quarta-feira, 23 de março de 2011


   A campanha da fraternidade 2011 com o tema "fraternidade e a vida no planeta" lançará luzes para uma reflexão profunda sobre o resultado da ação nociva da humanidade sobre a terra, olhando através do sinal mais contundente das dores que o planeta sente: o aquecimento global. A campanha pretende denunciar situações e apontar responsabilidades dos problemas ambientais decorrentes do aquecimento global. Com a espiritualidade fundamentada na conversão e na busca da vida nova em Cristo Ressuscitado, somos convidados e convocados a assumir com responsabilidade o cuidado da natureza e do planeta. É um convite para rever as nossa atitudes e gestos concretos para preservar e cuidar do meio ambiente. O ser humano depende da natureza e dos cuidados com o planeta para sobreviver. A terra deveria ser amada e não explorada pelo capitalismo selvagem e mercantilista. Tudo o que existe foi criado por Deus e entregue ao homem e à mulher. Mas o que a humanidade vem fazendo com a criação de Deus? O que você ou sua comunidade tem feito para contribuir com essa campanha de conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente? Que atitudes e gestos concretos no seu dia a dia você poderia tomar para cuidar da vida no planeta?
   O CAPS – centro de atenção psicosocial - secretaria de saúde/prefeitura municipal de Urussanga, está fazendo a sua parte; desde outubro/2010 mais de 20 hortaliças estão sendo colhidos na horta orgânica conduzida por pacientes e voluntários (Figura 1). Além de produzir hortaliças frescas e saudáveis diariamente para o refeitório, a horta orgânica serve como terapia ocupacional, é uma forma de economizar e, o mais importante, preserva a saúde das pessoas e do meio ambiente.
Figura 1. Aspecto geral da horta orgânica do CAPS, conduzida por pacientes e voluntários, em Urussanga/SC.
   Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA – em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ – realizada com frutas e hortaliças produzidas com agrotóxicos e adubos químicos, nos maiores centros consumidores do Brasil desde 2001, comprova que várias espécies cultivadas estão seriamente contaminadas por resíduos de agrotóxicos e, o que é pior, por produtos não autorizados para as culturas. Relatório recente da Anvisa, em 26 estados, pesquisando 20 espécies (frutas e hortaliças) em 2009, revela que 907 (29%) amostras de um total de 3.130 amostras coletadas, incluindo todas as espécies pesquisadas, estavam contaminadas, alcançando no pimentão, uva, pepino, morango, couve, abacaxi, mamão, alface, tomate e beterraba até 80; 56,4; 54,8; 50,8; 44,2; 44,1; 38,8; 38,4; 32,6 e 32% de amostras contaminadas, respectivamente. Os agrotóxicos encontrados nos cultivos, são ingredientes ativos com alto grau de toxicidade aguda comprovada, e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer. Mas os problemas do uso de agrotóxicos não param por aí! é muito comum tanto na zona rural como nas cidades o uso de herbicidas para eliminar as "plantas daninhas", mato ou inços com graves implicações destes produtos no meio ambiente. É a chamada capina química, onde são utilizados os herbicidas com inúmeras conseqüências ao meio ambiente e à saúde das pessoas, especialmente quando não são usados os equipamentos de proteção individual (Figura 2). Os herbicidas mais utilizados são a base de glyphosate e paraquat, mais conhecidos comercialmente como roundup e gramoxone, respectivamente. O roundup para a saúde humana é um dos produtos que mais causam doenças de pele, problemas respiratórios, além de causar danos genéticos e efeitos negativos na reprodução de vários organismos. O glyphosate fica no solo por mais de um ano, mata insetos benéficos como vespas parasitárias e joaninhas, afeta minhoca e fungos benéficos e ainda aumenta a susceptibilidade das plantas às doenças. É importante lembrar que estes produtos estão proibidos pela Anvisa de serem usados em áreas urbanas, pois não tem como impedir o trânsito de pedestres nas ruas das cidades por pelo menos nas 24 horas após a aplicação.    
   Um exemplo das sérias conseqüências à saúde humana do uso crescente e abusivo de agrotóxicos na agricultura são os casos de intoxicação e mortes registradas no Centro de Informações Toxicológicas – CIT, situado no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis, SC. No período de 1990 até 2007, o CIT detectou 9.300 intoxicações de agricultores e 233 mortes em Santa Catarina (Fonte: www.cit.sc.gov.br). Segundo os técnicos, isto representa apenas uma pequena parte (aquilo que se conseguiu registrar) da realidade. Os números são, na verdade, bem maiores. Estima-se que para cada caso registrado existam mais 10 que não são registrados devido à dificuldade no diagnóstico correto.
Esta cena não deve ser mais vista nas cidades.
Figura 2. Lei 6.288/02 aprovada pela câmara dos deputados em 12/08/2009, proíbe capina química em área urbana. A partir de 15/01/2010, a Anvisa também proíbe a aplicação de herbicidas em área urbana. Além de contaminar o meio ambiente, pode contaminar as pessoas através do vento.
   Os agroquímicos deixam as plantas mais suculentas para as doenças e pragas e, o que é pior, destroem os inimigos naturais (seres que se alimentam das doenças e insetos-pragas) e ainda prejudicam a vida do solo. Com o tempo, os agrotóxicos matam as doenças e insetos-pragas mais fracos e vão ficando só os mais fortes. Pior ainda, alguns insetos que não eram pragas passam a atacar os cultivos. A utilização intensiva da mecanização, dos adubos químicos, dos agrotóxicos e das sementes híbridas, predominantes na agricultura convencional ou "moderna", formam um círculo vicioso, interessante apenas para as multinacionais da agroindústria. O revolvimento intenso do solo com máquinas e equipamentos, favorecendo a erosão, faz com que se utilize cada vez mais adubos químicos, exigidos em quantidades cada vez maiores pelas cultivares modernas criadas e, em conseqüência do desequilíbrio nutricional do solo, as plantas tornam-se mais susceptíveis às pragas e doenças, exigindo cada vez mais agrotóxicos.   
   A agricultura orgânica, por sua vez, trata o solo como um "organismo vivo", ou seja, revolvendo o solo o mínimo possível, sem uso de agroquímicos e priorizando a adubação orgânica, rotação e consorciação de culturas, cultivo mínimo, plantio direto e outras, favorecendo o desenvolvimento dos cultivos e os inimigos naturais e, desfavorecendo o surgimento de pragas e doenças. A ocorrência de insetos-pragas e doenças são a conseqüência e não a causa do problema. Por isso, em agricultura orgânica tratam-se as causas para que os resultados sejam os mais duradouros e equilibrados possíveis.
 Pesquisas na Epagri/Estação Experimental de Urussanga, comparando sistemas de produção, comprovam que é fácil produzir hortaliças orgânicas, ou seja, sem o uso de agroquímicos e, que alguns mitos criados sobre a agricultura orgânica são falsos: é cara, produz menos e com pior qualidade quando comparados aos obtidos no sistema convencional. Os resultados evidenciaram que o cultivo orgânico de hortaliças é mais barato (reduz o custo com insumos em até 50%), produz tanto  quanto no sistema convencional e,  para algumas espécies a produtividade é superior e de melhor qualidade, a fertilidade do solo é maior e mais duradoura , além de tornar o produtor menos dependente de insumos (a maioria são importados e caros), pois pode prepará-los na própria propriedade e, o mais importante, sem riscos ao produtor, consumidor e meio ambiente. A agricultura orgânica só tem vantagens!


 
Ferreira On 3/23/2011 07:21:00 AM 1 comment

Um comentário:

  1. muito reaprofeitador.Pois estou fezendo uma em minha escola e, percebendo as mudanças ocorridas desde então...muito bom para o meio ambiente;...

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quarta-feira, 23 de março de 2011

“Fraternidade e a vida no planeta” Parte I


   A campanha da fraternidade 2011 com o tema "fraternidade e a vida no planeta" lançará luzes para uma reflexão profunda sobre o resultado da ação nociva da humanidade sobre a terra, olhando através do sinal mais contundente das dores que o planeta sente: o aquecimento global. A campanha pretende denunciar situações e apontar responsabilidades dos problemas ambientais decorrentes do aquecimento global. Com a espiritualidade fundamentada na conversão e na busca da vida nova em Cristo Ressuscitado, somos convidados e convocados a assumir com responsabilidade o cuidado da natureza e do planeta. É um convite para rever as nossa atitudes e gestos concretos para preservar e cuidar do meio ambiente. O ser humano depende da natureza e dos cuidados com o planeta para sobreviver. A terra deveria ser amada e não explorada pelo capitalismo selvagem e mercantilista. Tudo o que existe foi criado por Deus e entregue ao homem e à mulher. Mas o que a humanidade vem fazendo com a criação de Deus? O que você ou sua comunidade tem feito para contribuir com essa campanha de conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente? Que atitudes e gestos concretos no seu dia a dia você poderia tomar para cuidar da vida no planeta?
   O CAPS – centro de atenção psicosocial - secretaria de saúde/prefeitura municipal de Urussanga, está fazendo a sua parte; desde outubro/2010 mais de 20 hortaliças estão sendo colhidos na horta orgânica conduzida por pacientes e voluntários (Figura 1). Além de produzir hortaliças frescas e saudáveis diariamente para o refeitório, a horta orgânica serve como terapia ocupacional, é uma forma de economizar e, o mais importante, preserva a saúde das pessoas e do meio ambiente.
Figura 1. Aspecto geral da horta orgânica do CAPS, conduzida por pacientes e voluntários, em Urussanga/SC.
   Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA – em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ – realizada com frutas e hortaliças produzidas com agrotóxicos e adubos químicos, nos maiores centros consumidores do Brasil desde 2001, comprova que várias espécies cultivadas estão seriamente contaminadas por resíduos de agrotóxicos e, o que é pior, por produtos não autorizados para as culturas. Relatório recente da Anvisa, em 26 estados, pesquisando 20 espécies (frutas e hortaliças) em 2009, revela que 907 (29%) amostras de um total de 3.130 amostras coletadas, incluindo todas as espécies pesquisadas, estavam contaminadas, alcançando no pimentão, uva, pepino, morango, couve, abacaxi, mamão, alface, tomate e beterraba até 80; 56,4; 54,8; 50,8; 44,2; 44,1; 38,8; 38,4; 32,6 e 32% de amostras contaminadas, respectivamente. Os agrotóxicos encontrados nos cultivos, são ingredientes ativos com alto grau de toxicidade aguda comprovada, e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer. Mas os problemas do uso de agrotóxicos não param por aí! é muito comum tanto na zona rural como nas cidades o uso de herbicidas para eliminar as "plantas daninhas", mato ou inços com graves implicações destes produtos no meio ambiente. É a chamada capina química, onde são utilizados os herbicidas com inúmeras conseqüências ao meio ambiente e à saúde das pessoas, especialmente quando não são usados os equipamentos de proteção individual (Figura 2). Os herbicidas mais utilizados são a base de glyphosate e paraquat, mais conhecidos comercialmente como roundup e gramoxone, respectivamente. O roundup para a saúde humana é um dos produtos que mais causam doenças de pele, problemas respiratórios, além de causar danos genéticos e efeitos negativos na reprodução de vários organismos. O glyphosate fica no solo por mais de um ano, mata insetos benéficos como vespas parasitárias e joaninhas, afeta minhoca e fungos benéficos e ainda aumenta a susceptibilidade das plantas às doenças. É importante lembrar que estes produtos estão proibidos pela Anvisa de serem usados em áreas urbanas, pois não tem como impedir o trânsito de pedestres nas ruas das cidades por pelo menos nas 24 horas após a aplicação.    
   Um exemplo das sérias conseqüências à saúde humana do uso crescente e abusivo de agrotóxicos na agricultura são os casos de intoxicação e mortes registradas no Centro de Informações Toxicológicas – CIT, situado no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis, SC. No período de 1990 até 2007, o CIT detectou 9.300 intoxicações de agricultores e 233 mortes em Santa Catarina (Fonte: www.cit.sc.gov.br). Segundo os técnicos, isto representa apenas uma pequena parte (aquilo que se conseguiu registrar) da realidade. Os números são, na verdade, bem maiores. Estima-se que para cada caso registrado existam mais 10 que não são registrados devido à dificuldade no diagnóstico correto.
Esta cena não deve ser mais vista nas cidades.
Figura 2. Lei 6.288/02 aprovada pela câmara dos deputados em 12/08/2009, proíbe capina química em área urbana. A partir de 15/01/2010, a Anvisa também proíbe a aplicação de herbicidas em área urbana. Além de contaminar o meio ambiente, pode contaminar as pessoas através do vento.
   Os agroquímicos deixam as plantas mais suculentas para as doenças e pragas e, o que é pior, destroem os inimigos naturais (seres que se alimentam das doenças e insetos-pragas) e ainda prejudicam a vida do solo. Com o tempo, os agrotóxicos matam as doenças e insetos-pragas mais fracos e vão ficando só os mais fortes. Pior ainda, alguns insetos que não eram pragas passam a atacar os cultivos. A utilização intensiva da mecanização, dos adubos químicos, dos agrotóxicos e das sementes híbridas, predominantes na agricultura convencional ou "moderna", formam um círculo vicioso, interessante apenas para as multinacionais da agroindústria. O revolvimento intenso do solo com máquinas e equipamentos, favorecendo a erosão, faz com que se utilize cada vez mais adubos químicos, exigidos em quantidades cada vez maiores pelas cultivares modernas criadas e, em conseqüência do desequilíbrio nutricional do solo, as plantas tornam-se mais susceptíveis às pragas e doenças, exigindo cada vez mais agrotóxicos.   
   A agricultura orgânica, por sua vez, trata o solo como um "organismo vivo", ou seja, revolvendo o solo o mínimo possível, sem uso de agroquímicos e priorizando a adubação orgânica, rotação e consorciação de culturas, cultivo mínimo, plantio direto e outras, favorecendo o desenvolvimento dos cultivos e os inimigos naturais e, desfavorecendo o surgimento de pragas e doenças. A ocorrência de insetos-pragas e doenças são a conseqüência e não a causa do problema. Por isso, em agricultura orgânica tratam-se as causas para que os resultados sejam os mais duradouros e equilibrados possíveis.
 Pesquisas na Epagri/Estação Experimental de Urussanga, comparando sistemas de produção, comprovam que é fácil produzir hortaliças orgânicas, ou seja, sem o uso de agroquímicos e, que alguns mitos criados sobre a agricultura orgânica são falsos: é cara, produz menos e com pior qualidade quando comparados aos obtidos no sistema convencional. Os resultados evidenciaram que o cultivo orgânico de hortaliças é mais barato (reduz o custo com insumos em até 50%), produz tanto  quanto no sistema convencional e,  para algumas espécies a produtividade é superior e de melhor qualidade, a fertilidade do solo é maior e mais duradoura , além de tornar o produtor menos dependente de insumos (a maioria são importados e caros), pois pode prepará-los na própria propriedade e, o mais importante, sem riscos ao produtor, consumidor e meio ambiente. A agricultura orgânica só tem vantagens!


 

Um comentário:

  1. muito reaprofeitador.Pois estou fezendo uma em minha escola e, percebendo as mudanças ocorridas desde então...muito bom para o meio ambiente;...

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