sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014


     Um dos princípios para termos uma agricultura mais sustentável, através do sistema de produção orgânico, é a preservação e ampliação da biodiversidade ou diversidade biológica. Para o sucesso da agricultura orgânica deve-se procurar emitar, dentro do possível, o que ocorre numa floresta (Figura 1), onde todos os seres vivos estão em perfeito equilíbrio. As razões principais que justificam a preocupação com a conservação e ampliação da biodiversidade são: a) A biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas; b) A terra funciona como uma máquina complexa, onde cada espécie (simples micróbio ao ser humano) desempenha a sua parte para manter o planeta funcionando, normalmente. Se algumas destas partes desaparecerem, a máquina (terra) não conseguirá funcionar, normalmente e c) A biodiversidade representa um imenso potencial de uso econômico. A má notícia é que a biodiversidade está reduzindo drasticamente em função do aumento da taxa de extinção de espécies, graças ao impacto causado pelas atividades antrópicas, ou seja, aquelas desenvolvidas pelo homem.



Figura 1. Para termos uma agricultura mais sustentável, devemos imitar o que ocorre numa floresta que é rica em biodiversidade e todos os seres vivos estão em equilíbrio




Mas afinal, o que é biodiversidade? É a variedade e a variabilidade existente entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. Pode ser entendida como uma associação de vários componentes hierárquicos tais como: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área definida. Em outras palavras, diversidade biológica ou biodiversidade, refere-se à variedade de vida, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos. A biodiversidade (bio=vida; diversidade= diferentes formas, diferentes tipos) varia com as diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos climas temperados. Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (igualdade) dessas categorias, ou seja, o padrão de distribuição de indivíduos entre as espécies, deve ser proporcional à diversidade. A diversidade biológica possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da biodiversidade.



Impactos sobre a biodiversidade
      
     Os ambientalistas do mundo inteiro vêm alertando para a perda da diversidade biológica em todo o mundo e, particularmente nas regiões tropicais. A perda da biodiversidade que está afetando o planeta é causada, principalmente pelo homem e agravada pelo crescimento explosivo da população e distribuição desigual da riqueza. A intervenção humana em hábitats que eram estáveis aumentou significativamente, gerando perdas maiores de biodiversidade devido à destruição das florestas (Figura 2), a prática intensiva da agropecuária, através da exploração excessiva de espécies de plantas e animais, uso de híbridos, monoculturas (Figura 3), contaminação do solo, água e atmosfera por poluentes (agrotóxicos, adubos químicos, resíduos de indústrias e esgotos domésticos), introdução de espécies e doenças exóticas, a construção de barragens, a crescente urbanização, mudanças climáticas, além de outras atividades desenvolvidas pelo homem.
Figura 2. Devastação de florestas: além de causar a erosão do solo, reduz a biodiversidade, responsável pelo equilíbrio ecológico 


Figura 3. A monocultura, especialmente as extensas lavouras de soja,  reduz a biodiversidade e, em consequência, favorece o aumento de pragas, doenças e plantas espontâneas nos cultivos,  demandando maior uso de agrotóxicos e, em consequência, a extinção dos inimigos naturais dos insetos pragas


Mas porque é tão importante preservar e ampliar a biodiversidade? A restituição da biodiversidade vegetal permite o restabelecimento de inúmeras interações entre o solo, as plantas e os animais, resultando em efeitos benéficos para o agroecossistema. Entre estes efeitos pode-se citar: maior variedade na dieta alimentar e mais produtos para o mercado; uso eficaz e conservação do solo e da água, através da proteção com cobertura vegetal contínua, manejo da matéria orgânica e implantação de quebra ventos; otimização na utilização de recursos locais e controle biológico natural. A biodiversidade é o passado, presente e o futuro da humanidade.

Entre os motivos, mundialmente aceitos, para preservar e ampliar a biodiversidade, são citados:

- Motivos éticos, pois o ser humano tem o dever moral de proteger outras formas de vida, já que é espécie dominante no planeta;

- Motivos estéticos, uma vez que as pessoas apreciam a natureza e gostam de ver animais e plantas no seu estado selvagem;

- Motivos económicos; a diminuição de espécies pode prejudicar atividades já existentes (pesca de espécies com elevado valor comercial) e ainda comprometer a sua utilização futura como, por exemplo, a produção de medicamentos. È importante destacar que pelo menos 40% da economia mundial e 80% das necessidades dos povos, dependem dos recursos biológicos;

- Motivos funcionais da natureza, tendo em vista que a redução da biodiversidade leva a perdas ambientais. Isto acontece porque as espécies estão interligadas por mecanismos naturais com importantes funções (ecossistemas), tais como: a regulação do clima, purificação do ar, proteção dos solos e das bacias hidrográficas contra a erosão, controle de pragas e doenças, além de outras.

     Para saber mais sobre a importância da preservação da biodiversidade para o planeta, sugere-se acessar o link: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1230435



Agrobiodiversidade
     A biodiversidade é mais conhecida e possui um significado mais amplo, pois se refere às diferentes formas de vida existentes na natureza (mares, florestas, rios, solo e agricultura). Já a palavra agrobiodiversidade  (agro= agricultura) é pouco conhecida, embora seu uso venha aumentando devido à substituição das espécies e variedades crioulas por variedades e híbridos comercializados pelas empresas produtoras de sementes. A palavra agrobiodiversdade é mais específica e refere-se ao conjunto de seres vivos domesticados e usados na agricultura. O início do processo de domesticação das plantas é considerado como o início da atividade agrícola. Estima-se que isto tenha ocorrido há mais ou menos 10.000 anos. Pode-se dizer que as plantas e animais que hoje cultivamos e criamos, são frutos de um processo de domesticação e seleção, realizados por agricultores através das gerações, em diferentes partes do mundo. Ou seja a agrobiodiversidade é o resultado de um processo milenar de interação entre a natureza e o ser humano através da agricultura.

Manejo da agrobiodiversidade visando a produção sustentável de alimentos
     A biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais. A monocultura representa um dos maiores problemas do modelo agrícola praticado atualmente, pois não existindo diversificação de espécies numa determinada área, as pragas, doenças e plantas espontâneas ocorrem de forma mais intensa sobre o cultivo, tornando o sistema de produção mais instável e mais sujeito às adversidades. O equilíbrio biológico das propriedades, bem como o equilíbrio ambiental e o equilíbrio econômico, não podem ser mantidos com as monoculturas. Sistemas de produção diversificados são mais estáveis porque dificultam a multiplicação excessiva de determinadas pragas e doenças, permitindo um melhor equilíbrio no sistema, através da multiplicação de inimigos naturais e outros organismos benéficos e até repelência dos insetos pragas dos cultivos. Para o sucesso da produção orgânica, é fundamental  em primeiro lugar, diversificar a paisagem geral da propriedade, com o objetivo de restabelecer a cadeia alimentar entre todos os seres vivos, desde microrganismos até animais maiores. Para isso, é importante compor uma diversidade de espécies vegetais, de interesse comercial ou não, recomendando-se que se opte por espécies locais, adaptadas às condições edafo-climáticas da região.
    Mas como preservar e até ampliar a biodiversidade e ainda obter renda sem prejudicar o meio ambiente?   Várias práticas já eram adotadas na agricultura tradicional  e que foram parcialmente esquecidas com a chamada “modernização”. É preciso, urgentemente, resgatá-las sob pena de comprometer a vida no planeta, especialmente para as futuras gerações. Dentre estas práticas destacam-se:

Cordões de contorno ou cercas vivas: São faixas de vegetação que circundam a propriedade, permitindo isolamento das áreas de cultivo convencional em propriedades vizinhas. Também podem servir para divisão de áreas de cultivo (talhões) dentro da propriedade, especialmente com hortaliças,  com o objetivo de  auxiliar na implantação de esquemas de rotação de culturas e facilitar o gerenciamento da mesma e reduzir as necessidades de transporte e mão-de-obra, bem como reduzir os custos da atividade. Os cordões de contorno funciona como barreira fitossanitária, dificultando a livre circulação de pragas e doenças entre as propriedades vizinhas e entre os talhões, além de criar microclimas mais favoráveis aos cultivos e, ainda, formar áreas de refúgio e abrigo para inimigos naturais de pragas. Os cordões, que podem ser formados por uma ou várias espécies (capins, leucena, adubos verdes e até plantas de interesse econômico) incluindo a  própria vegetação natural (“mato” ou “inços”),  servem como quebra ventos,  (associando-se plantas altas com extratos mais baixos com plantas arbustivas e herbáceas), fontes de biomassa, reciclam nutrientes, reduzem a erosão e, ainda como abrigo e alimento dos inimigos naturais das pragas e também podem atrair e repelir os insetos pragas. Dentre as espécies de interesse econômico, podem ser citados, os cultivos de banana, mamão e outras espécies frutíferas, café, palmito, plantas melíferas, condimentares, medicinais e ornamentais (buganville, grevilia) ou uma combinação dessas espécies.  

Cultivo em faixas: Em sistemas orgânicos de produção, a vegetação local é muito importante para o equilíbrio ecológico dos insetos, por isso, deve ser manejada adequadamente, através das capinas em faixas desde o início do ciclo cultural (evitando-se as plantas espontâneas na linha de cultivo) e deixando-as nas entrelinhas dos cultivos comerciais de maior espaçamento. No caso de canteiros, deve-se retirar as plantas espontâneas no leito do canteiro e deixá-las entre os canteiros, mantendo-se corredores de refúgio próximo à área cultivada. Sempre que necessário, deve-se roçar as plantas espontâneas.  

Uso e manutenção de variedades crioulas: Variedades crioulas são variedades com variabilidade genética, rústicas, cultivadas e melhoradas ao longo do tempo e, conservadas pelos agricultores de geração em geração. Ao serem selecionadas as sementes vão se adaptando às mudanças climáticas com o tempo e, por isso, garantem maior estabilidade, ou seja, mesmo em condições desfavoráveis, ainda assim haverá alguma produção. Com a “modernização” da agricultura as variedades crioulas foram sendo substituídas por variedades industriais e, especialmente híbridos e, mais recentemente, transgênicos, causando a dependência dos agricultores, a perda da agrobiodiversidade e, o que é pior, aumentando o risco para a saúde das atuais e futuras gerações (ex.: sementes transgênicas). Além disso, a perda ou erosão genética, poderá ter outras consequências caso surja novas pragas e doenças nos cultivos, podendo resultar em perdas totais das lavouras.


Rotação de culturas:  A rotação de culturas é uma prática milenar que permite explorar os nutrientes do solo de maneira mais racional, evitando o seu esgotamento. Por isso, deve-se alternar culturas de famílias botânicas diferentes (espécies da mesma família possuem as mesmas pragas e doenças) mais exigentes com culturas menos exigentes em nutrientes (rústicas) e, que exploram profundidades diferentes do solo através das diferenças do sistema radicular. Além disso, a rotação de culturas evita a proliferação e acúmulo de doenças e pragas ao longo dos anos.  Esta prática é muito importante, especialmente para as hortaliças, pois algumas espécies das famílias das solanáceas (tomate, batata, pimentão e berinjela) , das cucurbitáceas (pepino, moranga, abóbora, melão e melancia) e das brássicas (repolho, couve-flor, brócolis e couve) são muito atacadas por pragas e doenças. Para maiores informações sobre rotação e sucessão de culturas, sugere-se ver a matéria postada neste blog, em 03/01/2011.

Cultivos consorciados: O consórcio caracteriza-se pelo plantio simultâneo de duas ou mais culturas na mesma área (ex.: milho, feijão e abóboras).  Também é importante no cultivo de hortaliças, pois abrange aspectos tanto ambientais quanto econômicos. A consorciação permite otimizar a produção pelo melhor aproveitamento da área explorando a combinação de espécies eficientes na utilização dos recursos de produção como espaço, nutrientes, água e luz e, maximizando seus lucros com melhor aproveitamento também dos insumos e da mão-de-obra. O consórcio pode ser utilizado somente com culturas de interesse econômico ou então com  cultivos que tragam retorno econômico associadas à espécies com função importante, tais como atração de inimigos naturais ou repelência aos insetos pragas ou ainda como melhoradora do solo (leguminosas). Um exemplo de consórcio bem sucedido é o caso do tomateiro com coentro, pois esta última espécie tem ação repelente às pragas que perfuram os frutos de tomate e ainda atrai a joaninha,  inimigo natural dos pulgões. Outro exemplo de consórcio bem sucedido é o plantio de milho visando a produção de espigas ainda verdes com a mucuna, sendo que esta última tem a função de melhorar o solo, reciclando nutrientes e promovendo a cobertura do mesmo e, ainda tem ação nematicida.  Para maiores informações sobre consorciação de culturas, sugere-se ver a matéria postada neste blog em 03/01/2011.

Adubação verde (“coquetel” e consórcio com os cultivos): O “coquetel” consiste no cultivo consorciado de diferentes espécies de adubos verdes que, de maneira geral, apresentam portes e hábitos de crescimento distintos e são cultivados em rotação e em consórcio com as culturas econômicas. Sempre que possível, sugere-se o consórcio de leguminosas (ex.: ervilhaca, feijão-de-porco e mucuna) e gramíneas (ex.: aveia, milho) e outras como o nabo forrageiro. Esta estratégia permite que as gramíneas que possuem decomposição mais lenta, forneçam uma cobertura residual mais estável, desfavorecendo as plantas espontâneas, enquanto que as leguminosas contribuem com um aporte maior de N e decomposição mais rápida. Por outro lado o nabo forrageiro, devido ao sistema radicular pivotante, contribui com uma melhor descompactação do solo. A combinação de mais de uma espécie de adubo verde pode trazer outros benefícios para o cultivo das culturas, tais como:

. Exploração de camadas diferenciadas do solo pelas raízes, melhorando a estrutura do solo e acumulando diferentes nutrientes;

. Velocidade distinta de decomposição dos resíduos com impacto na proteção do solo, manejo de plantas espontâneas e liberação de nutrientes;

. Aumento da diversidade biológica, tão importante para o equilíbrio ecológico, proporcionando impacto sobre a população de insetos benéficos pela oferta variada de abrigo, de néctar e de pólen.

     Para maiores informações sobre adubação verde, sugere-se ver as matérias postadas neste blog (Adubação verde:  Importância na proteção e fertilidade do solo e no manejo de plantas espontâneas, doenças e pragas; Adubação verde:  Manejo e importância na produção orgânica de hortaliças), em 26/10 e 13/11/2013, respectivamente.

Vegetação espontânea: Quanto maior o número de espécies de plantas espontâneas (“mato” ou “inços”) tanto melhor, por isso, deve-se estimular o máximo possível a emergência e crescimento destas plantas, pois além de servir como abrigo e alimento de vários inimigos das pragas dos cultivos, ainda cobrem o solo evitando a erosão e, ainda reciclam nutrientes para as plantas cultivadas. O manejo das plantas espontâneas (“mato” ou “inços”) pode ser feito de três formas: a) manutenção de áreas de refúgio fora da área cultivada. São áreas de vegetação para preservação e atração de inimigos naturais de pragas e pequenos predadores que auxiliam no controle de pragas; b) Cultivo de plantas de interesse comercial com faixas de vegetação espontânea (corredores de refúgio); c) pousio da área no sentido de estimular a diversidade de espécies de plantas espontâneas e a revitalização do solo. Como o próprio nome sugere, são áreas que garantem o “descanso” do solo, após cultivo intensivo, para reconstituir e conservar suas propriedades químicas, físicas e biológicas e d) Para cultivos de maior espaçamento é possível o consórcio com as plantas espontâneas nas entrelinhas, roçando-as quando necessário e, dessa forma aumentando a matéria orgânica deste solo.

Plantio direto e cultivo mínimo: Além de reduzir a erosão, aumentar a infiltração de água no solo e reduzir o escorrimento superficial e a evaporação de água, diminuir o surgimento das plantas espontâneas e reduzir a temperatura do solo nas horas mais quentes, estas práticas aumentam os teores de matéria orgânica, e, em consequência melhoram a vida no solo, favorecendo a diversidade dos organismos benéficos para os cultivos. 

Adição de matéria orgânica (composto orgânico, resíduos de cultivos, esterco de animais, biomassa): O solo é um meio vivo e dinâmico, constituindo o habitat de biodiversidade abundante; uma grama de solo em boas condições pode conter 600 milhões de bactérias pertencentes a 15.000 ou 20.000 espécies diferentes.. A atividade biológica que é dependente da quantidade de matéria orgânica presente no solo, elimina agentes patogénicos, decompõe a matéria orgânica e outros poluentes em componentes mais simples (frequentemente menos nocivos) e, ainda contribui para a manutenção das propriedades físicas e bioquímicas necessárias para a fertilidade e estrutura dos solos. A matéria orgânica que é a parte do solo que já foi ou ainda é viva, é constituída  principalmente de resíduos de origem vegetal ou animal, tais como estercos, restos de cultivos, vegetação natural, folhas e cascas de árvores, palhadas, raízes de plantas e, especialmente de composto orgânico (camadas intercaladas de vegetais com estercos de animais, constitui-se na maneira mais eficiente e de melhor qualidade para adicionar matéria orgânica ao solo). É a matéria orgânica que dá a cor escura aos solos e que garante que ele se mantenha “vivo”. Em solo muito claro, aparentemente sem vida, “fraco”, é provável que o teor de matéria orgânica seja muito baixo. A decomposição (processo de quebra, feita por microrganismos) da matéria orgânica nas condições do clima predominante no Brasil (tropical e subtropical), associado ao preparo intensivo do solo (revolvimento intenso) , faz com que seja muito rápida e fácil o processo de decomposição. Por isso, para manter o solo produtivo ao longo do tempo é necessário que se adicione ou se reponha a matéria orgânica com certa frequência, ou seja, a cada cultivo deve-se adicioná-la ao solo. Além de aumentar a disponibilidade de nutrientes para as culturas, a matéria orgânica melhora a estrutura do solo, tornando-o mais  leve e solto, aumenta  a capacidade de retenção e infiltração de água no solo e, ainda atua como fonte de alimento para os microrganismos decompositores e aumenta a população de minhocas, besouros, fungos, bactérias e outros organismos benéficos para a manutenção da vida no solo.


Ferreira On 2/07/2014 10:39:00 AM Comentarios

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Biodiversidade: Princípio básico para uma agricultura mais sustentável


     Um dos princípios para termos uma agricultura mais sustentável, através do sistema de produção orgânico, é a preservação e ampliação da biodiversidade ou diversidade biológica. Para o sucesso da agricultura orgânica deve-se procurar emitar, dentro do possível, o que ocorre numa floresta (Figura 1), onde todos os seres vivos estão em perfeito equilíbrio. As razões principais que justificam a preocupação com a conservação e ampliação da biodiversidade são: a) A biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas; b) A terra funciona como uma máquina complexa, onde cada espécie (simples micróbio ao ser humano) desempenha a sua parte para manter o planeta funcionando, normalmente. Se algumas destas partes desaparecerem, a máquina (terra) não conseguirá funcionar, normalmente e c) A biodiversidade representa um imenso potencial de uso econômico. A má notícia é que a biodiversidade está reduzindo drasticamente em função do aumento da taxa de extinção de espécies, graças ao impacto causado pelas atividades antrópicas, ou seja, aquelas desenvolvidas pelo homem.



Figura 1. Para termos uma agricultura mais sustentável, devemos imitar o que ocorre numa floresta que é rica em biodiversidade e todos os seres vivos estão em equilíbrio




Mas afinal, o que é biodiversidade? É a variedade e a variabilidade existente entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. Pode ser entendida como uma associação de vários componentes hierárquicos tais como: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área definida. Em outras palavras, diversidade biológica ou biodiversidade, refere-se à variedade de vida, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos. A biodiversidade (bio=vida; diversidade= diferentes formas, diferentes tipos) varia com as diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos climas temperados. Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (igualdade) dessas categorias, ou seja, o padrão de distribuição de indivíduos entre as espécies, deve ser proporcional à diversidade. A diversidade biológica possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da biodiversidade.



Impactos sobre a biodiversidade
      
     Os ambientalistas do mundo inteiro vêm alertando para a perda da diversidade biológica em todo o mundo e, particularmente nas regiões tropicais. A perda da biodiversidade que está afetando o planeta é causada, principalmente pelo homem e agravada pelo crescimento explosivo da população e distribuição desigual da riqueza. A intervenção humana em hábitats que eram estáveis aumentou significativamente, gerando perdas maiores de biodiversidade devido à destruição das florestas (Figura 2), a prática intensiva da agropecuária, através da exploração excessiva de espécies de plantas e animais, uso de híbridos, monoculturas (Figura 3), contaminação do solo, água e atmosfera por poluentes (agrotóxicos, adubos químicos, resíduos de indústrias e esgotos domésticos), introdução de espécies e doenças exóticas, a construção de barragens, a crescente urbanização, mudanças climáticas, além de outras atividades desenvolvidas pelo homem.
Figura 2. Devastação de florestas: além de causar a erosão do solo, reduz a biodiversidade, responsável pelo equilíbrio ecológico 


Figura 3. A monocultura, especialmente as extensas lavouras de soja,  reduz a biodiversidade e, em consequência, favorece o aumento de pragas, doenças e plantas espontâneas nos cultivos,  demandando maior uso de agrotóxicos e, em consequência, a extinção dos inimigos naturais dos insetos pragas


Mas porque é tão importante preservar e ampliar a biodiversidade? A restituição da biodiversidade vegetal permite o restabelecimento de inúmeras interações entre o solo, as plantas e os animais, resultando em efeitos benéficos para o agroecossistema. Entre estes efeitos pode-se citar: maior variedade na dieta alimentar e mais produtos para o mercado; uso eficaz e conservação do solo e da água, através da proteção com cobertura vegetal contínua, manejo da matéria orgânica e implantação de quebra ventos; otimização na utilização de recursos locais e controle biológico natural. A biodiversidade é o passado, presente e o futuro da humanidade.

Entre os motivos, mundialmente aceitos, para preservar e ampliar a biodiversidade, são citados:

- Motivos éticos, pois o ser humano tem o dever moral de proteger outras formas de vida, já que é espécie dominante no planeta;

- Motivos estéticos, uma vez que as pessoas apreciam a natureza e gostam de ver animais e plantas no seu estado selvagem;

- Motivos económicos; a diminuição de espécies pode prejudicar atividades já existentes (pesca de espécies com elevado valor comercial) e ainda comprometer a sua utilização futura como, por exemplo, a produção de medicamentos. È importante destacar que pelo menos 40% da economia mundial e 80% das necessidades dos povos, dependem dos recursos biológicos;

- Motivos funcionais da natureza, tendo em vista que a redução da biodiversidade leva a perdas ambientais. Isto acontece porque as espécies estão interligadas por mecanismos naturais com importantes funções (ecossistemas), tais como: a regulação do clima, purificação do ar, proteção dos solos e das bacias hidrográficas contra a erosão, controle de pragas e doenças, além de outras.

     Para saber mais sobre a importância da preservação da biodiversidade para o planeta, sugere-se acessar o link: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1230435



Agrobiodiversidade
     A biodiversidade é mais conhecida e possui um significado mais amplo, pois se refere às diferentes formas de vida existentes na natureza (mares, florestas, rios, solo e agricultura). Já a palavra agrobiodiversidade  (agro= agricultura) é pouco conhecida, embora seu uso venha aumentando devido à substituição das espécies e variedades crioulas por variedades e híbridos comercializados pelas empresas produtoras de sementes. A palavra agrobiodiversdade é mais específica e refere-se ao conjunto de seres vivos domesticados e usados na agricultura. O início do processo de domesticação das plantas é considerado como o início da atividade agrícola. Estima-se que isto tenha ocorrido há mais ou menos 10.000 anos. Pode-se dizer que as plantas e animais que hoje cultivamos e criamos, são frutos de um processo de domesticação e seleção, realizados por agricultores através das gerações, em diferentes partes do mundo. Ou seja a agrobiodiversidade é o resultado de um processo milenar de interação entre a natureza e o ser humano através da agricultura.

Manejo da agrobiodiversidade visando a produção sustentável de alimentos
     A biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais. A monocultura representa um dos maiores problemas do modelo agrícola praticado atualmente, pois não existindo diversificação de espécies numa determinada área, as pragas, doenças e plantas espontâneas ocorrem de forma mais intensa sobre o cultivo, tornando o sistema de produção mais instável e mais sujeito às adversidades. O equilíbrio biológico das propriedades, bem como o equilíbrio ambiental e o equilíbrio econômico, não podem ser mantidos com as monoculturas. Sistemas de produção diversificados são mais estáveis porque dificultam a multiplicação excessiva de determinadas pragas e doenças, permitindo um melhor equilíbrio no sistema, através da multiplicação de inimigos naturais e outros organismos benéficos e até repelência dos insetos pragas dos cultivos. Para o sucesso da produção orgânica, é fundamental  em primeiro lugar, diversificar a paisagem geral da propriedade, com o objetivo de restabelecer a cadeia alimentar entre todos os seres vivos, desde microrganismos até animais maiores. Para isso, é importante compor uma diversidade de espécies vegetais, de interesse comercial ou não, recomendando-se que se opte por espécies locais, adaptadas às condições edafo-climáticas da região.
    Mas como preservar e até ampliar a biodiversidade e ainda obter renda sem prejudicar o meio ambiente?   Várias práticas já eram adotadas na agricultura tradicional  e que foram parcialmente esquecidas com a chamada “modernização”. É preciso, urgentemente, resgatá-las sob pena de comprometer a vida no planeta, especialmente para as futuras gerações. Dentre estas práticas destacam-se:

Cordões de contorno ou cercas vivas: São faixas de vegetação que circundam a propriedade, permitindo isolamento das áreas de cultivo convencional em propriedades vizinhas. Também podem servir para divisão de áreas de cultivo (talhões) dentro da propriedade, especialmente com hortaliças,  com o objetivo de  auxiliar na implantação de esquemas de rotação de culturas e facilitar o gerenciamento da mesma e reduzir as necessidades de transporte e mão-de-obra, bem como reduzir os custos da atividade. Os cordões de contorno funciona como barreira fitossanitária, dificultando a livre circulação de pragas e doenças entre as propriedades vizinhas e entre os talhões, além de criar microclimas mais favoráveis aos cultivos e, ainda, formar áreas de refúgio e abrigo para inimigos naturais de pragas. Os cordões, que podem ser formados por uma ou várias espécies (capins, leucena, adubos verdes e até plantas de interesse econômico) incluindo a  própria vegetação natural (“mato” ou “inços”),  servem como quebra ventos,  (associando-se plantas altas com extratos mais baixos com plantas arbustivas e herbáceas), fontes de biomassa, reciclam nutrientes, reduzem a erosão e, ainda como abrigo e alimento dos inimigos naturais das pragas e também podem atrair e repelir os insetos pragas. Dentre as espécies de interesse econômico, podem ser citados, os cultivos de banana, mamão e outras espécies frutíferas, café, palmito, plantas melíferas, condimentares, medicinais e ornamentais (buganville, grevilia) ou uma combinação dessas espécies.  

Cultivo em faixas: Em sistemas orgânicos de produção, a vegetação local é muito importante para o equilíbrio ecológico dos insetos, por isso, deve ser manejada adequadamente, através das capinas em faixas desde o início do ciclo cultural (evitando-se as plantas espontâneas na linha de cultivo) e deixando-as nas entrelinhas dos cultivos comerciais de maior espaçamento. No caso de canteiros, deve-se retirar as plantas espontâneas no leito do canteiro e deixá-las entre os canteiros, mantendo-se corredores de refúgio próximo à área cultivada. Sempre que necessário, deve-se roçar as plantas espontâneas.  

Uso e manutenção de variedades crioulas: Variedades crioulas são variedades com variabilidade genética, rústicas, cultivadas e melhoradas ao longo do tempo e, conservadas pelos agricultores de geração em geração. Ao serem selecionadas as sementes vão se adaptando às mudanças climáticas com o tempo e, por isso, garantem maior estabilidade, ou seja, mesmo em condições desfavoráveis, ainda assim haverá alguma produção. Com a “modernização” da agricultura as variedades crioulas foram sendo substituídas por variedades industriais e, especialmente híbridos e, mais recentemente, transgênicos, causando a dependência dos agricultores, a perda da agrobiodiversidade e, o que é pior, aumentando o risco para a saúde das atuais e futuras gerações (ex.: sementes transgênicas). Além disso, a perda ou erosão genética, poderá ter outras consequências caso surja novas pragas e doenças nos cultivos, podendo resultar em perdas totais das lavouras.


Rotação de culturas:  A rotação de culturas é uma prática milenar que permite explorar os nutrientes do solo de maneira mais racional, evitando o seu esgotamento. Por isso, deve-se alternar culturas de famílias botânicas diferentes (espécies da mesma família possuem as mesmas pragas e doenças) mais exigentes com culturas menos exigentes em nutrientes (rústicas) e, que exploram profundidades diferentes do solo através das diferenças do sistema radicular. Além disso, a rotação de culturas evita a proliferação e acúmulo de doenças e pragas ao longo dos anos.  Esta prática é muito importante, especialmente para as hortaliças, pois algumas espécies das famílias das solanáceas (tomate, batata, pimentão e berinjela) , das cucurbitáceas (pepino, moranga, abóbora, melão e melancia) e das brássicas (repolho, couve-flor, brócolis e couve) são muito atacadas por pragas e doenças. Para maiores informações sobre rotação e sucessão de culturas, sugere-se ver a matéria postada neste blog, em 03/01/2011.

Cultivos consorciados: O consórcio caracteriza-se pelo plantio simultâneo de duas ou mais culturas na mesma área (ex.: milho, feijão e abóboras).  Também é importante no cultivo de hortaliças, pois abrange aspectos tanto ambientais quanto econômicos. A consorciação permite otimizar a produção pelo melhor aproveitamento da área explorando a combinação de espécies eficientes na utilização dos recursos de produção como espaço, nutrientes, água e luz e, maximizando seus lucros com melhor aproveitamento também dos insumos e da mão-de-obra. O consórcio pode ser utilizado somente com culturas de interesse econômico ou então com  cultivos que tragam retorno econômico associadas à espécies com função importante, tais como atração de inimigos naturais ou repelência aos insetos pragas ou ainda como melhoradora do solo (leguminosas). Um exemplo de consórcio bem sucedido é o caso do tomateiro com coentro, pois esta última espécie tem ação repelente às pragas que perfuram os frutos de tomate e ainda atrai a joaninha,  inimigo natural dos pulgões. Outro exemplo de consórcio bem sucedido é o plantio de milho visando a produção de espigas ainda verdes com a mucuna, sendo que esta última tem a função de melhorar o solo, reciclando nutrientes e promovendo a cobertura do mesmo e, ainda tem ação nematicida.  Para maiores informações sobre consorciação de culturas, sugere-se ver a matéria postada neste blog em 03/01/2011.

Adubação verde (“coquetel” e consórcio com os cultivos): O “coquetel” consiste no cultivo consorciado de diferentes espécies de adubos verdes que, de maneira geral, apresentam portes e hábitos de crescimento distintos e são cultivados em rotação e em consórcio com as culturas econômicas. Sempre que possível, sugere-se o consórcio de leguminosas (ex.: ervilhaca, feijão-de-porco e mucuna) e gramíneas (ex.: aveia, milho) e outras como o nabo forrageiro. Esta estratégia permite que as gramíneas que possuem decomposição mais lenta, forneçam uma cobertura residual mais estável, desfavorecendo as plantas espontâneas, enquanto que as leguminosas contribuem com um aporte maior de N e decomposição mais rápida. Por outro lado o nabo forrageiro, devido ao sistema radicular pivotante, contribui com uma melhor descompactação do solo. A combinação de mais de uma espécie de adubo verde pode trazer outros benefícios para o cultivo das culturas, tais como:

. Exploração de camadas diferenciadas do solo pelas raízes, melhorando a estrutura do solo e acumulando diferentes nutrientes;

. Velocidade distinta de decomposição dos resíduos com impacto na proteção do solo, manejo de plantas espontâneas e liberação de nutrientes;

. Aumento da diversidade biológica, tão importante para o equilíbrio ecológico, proporcionando impacto sobre a população de insetos benéficos pela oferta variada de abrigo, de néctar e de pólen.

     Para maiores informações sobre adubação verde, sugere-se ver as matérias postadas neste blog (Adubação verde:  Importância na proteção e fertilidade do solo e no manejo de plantas espontâneas, doenças e pragas; Adubação verde:  Manejo e importância na produção orgânica de hortaliças), em 26/10 e 13/11/2013, respectivamente.

Vegetação espontânea: Quanto maior o número de espécies de plantas espontâneas (“mato” ou “inços”) tanto melhor, por isso, deve-se estimular o máximo possível a emergência e crescimento destas plantas, pois além de servir como abrigo e alimento de vários inimigos das pragas dos cultivos, ainda cobrem o solo evitando a erosão e, ainda reciclam nutrientes para as plantas cultivadas. O manejo das plantas espontâneas (“mato” ou “inços”) pode ser feito de três formas: a) manutenção de áreas de refúgio fora da área cultivada. São áreas de vegetação para preservação e atração de inimigos naturais de pragas e pequenos predadores que auxiliam no controle de pragas; b) Cultivo de plantas de interesse comercial com faixas de vegetação espontânea (corredores de refúgio); c) pousio da área no sentido de estimular a diversidade de espécies de plantas espontâneas e a revitalização do solo. Como o próprio nome sugere, são áreas que garantem o “descanso” do solo, após cultivo intensivo, para reconstituir e conservar suas propriedades químicas, físicas e biológicas e d) Para cultivos de maior espaçamento é possível o consórcio com as plantas espontâneas nas entrelinhas, roçando-as quando necessário e, dessa forma aumentando a matéria orgânica deste solo.

Plantio direto e cultivo mínimo: Além de reduzir a erosão, aumentar a infiltração de água no solo e reduzir o escorrimento superficial e a evaporação de água, diminuir o surgimento das plantas espontâneas e reduzir a temperatura do solo nas horas mais quentes, estas práticas aumentam os teores de matéria orgânica, e, em consequência melhoram a vida no solo, favorecendo a diversidade dos organismos benéficos para os cultivos. 

Adição de matéria orgânica (composto orgânico, resíduos de cultivos, esterco de animais, biomassa): O solo é um meio vivo e dinâmico, constituindo o habitat de biodiversidade abundante; uma grama de solo em boas condições pode conter 600 milhões de bactérias pertencentes a 15.000 ou 20.000 espécies diferentes.. A atividade biológica que é dependente da quantidade de matéria orgânica presente no solo, elimina agentes patogénicos, decompõe a matéria orgânica e outros poluentes em componentes mais simples (frequentemente menos nocivos) e, ainda contribui para a manutenção das propriedades físicas e bioquímicas necessárias para a fertilidade e estrutura dos solos. A matéria orgânica que é a parte do solo que já foi ou ainda é viva, é constituída  principalmente de resíduos de origem vegetal ou animal, tais como estercos, restos de cultivos, vegetação natural, folhas e cascas de árvores, palhadas, raízes de plantas e, especialmente de composto orgânico (camadas intercaladas de vegetais com estercos de animais, constitui-se na maneira mais eficiente e de melhor qualidade para adicionar matéria orgânica ao solo). É a matéria orgânica que dá a cor escura aos solos e que garante que ele se mantenha “vivo”. Em solo muito claro, aparentemente sem vida, “fraco”, é provável que o teor de matéria orgânica seja muito baixo. A decomposição (processo de quebra, feita por microrganismos) da matéria orgânica nas condições do clima predominante no Brasil (tropical e subtropical), associado ao preparo intensivo do solo (revolvimento intenso) , faz com que seja muito rápida e fácil o processo de decomposição. Por isso, para manter o solo produtivo ao longo do tempo é necessário que se adicione ou se reponha a matéria orgânica com certa frequência, ou seja, a cada cultivo deve-se adicioná-la ao solo. Além de aumentar a disponibilidade de nutrientes para as culturas, a matéria orgânica melhora a estrutura do solo, tornando-o mais  leve e solto, aumenta  a capacidade de retenção e infiltração de água no solo e, ainda atua como fonte de alimento para os microrganismos decompositores e aumenta a população de minhocas, besouros, fungos, bactérias e outros organismos benéficos para a manutenção da vida no solo.


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