sábado, 13 de julho de 2013





Gengibre
     Acredita-se que o gengibre (Zingiber officinale Roscoe), também conhecido como gingibre, gengivre, mangarataia e mangaratiá, pertencente à família Zingiberaceae, seja originário da Índia e, posteriormente, introduzido em várias pares do mundo, em regiões de clima tropical e subtropical. Bem adaptada às regiões de clima quente e úmido do país, ocorre na faixa litorânea que vai do Amazonas a Santa Catarina. As principais áreas de cultivo estão no Espírito Santo, sul de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. As raízes são ramificadas, carnosas, geralmente de cor amarela (Figura 1), sendo encontradas variedades de cor branca e azul. É uma planta herbácea, conhecida pelo homem há milênios como raiz comestível perene de sabor picante e parte aérea anual com folhas verdes-escuras, que pode atingir mais de um metro de altura (Figura 2). 





Figura 1. Raízes de gengibre







Figura 2. Lavoura de gengibre



Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas

     Os rizomas são utilizados na alimentação, na indústria de bebidas e como produto medicinal. O gengibre é uma raiz aromática, muito usada em condimentos e, que contém teores relevantes de niacina e ferro. O consumo pode ser in natura (em receitas de pratos doces e salgados), em forma de balas, óleo, pó, em conserva ou cristais (pequenos pedaços desidratados). O gengibre também tem uso na elaboração de licores e refrigerantes. Feito com cachaça, açúcar e especiarias, o quentão se distingue pelo sabor picante do gengibre, seu principal ingrediente. Por meio de destilação em corrente à vapor, pode ser extraído e empregado no processo de produção de perfumes, um óleo essencial que contém propriedades terapêuticas, como cafeno, felandreno, zingibereno e zingerona. No Japão é comum aplicar o produto durante massagens de coluna e articulações. Outra opção é consumi-lo em chás, bastando ferver 10g de gengibre descascado em 150 ml de água por 7 minutos, coar e beber. O chá de gengibre ajuda no tratamento contra gripe, tosse, resfriado e até ressaca. Há locutores e cantores que mastigam pequenos pedaços de gengibre para cuidar bem da voz. O gengibre em banhos e compressas quentes é indicado para aliviar os sintomas provocados por doenças como gota, artrite, dores de cabeça e da coluna, diminuindo inclusive o congestionamento nasal e cólicas menstruais.


     Os benefícios do gengibre à saúde humana são reconhecidos pela OMS - Organização Mundial da Saúde, especialmente quanto aos efeitos sobre o sistema digestivo. A OMS indica a hortaliça para evitar enjoos e náuseas. Mas a planta tem outras propriedades medicinais: O rizoma tem ação cicatrizante, desintoxicante, antialérgica, estimula o sistema imunológico e a produção de hormônios e, combate os radicais-livres. Com isso, protege contra gripes, resfriados, alivia os sintomas de tensão pré-menstrual, previne contra o envelhecimento e até desenvolvimento de câncer. A vitamina C da planta também ajuda a combater colesterol alto. Minerais como magnésio, selênio e zinco estão presentes nesse alimento, que faz bem para as articulações e ameniza sintomas de doenças como artrose. O gengibre é também considerado afrodisíaco, já que melhora a circulação sanguínea e ajuda contra disfunção erétil. 


     Para quem tem hipertensão grave, o gengibre não é recomendado, já que aumenta a pressão sanguínea. Pessoas com problemas de cálculos biliares ou que fazem uso de anticoagulantes também não devem consumir o gengibre. 




Cultivo
O clima tropical e subtropical, quente e úmido, com temperaturas entre 25 e 30ºC  favorece o cultivo de gengibre. A estação das chuvas é a indicada para iniciar o plantio de gengibre, em especial os meses de setembro a dezembro.
Cultivares: São encontradas diversas variedades de gengibre que recebem nomes regionais com variações quanto ao aspecto, conteúdo de fibras e de óleo, aroma e rendimento. No Brasil, a variedade mais cultivada é o “Gigante”, com melhor padrão comercial. Os clones regionais, geralmente, tem reduzido tamanho de raiz e pouca aceitação comercial. 


Propagação: O plantio é feito através de pedaços de raízes com 5 a 10 cm de comprimento, apresentando diversas gemas. Gasta-se, em média, de 3 a 4 t de raízes para o plantio de 1 ha. São usados como sementes, as raízes colhidas no mesmo ano, de preferência oriundas de lavouras que não sofreram ataque de doenças. Para acelerar a emergência das plantas no campo, recomenda-se induzir a brotação das raízes-sementes, antes do plantio, amontoando as raízes no campo, em camadas de 15 a 20 cm de altura e cobrindo com palha e, irrigando sobre a palha, diariamente, para mantê-las úmidas. Quando as brotações começarem a aparecer, as mudas estão no ponto ideal para o plantio.

Preparo do solo e plantio: O solo ideal é o argilo-arenoso, fértil, com pH entre 5,5 e 6,0 e boa drenagem. No preparo do solo deve-se eliminar os torrões muito grandes. O plantio do gengibre deve ser feito em sulcos com profundidade de 10 a 15 cm, dependendo do tamanho das raízes-sementes, 20 cm entre as plantas e 1,20 a 1,40 m entre as linhas. As raízes-sementes devem ser distribuídas ao longo dos sulcos posicionados transversalmente dentro do sulco, para que as novas brotações, cresçam perpendicularmente ao sulco, evitando que as raízes de uma planta entrelacem nos da planta vizinha e se partam na hora da colheita. Após estarem dispostos adequadamente, devem ser cobertos com uma camada de 5 a 10 cm de terra.

Adubação orgânica: recomenda-se adubar conforme a análise do solo e do adubo utilizado. Em geral, recomenda-se 15 t de composto orgânico por hectare, sendo aplicado de forma parcelada: 5 t/ha no plantio; 5 t na primeira cobertura, antes da primeira amontoa (90 dias) e 5 t/ha na segunda cobertura, antes da terceira amontoa.

Irrigação: durante períodos longos de seca, o gengibre deve ser irrigado. No entanto, excesso de umidade no solo pode apodrecer as raízes.

Capinas: A capina deve ser feita em faixas, eliminando-se com cuidado as plantas que crescem junto aos pés de gengibre, para não danificar as raízes. As plantas espontâneas (“mato”) que cresce entre as linhas de cultivo deve ser preservadas até iniciarem as amontoas. A partir desse momento não será mais possível preservar o mato nas entrelinhas devido a quantidade de terra exigida na amontoa. Por isso, devem ser planejados corredores de refúgio ao redor da lavoura ou em faixas de 20 em 20 m no interior da lavoura, com o objetivo de abrigar os inimigos naturais das pragas. 

Amontoa: é o chegamento de terra junto aos pés das plantas, de forma a recobrir as raízes que começam a aparecer na superfície. Essa operação deve ser feita de 3 a 4 vezes durante o ciclo do gengibre. Recomenda-se iniciar as amontoas quando as plantas estiverem com cerca de 30 cm de altura. Normalmente, as amontoas são realizadas aos 90, 120, 150 e 180 dias após o plantio. 

Adubação de cobertura: a 1ª adubação de cobertura é feita por ocasião da primeira amontoa e outra na terceira amontoa, ou seja, aos 90 e 150 dias após o plantio, respectivamente, de acordo com a análise do solo.

Manejo de pragas e doenças: Dentre as pragas, pode ocorrer a lagarta rosca (Agrotis ipsilon) que pode atacar as brotações cortando-a no colo da planta e os nematoides. A rotação de culturas com gramíneas e leguminosas é uma prática eficiente no manejo de pragas. Dentre as doenças pode ocorrer o ataque de fungos (Fusarium, Phoma e etc.). A escolha de raízes-sementes sadias para o plantio e a rotação de culturas, são medidas preventivas e eficientes no manejo destes fungos.


Colheita

     O ponto de colheita é indicado pelo amarelecimento e secamento das folhas e brotos. O gengibre deve ser colhido de 7 a 10 meses, o que ocorre entre junho e agosto. As raízes são extraídas da terra, manualmente, com enxada ou enxadão e lavadas cuidadosamente para evitar ferimentos, pois podem ser porta de entrada de patógenos. O uso de estrados de bambú para colocar as raízes, utilizando-se jatos d’água no próprio campo, é uma das formas simples de lavagem logo após a colheita.





Nabo

O nabo (Brassica rapa L.) da família das brássicas, assim como o repolho, couve, couve-flor, brócolis e rabanete, é uma planta herbácea, bienal cultivada como anual, onde a raiz é a parte comestível. O sistema radicular do nabo é carnudo e pode assumir diversas formas e ter coloração uniforme ou ser bicolor, sendo o branco e o roxo as mais comuns (Figura 3). Alguns têm raízes compridas, outros redondas e há ainda outros de forma achatada. As folhas dos Nabos são de cor verde médio a escuro, rugosas, ásperas, pubescentes e dispostas em roseta durante a fase vegetativa do ciclo. As flores são amarelas, agrupadas numa haste floral. O fruto dos nabos é uma síliqua, característica da brássicas. Nativo da Europa e Ásia Central, o nabo foi cultivado pela primeira vez no Oriente Médio há 4.000 anos. O nabo, assim como os outros membros do gênero Brassica, foi introduzido no Brasil pelos colonizadores portugueses. Desde então, tem sido parte da alimentação dos brasileiros por ser um alimento saboroso e nutritivo. Uma das vantagens de se cultivar esta espécie é a possibilidade de aumentar a renda durante o tempo transcorrido entre duas outras culturas de ciclo mais longo (consórcio), pois além de ser relativamente rústica, apresenta ciclo muito curto (cerca de 30 dias), com retorno rápido.



Figura 3. Raízes e folhas de nabo redondo



Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas

     É cultivado devido às raízes, que são comestíveis, mas suas folhas também podem ser utilizadas para saladas e sopas. As raízes de nabo são conhecidos pelo sabor característico levemente amargo, porém refrescante, apreciado na culinária de vários países, principalmente em saladas. A maioria das pessoas serve os nabos frescos ou cozidos, mas eles também podem ser assados e cozidos no vapor ou fritos. Por sua versatilidade e pelo sabor doce e ao mesmo tempo picante, o nabo pode ser usado em saladas, cozidos, sopas e pratos de legumes. As raízes de nabo são ricas em vitamina C, fibras e sais minerais como o potássio, sódio, cálcio e fósforo. Por conter baixas calorias (100 gramas possui apenas 35 calorias), o nabo é muito indicado em dietas de restrições calóricas, por ser leve e ainda ajudar no processo de digestão. As folhas de nabo também são comestíveis e seu sabor é semelhante ao de mostarda. Mais nutritivas do que as raízes, as folhas de nabos são uma excelente fonte de beta-caroteno (Vitamina A), contêm boas doses de vitaminas K e C, folatos e cálcio. Uma xícara de folhas cozidas fornece 40 mg de vitamina C, aproximadamente 200 mg de cálcio e quase 300 mg de potássio. 


     O nabo (raiz) também serve como uma excelente fonte de cálcio e, um maior consumo deste importante mineral tem sido associado com uma diminuição significativa no risco de cancro do cólon e reto. O teor de fibra dietética das raízes aumenta ainda mais a sua capacidade de oferecer proteção contra o cancro colorrectal. É também uma boa fonte de fibras solúveis que ajudam a controlar os níveis de colesterol no sangue. Além disto, as folhas possuem uma substância chamada luteína, um poderoso antioxidante carotenóide. O beta-caroteno das folhas de nabo é importante porque os baixos níveis de vitamina A, que pode ser formada no organismo, a partir de beta-caroteno, são associados com artrite reumatóide O nabo possui ainda outras propriedades medicinais: é diurético, expectorante, purificador do sangue, emoliente, antipirético, alcalinizante e possui um leve efeito laxativo. No entanto, nas raízes também são encontradas quantidades mensuráveis de oxalatos, substâncias que se excessivamente concentrada nos fluidos corporais podem se cristalizar e causar sérios danos a saúde. O nabo é uma brássica (família de vegetais que inclui o repolho, c. flor, brócolis e o rabanete) que contém compostos sulfurosos que protegem contra certos tipos de câncer. No entanto, como outros vegetais desta família botânica, pode provocar gases e distensão abdominal.


Cultivo 

A cultura prefere climas frescos e úmidos e suporta geadas ligeiras. Em regiões ou épocas do ano quentes e secas, a produtividade é reduzida e a qualidade das raízes é afetada. As temperaturas ótimas situam-se entre os 15 a 20 Cº.


Época de plantio: O plantio na Região Sul e Sudeste é entre fevereiro e novembro e para as demais regiões entre maio e julho. 

Solos: Os nabos preferem solos de textura média (textura franco-arenosa), ricos em matéria orgânica (entre 2 a 4%), com pH entre 6,0 e 7,5, bem drenados e com boa capacidade de retenção de água durante a fase de crescimento. 

Cultivares: Existem os híbridos, com raízes compridas, chamados de Natsu Minouwas e as variedades Tokinashi Kokabu, Purple Topwhite Globe, Chato Francês, Shogoin, Snowball e outras. As melhores variedades são: Chato Francês, “Snowball”, Purple Top e Comprido Japonês (Figura 4).



Figura 4. Nabo japonês e nabo redondo



Irrigação: O nabo é muito exigente em água, principalmente na fase de engrossamento das raízes. 

Plantio e espaçamento: A semeadura é feita no local definitivo, depois de preparar o terreno e adubá-lo, conforme análise do solo. O espaçamento mais recomendado é de 30 x 10cm ou 40 x 15 cm, dependendo da variedade cultivada. Deve-se utilizar na semeadura, sementes na proporção de 3 kg/ha, sendo que um grama contém cerca de 70 sementes. Semear numa profundidade de 1 cm e regar.

Tratos culturais: resumem-se em desbaste (raleio), deixando um intervalo de 10 a 15 cm entre plantas, capinas e escarificações.

Manejo de doenças e pragas: É uma planta muito resistente e não costuma apresentar problemas com pragas e doenças, no cultivo orgânico, mas pode sofrer algum ataque de fungo e pragas como pulgões e as lagartas. Para os pulgões diversos preparados de plantas são eficientes tais como o extrato de pimenta e preparado de cebola (ver matérias postadas em 01, 16 e 27/09/2011 e 21 e 26/10/2011: “Manejo ecológico de insetos-pragas”) No manejo das lagartas, o uso de Baccilus thurigiensis (controle biológico) como o Dipel (produto comercial) e outros é eficiente. A adubação orgânica equilibrada, com base na análise do solo, e a rotação e consorciação de culturas que não pertencem a mesma família botânica (brássicas) são práticas preventivas muito eficientes no manejo de pragas e doenças, além de melhorar a fertilidade e as características físicas e biológicas do solo.



Colheita

O ciclo cultural tem a duração de cerca de 40 a 60 dias na primavera e verão e 90 a 100 dias no inverno. O ciclo do nabo comprido, também conhecido como nabo japonês é de 60 dias no verão e 80 dias no inverno. 





Rabanete
O rabanete (Raphanus sativus L.) é uma raiz tuberosa, originária da região Mediterrânea, apreciada pela polpa crocante e sabor picante. Pertence à familia Brassicaceae, a mesma da couve, couve-flor, repolho, nabo e brócolis. Era uma hortaliça muito apreciada no antigo Egito, Assíria, Grécia e Roma. No Egito, os construtores das pirâmides consumiam grandes quantidades de rabanete, juntamente com cebola e alho. A raiz tuberosa apresenta grande variação de tamanho e de forma, podendo ser redonda, oval ou alongada, sendo a cor da casca branca, vermelha ou vermelha e branca, enquanto que a polpa é sempre branca. O rabanete redondo de casca vermelha é o preferido no mercado brasileiro (Figura 5). Os melhores preços são alcançados de julho a outubro.




Figura 5. Raízes de rabanete


Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas

     Atualmente o rabanete é muito consumido na cozinha asiática. Suas qualidades ainda são pouco conhecidas pelos brasileiros que o consomem em pequena quantidade. O rabanete é uma excelente alternativa para diversificar a dieta. O uso mais comum é na forma crua, em saladas. Devido à sua cor e formato, ajuda a decorar a salada quando cortado em rodelas e servido com tomate, aipo e pepino, estimulando assim o consumo de outras hortaliças. Quando grandes, podem ser consumidos cozidos ou como picles. Quando cozidos, o sabor é menos picante. Podem ser combinados com recheios e molhos de acordo com a preferência. O rabanete não precisa ser descascado para ser consumido. A folha do rabanete (Figura 1) pode ser aproveitada para preparar sopas, refogados ou recheio de tortas e bolinhos. O rabanete é um ótimo estimulante do apetite; consuma-o com pouco sal, antes das refeições. Os temperos que combinam são: limão, sal, cheiro-verde, vinagre e azeite. Possui poucas calorias, sendo portanto recomendado para pessoas que querem emagrecer. É uma boa fonte de vitamina C, fósforo e fibras, além de conter pequenas quantidades de ferro, potássio e folato. Suas folhas são excelente fonte de cálcio, ferro e de vitaminas A e C. 


     No rabanete estão presentes compostos sulfurosos que podem proteger contra o câncer. Popularmente, acredita-se que o rabanete tem propriedades diuréticas e laxativas e que seu suco atua de forma eficaz no tratamento de urticária e na eliminação de catarro dos pulmões. Como outros vegetais da família das brássicas, os rabanetes também podem causar distensão abdominal e flatulência em algumas pessoas.



Cultivo

O rabanete é uma cultura de ciclo curto e o ambiente exerce grande interferência na qualidade de suas raízes. Variações nas condições de temperatura e umidade do solo durante o desenvolvimento das plantas podem prejudicar a produtividade e a qualidade das raízes. O rabanete é uma planta muito fácil de cultivar e de ciclo rápido, por isso, um método interessante para se cultivar o rabanete é o consórcio com outras culturas de maiores espaçamentos O rabanete adapta-se melhor a regiões de clima frio ou temperado, o que torna a região Sul a mais propícia para o seu plantio. As melhores temperaturas para o seu desenvolvimento ficam entre 10º e 20 ºC. 


Solo e época de plantio: Os solos mais indicados são os areno-argilosos e o plantio pode ser feito em qualquer época do ano em regiões de clima ameno. Porém, nas demais regiões do Brasil, onde o verão é sempre quente e chuvoso, recomenda-se que seja feito de abril a junho. Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Cultivares, semeadura e espaçamento: Multiplica-se facilmente por sementes. A semeadura deve ser realizada diretamente no local definitivo, em canteiros bem preparados e destorroados, na quantidade de 0,3 g de sementes por m2. As sementes germinam em 4 a 10 dias. O espaçamento mais recomendado é o de 15 x 8 para a variedade Early Scarlet Globe. Para as demais variedades pode-se utilizar o espaçamento de 25 cm entre fileiras por 10cm entre plantas. 

Irrigação: O principal cuidado a ser tomado com o cultivo do rabanaete é manter uma irrigação constante, que deve ser feita diariamente para proporcionar um crescimento rápido. 

Tratos culturais: Recomenda-se a retirada de plantas espontâneas (“mato”) através de capinas manuais e uma escarificação no início do desenvolvimento das plantas. 

Manejo de doenças e pragas: Por se tratar de uma cultura bem resistente e de ciclo rapidíssimo, o rabanete não sofre muito com infestações de pragas e doenças. No entanto, deve-se manter atenção com relação à presença de grilos e pulgões que podem serem manejados com preparados de plantas ((ver matérias postadas em 01, 16 e 27/09/2011 e 21 e 26/10/2011: “Manejo ecológico de insetos-pragas”). Medidas preventivas tais como adubação orgânica equilibrada, com base na análise do solo e a rotação e consorciação de culturas utilizando espécies que não sejam da família das brássicas, são importantes para reduzir as doenças e pragas do rabanete.



Colheita 

Os rabanetes podem ser colhidos em cerca de 33 dias. Não deve-se realizar a colheita tardiamente sob pena de ter apenas rabanetes fibrosos e secos. Em geral, as raízes são vendidas em maços, de cerca de 800g. As folhas devem estar com aspecto de produto fresco, com cor verde brilhante. As raízes devem ter a casca com cor uniforme, ser firmes e lisas, sem pontos escuros ou rachaduras. Quando passadas, por terem sido colhidas tardiamente ou por estarem há muito tempo na gôndola do supermercado, as raízes ficam duras e esponjosas. O rabanete redondo, mais comum no mercado brasileiro, tem em média 3 cm de diâmetro; raízes maiores têm maior probabilidade de ser esponjosas. Os rabanetes murcham rapidamente, por isso devem ser mantidos preferencialmente em geladeira, dentro de sacos de plástico perfurados. Caso seja preciso lavar os rabanetes antes de armazená-los na geladeira, seque-os superficialmente.


















Ferreira On 7/13/2013 11:37:00 AM 1 comment

Um comentário:

  1. BOA NOITE!TENHO EM MINHAS TERRAS BASTANTE GENGIBRE BRANCO E GOSTARIA DE COMERCIALIZA ESTE TIPO.
    GOSTARIA DE MAIS INFORMAÇÃO CASO ALGUEM POSSA ME AJUDAR.PELO E-MAIL saulmaia41@gmail.com. DESDE DE JA AGRADEÇO OBRIGADO.

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sábado, 13 de julho de 2013

Cultivo orgânico de hortaliças-raízes Parte III (final)





Gengibre
     Acredita-se que o gengibre (Zingiber officinale Roscoe), também conhecido como gingibre, gengivre, mangarataia e mangaratiá, pertencente à família Zingiberaceae, seja originário da Índia e, posteriormente, introduzido em várias pares do mundo, em regiões de clima tropical e subtropical. Bem adaptada às regiões de clima quente e úmido do país, ocorre na faixa litorânea que vai do Amazonas a Santa Catarina. As principais áreas de cultivo estão no Espírito Santo, sul de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. As raízes são ramificadas, carnosas, geralmente de cor amarela (Figura 1), sendo encontradas variedades de cor branca e azul. É uma planta herbácea, conhecida pelo homem há milênios como raiz comestível perene de sabor picante e parte aérea anual com folhas verdes-escuras, que pode atingir mais de um metro de altura (Figura 2). 





Figura 1. Raízes de gengibre







Figura 2. Lavoura de gengibre



Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas

     Os rizomas são utilizados na alimentação, na indústria de bebidas e como produto medicinal. O gengibre é uma raiz aromática, muito usada em condimentos e, que contém teores relevantes de niacina e ferro. O consumo pode ser in natura (em receitas de pratos doces e salgados), em forma de balas, óleo, pó, em conserva ou cristais (pequenos pedaços desidratados). O gengibre também tem uso na elaboração de licores e refrigerantes. Feito com cachaça, açúcar e especiarias, o quentão se distingue pelo sabor picante do gengibre, seu principal ingrediente. Por meio de destilação em corrente à vapor, pode ser extraído e empregado no processo de produção de perfumes, um óleo essencial que contém propriedades terapêuticas, como cafeno, felandreno, zingibereno e zingerona. No Japão é comum aplicar o produto durante massagens de coluna e articulações. Outra opção é consumi-lo em chás, bastando ferver 10g de gengibre descascado em 150 ml de água por 7 minutos, coar e beber. O chá de gengibre ajuda no tratamento contra gripe, tosse, resfriado e até ressaca. Há locutores e cantores que mastigam pequenos pedaços de gengibre para cuidar bem da voz. O gengibre em banhos e compressas quentes é indicado para aliviar os sintomas provocados por doenças como gota, artrite, dores de cabeça e da coluna, diminuindo inclusive o congestionamento nasal e cólicas menstruais.


     Os benefícios do gengibre à saúde humana são reconhecidos pela OMS - Organização Mundial da Saúde, especialmente quanto aos efeitos sobre o sistema digestivo. A OMS indica a hortaliça para evitar enjoos e náuseas. Mas a planta tem outras propriedades medicinais: O rizoma tem ação cicatrizante, desintoxicante, antialérgica, estimula o sistema imunológico e a produção de hormônios e, combate os radicais-livres. Com isso, protege contra gripes, resfriados, alivia os sintomas de tensão pré-menstrual, previne contra o envelhecimento e até desenvolvimento de câncer. A vitamina C da planta também ajuda a combater colesterol alto. Minerais como magnésio, selênio e zinco estão presentes nesse alimento, que faz bem para as articulações e ameniza sintomas de doenças como artrose. O gengibre é também considerado afrodisíaco, já que melhora a circulação sanguínea e ajuda contra disfunção erétil. 


     Para quem tem hipertensão grave, o gengibre não é recomendado, já que aumenta a pressão sanguínea. Pessoas com problemas de cálculos biliares ou que fazem uso de anticoagulantes também não devem consumir o gengibre. 




Cultivo
O clima tropical e subtropical, quente e úmido, com temperaturas entre 25 e 30ºC  favorece o cultivo de gengibre. A estação das chuvas é a indicada para iniciar o plantio de gengibre, em especial os meses de setembro a dezembro.
Cultivares: São encontradas diversas variedades de gengibre que recebem nomes regionais com variações quanto ao aspecto, conteúdo de fibras e de óleo, aroma e rendimento. No Brasil, a variedade mais cultivada é o “Gigante”, com melhor padrão comercial. Os clones regionais, geralmente, tem reduzido tamanho de raiz e pouca aceitação comercial. 


Propagação: O plantio é feito através de pedaços de raízes com 5 a 10 cm de comprimento, apresentando diversas gemas. Gasta-se, em média, de 3 a 4 t de raízes para o plantio de 1 ha. São usados como sementes, as raízes colhidas no mesmo ano, de preferência oriundas de lavouras que não sofreram ataque de doenças. Para acelerar a emergência das plantas no campo, recomenda-se induzir a brotação das raízes-sementes, antes do plantio, amontoando as raízes no campo, em camadas de 15 a 20 cm de altura e cobrindo com palha e, irrigando sobre a palha, diariamente, para mantê-las úmidas. Quando as brotações começarem a aparecer, as mudas estão no ponto ideal para o plantio.

Preparo do solo e plantio: O solo ideal é o argilo-arenoso, fértil, com pH entre 5,5 e 6,0 e boa drenagem. No preparo do solo deve-se eliminar os torrões muito grandes. O plantio do gengibre deve ser feito em sulcos com profundidade de 10 a 15 cm, dependendo do tamanho das raízes-sementes, 20 cm entre as plantas e 1,20 a 1,40 m entre as linhas. As raízes-sementes devem ser distribuídas ao longo dos sulcos posicionados transversalmente dentro do sulco, para que as novas brotações, cresçam perpendicularmente ao sulco, evitando que as raízes de uma planta entrelacem nos da planta vizinha e se partam na hora da colheita. Após estarem dispostos adequadamente, devem ser cobertos com uma camada de 5 a 10 cm de terra.

Adubação orgânica: recomenda-se adubar conforme a análise do solo e do adubo utilizado. Em geral, recomenda-se 15 t de composto orgânico por hectare, sendo aplicado de forma parcelada: 5 t/ha no plantio; 5 t na primeira cobertura, antes da primeira amontoa (90 dias) e 5 t/ha na segunda cobertura, antes da terceira amontoa.

Irrigação: durante períodos longos de seca, o gengibre deve ser irrigado. No entanto, excesso de umidade no solo pode apodrecer as raízes.

Capinas: A capina deve ser feita em faixas, eliminando-se com cuidado as plantas que crescem junto aos pés de gengibre, para não danificar as raízes. As plantas espontâneas (“mato”) que cresce entre as linhas de cultivo deve ser preservadas até iniciarem as amontoas. A partir desse momento não será mais possível preservar o mato nas entrelinhas devido a quantidade de terra exigida na amontoa. Por isso, devem ser planejados corredores de refúgio ao redor da lavoura ou em faixas de 20 em 20 m no interior da lavoura, com o objetivo de abrigar os inimigos naturais das pragas. 

Amontoa: é o chegamento de terra junto aos pés das plantas, de forma a recobrir as raízes que começam a aparecer na superfície. Essa operação deve ser feita de 3 a 4 vezes durante o ciclo do gengibre. Recomenda-se iniciar as amontoas quando as plantas estiverem com cerca de 30 cm de altura. Normalmente, as amontoas são realizadas aos 90, 120, 150 e 180 dias após o plantio. 

Adubação de cobertura: a 1ª adubação de cobertura é feita por ocasião da primeira amontoa e outra na terceira amontoa, ou seja, aos 90 e 150 dias após o plantio, respectivamente, de acordo com a análise do solo.

Manejo de pragas e doenças: Dentre as pragas, pode ocorrer a lagarta rosca (Agrotis ipsilon) que pode atacar as brotações cortando-a no colo da planta e os nematoides. A rotação de culturas com gramíneas e leguminosas é uma prática eficiente no manejo de pragas. Dentre as doenças pode ocorrer o ataque de fungos (Fusarium, Phoma e etc.). A escolha de raízes-sementes sadias para o plantio e a rotação de culturas, são medidas preventivas e eficientes no manejo destes fungos.


Colheita

     O ponto de colheita é indicado pelo amarelecimento e secamento das folhas e brotos. O gengibre deve ser colhido de 7 a 10 meses, o que ocorre entre junho e agosto. As raízes são extraídas da terra, manualmente, com enxada ou enxadão e lavadas cuidadosamente para evitar ferimentos, pois podem ser porta de entrada de patógenos. O uso de estrados de bambú para colocar as raízes, utilizando-se jatos d’água no próprio campo, é uma das formas simples de lavagem logo após a colheita.





Nabo

O nabo (Brassica rapa L.) da família das brássicas, assim como o repolho, couve, couve-flor, brócolis e rabanete, é uma planta herbácea, bienal cultivada como anual, onde a raiz é a parte comestível. O sistema radicular do nabo é carnudo e pode assumir diversas formas e ter coloração uniforme ou ser bicolor, sendo o branco e o roxo as mais comuns (Figura 3). Alguns têm raízes compridas, outros redondas e há ainda outros de forma achatada. As folhas dos Nabos são de cor verde médio a escuro, rugosas, ásperas, pubescentes e dispostas em roseta durante a fase vegetativa do ciclo. As flores são amarelas, agrupadas numa haste floral. O fruto dos nabos é uma síliqua, característica da brássicas. Nativo da Europa e Ásia Central, o nabo foi cultivado pela primeira vez no Oriente Médio há 4.000 anos. O nabo, assim como os outros membros do gênero Brassica, foi introduzido no Brasil pelos colonizadores portugueses. Desde então, tem sido parte da alimentação dos brasileiros por ser um alimento saboroso e nutritivo. Uma das vantagens de se cultivar esta espécie é a possibilidade de aumentar a renda durante o tempo transcorrido entre duas outras culturas de ciclo mais longo (consórcio), pois além de ser relativamente rústica, apresenta ciclo muito curto (cerca de 30 dias), com retorno rápido.



Figura 3. Raízes e folhas de nabo redondo



Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas

     É cultivado devido às raízes, que são comestíveis, mas suas folhas também podem ser utilizadas para saladas e sopas. As raízes de nabo são conhecidos pelo sabor característico levemente amargo, porém refrescante, apreciado na culinária de vários países, principalmente em saladas. A maioria das pessoas serve os nabos frescos ou cozidos, mas eles também podem ser assados e cozidos no vapor ou fritos. Por sua versatilidade e pelo sabor doce e ao mesmo tempo picante, o nabo pode ser usado em saladas, cozidos, sopas e pratos de legumes. As raízes de nabo são ricas em vitamina C, fibras e sais minerais como o potássio, sódio, cálcio e fósforo. Por conter baixas calorias (100 gramas possui apenas 35 calorias), o nabo é muito indicado em dietas de restrições calóricas, por ser leve e ainda ajudar no processo de digestão. As folhas de nabo também são comestíveis e seu sabor é semelhante ao de mostarda. Mais nutritivas do que as raízes, as folhas de nabos são uma excelente fonte de beta-caroteno (Vitamina A), contêm boas doses de vitaminas K e C, folatos e cálcio. Uma xícara de folhas cozidas fornece 40 mg de vitamina C, aproximadamente 200 mg de cálcio e quase 300 mg de potássio. 


     O nabo (raiz) também serve como uma excelente fonte de cálcio e, um maior consumo deste importante mineral tem sido associado com uma diminuição significativa no risco de cancro do cólon e reto. O teor de fibra dietética das raízes aumenta ainda mais a sua capacidade de oferecer proteção contra o cancro colorrectal. É também uma boa fonte de fibras solúveis que ajudam a controlar os níveis de colesterol no sangue. Além disto, as folhas possuem uma substância chamada luteína, um poderoso antioxidante carotenóide. O beta-caroteno das folhas de nabo é importante porque os baixos níveis de vitamina A, que pode ser formada no organismo, a partir de beta-caroteno, são associados com artrite reumatóide O nabo possui ainda outras propriedades medicinais: é diurético, expectorante, purificador do sangue, emoliente, antipirético, alcalinizante e possui um leve efeito laxativo. No entanto, nas raízes também são encontradas quantidades mensuráveis de oxalatos, substâncias que se excessivamente concentrada nos fluidos corporais podem se cristalizar e causar sérios danos a saúde. O nabo é uma brássica (família de vegetais que inclui o repolho, c. flor, brócolis e o rabanete) que contém compostos sulfurosos que protegem contra certos tipos de câncer. No entanto, como outros vegetais desta família botânica, pode provocar gases e distensão abdominal.


Cultivo 

A cultura prefere climas frescos e úmidos e suporta geadas ligeiras. Em regiões ou épocas do ano quentes e secas, a produtividade é reduzida e a qualidade das raízes é afetada. As temperaturas ótimas situam-se entre os 15 a 20 Cº.


Época de plantio: O plantio na Região Sul e Sudeste é entre fevereiro e novembro e para as demais regiões entre maio e julho. 

Solos: Os nabos preferem solos de textura média (textura franco-arenosa), ricos em matéria orgânica (entre 2 a 4%), com pH entre 6,0 e 7,5, bem drenados e com boa capacidade de retenção de água durante a fase de crescimento. 

Cultivares: Existem os híbridos, com raízes compridas, chamados de Natsu Minouwas e as variedades Tokinashi Kokabu, Purple Topwhite Globe, Chato Francês, Shogoin, Snowball e outras. As melhores variedades são: Chato Francês, “Snowball”, Purple Top e Comprido Japonês (Figura 4).



Figura 4. Nabo japonês e nabo redondo



Irrigação: O nabo é muito exigente em água, principalmente na fase de engrossamento das raízes. 

Plantio e espaçamento: A semeadura é feita no local definitivo, depois de preparar o terreno e adubá-lo, conforme análise do solo. O espaçamento mais recomendado é de 30 x 10cm ou 40 x 15 cm, dependendo da variedade cultivada. Deve-se utilizar na semeadura, sementes na proporção de 3 kg/ha, sendo que um grama contém cerca de 70 sementes. Semear numa profundidade de 1 cm e regar.

Tratos culturais: resumem-se em desbaste (raleio), deixando um intervalo de 10 a 15 cm entre plantas, capinas e escarificações.

Manejo de doenças e pragas: É uma planta muito resistente e não costuma apresentar problemas com pragas e doenças, no cultivo orgânico, mas pode sofrer algum ataque de fungo e pragas como pulgões e as lagartas. Para os pulgões diversos preparados de plantas são eficientes tais como o extrato de pimenta e preparado de cebola (ver matérias postadas em 01, 16 e 27/09/2011 e 21 e 26/10/2011: “Manejo ecológico de insetos-pragas”) No manejo das lagartas, o uso de Baccilus thurigiensis (controle biológico) como o Dipel (produto comercial) e outros é eficiente. A adubação orgânica equilibrada, com base na análise do solo, e a rotação e consorciação de culturas que não pertencem a mesma família botânica (brássicas) são práticas preventivas muito eficientes no manejo de pragas e doenças, além de melhorar a fertilidade e as características físicas e biológicas do solo.



Colheita

O ciclo cultural tem a duração de cerca de 40 a 60 dias na primavera e verão e 90 a 100 dias no inverno. O ciclo do nabo comprido, também conhecido como nabo japonês é de 60 dias no verão e 80 dias no inverno. 





Rabanete
O rabanete (Raphanus sativus L.) é uma raiz tuberosa, originária da região Mediterrânea, apreciada pela polpa crocante e sabor picante. Pertence à familia Brassicaceae, a mesma da couve, couve-flor, repolho, nabo e brócolis. Era uma hortaliça muito apreciada no antigo Egito, Assíria, Grécia e Roma. No Egito, os construtores das pirâmides consumiam grandes quantidades de rabanete, juntamente com cebola e alho. A raiz tuberosa apresenta grande variação de tamanho e de forma, podendo ser redonda, oval ou alongada, sendo a cor da casca branca, vermelha ou vermelha e branca, enquanto que a polpa é sempre branca. O rabanete redondo de casca vermelha é o preferido no mercado brasileiro (Figura 5). Os melhores preços são alcançados de julho a outubro.




Figura 5. Raízes de rabanete


Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas

     Atualmente o rabanete é muito consumido na cozinha asiática. Suas qualidades ainda são pouco conhecidas pelos brasileiros que o consomem em pequena quantidade. O rabanete é uma excelente alternativa para diversificar a dieta. O uso mais comum é na forma crua, em saladas. Devido à sua cor e formato, ajuda a decorar a salada quando cortado em rodelas e servido com tomate, aipo e pepino, estimulando assim o consumo de outras hortaliças. Quando grandes, podem ser consumidos cozidos ou como picles. Quando cozidos, o sabor é menos picante. Podem ser combinados com recheios e molhos de acordo com a preferência. O rabanete não precisa ser descascado para ser consumido. A folha do rabanete (Figura 1) pode ser aproveitada para preparar sopas, refogados ou recheio de tortas e bolinhos. O rabanete é um ótimo estimulante do apetite; consuma-o com pouco sal, antes das refeições. Os temperos que combinam são: limão, sal, cheiro-verde, vinagre e azeite. Possui poucas calorias, sendo portanto recomendado para pessoas que querem emagrecer. É uma boa fonte de vitamina C, fósforo e fibras, além de conter pequenas quantidades de ferro, potássio e folato. Suas folhas são excelente fonte de cálcio, ferro e de vitaminas A e C. 


     No rabanete estão presentes compostos sulfurosos que podem proteger contra o câncer. Popularmente, acredita-se que o rabanete tem propriedades diuréticas e laxativas e que seu suco atua de forma eficaz no tratamento de urticária e na eliminação de catarro dos pulmões. Como outros vegetais da família das brássicas, os rabanetes também podem causar distensão abdominal e flatulência em algumas pessoas.



Cultivo

O rabanete é uma cultura de ciclo curto e o ambiente exerce grande interferência na qualidade de suas raízes. Variações nas condições de temperatura e umidade do solo durante o desenvolvimento das plantas podem prejudicar a produtividade e a qualidade das raízes. O rabanete é uma planta muito fácil de cultivar e de ciclo rápido, por isso, um método interessante para se cultivar o rabanete é o consórcio com outras culturas de maiores espaçamentos O rabanete adapta-se melhor a regiões de clima frio ou temperado, o que torna a região Sul a mais propícia para o seu plantio. As melhores temperaturas para o seu desenvolvimento ficam entre 10º e 20 ºC. 


Solo e época de plantio: Os solos mais indicados são os areno-argilosos e o plantio pode ser feito em qualquer época do ano em regiões de clima ameno. Porém, nas demais regiões do Brasil, onde o verão é sempre quente e chuvoso, recomenda-se que seja feito de abril a junho. Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Cultivares, semeadura e espaçamento: Multiplica-se facilmente por sementes. A semeadura deve ser realizada diretamente no local definitivo, em canteiros bem preparados e destorroados, na quantidade de 0,3 g de sementes por m2. As sementes germinam em 4 a 10 dias. O espaçamento mais recomendado é o de 15 x 8 para a variedade Early Scarlet Globe. Para as demais variedades pode-se utilizar o espaçamento de 25 cm entre fileiras por 10cm entre plantas. 

Irrigação: O principal cuidado a ser tomado com o cultivo do rabanaete é manter uma irrigação constante, que deve ser feita diariamente para proporcionar um crescimento rápido. 

Tratos culturais: Recomenda-se a retirada de plantas espontâneas (“mato”) através de capinas manuais e uma escarificação no início do desenvolvimento das plantas. 

Manejo de doenças e pragas: Por se tratar de uma cultura bem resistente e de ciclo rapidíssimo, o rabanete não sofre muito com infestações de pragas e doenças. No entanto, deve-se manter atenção com relação à presença de grilos e pulgões que podem serem manejados com preparados de plantas ((ver matérias postadas em 01, 16 e 27/09/2011 e 21 e 26/10/2011: “Manejo ecológico de insetos-pragas”). Medidas preventivas tais como adubação orgânica equilibrada, com base na análise do solo e a rotação e consorciação de culturas utilizando espécies que não sejam da família das brássicas, são importantes para reduzir as doenças e pragas do rabanete.



Colheita 

Os rabanetes podem ser colhidos em cerca de 33 dias. Não deve-se realizar a colheita tardiamente sob pena de ter apenas rabanetes fibrosos e secos. Em geral, as raízes são vendidas em maços, de cerca de 800g. As folhas devem estar com aspecto de produto fresco, com cor verde brilhante. As raízes devem ter a casca com cor uniforme, ser firmes e lisas, sem pontos escuros ou rachaduras. Quando passadas, por terem sido colhidas tardiamente ou por estarem há muito tempo na gôndola do supermercado, as raízes ficam duras e esponjosas. O rabanete redondo, mais comum no mercado brasileiro, tem em média 3 cm de diâmetro; raízes maiores têm maior probabilidade de ser esponjosas. Os rabanetes murcham rapidamente, por isso devem ser mantidos preferencialmente em geladeira, dentro de sacos de plástico perfurados. Caso seja preciso lavar os rabanetes antes de armazená-los na geladeira, seque-os superficialmente.


















Um comentário:

  1. BOA NOITE!TENHO EM MINHAS TERRAS BASTANTE GENGIBRE BRANCO E GOSTARIA DE COMERCIALIZA ESTE TIPO.
    GOSTARIA DE MAIS INFORMAÇÃO CASO ALGUEM POSSA ME AJUDAR.PELO E-MAIL saulmaia41@gmail.com. DESDE DE JA AGRADEÇO OBRIGADO.

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