quarta-feira, 10 de maio de 2017

Fonte: Livro da Embrapa Hortaliças – Brasília, DF. Interessados em adquirir o livro “PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS – Coleção 500 Perguntas – 500 Respostas” devem entrar em contato através do email: vendas@sct.embrapa.br;              Para ver o livro completo, acessar: http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/pdfs/90000021-ebook-pdf.pdf

     Com o objetivo de divulgar e aumentar o conhecimento sobre agricultura orgânica,  estamos transcrevendo  do livro, algumas perguntas e respostas que consideramos mais relevantes.


Capítulo 9 – Manejo de Insetos-Praga e Artrópodes


Autores:  Maria Alice de Medeiros, Geni Litvin Villas Bôas e Marina Castelo Branco


O que é uma praga?

     Até bem pouco tempo atrás, havia uma separação bem definida entre pragas (insetos, artrópodes, ácaros), doenças (fungos, vírus, bactérias, nematóides) e plantas espontâneas (plantas daninhas, no sistema convencional). Atualmente, considera-se ‘praga’ qualquer organismo vivo (insetos, fungos, bactérias, vírus, nematóides, plantas espontâneas e outros) que, em determinadas condições, alcance população elevada e afete um determinado cultivo, de forma direta ou indireta, causando prejuízos econômicos.

Como surgem os insetos-praga?

     Com a implantação de um sistema de agricultura simplificado e instável, típico da agricultura convencional, e a remoção da vegetação nativa pode ocorrer uma redução da diversidade de espécies. Essas mudanças podem favorecer a adaptação de algumas espécies de pragas a esses recursos abundantes, formando populações numerosas. Em geral, a população de inimigos naturais não acompanha o crescimento populacional da praga e não contribui para seu controle. Além disso, o uso intensivo de agrotóxicos, em geral, causa a mortalidade de inimigos naturais.

É verdade que insetos ou artrópodes só se tornam praga quando há um desequilíbrio?

     Sim. Os ecossistemas naturais são ambientes equilibrados que apresentam todos os componentes da cadeia alimentar exercendo sua função. Quanto mais distante um agroecossistema estiver de um modelo de ecossistema natural, maior será sua tendência ao desequilíbrio. É por essa razão que as monoculturas são mais suscetíveis às pragas, pois existe uma desproporção entre a população de espécies-praga e seus inimigos naturais, causada pela grande oferta de um só alimento. A retirada da vegetação nativa e o uso freqüente de produtos químicos são exemplos de situações que causam desequilíbrio porque reduzem o número de algumas espécies, ao mesmo tempo em que favorecem o desenvolvimento de outras que, ao longo do tempo, irão aumentar rapidamente sua quantidade e provavelmente se tornarão pragas. É importante salientar que o manejo do ambiente tem influência direta sobre seu estado de equilíbrio.

O que são inimigos naturais?

     Os inimigos naturais ou agentes de controle biológico, como também são chamados, podem ser microrganismos (vírus, bactérias, fungos, protozoários e nematóides) ou animais (ácaros predadores, aranhas, insetos e vertebrados). Esses agentes auxiliam o agricultor na medida em que podem causar mortalidade aos insetos herbívoros, seja provocando doenças (vírus, bactérias, fungos), seja utilizando a praga em sua alimentação (predadores), seja utilizando a praga como hospedeiro (parasitóides). Dentre todos os agentes empregados em controle biológico, os insetos são extremamente importantes, tanto pelo número e diversidade de espécies quanto por sua facilidade de manipulação e eficiência. Onde os inimigos naturais podem ser encontrados? Os inimigos naturais, como os predadores e parasitóides, estão sempre presentes no ambiente, especialmente em agroecossistemas onde não se utilizam agrotóxicos. Os insetos predadores são encontrados em quase todas as ordens de insetos, portanto apresentam grande diversidade, como joaninha, lixeiro, vespa, louva-a-deus, tesourinha-do-cartucho-do-milho, formigas predadoras, além de artrópodes, como aranhas e ácaros predadores. Os insetos parasitóides ocorrem principalmente em duas ordens (Díptera e Himenóptera). Porém, por serem pequenos, dificilmente os parasitóides são observados no ambiente. Para encontrar o parasitóide deve-se coletar a praga na fase suscetível (ovo ou larva) e mantê-la viva durante alguns dias em observação até a emergência do parasitóide adulto, ou utilizar um aspirador entomológico para coletá-lo diretamente no ambiente, como a Trichogramma pretiosum.

O que são insetos predadores?

     Insetos predadores são os que utilizam outros insetos como presa para alimentar-se. São de vida livre e durante sua existência atacam e consomem numerosas presas. A dieta é variada, podendo ocorrer espécies cuja dieta é generalista (vários tipos de presas) ou especialista (um tipo de presa). Para a captura de suas presas, os predadores são dotados de diversas adaptações, como visão e olfato bem desenvolvidos e pernas ágeis. O que são insetos parasitóides? Insetos parasitóides são os que precisam de um hospedeiro, durante a fase jovem, para completar seu desenvolvimento. Isso significa que a fase larval do parasitóide desenvolve-se às custas do hospedeiro e somente a fase adulta é de vida livre. Quando o parasitóide completa seu desenvolvimento, ou seja, torna-se adulto, seu hospedeiro morre. Logo que emerge, o parasitóide acasala e procura por novos hospedeiros para depositar seus ovos.

O que são insetos parasitóides?

     Insetos parasitóides são os que precisam de um hospedeiro, durante a fase jovem, para completar seu desenvolvimento. Isso significa que a fase larval do parasitóide desenvolve-se às custas do hospedeiro e somente a fase adulta é de vida livre. Quando o parasitóide completa seu desenvolvimento, ou seja, torna-se adulto, seu hospedeiro morre. Logo que emerge, o parasitóide acasala e procura por novos hospedeiros para depositar seus ovos.

O que são entomopatógenos?

     São diversos tipos de organismos que causam doenças e morte nos insetos, como vírus, bactérias e fungos. Potencialmente, podem ser usados como agentes de controle biológico.

O que é controle biológico?

     Controle biológico é o uso de inimigos naturais (predadores, parasitóides, entomopatógenos, nematóides) que causam a mortalidade da praga. Os inimigos naturais regulam a população da praga e podem ser manipulados pelo homem. O controle biológico pode ser natural ou artificial.

O que é controle biológico natural?

     O controle biológico natural geralmente ocorre em ecossistemas naturais, sem interferência do homem, como na Floresta Amazônica ou no Cerrado, onde as populações de plantas, de herbívoros e de seus inimigos naturais encontram-se em equilíbrio. Também ocorre em agroecossistemas orgânicos bem estabilizados.

O que é controle biológico artificial?
     O controle biológico artificial é o uso intencional de um ou mais organismos (insetos, bactérias, vírus, fungos, nematóides, protozoários, ácaros, aranhas, vertebrados) para conter ou regular o crescimento de outra população, vegetal, animal ou de microrganismo, que, direta ou indiretamente, esteja prejudicando as espécies cultivadas. Assim, o controle biológico visa reduzir o nível populacional de uma espécie previamente classificada como praga, mantendo-a abaixo do nível de dano econômico. Em outras palavras, o controle biológico artificial preconiza o restabelecimento do equilíbrio anteriormente quebrado, e isso é feito pela introdução, no ambiente, de inimigos naturais das pragas.

O que é controle biológico conservativo?

     É uma técnica de controle biológico que pode ser feita por qualquer agricultor. Consiste simplesmente em favorecer o ambiente para atrair os inimigos naturais, de forma a eliminar fatores adversos ou fornecer itens necessários ausentes no ambiente. Essa técnica é comum em agricultura orgânica. Entre as práticas que favorecem a conservação podem ser citadas:

 • Eliminação das aplicações de agrotóxicos.
 • Utilização de produtos seletivos.
 • Plantio de espécies que produzam pólen e néctar, essenciais para a reprodução de predadores e parasitóides.

Quais as vantagens do controle biológico?

     A prática do controle biológico apresenta numerosas vantagens, especialmente por causa de sua especificidade, pois atinge apenas uma determinada espécie. Por isso não causa desequilíbrio, ao contrário, restabelece o equilíbrio anteriormente perdido. Além do mais, essa prática não provoca impactos negativos sobre o meio ambiente, o que não ocorre com os agrotóxicos empregados em cultivos convencionais. 

As certificadoras permitem o uso de controle biológico? 

Sim, uma vez que o uso de controle biológico não deixa resíduos no ambiente, portanto não causa mal ao homem, aos animais, às plantas e ao meio ambiente. Além disso, os princípios do controle biológico são ecológicos e baseados nos sistemas naturais. Embora seja inócuo ao ambiente, algumas certificadoras exigem que o uso de inseticidas biológicos, como o Bacillus thuringiensis, não seja prolongado, e sim localizado, devendo-se retomar as medidas preventivas depois que a população da praga tiver sido regulada.

É caro fazer controle biológico?

     Em longo prazo é mais barato, pois embora a produção de agentes de controle biológico tenha um custo inicial alto, depois de estabelecida torna-se cada vez mais barata. Com os inseticidas acontece exatamente o contrário, pois o custo do controle tende a encarecer ao longo dos anos.

O que é Trichogramma pretiosum?

O Trichogramma pretiosum é um inseto que está se mostrando um grande aliado dos produtores de tomate no controle da traçado-tomateiro. O inseto já foi usado em várias partes do mundo (China, Estados Unidos e Europa) para o controle de diversas pragas, especialmente de borboletas e mariposas da ordem Lepidóptera.

Como utilizar o Trichogramma pretiosum?

     A forma de utilização do T. pretiosum para o controle da traçado-tomateiro é por meio da liberação periódica do inseto na lavoura, associada a aplicações de inseticidas biológicos (geralmente Bacillus thuringiensis). A quantidade e freqüência de liberação dependem do tamanho da área e do sistema de cultivo (no campo ou sob proteção). Atualmente, já existem no Brasil alguns laboratórios de criação massal de inimigos naturais que vendem T. pretiosum para os produtores. O produtor pode adquirir as cartelas de papelão com o parasitóide T. pretiosum, na fase de pupa, ou seja, próximo à emergência do adulto, para serem colocadas na cultura. Ao emergir, a fêmea de T. pretiosum sai em busca de seu hospedeiro, que nesse caso são os ovos da traça-do-tomateiro, para depositar seus ovos. Assim, o ovo que for parasitado por T. pretiosum, ao invés de dar origem a uma lagarta de traça-do-tomateiro, dará origem a um parasitóide, que é um inseto benéfico, ou seja, que não causa dano à cultura do tomateiro. As cartelas contendo T. pretiosum são preparadas em laboratório onde se faz a criação massal de hospedeiros alternativos como a Anagasta kuehniella (Lepidoptera: Pyralidae) ou a Sitotroga cerealella (Lepidoptera: Gelechiidae) para a produção de ovos. Estes são colados nas cartelas para serem parasitados por T. pretiosum. Depois de parasitados, podem ser levados para o campo. O Trichogramma é indicado principalmente para Lepidópteros na fase de ovo. Em cultivos de tomate, pode ser usado no controle biológico da traça-do-tomateiro (Tuta absoluta), da broca-pequena (Neoleucinodes elegantalis), e em cultivos de milho-doce, pode ser usado no controle da lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea).

O que são inseticidas naturais?

     São chamados de inseticidas naturais os produtos derivados de plantas, como o piretro, a rotenona e o nim. É importante lembrar que essas substâncias, embora derivadas de plantas, têm um princípio ativo químico, sendo tóxicas para o homem e o meio ambiente, e devem ser utilizadas com critério. Além disso, podem provocar resistência em caso de uso prolongado e intensivo.

O extrato de nim pode ser considerado controle biológico?

     Não. Embora seja uma substância derivada de uma planta, é um princípio ativo químico que provoca a mortalidade de insetos como os inseticidas. Trata-se, portanto, de controle químico, e algumas certificadoras consideram o nim um produto de uso restrito.

O que são inseticidas biológicos?

São chamados de inseticidas biológicos os produtos que contêm organismos como fungos, vírus e bactérias. Para o controle de pragas de hortaliças, o produto mais conhecido é o que usa cristais da bactéria Bacillus thuringiensis.

O uso prolongado de inseticidas naturais e biológicos pode causar resistência?

     Embora os inseticidas naturais e biológicos causem impacto menor no meio ambiente, seu uso prolongado também pode causar resistência. Mesmo para esses produtos, alguns indivíduos da população do inseto-praga estarão aptos a sobreviver à dose aplicada e se multiplicar. Com isso, aumenta a população da praga resistente ao inseticida natural ou biológico. Isso ocorreu, por exemplo, com a traça-das-crucíferas, praga de repolho, brócolis e couve-flor. Populações resistentes ao inseticida biológico Bacillus thuringiensis foram encontradas no Brasil, nos EUA e na Ásia. Para evitar a resistência, o ideal é reduzir ao mínimo possível o número de aplicações desses produtos e, quando necessário empregá-los, usar a dose indicada no rótulo. Deve-se, também, fazer a rotação de produtos como se faz a rotação de inseticidas naturais (uso restrito) e biológicos. Pode-se, ainda, fazer a rotação dos inseticidas biológicos que contêm Bacillus thuringiensis, subespécie aizawai, e Bacillus thuringiensis, subespécie thuringiensis. Para identificar as subespécies de Bacillus thuringiensis que compõem o produto biológico, deve-se verificar o rótulo do inseticida e certificar-se de que o produto contenha apenas uma subespécie.

Como deve ser feito o manejo de insetos-praga em agricultura orgânica?

Em agricultura orgânica, o manejo de insetos-praga deve ser orientado para evitar as explosões populacionais de insetos que possam causar prejuízos econômicos. Para alcançar esse objetivo, é preciso fazer o planejamento do sistema para que as populações de insetos-praga e de organismos benéficos sejam equilibradas, garantindo a estabilidade do sistema de cultivo. O equilíbrio da fauna pode ser alcançado incrementando-se a diversidade da vegetação dentro e fora da área cultivada, por meio da manipulação da época de plantio, tamanho das áreas, composição de espécies cultivadas e de outras espécies vegetais para diversificar o ambiente. Com isso é possível fornecer continuamente alimento aos organismos benéficos e tornar o ambiente menos favorável às pragas.

Como deve ser feito o monitoramento de insetos-praga em cultivos orgânicos de hortaliças?

     O monitoramento de insetos-praga pode ser feito com armadilhas de feromônio que indicam o momento em que os insetos-praga aparecem na lavoura, mas não fazem seu controle. Esses feromônios já estão disponíveis comercialmente para a traçado-tomateiro e a traça-das-crucíferas. É também fundamental vistoriar a cultura à procura de ovos, larvas e adultos de insetos e ácaros, para os quais não existem armadilhas de feromônios. Com base nessas observações, pode-se avaliar seu crescimento populacional e seu potencial de dano. É importante avaliar também a ocorrência de inimigos naturais na cultura e seu crescimento populacional para estimar a mortalidade natural da praga.

O que deve ser feito na ocorrência de insetos-praga?

     Em geral, em agricultura orgânica, é esperada uma situação de equilíbrio na área. No entanto, em caso de um surto populacional de alguma espécie-praga, podem ser adotadas algumas medidas de controle, de acordo com a certificadora, como o uso de enxofre para ácaros, inseticidas biológicos como o Bacillus thuringiensis, nim, inseticidas naturais ou agentes de controle biológico, dependendo da praga e da cultura.

Por que podem ocorrer surtos de insetos-praga durante a conversão da agricultura convencional para a orgânica?

     A transição de um agroecossistema uniforme de monocultura para um sistema mais diversificado, que sustenta processos e interações benéficas, envolve principalmente o reequilíbrio do solo e das populações de insetos, portanto requer tempo. A ausência de agrotóxicos facilita o incremento gradual de inimigos naturais na área, mas a manutenção desses agentes somente será alcançada se houver condições favoráveis no ambiente, como espécies produtoras de pólen e hospedeiros alternativos ao longo de todo ano. É necessário combinar a interrupção dos agrotóxicos com a diversificação do ambiente, e essa operação exige tempo para ser estabelecida. Além disso, é importante considerar que a fertilidade do solo também exerce influência sobre as populações de insetos, mas de maneira gradativa. O processo de conversão envolve aprendizado por parte dos produtores e podem ocorrer erros durante essa fase. Assim, é importante que o surto de alguma praga específica seja contido de forma pontual com o controle biológico e o uso de inseticida biológico. O manejo da diversidade deve ser considerado como medida para restaurar o equilíbrio.

Quando devem ser utilizados inimigos naturais em sistemas orgânicos?

     Em geral, espera-se que nos cultivos orgânicos não haja a necessidade de fazer liberação de inimigos naturais, pois, de acordo com os princípios ecológicos, se o ambiente estiver estabilizado, haverá equilíbrio entre o número de insetos herbívoros e inimigos naturais. Eventualmente, porém, pode ocorrer um surto de uma praga e, nesse caso, pode-se introduzir um agente de controle biológico. Para alguns cultivos reconhecidamente mais suscetíveis a uma determinada praga, como o tomate, pode ser planejado um programa de liberação periódica de inimigo natural. No entanto, deve-se sempre lembrar que a melhoria da diversificação das espécies é a ferramenta mais valiosa e de caráter permanente.

Como atrair inimigos naturais para as áreas cultivadas?
A ausência de produtos químicos nos sistemas orgânicos, por si só, já fornece um ambiente adequado para a proliferação de  inimigos naturais. No entanto, algumas ações podem ser tomadas para aumentar essas populações, como:

• Preservar a vegetação natural com a finalidade de manter a diversidade da fauna, como ácaros predadores, aranhas, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Esses organismos são importantes para a manutenção do equilíbrio do agroecossistema porque muitos deles se alimentam de insetos.
• Manter próximo aos cultivos espécies que forneçam pólen e néctar, alimentos importantes para melhorar a capacidade reprodutiva de parasitóides e predadores.
• Diversificar os cultivos. Usar consórcio de culturas, cultivo em faixas, corredor ecológico, rotação.

É verdade que a vegetação espontânea pode ser útil?

     Sim. Plantas que crescem espontaneamente em geral são produtoras de pólen e isso melhora a reprodução de predadores e inimigos naturais, servindo como reservatório desses agentes. Quando houver um aumento populacional de insetos-praga, os inimigos naturais presentes podem migrar do mato para a cultura.

O controle cultural é importante em agricultura orgânica?

Sim. O controle cultural é importante porque permite a quebra do ciclo biológico de pragas e patógenos, evitando que se disseminem dos cultivos mais velhos para os mais novos. Para isso, devem ser adotadas as seguintes práticas:

• Eliminar os restos culturais, para evitar a multiplicação das pragas.
• Adotar a irrigação por aspersão, para eliminar ovos e larvas pequenas das plantas.
• Adotar a rotação de culturas, com plantas de famílias botânicas não relacionadas.
• Adotar o pousio ou a adubação verde, quando possível, para interromper o ciclo de vida de determinado inseto.

O ‘idiamin’, muito comum em cultivos orgânicos, pode ser considerado inseto-praga?

     O ‘idiamin’ ou Lagria villosa é um besouro da família Lagriidae que comumente ocorre em hortaliças. Em cultivos convencionais, sua ocorrência é esporádica por causa do uso freqüente de inseticidas. Em cultivos orgânicos, a presença desses besouros, às vezes, alcança nível populacional alto. No entanto, mesmo quando a população é alta, não há motivo para preocupação por parte dos produtores porque esse besouro alimenta-se de várias espécies de plantas, principalmente de plantas em decomposição, não havendo necessidade de adotar medidas de controle. 
Ferreira On 5/10/2017 02:10:00 PM Comentarios

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quarta-feira, 10 de maio de 2017

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS – Capítulo 9: Manejo de Insetos-Praga e Artrópodes

Fonte: Livro da Embrapa Hortaliças – Brasília, DF. Interessados em adquirir o livro “PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS – Coleção 500 Perguntas – 500 Respostas” devem entrar em contato através do email: vendas@sct.embrapa.br;              Para ver o livro completo, acessar: http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/pdfs/90000021-ebook-pdf.pdf

     Com o objetivo de divulgar e aumentar o conhecimento sobre agricultura orgânica,  estamos transcrevendo  do livro, algumas perguntas e respostas que consideramos mais relevantes.


Capítulo 9 – Manejo de Insetos-Praga e Artrópodes


Autores:  Maria Alice de Medeiros, Geni Litvin Villas Bôas e Marina Castelo Branco


O que é uma praga?

     Até bem pouco tempo atrás, havia uma separação bem definida entre pragas (insetos, artrópodes, ácaros), doenças (fungos, vírus, bactérias, nematóides) e plantas espontâneas (plantas daninhas, no sistema convencional). Atualmente, considera-se ‘praga’ qualquer organismo vivo (insetos, fungos, bactérias, vírus, nematóides, plantas espontâneas e outros) que, em determinadas condições, alcance população elevada e afete um determinado cultivo, de forma direta ou indireta, causando prejuízos econômicos.

Como surgem os insetos-praga?

     Com a implantação de um sistema de agricultura simplificado e instável, típico da agricultura convencional, e a remoção da vegetação nativa pode ocorrer uma redução da diversidade de espécies. Essas mudanças podem favorecer a adaptação de algumas espécies de pragas a esses recursos abundantes, formando populações numerosas. Em geral, a população de inimigos naturais não acompanha o crescimento populacional da praga e não contribui para seu controle. Além disso, o uso intensivo de agrotóxicos, em geral, causa a mortalidade de inimigos naturais.

É verdade que insetos ou artrópodes só se tornam praga quando há um desequilíbrio?

     Sim. Os ecossistemas naturais são ambientes equilibrados que apresentam todos os componentes da cadeia alimentar exercendo sua função. Quanto mais distante um agroecossistema estiver de um modelo de ecossistema natural, maior será sua tendência ao desequilíbrio. É por essa razão que as monoculturas são mais suscetíveis às pragas, pois existe uma desproporção entre a população de espécies-praga e seus inimigos naturais, causada pela grande oferta de um só alimento. A retirada da vegetação nativa e o uso freqüente de produtos químicos são exemplos de situações que causam desequilíbrio porque reduzem o número de algumas espécies, ao mesmo tempo em que favorecem o desenvolvimento de outras que, ao longo do tempo, irão aumentar rapidamente sua quantidade e provavelmente se tornarão pragas. É importante salientar que o manejo do ambiente tem influência direta sobre seu estado de equilíbrio.

O que são inimigos naturais?

     Os inimigos naturais ou agentes de controle biológico, como também são chamados, podem ser microrganismos (vírus, bactérias, fungos, protozoários e nematóides) ou animais (ácaros predadores, aranhas, insetos e vertebrados). Esses agentes auxiliam o agricultor na medida em que podem causar mortalidade aos insetos herbívoros, seja provocando doenças (vírus, bactérias, fungos), seja utilizando a praga em sua alimentação (predadores), seja utilizando a praga como hospedeiro (parasitóides). Dentre todos os agentes empregados em controle biológico, os insetos são extremamente importantes, tanto pelo número e diversidade de espécies quanto por sua facilidade de manipulação e eficiência. Onde os inimigos naturais podem ser encontrados? Os inimigos naturais, como os predadores e parasitóides, estão sempre presentes no ambiente, especialmente em agroecossistemas onde não se utilizam agrotóxicos. Os insetos predadores são encontrados em quase todas as ordens de insetos, portanto apresentam grande diversidade, como joaninha, lixeiro, vespa, louva-a-deus, tesourinha-do-cartucho-do-milho, formigas predadoras, além de artrópodes, como aranhas e ácaros predadores. Os insetos parasitóides ocorrem principalmente em duas ordens (Díptera e Himenóptera). Porém, por serem pequenos, dificilmente os parasitóides são observados no ambiente. Para encontrar o parasitóide deve-se coletar a praga na fase suscetível (ovo ou larva) e mantê-la viva durante alguns dias em observação até a emergência do parasitóide adulto, ou utilizar um aspirador entomológico para coletá-lo diretamente no ambiente, como a Trichogramma pretiosum.

O que são insetos predadores?

     Insetos predadores são os que utilizam outros insetos como presa para alimentar-se. São de vida livre e durante sua existência atacam e consomem numerosas presas. A dieta é variada, podendo ocorrer espécies cuja dieta é generalista (vários tipos de presas) ou especialista (um tipo de presa). Para a captura de suas presas, os predadores são dotados de diversas adaptações, como visão e olfato bem desenvolvidos e pernas ágeis. O que são insetos parasitóides? Insetos parasitóides são os que precisam de um hospedeiro, durante a fase jovem, para completar seu desenvolvimento. Isso significa que a fase larval do parasitóide desenvolve-se às custas do hospedeiro e somente a fase adulta é de vida livre. Quando o parasitóide completa seu desenvolvimento, ou seja, torna-se adulto, seu hospedeiro morre. Logo que emerge, o parasitóide acasala e procura por novos hospedeiros para depositar seus ovos.

O que são insetos parasitóides?

     Insetos parasitóides são os que precisam de um hospedeiro, durante a fase jovem, para completar seu desenvolvimento. Isso significa que a fase larval do parasitóide desenvolve-se às custas do hospedeiro e somente a fase adulta é de vida livre. Quando o parasitóide completa seu desenvolvimento, ou seja, torna-se adulto, seu hospedeiro morre. Logo que emerge, o parasitóide acasala e procura por novos hospedeiros para depositar seus ovos.

O que são entomopatógenos?

     São diversos tipos de organismos que causam doenças e morte nos insetos, como vírus, bactérias e fungos. Potencialmente, podem ser usados como agentes de controle biológico.

O que é controle biológico?

     Controle biológico é o uso de inimigos naturais (predadores, parasitóides, entomopatógenos, nematóides) que causam a mortalidade da praga. Os inimigos naturais regulam a população da praga e podem ser manipulados pelo homem. O controle biológico pode ser natural ou artificial.

O que é controle biológico natural?

     O controle biológico natural geralmente ocorre em ecossistemas naturais, sem interferência do homem, como na Floresta Amazônica ou no Cerrado, onde as populações de plantas, de herbívoros e de seus inimigos naturais encontram-se em equilíbrio. Também ocorre em agroecossistemas orgânicos bem estabilizados.

O que é controle biológico artificial?
     O controle biológico artificial é o uso intencional de um ou mais organismos (insetos, bactérias, vírus, fungos, nematóides, protozoários, ácaros, aranhas, vertebrados) para conter ou regular o crescimento de outra população, vegetal, animal ou de microrganismo, que, direta ou indiretamente, esteja prejudicando as espécies cultivadas. Assim, o controle biológico visa reduzir o nível populacional de uma espécie previamente classificada como praga, mantendo-a abaixo do nível de dano econômico. Em outras palavras, o controle biológico artificial preconiza o restabelecimento do equilíbrio anteriormente quebrado, e isso é feito pela introdução, no ambiente, de inimigos naturais das pragas.

O que é controle biológico conservativo?

     É uma técnica de controle biológico que pode ser feita por qualquer agricultor. Consiste simplesmente em favorecer o ambiente para atrair os inimigos naturais, de forma a eliminar fatores adversos ou fornecer itens necessários ausentes no ambiente. Essa técnica é comum em agricultura orgânica. Entre as práticas que favorecem a conservação podem ser citadas:

 • Eliminação das aplicações de agrotóxicos.
 • Utilização de produtos seletivos.
 • Plantio de espécies que produzam pólen e néctar, essenciais para a reprodução de predadores e parasitóides.

Quais as vantagens do controle biológico?

     A prática do controle biológico apresenta numerosas vantagens, especialmente por causa de sua especificidade, pois atinge apenas uma determinada espécie. Por isso não causa desequilíbrio, ao contrário, restabelece o equilíbrio anteriormente perdido. Além do mais, essa prática não provoca impactos negativos sobre o meio ambiente, o que não ocorre com os agrotóxicos empregados em cultivos convencionais. 

As certificadoras permitem o uso de controle biológico? 

Sim, uma vez que o uso de controle biológico não deixa resíduos no ambiente, portanto não causa mal ao homem, aos animais, às plantas e ao meio ambiente. Além disso, os princípios do controle biológico são ecológicos e baseados nos sistemas naturais. Embora seja inócuo ao ambiente, algumas certificadoras exigem que o uso de inseticidas biológicos, como o Bacillus thuringiensis, não seja prolongado, e sim localizado, devendo-se retomar as medidas preventivas depois que a população da praga tiver sido regulada.

É caro fazer controle biológico?

     Em longo prazo é mais barato, pois embora a produção de agentes de controle biológico tenha um custo inicial alto, depois de estabelecida torna-se cada vez mais barata. Com os inseticidas acontece exatamente o contrário, pois o custo do controle tende a encarecer ao longo dos anos.

O que é Trichogramma pretiosum?

O Trichogramma pretiosum é um inseto que está se mostrando um grande aliado dos produtores de tomate no controle da traçado-tomateiro. O inseto já foi usado em várias partes do mundo (China, Estados Unidos e Europa) para o controle de diversas pragas, especialmente de borboletas e mariposas da ordem Lepidóptera.

Como utilizar o Trichogramma pretiosum?

     A forma de utilização do T. pretiosum para o controle da traçado-tomateiro é por meio da liberação periódica do inseto na lavoura, associada a aplicações de inseticidas biológicos (geralmente Bacillus thuringiensis). A quantidade e freqüência de liberação dependem do tamanho da área e do sistema de cultivo (no campo ou sob proteção). Atualmente, já existem no Brasil alguns laboratórios de criação massal de inimigos naturais que vendem T. pretiosum para os produtores. O produtor pode adquirir as cartelas de papelão com o parasitóide T. pretiosum, na fase de pupa, ou seja, próximo à emergência do adulto, para serem colocadas na cultura. Ao emergir, a fêmea de T. pretiosum sai em busca de seu hospedeiro, que nesse caso são os ovos da traça-do-tomateiro, para depositar seus ovos. Assim, o ovo que for parasitado por T. pretiosum, ao invés de dar origem a uma lagarta de traça-do-tomateiro, dará origem a um parasitóide, que é um inseto benéfico, ou seja, que não causa dano à cultura do tomateiro. As cartelas contendo T. pretiosum são preparadas em laboratório onde se faz a criação massal de hospedeiros alternativos como a Anagasta kuehniella (Lepidoptera: Pyralidae) ou a Sitotroga cerealella (Lepidoptera: Gelechiidae) para a produção de ovos. Estes são colados nas cartelas para serem parasitados por T. pretiosum. Depois de parasitados, podem ser levados para o campo. O Trichogramma é indicado principalmente para Lepidópteros na fase de ovo. Em cultivos de tomate, pode ser usado no controle biológico da traça-do-tomateiro (Tuta absoluta), da broca-pequena (Neoleucinodes elegantalis), e em cultivos de milho-doce, pode ser usado no controle da lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea).

O que são inseticidas naturais?

     São chamados de inseticidas naturais os produtos derivados de plantas, como o piretro, a rotenona e o nim. É importante lembrar que essas substâncias, embora derivadas de plantas, têm um princípio ativo químico, sendo tóxicas para o homem e o meio ambiente, e devem ser utilizadas com critério. Além disso, podem provocar resistência em caso de uso prolongado e intensivo.

O extrato de nim pode ser considerado controle biológico?

     Não. Embora seja uma substância derivada de uma planta, é um princípio ativo químico que provoca a mortalidade de insetos como os inseticidas. Trata-se, portanto, de controle químico, e algumas certificadoras consideram o nim um produto de uso restrito.

O que são inseticidas biológicos?

São chamados de inseticidas biológicos os produtos que contêm organismos como fungos, vírus e bactérias. Para o controle de pragas de hortaliças, o produto mais conhecido é o que usa cristais da bactéria Bacillus thuringiensis.

O uso prolongado de inseticidas naturais e biológicos pode causar resistência?

     Embora os inseticidas naturais e biológicos causem impacto menor no meio ambiente, seu uso prolongado também pode causar resistência. Mesmo para esses produtos, alguns indivíduos da população do inseto-praga estarão aptos a sobreviver à dose aplicada e se multiplicar. Com isso, aumenta a população da praga resistente ao inseticida natural ou biológico. Isso ocorreu, por exemplo, com a traça-das-crucíferas, praga de repolho, brócolis e couve-flor. Populações resistentes ao inseticida biológico Bacillus thuringiensis foram encontradas no Brasil, nos EUA e na Ásia. Para evitar a resistência, o ideal é reduzir ao mínimo possível o número de aplicações desses produtos e, quando necessário empregá-los, usar a dose indicada no rótulo. Deve-se, também, fazer a rotação de produtos como se faz a rotação de inseticidas naturais (uso restrito) e biológicos. Pode-se, ainda, fazer a rotação dos inseticidas biológicos que contêm Bacillus thuringiensis, subespécie aizawai, e Bacillus thuringiensis, subespécie thuringiensis. Para identificar as subespécies de Bacillus thuringiensis que compõem o produto biológico, deve-se verificar o rótulo do inseticida e certificar-se de que o produto contenha apenas uma subespécie.

Como deve ser feito o manejo de insetos-praga em agricultura orgânica?

Em agricultura orgânica, o manejo de insetos-praga deve ser orientado para evitar as explosões populacionais de insetos que possam causar prejuízos econômicos. Para alcançar esse objetivo, é preciso fazer o planejamento do sistema para que as populações de insetos-praga e de organismos benéficos sejam equilibradas, garantindo a estabilidade do sistema de cultivo. O equilíbrio da fauna pode ser alcançado incrementando-se a diversidade da vegetação dentro e fora da área cultivada, por meio da manipulação da época de plantio, tamanho das áreas, composição de espécies cultivadas e de outras espécies vegetais para diversificar o ambiente. Com isso é possível fornecer continuamente alimento aos organismos benéficos e tornar o ambiente menos favorável às pragas.

Como deve ser feito o monitoramento de insetos-praga em cultivos orgânicos de hortaliças?

     O monitoramento de insetos-praga pode ser feito com armadilhas de feromônio que indicam o momento em que os insetos-praga aparecem na lavoura, mas não fazem seu controle. Esses feromônios já estão disponíveis comercialmente para a traçado-tomateiro e a traça-das-crucíferas. É também fundamental vistoriar a cultura à procura de ovos, larvas e adultos de insetos e ácaros, para os quais não existem armadilhas de feromônios. Com base nessas observações, pode-se avaliar seu crescimento populacional e seu potencial de dano. É importante avaliar também a ocorrência de inimigos naturais na cultura e seu crescimento populacional para estimar a mortalidade natural da praga.

O que deve ser feito na ocorrência de insetos-praga?

     Em geral, em agricultura orgânica, é esperada uma situação de equilíbrio na área. No entanto, em caso de um surto populacional de alguma espécie-praga, podem ser adotadas algumas medidas de controle, de acordo com a certificadora, como o uso de enxofre para ácaros, inseticidas biológicos como o Bacillus thuringiensis, nim, inseticidas naturais ou agentes de controle biológico, dependendo da praga e da cultura.

Por que podem ocorrer surtos de insetos-praga durante a conversão da agricultura convencional para a orgânica?

     A transição de um agroecossistema uniforme de monocultura para um sistema mais diversificado, que sustenta processos e interações benéficas, envolve principalmente o reequilíbrio do solo e das populações de insetos, portanto requer tempo. A ausência de agrotóxicos facilita o incremento gradual de inimigos naturais na área, mas a manutenção desses agentes somente será alcançada se houver condições favoráveis no ambiente, como espécies produtoras de pólen e hospedeiros alternativos ao longo de todo ano. É necessário combinar a interrupção dos agrotóxicos com a diversificação do ambiente, e essa operação exige tempo para ser estabelecida. Além disso, é importante considerar que a fertilidade do solo também exerce influência sobre as populações de insetos, mas de maneira gradativa. O processo de conversão envolve aprendizado por parte dos produtores e podem ocorrer erros durante essa fase. Assim, é importante que o surto de alguma praga específica seja contido de forma pontual com o controle biológico e o uso de inseticida biológico. O manejo da diversidade deve ser considerado como medida para restaurar o equilíbrio.

Quando devem ser utilizados inimigos naturais em sistemas orgânicos?

     Em geral, espera-se que nos cultivos orgânicos não haja a necessidade de fazer liberação de inimigos naturais, pois, de acordo com os princípios ecológicos, se o ambiente estiver estabilizado, haverá equilíbrio entre o número de insetos herbívoros e inimigos naturais. Eventualmente, porém, pode ocorrer um surto de uma praga e, nesse caso, pode-se introduzir um agente de controle biológico. Para alguns cultivos reconhecidamente mais suscetíveis a uma determinada praga, como o tomate, pode ser planejado um programa de liberação periódica de inimigo natural. No entanto, deve-se sempre lembrar que a melhoria da diversificação das espécies é a ferramenta mais valiosa e de caráter permanente.

Como atrair inimigos naturais para as áreas cultivadas?
A ausência de produtos químicos nos sistemas orgânicos, por si só, já fornece um ambiente adequado para a proliferação de  inimigos naturais. No entanto, algumas ações podem ser tomadas para aumentar essas populações, como:

• Preservar a vegetação natural com a finalidade de manter a diversidade da fauna, como ácaros predadores, aranhas, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Esses organismos são importantes para a manutenção do equilíbrio do agroecossistema porque muitos deles se alimentam de insetos.
• Manter próximo aos cultivos espécies que forneçam pólen e néctar, alimentos importantes para melhorar a capacidade reprodutiva de parasitóides e predadores.
• Diversificar os cultivos. Usar consórcio de culturas, cultivo em faixas, corredor ecológico, rotação.

É verdade que a vegetação espontânea pode ser útil?

     Sim. Plantas que crescem espontaneamente em geral são produtoras de pólen e isso melhora a reprodução de predadores e inimigos naturais, servindo como reservatório desses agentes. Quando houver um aumento populacional de insetos-praga, os inimigos naturais presentes podem migrar do mato para a cultura.

O controle cultural é importante em agricultura orgânica?

Sim. O controle cultural é importante porque permite a quebra do ciclo biológico de pragas e patógenos, evitando que se disseminem dos cultivos mais velhos para os mais novos. Para isso, devem ser adotadas as seguintes práticas:

• Eliminar os restos culturais, para evitar a multiplicação das pragas.
• Adotar a irrigação por aspersão, para eliminar ovos e larvas pequenas das plantas.
• Adotar a rotação de culturas, com plantas de famílias botânicas não relacionadas.
• Adotar o pousio ou a adubação verde, quando possível, para interromper o ciclo de vida de determinado inseto.

O ‘idiamin’, muito comum em cultivos orgânicos, pode ser considerado inseto-praga?

     O ‘idiamin’ ou Lagria villosa é um besouro da família Lagriidae que comumente ocorre em hortaliças. Em cultivos convencionais, sua ocorrência é esporádica por causa do uso freqüente de inseticidas. Em cultivos orgânicos, a presença desses besouros, às vezes, alcança nível populacional alto. No entanto, mesmo quando a população é alta, não há motivo para preocupação por parte dos produtores porque esse besouro alimenta-se de várias espécies de plantas, principalmente de plantas em decomposição, não havendo necessidade de adotar medidas de controle. 

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