Uso de papel em canteiros de mudas de cebola
Matéria veiculada na
Revista Sucesso, de Rio do Sul, SC, no Suplemento Agronegócio de 2013:
http://www.revistasucessosa.com.br/flip/?cod=73
.
Reportagem e texto: Jornalista Carmem Marangoni
Um papel é colocado sobre o canteiro onde
serão produzidas as mudas de cebola. Uma solução simples e eficaz contra as
ervas daninhas.
Este é o objetivo do sistema agroecológico
de produção de mudas de cebola, implantado há oito anos na Estação Experimental
de Ituporanga, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina (Epagri), em Ituporanga. “O sistema é capaz de reduzir a infestação de
ervas daninhas nos canteiros em 95%, reduzindo, consequentemente, a mão de obra
para arranque manual das ervas, já que neste sistema não se usa herbicidas
químicos”, explica Hernandes Werner, 48 anos, Engenheiro Agrônomo, pesquisador
responsável pelo projeto.
Werner justifica que esta técnica facilita
a produção de mudas de cebola agroecológia. “Em pequena escala é possível
utilizar uma folha de jornal para substituir o papel”, acrescenta. Conforme o
engenheiro, neste sistema também é possível produzir mudas de outras hortaliças
ou fazer o plantio definitivo de cenoura.
Na prática é utilizado um papel kraft
pardo, com gramatura de 80g/m², que é colocado sobre o canteiro (Figura 1). Em
seguida é feita a aplicação do composto, um tipo de adubo orgânico com cerca
de 15 kg/m² que deve ser espalhado uniformemente sobre o papel, formando
uma camada de 3 a 4 cm de altura. Só depois é feita a semeadura da cebola,
e para isto são utilizados 2,5 g/m² de sementes viáveis cobertas com uma camada de 1 cm de serragem e
irrigadas (conforme foto acima).
Figura 1. Colocação do papel nos canteiros
e posteriormente o composto orgânico
Em no máximo 80 dias as mudas estão
prontas para serem transplantadas (Figuras 2 e 3). Na Estação Experimental em
Ituporanga, em 2012 foram feitos 9 canteiros, com 120 metros de
comprimento, com 1,2 m de largura. Ainda assim, é preciso pulverizar
as mudas algumas vezes com micronutrientes. “Para reforçar e equilibrar a
nutrição e a saúde das plantas. Já que nesta fase de canteiros, as
doenças atacam plantas muito fracas ou muito viçosas”, ressalta Werner.
Figura 2. Canteiros com mudas prontas para
o transplante
Figura 3. Tamanho ideal das mudas para o
transplante
Há 20 anos, a compostagem (Figura 4) é
feita na Estação Experimental de Ituporanga. Werner explica que a palha da
cebola descartada, assim como os bulbos podres, são boa fonte de
nutrientes e por isso também são utilizadas para fazer o composto,
que em 90 dias se transforma em adubo orgânico na própria Estação de pesquisa.
Atualmente está sendo avaliado o uso de compostos comerciais, produzidos por
empresas da região.
Figura 4. Compostagem: Engenheiro
agrônomo Hernandes Werner, responsável pelo projeto
E até agora, este sistema só apresentou
vantagens. “Livre de agrotóxicos, é possível produzir mudas de cebola sadias e
vigorosas com baixo custo, reduzindo muito a mão de obra”, finaliza.
Saiba
mais sobre experimentos agroecólogicos na região. Consulte a Estação
Experimental de Ituporanga, pelo telefone (47) 3533-1409 ou pelo e-mail eeitu@epagri.sc.gov.br .
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