviais e marítimas. Nos oceanos, o principal perigo ambiental é o transporte de petróleo pelos grandes petroleiros; além dos acidentes que, infelizmente ocorrem, os petroleiros, depois de descarregarem a sua carga, ainda fazem a lavagem dos seus tanques, lançando ao mar e contribuindo para a poluição das águas.


Figura 2. A decomposição do lixo no meio ambiente: tempo que demora para se decompor 



     A ONU elaborou um documento com medidas cautelosas a favor desse bem natural, trazendo também informações para garantir a preservação ambiental e a consciência ecológica em relação à água. As principais medidas são: a) Que devemos ser responsáveis com a economia de água, pois essa é condição essencial de vida; b) Que ela é um patrimônio mundial e que todos nós somos responsáveis pela sua conservação; c) Que a água potável deve ser utilizada com economia, pois os recursos de tratamento são ainda lentos e escassos; d) Que o equilíbrio do planeta depende da conservação dos rios, mares e oceanos, bem como dos ciclos naturais da água; e) Que devemos ser responsáveis com as gerações futuras; f) Que precisamos utilizá-la tendo consciência de que não devemos poluí-la ou envenená-la e g) Que o homem deve ser solidário, evitando o seu desperdício e lutando pelo seu equilíbrio na natureza.



Dicas de uso racional da água

     Apesar da água ocupar 70% da superfície da terra, apenas 0,01% pode ser consumida! Por isso, é muito importante economizar. É de fundamental importância a conscientização da população em relação à educação ambiental. Se cada um reduzir um a dois minutos do tempo de banho diário, três a seis litros de água serão economizados. Se multiplicar este volume pelo número de habitantes presentes em uma cidade, percebe-se que os resultados trazem impactos positivos e fazem a diferença. Especialmente nas estiagens, apesar dos alertas das autoridades, é muito comum vermos pessoas desperdiçando este bem precioso. 

     A água doce é um recurso finito do Planeta Terra. E o processo de tratamento da água é criterioso e caro. Por isso, use racionalmente e evite qualquer desperdício:

- Utilização da água da chuva, através da coleta por meio de calhas e armazenamento em caixas, é uma das medidas mais importantes tanto nas cidades como no campo, para economizar água potável. Para maiores informações sobre o método, consulte a Epagri – Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina;

- Feche bem as torneiras após o uso. A torneira aberta durante 1 minuto, gasta 3 litros de água; Feche a torneira enquanto escova os dentes ou faz a barba. Uma torneira gotejando gasta 46 litros de água/dia; um filete desperdiça de 180 a 750 litros/dia; e uma torneira jorrando gasta de 25 mil a 45 mil litros/dia; 

- Desligue o chuveiro para se ensaboar e reabra para se enxaguar. Evite banhos demorados. O chuveiro aberto durante 15 minutos gasta 60 litros de água;

- Antes de lavar a louça, remova restos de comida dos pratos e das panelas, ensaboe, e só abra a torneira para o enxague; 

- Evite lavar as calçadas com mangueira. Elas podem ser varridas; 

- Molhe plantas e jardins ao entardecer ou amanhecer. Isso evita a evaporação rápida da água. E utilize regador em vez de mangueira;

- Evite que as crianças brinquem de tomar banho com mangueira. Banhos de mangueira e toda sorte de brincadeiras com água são sem dúvida divertidas, mas passam a equivocada ideia de que a água é um recurso infinito;

-Fique atento aos vazamentos em pias, chuveiros e vasos sanitários;

- Conserte imediatamente os vazamentos e fugas d´água, trocando as partes danificadas das canalizações. Não faça remendos provisórios.

Água é vida! Vamos usar com inteligência para que ela nunca falte. O futuro de nosso planeta depende da forma com que usamos a água hoje!





Fazer queimadas para limpar o solo e jogar “lixo” nos terrenos baldios, rios, córregos e lagos, não são práticas sustentáveis

     O desenvolvimento sustentável está relacionado à qualidade, ao invés da quantidade, com a redução de  matéria-prima e produtos. Implica em mudanças nos padrões de consumo e do nível de conscientização. O planeta está sofrendo porque gastamos em excesso, água e energia, consumimos muito e produzimos grandes quantidades de “lixo”. Ser sustentável é usar somente o necessário e promover o melhor tanto para as pessoas como para o meio ambiente.

     As queimadas, especialmente na calada da noite, além de poluir e deixar odores desagradáveis no ar que respiramos e nas roupas que estão secando no varal, ainda desperdiça matéria orgânica, essencial para adubar a horta e o jardim.

Dar o destino certo para o “lixo”: Livrar-se do “lixo”, jogando nos terrenos baldios, rios, córregos e lagos, não é uma prática sustentável. É muito comum, especialmente nas cidades, as pessoas querer livrar-se do “lixo” jogando nos terrenos baldios e até colocando nas lixeiras de outros moradores. Também é não é raro encontrar moradores que não possuem lixeira e, por isso, colocam nos terrenos baldios ou nas lixeiras de outros moradores. Para estas pessoas, quanto mais longe estiver o lixo de sua residência, melhor. Não importa se o 'lixo' vai importunar os vizinhos e deixar cheiro desagradável. Outra prática comum, especialmente em nossa cidade, é a falta de conscientização das pessoas que jogam pelas ruas, especialmente após as festas, todo tipo de 'lixo' (copos, garrafas, embalagens, plásticos e etc.). A prefeitura tem feito sua parte, procurando deixar limpo as ruas, mas os moradores precisam fazer a sua parte e cuidar da nossa cidade. Cada morador tem que ser responsável pelo seu 'lixo'.

Transformar o “lixo” orgânico em adubo natural: Um dos maiores potenciais desperdiçados é o não-aproveitamento do 'lixo' orgânico, que geralmente vem de restos de alimentos .O 'lixo' orgânico pode ser transformado em adubo natural de ótima qualidade, através da compostagem. O adubo é de ótima qualidade pois estimula a saúde natural das plantas, reduz as pragas, doenças e plantas espontâneas (“mato”) é boa fonte de macro e micronutrientes essenciais, melhora a estrutura do solo tornando-o mais fofo, é mais rico em nutrientes e com mais vida e, ainda corrige a acidez do solo. É importante lembrar que, quando destinado corretamente, o “lixo” orgânico pode reduzir cerca de 90% do peso e dois terços do volume de resíduos transportados de uma residência ao aterro sanitário. Cerca de 3% do metano que ajuda a causar o efeito estufa é gerado pelo lixo orgânico doméstico. Por isso, todos ganham com a transformação do “lixo” orgânico em composto orgânico! as prefeituras, os recolhedores do lixo, o planeta, a população que terá uma cidade mais limpa e com menos cheiro desagradável, a horta, o jardim e até as plantas ornamentais cultivadas em vaso, pois terão um adubo de ótima qualidade e barato feito em casa, sem poluir o meio ambiente. Como fazer o composto orgânico aproveitando o “lixo” orgânico? O local escolhido deve ser protegido da insolação e chuvas torrenciais, livre de enxurradas e com boa drenagem, para que a água não fique empoçada. Deve-se colocar uma camada de resíduos domésticos (cascas de frutas e hortaliças, casca de ovo, borra de café, erva de chimarrão e restos de comida, com exceção de carne), cobrindo com cerca de 5 cm de terra e, assim sucessivamente. A cada camada colocada, deve-se irrigar. Restos de culturas (milho, feijão, arroz e outras espécies) e plantas espontâneas (“inços”), capim, palhas, folhas que caem na horta e jardim, aparas de grama e outros materiais podem ser aproveitados.



Outras sugestões para o dia a dia, visando o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente nas cidades


Adotar a prática dos três 'erres': o primeiro R, de REDUÇÃO, que se recomenda evitar adquirir produtos desnecessários; o segundo R, de REUTILIZAÇÃO, que sugere que se reaproveite embalagens, plásticos e vidros, por exemplo; por fim, o terceiro e último R, de RECICLAGEM, que orienta separar o que pode ser transformado em outro produto ou, então, em produto semelhante através da coleta seletiva do lixo; Reciclagem de diversos tipos de materiais: reciclagem de papel, alumínio, plástico, vidro, ferro, borracha, etc.; Quase todo o lixo produzido pode virar alguma coisa útil. O descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos deve ser em locais especializados. Estas baterias nunca devem ser jogadas em lixo comum. Use somente pilhas e baterias recarregáveis. Embora mais caras, mas com uso em médio e longo prazo elas se pagam com muito lucro. O “lixo” ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. O país lucraria também ao poupar o dinheiro que é gasto para dar fim ao lixo. “Lixo' é o único produto da economia com preço negativo”. Em outras palavras, o processamento de 'lixo' é o único negócio no qual a aquisição da matéria-prima é remunerada – paga-se para livrar-se dela. E paga-se muito. As prefeituras brasileiras costumam gastar entre 5% e 12% de seus orçamentos com lixo. Sem falar que o melhor aproveitamento do lixo valorizaria dois bens que não têm preço: a saúde da população e a natureza. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 76% do lixo brasileiro acaba em lixões a céu aberto. Esses lixões são uma ameaça à saúde pública porque permitem a proliferação de vetores de doenças. Além disso, a decomposição do lixo nesses locais não só gera o metano que polui o ar como também o chorume, um líquido preto e fedido que envenena as águas superficiais e subterrâneas.

Tratamento de esgotos industriais e domésticos para que não sejam jogados em rios, lagos, córregos e mares (somente 40% dos municípios do Brasil possuem tratamento de esgotos domésticos);

- Geração de energia através de fontes não poluentes como, por exemplo, eólica e solar;

- Criação e proteção de áreas verdes, especialmente nos grandes centros urbanos: O papel delas no aquecimento global é crítico, pois mantém a quantidade de gás carbônico controlada na atmosfera. Uma árvore absorve uma tonelada de gás carbônico durante sua vida;

- Diminuição na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel), substituindo-os por  biocombustíveis;

- Substituição gradual dos meios de transportes individuais (carros particulares) por coletivos(metrô) e incentivo ao transporte solidário (um veículo circulando com várias pessoas); 

- Combate ao desmatamento ilegal de matas e florestas e à ocupação irregular em regiões de mananciais;

- Criação de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a utilização de bicicletas como meio de transporte eficiente e seguro;

- Valorização da produção regional e consumo de alimentos orgânicos: Compre alimentos produzidos na sua região. Fazendo isso, além de economizar combustível, você incentiva o crescimento da sua comunidade, bairro ou cidade. Você sabia que, além de não usar agrotóxicos, os orgânicos respeitam os ciclos de vida de animais, insetos e ainda por cima absorvem mais gás carbônico da atmosfera que a agricultura "tradicional"?

- Substituição, em supermercados e lojas, das sacolas plásticas: Utilize uma sacola para as compras. Sacolinhas plásticas descartáveis são um dos grandes inimigos do meio-ambiente. Elas não apenas liberam gás carbônico e metano na atmosfera, como também poluem o solo e o mar. 









Ferreira On 8/06/2013 04:47:00 AM Comentarios

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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Algumas práticas, não sustentáveis, adotadas nas cidades



     Desenvolvimento sustentável é um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais, como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem degradação ao meio ambiente e principalmente, desenvolver ações no sentido de rever padrões insustentáveis de consumo e minorar as desigualdades sociais. Confunde-se muito desenvolvimento com crescimento econômico. São coisas distintas:

- Desenvolvimento que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais, onde as atividades econômicas são incentivadas em detrimento ao esgotamento dos recursos naturais do país, é involução, é insustentável e está fadado ao insucesso.

- Desenvolvimento sustentável está relacionado à qualidade, ao invés da quantidade, com a redução de matéria-prima e produtos, implicando em mudanças nos padrões de consumo e do nível de conscientização.

     Desenvolvimento sustentável é o grande desafio do século XXI e todos podem colaborar para que possamos atingir este importante objetivo. Desenvolvimento sustentável é o modelo que prevê a integração entre economia, sociedade e meio ambiente, ou seja, é a noção de que o crescimento econômico deve levar em consideração a inclusão social e a proteção ambiental. A primeira etapa para conquistar o desenvolvimento sustentável é reconhecer que os recursos naturais são finitos e, quando usá-los, deve ser com critério e planejamento. Em outras palavras, significa que, nós podemos usar os recursos naturais como água, ar, solo, alimentos, mas com cuidado e muito respeito para não acabarmos com tudo, com a poluição causada principalmente pela industrialização e produção, através das explorações mineiras, petrolíferas e agrícolas. Ou seja, em todas as nossas ações do dia-a-dia, temos sempre que lembrar do meio ambiente e preservá-lo para que possamos viver bem hoje e deixarmos nosso planeta em condições adequadas para que os nossos filhos e netos e, todos os outros seres que aqui existem, também vivam bem. A seguir, algumas práticas não sustentáveis, muito comuns, adotadas nas zonas urbanas.



O desperdício de água

     A água é essencial para todos os seres vivos e cobre cerca de 70% da superfície da terra. Os oceanos são responsáveis por 97,2% de toda a água do planeta, entretanto não podemos beber água do mar, por isso é necessário que as fontes de água  doce sejam preservadas. Os seres humanos que poluem através de ações incorretas, esquecem de que essas ações podem atingi-los de forma direta. Além de ser o principal constituinte do corpo humano é essencial para o pleno funcionamento do organismo, sendo utilizada de diversas formas, principalmente para alimentação e sobrevivência dos animais e plantas.

     Desde os primórdios da humanidade sabemos que o homem sempre se estabeleceu em locais próximos aos rios e mares, para garantir seu sustento através da pesca e da agricultura. Porém, com o passar dos anos, a água passou a ser tratada com desrespeito, sendo desperdiçada e, o que é pior, poluída por substâncias químicas utilizadas na industrialização e agricultura, além da contaminação causada pelas explorações de minas e petróleo. Os resultados são catastróficos, pois temos atualmente grandes índices de poluição ambiental do planeta, envolvendo a qualidade da água que consumimos. O cuidado com a água exige atenção cada vez maior, pois em 40 anos, a demanda deve crescer mais de 50%. Existem dois riscos: o risco de escassez por aumento da demanda (maior quantidade de usuários e demanda) e da escassez de qualidade devido à contaminação da água disponível. 

Como se perde a água? A quantidade de água na terra é praticamente a mesma há milhões de anos, devido ao fenômeno chamado Ciclo Hidrológico; Águas do mar e dos continentes evaporam, formam nuvens, voltam à terra (chuva, neve), escorrem para rios, lagos e subsolo e, finalmente, retornam ao mar. Como se perde a água, então? Com a poluição e a contaminação dos recursos hídricos. 






Poluição das águas

     As causas da crescente poluição das águas são numerosas. Pesquisa divulgada pelo IBGE mostra que o esgoto doméstico é o grande problema ambiental brasileiro, seguido do uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos que causam contaminação da água no país. Os efluentes químicos lançados pela indústria, a exploração de minas e os detergentes sintéticos de utilização doméstica, que se generalizaram depois da 2ª Guerra Mundial, também contribuem para a poluição das águas. O lixo que demora milhares de anos para se decompor (Figura 2), acumulado nos rios, lagos e mares prejudica a qualidade da água e os seres vivos que ali vivem. Os agroquímicos utilizados pela agricultura em escala crescente são arrastados, em parte, pelas águas e, especialmente pela erosão dos solos e, assim lançados nos rios, lagos e mar. Certos produtos químicos são altamente tóxicos, como o chumbo (Pb), o mercúrio (Hg), o cobre (Cu), o zinco (Zn), o crómio (Cr), o níquel (Ni), o cádmio (Cd), etc., mas mesmo assim são lançados para as águas fluviais e marítimas. Nos oceanos, o principal perigo ambiental é o transporte de petróleo pelos grandes petroleiros; além dos acidentes que, infelizmente ocorrem, os petroleiros, depois de descarregarem a sua carga, ainda fazem a lavagem dos seus tanques, lançando ao mar e contribuindo para a poluição das águas.


Figura 2. A decomposição do lixo no meio ambiente: tempo que demora para se decompor 



     A ONU elaborou um documento com medidas cautelosas a favor desse bem natural, trazendo também informações para garantir a preservação ambiental e a consciência ecológica em relação à água. As principais medidas são: a) Que devemos ser responsáveis com a economia de água, pois essa é condição essencial de vida; b) Que ela é um patrimônio mundial e que todos nós somos responsáveis pela sua conservação; c) Que a água potável deve ser utilizada com economia, pois os recursos de tratamento são ainda lentos e escassos; d) Que o equilíbrio do planeta depende da conservação dos rios, mares e oceanos, bem como dos ciclos naturais da água; e) Que devemos ser responsáveis com as gerações futuras; f) Que precisamos utilizá-la tendo consciência de que não devemos poluí-la ou envenená-la e g) Que o homem deve ser solidário, evitando o seu desperdício e lutando pelo seu equilíbrio na natureza.



Dicas de uso racional da água

     Apesar da água ocupar 70% da superfície da terra, apenas 0,01% pode ser consumida! Por isso, é muito importante economizar. É de fundamental importância a conscientização da população em relação à educação ambiental. Se cada um reduzir um a dois minutos do tempo de banho diário, três a seis litros de água serão economizados. Se multiplicar este volume pelo número de habitantes presentes em uma cidade, percebe-se que os resultados trazem impactos positivos e fazem a diferença. Especialmente nas estiagens, apesar dos alertas das autoridades, é muito comum vermos pessoas desperdiçando este bem precioso. 

     A água doce é um recurso finito do Planeta Terra. E o processo de tratamento da água é criterioso e caro. Por isso, use racionalmente e evite qualquer desperdício:

- Utilização da água da chuva, através da coleta por meio de calhas e armazenamento em caixas, é uma das medidas mais importantes tanto nas cidades como no campo, para economizar água potável. Para maiores informações sobre o método, consulte a Epagri – Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina;

- Feche bem as torneiras após o uso. A torneira aberta durante 1 minuto, gasta 3 litros de água; Feche a torneira enquanto escova os dentes ou faz a barba. Uma torneira gotejando gasta 46 litros de água/dia; um filete desperdiça de 180 a 750 litros/dia; e uma torneira jorrando gasta de 25 mil a 45 mil litros/dia; 

- Desligue o chuveiro para se ensaboar e reabra para se enxaguar. Evite banhos demorados. O chuveiro aberto durante 15 minutos gasta 60 litros de água;

- Antes de lavar a louça, remova restos de comida dos pratos e das panelas, ensaboe, e só abra a torneira para o enxague; 

- Evite lavar as calçadas com mangueira. Elas podem ser varridas; 

- Molhe plantas e jardins ao entardecer ou amanhecer. Isso evita a evaporação rápida da água. E utilize regador em vez de mangueira;

- Evite que as crianças brinquem de tomar banho com mangueira. Banhos de mangueira e toda sorte de brincadeiras com água são sem dúvida divertidas, mas passam a equivocada ideia de que a água é um recurso infinito;

-Fique atento aos vazamentos em pias, chuveiros e vasos sanitários;

- Conserte imediatamente os vazamentos e fugas d´água, trocando as partes danificadas das canalizações. Não faça remendos provisórios.

Água é vida! Vamos usar com inteligência para que ela nunca falte. O futuro de nosso planeta depende da forma com que usamos a água hoje!





Fazer queimadas para limpar o solo e jogar “lixo” nos terrenos baldios, rios, córregos e lagos, não são práticas sustentáveis

     O desenvolvimento sustentável está relacionado à qualidade, ao invés da quantidade, com a redução de  matéria-prima e produtos. Implica em mudanças nos padrões de consumo e do nível de conscientização. O planeta está sofrendo porque gastamos em excesso, água e energia, consumimos muito e produzimos grandes quantidades de “lixo”. Ser sustentável é usar somente o necessário e promover o melhor tanto para as pessoas como para o meio ambiente.

     As queimadas, especialmente na calada da noite, além de poluir e deixar odores desagradáveis no ar que respiramos e nas roupas que estão secando no varal, ainda desperdiça matéria orgânica, essencial para adubar a horta e o jardim.

Dar o destino certo para o “lixo”: Livrar-se do “lixo”, jogando nos terrenos baldios, rios, córregos e lagos, não é uma prática sustentável. É muito comum, especialmente nas cidades, as pessoas querer livrar-se do “lixo” jogando nos terrenos baldios e até colocando nas lixeiras de outros moradores. Também é não é raro encontrar moradores que não possuem lixeira e, por isso, colocam nos terrenos baldios ou nas lixeiras de outros moradores. Para estas pessoas, quanto mais longe estiver o lixo de sua residência, melhor. Não importa se o 'lixo' vai importunar os vizinhos e deixar cheiro desagradável. Outra prática comum, especialmente em nossa cidade, é a falta de conscientização das pessoas que jogam pelas ruas, especialmente após as festas, todo tipo de 'lixo' (copos, garrafas, embalagens, plásticos e etc.). A prefeitura tem feito sua parte, procurando deixar limpo as ruas, mas os moradores precisam fazer a sua parte e cuidar da nossa cidade. Cada morador tem que ser responsável pelo seu 'lixo'.

Transformar o “lixo” orgânico em adubo natural: Um dos maiores potenciais desperdiçados é o não-aproveitamento do 'lixo' orgânico, que geralmente vem de restos de alimentos .O 'lixo' orgânico pode ser transformado em adubo natural de ótima qualidade, através da compostagem. O adubo é de ótima qualidade pois estimula a saúde natural das plantas, reduz as pragas, doenças e plantas espontâneas (“mato”) é boa fonte de macro e micronutrientes essenciais, melhora a estrutura do solo tornando-o mais fofo, é mais rico em nutrientes e com mais vida e, ainda corrige a acidez do solo. É importante lembrar que, quando destinado corretamente, o “lixo” orgânico pode reduzir cerca de 90% do peso e dois terços do volume de resíduos transportados de uma residência ao aterro sanitário. Cerca de 3% do metano que ajuda a causar o efeito estufa é gerado pelo lixo orgânico doméstico. Por isso, todos ganham com a transformação do “lixo” orgânico em composto orgânico! as prefeituras, os recolhedores do lixo, o planeta, a população que terá uma cidade mais limpa e com menos cheiro desagradável, a horta, o jardim e até as plantas ornamentais cultivadas em vaso, pois terão um adubo de ótima qualidade e barato feito em casa, sem poluir o meio ambiente. Como fazer o composto orgânico aproveitando o “lixo” orgânico? O local escolhido deve ser protegido da insolação e chuvas torrenciais, livre de enxurradas e com boa drenagem, para que a água não fique empoçada. Deve-se colocar uma camada de resíduos domésticos (cascas de frutas e hortaliças, casca de ovo, borra de café, erva de chimarrão e restos de comida, com exceção de carne), cobrindo com cerca de 5 cm de terra e, assim sucessivamente. A cada camada colocada, deve-se irrigar. Restos de culturas (milho, feijão, arroz e outras espécies) e plantas espontâneas (“inços”), capim, palhas, folhas que caem na horta e jardim, aparas de grama e outros materiais podem ser aproveitados.



Outras sugestões para o dia a dia, visando o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente nas cidades


Adotar a prática dos três 'erres': o primeiro R, de REDUÇÃO, que se recomenda evitar adquirir produtos desnecessários; o segundo R, de REUTILIZAÇÃO, que sugere que se reaproveite embalagens, plásticos e vidros, por exemplo; por fim, o terceiro e último R, de RECICLAGEM, que orienta separar o que pode ser transformado em outro produto ou, então, em produto semelhante através da coleta seletiva do lixo; Reciclagem de diversos tipos de materiais: reciclagem de papel, alumínio, plástico, vidro, ferro, borracha, etc.; Quase todo o lixo produzido pode virar alguma coisa útil. O descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos deve ser em locais especializados. Estas baterias nunca devem ser jogadas em lixo comum. Use somente pilhas e baterias recarregáveis. Embora mais caras, mas com uso em médio e longo prazo elas se pagam com muito lucro. O “lixo” ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. O país lucraria também ao poupar o dinheiro que é gasto para dar fim ao lixo. “Lixo' é o único produto da economia com preço negativo”. Em outras palavras, o processamento de 'lixo' é o único negócio no qual a aquisição da matéria-prima é remunerada – paga-se para livrar-se dela. E paga-se muito. As prefeituras brasileiras costumam gastar entre 5% e 12% de seus orçamentos com lixo. Sem falar que o melhor aproveitamento do lixo valorizaria dois bens que não têm preço: a saúde da população e a natureza. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 76% do lixo brasileiro acaba em lixões a céu aberto. Esses lixões são uma ameaça à saúde pública porque permitem a proliferação de vetores de doenças. Além disso, a decomposição do lixo nesses locais não só gera o metano que polui o ar como também o chorume, um líquido preto e fedido que envenena as águas superficiais e subterrâneas.

Tratamento de esgotos industriais e domésticos para que não sejam jogados em rios, lagos, córregos e mares (somente 40% dos municípios do Brasil possuem tratamento de esgotos domésticos);

- Geração de energia através de fontes não poluentes como, por exemplo, eólica e solar;

- Criação e proteção de áreas verdes, especialmente nos grandes centros urbanos: O papel delas no aquecimento global é crítico, pois mantém a quantidade de gás carbônico controlada na atmosfera. Uma árvore absorve uma tonelada de gás carbônico durante sua vida;

- Diminuição na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel), substituindo-os por  biocombustíveis;

- Substituição gradual dos meios de transportes individuais (carros particulares) por coletivos(metrô) e incentivo ao transporte solidário (um veículo circulando com várias pessoas); 

- Combate ao desmatamento ilegal de matas e florestas e à ocupação irregular em regiões de mananciais;

- Criação de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a utilização de bicicletas como meio de transporte eficiente e seguro;

- Valorização da produção regional e consumo de alimentos orgânicos: Compre alimentos produzidos na sua região. Fazendo isso, além de economizar combustível, você incentiva o crescimento da sua comunidade, bairro ou cidade. Você sabia que, além de não usar agrotóxicos, os orgânicos respeitam os ciclos de vida de animais, insetos e ainda por cima absorvem mais gás carbônico da atmosfera que a agricultura "tradicional"?

- Substituição, em supermercados e lojas, das sacolas plásticas: Utilize uma sacola para as compras. Sacolinhas plásticas descartáveis são um dos grandes inimigos do meio-ambiente. Elas não apenas liberam gás carbônico e metano na atmosfera, como também poluem o solo e o mar. 









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